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Não Há Terra De Israel Sem A Nação De Israel

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Levítico”, 25:1 – 25:5: Então disse o Senhor a Moisés no monte Sinai: “Diga o seguinte aos israelitas: Quando vocês entrarem na terra que lhes dou, a própria terra guardará um Shabat para o Senhor. Durante seis anos semeiem as suas lavouras, aparem as suas vinhas e façam a colheita de suas plantações. Mas no sétimo ano a terra terá um sábado de descanso, um sábado dedicado ao Senhor. Não semeiem as suas lavouras, nem aparem as suas vinhas. Não colham o que crescer por si, nem colham as uvas das suas vinhas que não serão podadas. A terra terá um ano de descanso.

Nós vimos pela primeira vez o conceito de “a terra terá um Shabat (sábado) de descanso, um sábado dedicado ao Senhor” na seção semanal da Torá, Ba’har, já que não há Shabat da terra. Mas quando uma nação que obedece às leis espirituais vive naquela terra, tudo abaixo dessa nação, o mundo inanimado (a terra), vegetal e animal começam a adquirir os atributos dessa nação e seu efeito.

Portanto, não há terra de Israel sem a nação de Israel. Quando eles se reúnem nesse lugar, há um fenômeno correspondente com a nação de Israel na terra de Israel. As leis que operam sobre a terra são uma réplica das leis espirituais das pessoas que vivem nela.

Isso significa que os costumes dos povos que vivem lá se aplicam ao seu ambiente e, em particular, o seu dia de descanso, o Shabat. Este não é um período de férias, um dia de descanso, mas um dia inteiro de esforços, um estado espiritual especial, uma vez que existem correções muito especiais feitas no Shabat que as pessoas não podem fazer em qualquer outro dia.

Quando os estados espirituais de uma pessoa são replicados até os níveis mais baixos do inanimado, vegetal e animal (ou partes de nosso mundo), tudo muda e é definido de forma diferente. Por exemplo, uma semana, torna-se um ano. Porque a terra é um ano de prosperidade, um ano especial quando estamos absolutamente proibidos de trabalhar a terra. é um ano de Shmita.

Nos tempos antigos, este mandamento foi observado em Israel mais de 2000 anos atrás, antes da destruição do Templo. As colheitas do sexto ano foram o suficiente para os três anos que se seguiram, o que parecia acalmar todo mundo, “Não se preocupem, vocês terão colheitas suficientes por vários anos até que tenham uma nova colheita”.

Comentário: Mas a mente humana se opõe a este ditado: “Você tem que colher as colheitas a cada ano, como posso fazer uma pausa ?!”

Resposta: Nós estamos falando do estado espiritual de toda uma nação onde não se aplicam as leis de nosso mundo.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 13/08/14

Dê: Para Encontrar A Fonte Da Felicidade Em Si Mesmo!

laitman_568_01Nas Notícias (de Psychologies): “A felicidade para nós é habitualmente medida pelo capital. Nós acumulamos na forma de coisas, a ganhamos e recebemos como presente. Essa felicidade mensurável pode ser mostrada para os outros e avaliada.

“Mas quanto mais nos concentramos em coisas que nos dão prazer, mais rápido a sensação desaparece e perde o seu valor. Um dos grandes paradoxos da ciência da felicidade é a condição em que a pessoa dá e ao mesmo tempo sente satisfação máxima.

“Estudos mostram que ao exercitar regularmente a bondade para com as pessoas, a nossa visão da fonte da felicidade muda. Nós podemos encontrá-la dentro de nós mesmos. Essa sensação de poder, a capacidade de influenciar o mundo ao nosso redor e, assim, levá-lo ao bem nos impulsiona a fazer o bem repetidamente”.

Meu Comentário: Isso é verdadeiro e simples: dê, então encontre a fonte da felicidade em si mesmo!

O Copo Meio Vazio Está Cheio

Dr. Michael LaitmanPergunta: Será que o fato de eu corrigir a minha percepção da realidade me ajuda a ter sucesso na vida e ser saudável?

Resposta: Em primeiro lugar, isso irá nos ajudar a entender a razão pela qual não temos sucesso. Esta é uma grande conquista. No entanto, o mais importante é que, corrigindo nossa percepção da realidade para a percepção correta, nós podemos mudar toda a nossa vida. É disso que trata a sabedoria da Cabalá. Ela nos ensina a descobrir a verdadeira realidade e um mundo novo. Nós não precisamos de nada mais do que isso, porque descobrimos um mundo de doação perfeita, cheio de Luz, onde não nos falta nada.

Essa correção não é feita para mudar a nossa vida corporal e nos ajudar a ganhar mais dinheiro, por exemplo, ou para melhorar a nossa saúde e nossas relações familiares, mas, na verdade, para mudar toda a realidade de um extremo ao outro. Graças à mudança de nossos atributos internos, nós também mudamos o mundo externo, porque o mundo que vemos é a marca dos nossos atributos internos.

Pergunta: Eu chego em casa e minha esposa começa a gritar comigo. O que eu devo mudar dentro de mim para que ela não grite comigo, mas me receba calorosamente?

Resposta: Nós temos que mudar nossos atributos internos. Não há mais nada que devemos mudar. Então, vamos sentir que as mesmas pessoas que nos tratavam mal antes, de repente começam a nos tratar bem. Esta é a única correção. Nós devemos deixar a Luz agir.

Pergunta: Como a minha esposa saberá que eu corrigi meus atributos internos?

Resposta: Só depende de você. Somente você determina como ela irá tratá-lo. Cada pessoa determina como ela se sente o mundo. Nós podemos sentir que estamos no mundo de Ein Sof (Infinito), a boa Luz branca, ascendendo acima do tempo e espaço, como Einstein sonhou. Nós podemos fazer isso. Só depende da mudança de nossos atributos internos, que podem ser corrigidos através de um método especial, a sabedoria da Cabalá. A sabedoria da Cabalá permite que a pessoa mude seus atributos, e, assim, ela sente que está num mundo de bondade absoluta.

Pergunta: Isso significa que nós aprendemos a prestar atenção apenas na metade cheia do copo que está meio vazio?

Resposta: Não é um exercício psicológico simples que nos permite prestar atenção nas coisas positivas e ignorar as negativas. Ao alterar os nossos atributos, nós realmente mudamos o mundo ao nosso redor. O copo meio vazio está realmente cheio!

Do Programa da Rádio Israelense 103 FM 08/02/15

O Tesouro Escondido Em Nossos Bolsos

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Última Geração”, Parte 2: …Na verdade, não há nada mais natural do que entrar em contato com o próprio criador, pois Ele criou a natureza. Na verdade, toda a criatura tem contato com o seu criador, como está escrito: “Toda a terra está cheia de Sua glória”, exceto que não sabemos ou sentimos isso.

Na verdade, aquele que é premiado com o contato com Ele alcança apenas a consciência. É como se a pessoa tivesse um tesouro em seu bolso, e não soubesse disso. Junto vem outra pessoa e permite que ela saiba o que está em seu bolso. Agora, ela realmente ficou rica.

Agora, quando ela descobre esse tesouro, sabe que tem a propriedade disso e sabe como usá-lo. Antes, ela colocava a mão no bolso e não sabia que tipo de tesouro estava em seu poder, ao passo que agora o descobre no bolso e sabe como usá-lo.

Pergunta: Portanto, que tesouro é esse que temos em nosso poder sem o nosso conhecimento sobre ele?

Resposta: Nós estamos num mundo que está oculto de nós. Nós não vemos mais do que um por cento de toda a realidade que nos rodeia. Basicamente, nós vemos apenas um pequeno mundo, comprimido, e completamente distorcido. Nós não prestamos atenção no tesouro que possuímos.

Pergunta: Será que a sabedoria da Cabalá possibilita que eu descubra esse tesouro?

Resposta: A sabedoria da Cabalá nos revela gradualmente todo o mapa, até que possamos utilizar este tesouro corretamente. Nesse meio tempo, só este mundo é revelado para nós, e nós o estamos destruindo. Portanto, como é possível revelar mais para nós? A sabedoria da Cabalá nos explica onde podemos nos desenvolver e que tipo de meta podemos alcançar.

Pergunta: E um tesouro está esperando por nós no final da estrada?

Resposta: Nós o descobrimos gradualmente. Aos poucos, nós estamos autorizados a colocar a mão no bolso e usar parte do tesouro, se soubermos como usá-lo corretamente. Se aprendermos a usá-lo corretamente com os poderes e conhecimentos que nos são dados, ele se revela diante de nós.

Do Programa da Rádio Israelense 103 FM 15/02/15

Uma Pergunta Que Conduz À Vida Eterna

Laitman_109Pergunta: Eu cresci numa aldeia, e desde então tenho estado muito conectado à natureza. Quando você olha para uma flor ou uma nuvem no céu, você vê que não há dúvidas; elas habitam em tranquilidade e bondade em seu lugar.

Você se pergunta: “Então, onde eu estou? Por que não há harmonia e beleza como essa na minha vida?” Por que os seres humanos, as criaturas mais desenvolvidas da natureza, são ao mesmo tempo as mais miseráveis?

Resposta: Quanto mais desenvolvida a criatura, mais ela sofre. As pedras sofrem? Sua força interior age para mantê-las sob essa forma, e isso é tudo. As plantas já sofrem, pois são desenvolvidas. Elas exigem chuva, sol e calor, sofrem de frio, e estão sujeitas a todos os tipos de pressões externas.

No entanto, para os animais, é ainda pior. Eles precisam fugir de coisas o tempo todo para se proteger e procurar comida constantemente. A natureza não os provê com tudo em abundância. Eles devem estar preocupados com eles mesmos.

Para o ser humano, como está escrito: “… a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele…” (Gênesis 16:12). Ele realmente depende de tudo, embora seja o mais desenvolvido de todos.

Pergunta: Mas por que a vida é tão difícil para as pessoas? Minha esposa trabalha num jardim de infância e diz que a cada ano que passa, as crianças são mais miseráveis. Suas vidas são tão difíceis como se já desde tenra idade elas sofressem, vivendo sob constante pressão, se relacionando entre si com violência, e em nenhum lugar há uma boa atmosfera, nem em casa e nem no jardim de infância. Por que vivemos sob pressão constante?

Resposta: É para nos levar à meta da criação. Nós precisamos nos fazer perguntas difíceis, viver vidas difíceis, caso contrário não a alcançamos. Isto é especialmente verdade em nossos tempos, pois no final do século XX nós chegamos a tal ponto no desenvolvimento humano sobre o qual os Cabalistas falaram: do ano 1995 em diante, a humanidade entrou no período da vinda do Messias. O Messias (Mashiach) não é uma pessoa num burro branco como muitos supõem. Pelo contrário, é uma força que atrai e nos leva ao próximo nível de desenvolvimento.

Pergunta: Essa é a meta da criação sobre a qual você falou?

Resposta: Sim, nós precisamos alcançar o estado de Adam, o nível de “Homem”.

Hoje, nós vivemos de acordo com o nível bestial e não de acordo com o nível humano, na medida em que estamos preocupados apenas com nossos corpos e como construir o nosso ninho, a nossa casa. Será que alcançamos o sentido da vida com isso? Todo o sentido da nossa existência para nós é como organizar nossas vidas, que é no que se envolvem também os animais.

Em comparação com eles, em resumo, nós somos organismos mais complexos, mas não mais do que isso. Nós não nos tornamos mais felizes que isso porque não atingimos o sentido da vida. Nós não sabemos por que nascemos, como vivemos, quem nos gere, e o que acontece depois da nossa morte.

Pergunta: A pessoa nasce para sofrer?

Resposta: Não, é exatamente o contrário! Todos os sofrimentos que nós sentimos são apenas a força da natureza nos empurrando para alcançar a totalidade, harmonia, felicidade e Luz.

Pergunta: É importante que nos perguntemos sobre o sentido da vida?

Resposta: Sim, porque durante a sua vida neste mundo, você pode sair para o nível do mundo eterno, como está escrito: “Você vai ver o seu mundo em sua vida” (Masechet Berachot 17a).

As pessoas que começam a estudar a sabedoria da Cabalá chegam a essa pergunta: “Qual é o sentido da minha vida?” A pessoa deve perguntar isso! Mesmo que tudo seja bom com ele, ela pergunta: “Então, com tudo isso, para que estou vivendo?”.

Ela quer saber por que tudo é organizado dessa forma. Ela não tem uma resposta, e não sabe como se orientar. Levantar-se pela manhã, ir trabalhar, voltar para casa à noite, e o que mais? Ela quer saber que talvez exista um objetivo mais nobre, de modo que possa justificar sua existência, porque é muito difícil dizer que eu vivo apenas para prover a minha família e que os meus filhos vivem só para isso.

Nós já nos desenvolvemos a tal estado onde devemos nos perguntar sobre o sentido da vida, e encontrar uma resposta para isso.

Do Programa da Rádio Israelense 103 FM, 18/01/15

Trabalhando Com O Nível Inanimado Da Natureza

laitman_741_02O trabalho espiritual é o cumprimento da natureza egoísta do homem, a fim de atingir a meta superior: a unidade com os outros e, por meio dela, a unidade com o Criador.

Cada nível de seus desejos pertence a isso, incluindo o nível inanimado da natureza. Esta é a razão que, se eu anseio pela conquista da meta da criação, pela revelação do meu movimento rumo ao Criador, primeiro eu preciso me concentrar em todos os meus desejos no nível inicial, no nível zero.

Eu devo me ver como um zero total e constantemente manter e me segurar a esse nível. Isso significa que eu faço uma restrição (Tzimtzum) em mim mesmo e exibo o padrão inicial.

Depois, o Criador começa a trabalhar comigo ao mudar continuamente diferentes parâmetros, condições e relações em mim, e eu devo segurar e manter este padrão.

Quando eu me mantenho por um tempo sob estas condições, eu mesmo posso começar a mudar a mim mesmo e passar para o nível vegetal, sem esperar que Ele me jogue e me balance de um lado para o outro. Ao mesmo tempo, eu devo manter as intenções certas. Agora, eu mesmo mudo as diferentes condições dentro de mim, a fim de avançar.

Em outras palavras, eu posso avançar não de acordo com a velocidade, mas de acordo com o seu derivado, a aceleração, transcendendo-me a um nível de ordem superior, que é multiplicado por dez.

O nível inanimado da natureza é o nível em que eu me mantenho totalmente focado no objetivo da criação, não importa quais parâmetros externos me influenciam. Este é o lugar onde tudo começa, como é dito, tudo cresce a partir da terra.

Uma pessoa cresce a partir da terra. Se eu não quero mais ser um egoísta nas minhas relações mútuas com o ambiente, este é o nível da natureza inanimada, porque eu me seguro a ele ao determinar a qualidade através dele. Não importa o que é feito comigo, eu me seguro a minha linha.

Meu amigo e eu, por exemplo, mantemos continuamente relacionamentos bons e imutáveis, apesar das tempestades globais humanas, tragédias familiares e as mudanças sociais que atravessamos. Além disso, essas alterações podem estar em diferentes níveis: inanimado, vegetal, animal ou falante.

Nós temos que nos segurar a isso, apesar do impacto de diferentes fatores externos que nos mantêm separados: calúnia, conspiração, e assim por diante. O amor cobre todos os nossos problemas.

Este é o nível da natureza inanimada em que nos deparamos com todas as interrupções dos níveis inanimado, vegetal, animal e falante da natureza. No entanto, apesar de todos os tipos de interrupções, nós ainda permanecemos conectados permanentemente, e, graças a elas, ascendemos e completamos o nosso trabalho no mundo de Assia.

Não é simples. A pessoa é fortemente afetada por todos os lados, mas ela sempre deve trabalhar elevando a grandeza da meta, pois, caso contrário, não será capaz de mantê-la. Os estados que ela deve enfrentar vai jogá-la de um lado para o outro.

Pergunta: Será que isso significa que eu me apresento como um zero total e digo ao Criador: “Você não pode me forçar a aceitar mais do que este nível. Eu posso tomar apenas 20%”?

Resposta: Não, eu não posso tomar nada. A terra não aceita nada, exceto no caso em que algo deve crescer a partir dela. Este já é o próximo nível, o nível vegetal, que pertence a terra.

Aqui, nós estamos diante de um dilema. Será que eu corrijo a terra para que ela produza o nível vegetal, ou será que eu quero trabalhar no nível vegetal, e, portanto, uso a terra?

Eu estou no mundo de Assia usando o mundo de Yetzira em prol do mundo de Assia, ou no mundo de Yetzira usando o mundo de Assia, a fim de subir acima dele. Baal HaSulam fala sobre isso na Introdução ao Livro do Zohar.

Esse é o nosso trabalho com a terra, com o nível inanimado da natureza.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 16/07/14

Tudo Começa A Partir Da Terra

laitman_740_01As leis do comportamento de uma pessoa são examinadas na Torá sob a condição de sua correta integração na natureza geral. Afinal, uma pessoa não é subordinada à natureza, ela tem livre arbítrio. Suas hesitações trazem desequilíbrio não só na sociedade, mas também na natureza que a rodeia.

Visto que a sociedade humana é a parte mais importante da natureza, o comportamento impróprio de uma pessoa afeta a natureza por perturbar o foco e o significado de sua evolução.

Esta é a razão da Torá nos dar as principais leis de comportamento adequado da sociedade humana, graças ao qual ela deve estar integrada harmoniosamente com o ambiente que a rodeia: a natureza inanimada, vegetal e animal. Esta é a única maneira do sistema poder atingir o estado final que inicialmente foi planejado.

O desejo humano é feito de quatro níveis do ego. Sua correção é chamada “trabalhar com a natureza inanimada, vegetal, animal e humana” numa pessoa. Por conseguinte, o trabalho inicial é se relacionar adequadamente com o nível da natureza inanimada.

O nível da natureza inanimada é caracterizado por trabalhar com a categoria da terra, porque até mesmo o nome Adão deriva da palavra hebraica “Adama – Terra”. Tudo decorre da terra.

Quando uma pessoa trabalha neste nível, ela deve incluir tudo o resto nela, porque os quatro níveis em nós não operam por si mesmos, mas apenas em relação mútua com os outros, assim como toda a natureza. Portanto, quando nós trabalhamos até mesmo no nível mais baixo com a terra, nós também operamos os níveis vegetal, animal e falante em nós.

Baal HaSulam nos fala sobre isso na Introdução ao Livro do Zohar, enfatizando que mesmo no mundo de Assia, que é o nível da natureza inanimada em si, nós realizamos ações ao atrair todos os outros tipos de Luz.

Não é só a Luz de Nefesh , mas também as luzes de Ruach, Neshamah, Haya e Yechida que estão vestidas no mundo da Assia, mas apenas temporariamente. Somente a Luz de Nefesh atua permanentemente no nível do mundo de Assia, o nível da natureza inanimada.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 16/07/14

Como Um Feixe De Juncos – Sinos Misturados, Parte 4

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes HojeMichael Laitman, Ph.D.

Capítulo 7: Sinos Misturados

Ser Judeu, ou Não Ser Judeu, Eis a Questão!

A Terra De Possibilidades Ilimitadas

Uma vez impregnado como uma força principal na Alemanha, o Judaísmo Reformista espalhou-se para os Estados Unidos, Hungria e alguns países da Europa Ocidental. Este foi o resultado da emancipação da Judiaria Alemã. [i] Um processo semelhante de dispersão ocorreu com o Judaísmo Conservador, [ii] e as duas denominações se tornaram as forças religiosas predominantes na Judiaria dos Estados Unidos em meados dos anos 1800.

Em Resposta à Modernidade: Uma História do Movimento do Reformismo no Judaísmo, o Professor Michael A. Meyer do Hebrew Union College escreve que o Judaísmo Reformista na Alemanha constantemente teve que se defender do estabelecimento Ortodoxo impregnado e da intervenção governamental; estes impedimentos não existiam nos EUA. “Verdadeiramente, individual e coletivamente, os Americanos não eram inteiramente livres do preconceito”, Meyer acrescenta, “mas nos Estados Unidos não havia controle governamental sobre a religião, nenhuma igreja conservadora estabelecida para definir o padrão da vida religiosa”. [iii]

Assim, o Judaísmo Reformista e Conservador encontra na América uma terra de possibilidades ilimitadas. A mentalidade da amalgamação com a sociedade anfitriã, predominantemente Cristã, finalmente encontrou solo fértil no qual crescer. De acordo com o Prof. Meyer, “Judeus Alemães nunca conseguiram sentir que eram realmente parceiros em moldar o destino da nação com a qual eles tanto se identificaram. Os Estados Unidos eram diferentes neste respeito também. Como todas as principais nações Europeias, os EUA tinham achado seu próprio sentido profundo de missão, mas essa missão repousava sobre um destino não só não concretizado, mas sequer totalmente determinado. Na América, os Judeus Reformistas podiam sentir que seu próprio conceito de missão podia ser cozido num sentido de propósito nacional rudimentar ainda maior”. [iv]

Certamente, com a óbvia exceção de Israel, a contribuição dos Judeus para a formação de uma nação nunca foi mais substancial do que foi, e ainda é nos Estados Unidos. Seja na economia, entretenimento, educação, política ou qualquer outro aspecto da vida Americana, os Judeus desempenham um papel principal, se não condutor.

Nunca em toda a história estiveram os Judeus numa posição melhor para concretizar o papel para o qual foram escolhidos. Eles estão inseridos em cada canto da vida pública Americana e impregnados nos meios que determinam o discurso público e a opinião pública. Considerando a predominância da cultura Americana mundialmente, os Judeus conseguem agora afetar mudanças que impactarão o mundo inteiro.

Colocando-o diferentemente, apesar do antagonismo para com os Estados Unidos vindo de outras nações poderosas, a cultura global – e desta forma os padrões sociais – são ainda predominantemente Americanos. Os filmes dominantes vêm da América, a música pop vem principalmente da América, os principais canais de notícias vêm da América, e a Internet é dominada por empresas Americanas tais como a Google, Facebook, Microsoft, e Apple. Neste sentido, a América é para o mundo o que Nova Iorque é para a América – se você tiver sucesso lá, terá em qualquer lugar.

Os Judeus Americanos, desta forma, carregam uma responsabilidade maior por oferecer o que devem que qualquer outra Judiaria, talvez excluindo a do estado de Israel. Se a Judiaria Americana se unir e projetar os valores da garantia mútua, o resto da sociedade Americana seguirá. Hoje, muitos Americanos não compreendem que os princípios sobre os quais o Sonho Americano foi formado já não são verdadeiros. O egoísmo feroz e um sentido excessivo de benefício pessoal consumiram tudo o que era bom sobre a liberdade de dizer o que se pensa, iniciar, trabalhar duro e ter sucesso e viver pela sua fé.

Há tanta violência, desconfiança, competição e exploração na sociedade americana que a menos que uma grande mudança ocorra muito em breve, a sociedade vai implodir. E se isso acontecer, os Judeus, como sempre, serão tidos como culpados. Argumentos sobre a contribuição Judaica para a ciência, cultura e economia serão refutados, e os Judeus serão os óbvios malfeitores aos olhos de todos. Antissemitismo que sempre esteve latente durante várias gerações emergirá, e a repetição dos horrores da Alemanha Nazista não podem ser descartados.

Como vimos no decorrer deste livro, Judeus e não-Judeus em semelhança são profundamente conscientes de que os Judeus são essencialmente uma força de ação, uma unidade construída para uma missão muito específica. Em 1976, a Conferência Central de Rabinos Americanos (CCAR) adotou uma plataforma que era intitulada, “Judaísmo Reformista: Uma Perspectiva Centenária”. Nessa plataforma a conferência anunciava, “Aprendemos que a sobrevivência do povo Judeu é a mais alta prioridade e que ao levar a cabo nossas responsabilidades Judaicas, ajudamos a mover a humanidade para sua realização messiânica”. [v]

Certamente, atualmente o povo Judeu é a única nação na qual a coesão e subsequente revelação, realização e aquisição da qualidade do Criador, a qualidade da doação, são possíveis. Nossa “realização messiânica”, estejam as delegações da conferência conscientes disso ou não, é para que todas as nações obtenham as qualidades mencionadas acima e desfrutem de seus benefícios. Até que concretizemos nosso papel, o mundo continuará a nos culpar de cada adversidade e apuro que cai sobre ele. E quanto mais evitarmos nossa missão, mais duramente eles nos forçarão de volta a ela.

O profeta Jonas deve ser um lembrete para cada Judeu que nossa vocação está pré- ordenada e não é negociável. Nós podemos segui-la voluntariamente e colher seus benefícios, ou segui-la involuntariamente e colher as punições do mundo, como a história provou tantas vezes.

Num espírito muito disposto, a seção final da plataforma é adequadamente intitulada, “Esperança: Nossa Obrigação Judaica”, Nessa secção, a CCAR assume um compromisso soberano (ênfases são do editor): “…nosso povo sempre recusou desesperar. Os sobreviventes do Holocausto, sendo agraciados com a vida, seguravam-na, nutriam-na, e, se elevando acima da catástrofe, demonstraram à humanidade que o espírito humano é indominável. O Estado de Israel … demonstra o que um povo unido consegue concretizar na história. A existência do Judeu é um argumento contra o desespero; a sobrevivência Judaica é uma garantia para a esperança humana.

“Nós permanecemos testemunhas de Deus de que a história não é sem sentido. Nós afirmamos que com a ajuda de Deus as pessoas não são impotentes para afetar seu destino. Nós nos dedicamos a nós mesmos, como fizeram as gerações de Judeus que vieram antes de nós, de trabalhar e esperar esse dia em que ‘Eles não magoarão ou destruirão de todo Minha montanha sagrada, pois a terra estará cheia do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar”. [vi]

Certamente, a história, especialmente a história Judaica, não é sem sentido. Ela tem um propósito educativo: ensinar-nos nosso papel na vida e nos mostrar o caminho certo a partir do caminho errado, o caminho doce a partir do doloroso. Todavia, é nossa escolha que caminho nós queremos seguir.

Na sua “Introdução ao Livro do Zohar”, o Cabalista do século XX, Baal HaSulam, se refere especificamente ao papel do povo Judeu deste tempo: “Tenha em mente que em tudo há interioridade e exterioridade. No mundo em geral, Israel, os descendentes de Abraão, Isaac e Jacob, são considerados a interioridade do mundo [mais próximos ao Criador], e as setenta nações [o resto das nações] são consideradas a exterioridade do mundo. …Também, há interioridade em cada pessoa de Israel – o Israel interno – que é o ponto no coração [desejo pelo Criador, pela doação] e há a exterioridade – as Nações interiores do Mundo [todos os outros desejos]…

“Quando uma pessoa de Israel aumenta e dignifica a sua interioridade, que é Israel nessa pessoa, sobre a exterioridade, que são as Nações do Mundo nela… ao fazer isso, ela faz os filhos de Israel pairar acima em interioridade, e a exterioridade do mundo também. Então as nações do mundo… reconhecem e admitem o valor dos filhos de Israel”.

“E se, Deus proíba, for ao contrário, e um indivíduo de Israel aumenta e valoriza a sua exterioridade, que são as nações do mundo nele, mais que a Israel interior nele, como está escrito (Deuteronômio 28), ‘O estranho que está no meio de vós’. Isto é, a exterioridade nessa pessoa sobe e paira, e você mesmo, a interioridade, o Israel em si, se afunda? Com estas ações, se causa a exterioridade do mundo em geral – as nações do mundo – a pairarem cada vez mais alto e superarem Israel, os degradando até ao chão, e os filhos de Israel, a interioridade do mundo, a mergulhar no fundo”.

“Não se surpreenda que as ações de uma pessoa tragam elevação ou declínio ao mundo inteiro, pois é uma lei inquebrável que o geral e o particular são tão idênticos como duas ervilhas numa vagem. E tudo o que se aplica ao geral, se aplica ao particular, também. Além do mais, as partes perfazem o qu e se encontra no todo, pois o geral pode aparecer somente após a aparição das partes nele, correspondendo à quantidade e qualidade das partes. Evidentemente, o valor de uma ação de uma parte eleva ou declina o todo inteiro”. [vii]

Além do mais, continua Baal HaSulam, “Quando a pessoa aumenta o trabalho na interioridade da Torá e seus segredos [esforço para alcançar o Criador], nessa medida a pessoa faz a virtude da interioridade do mundo – que é Israel – pairar alto acima da exterioridade do mundo, que é as Nações do Mundo. E todas as nações reconhecerão e admitirão o mérito de Israel sobre elas, até à realização das palavras, ‘E o povo os tomará, e os trará ao seu lugar: e a casa de Israel os possuirá na terra do Senhor’ (Isaías 14, 2), e também ‘Assim disse o Senhor Deus, Veja, Eu levantarei minha mão para as nações, e definirei meus padrões aos povos: e elas vos trarão vossos filhos nos seus braços, e vossas filhas serão transportadas nos seus ombros’ (Isaías 49:22)”.

“Mas se, Deus proíba, for o contrário, e a pessoa de Israel degrada a virtude da interioridade da Torá e seus segredos, que lida com a conduta de nossas almas e seus graus [realização do Criador e a transmissão dessa realização] … [as nações] humilharão e desgraçarão os filhos de Israel, e considerarão Israel como supérflua, como se o mundo não tivesse necessidade deles”.[viii]

Quando isso acontece, acrescenta ele, “a exterioridade do mundo inteiro, sendo as Nações do Mundo, se intensifica e revoga os Filhos de Israel – a interioridade do mundo. Em tal geração, todos os destruidores do Mundo levantam suas cabeças e desejam principalmente destruir e matar os Filhos de Israel, como está escrito (Yevamot 63), ‘Nenhuma calamidade vem ao mundo senão por Israel’. Isto significa que, como está escrito acima nas correções, que eles causam pobreza, ruína, roubo, assassínio e destruição do mundo inteiro.” [ix]

Em conclusão, se levarmos a cabo nosso papel e passarmos a luz da benevolência ao mundo, a qualidade do Criador, a interioridade de que Baal HaSulam fala, então “a interioridade das Nações do Mundo, os Justos das Nações do Mundo, dominarão e submeterão sua exterioridade, que são os destruidores. E a interioridade do mundo, também, que é Israel, subirá no seu mérito e virtude sobre a exterioridade do mundo, que são as nações. Então todas as nações do mundo reconhecerão e admitirão o mérito de Israel sobre elas.

“E eles seguirão as palavras (Isaías 14:2), ‘E as pessoas os tomarão, e os trarão ao seu lugar: e a casa de Israel os possuirá na terra do Senhor”. E também (Isaías 49:22), “E eles trarão vossos filhos nos seus braços, e vossas filhas serão carregadas nos seus ombros”. [x] (Repetição das citações está no texto original.)

Pode parecer uma tarefa robusta para um número tão pequeno de pessoas fazer uma diferença tão grande no mundo, mas, na verdade, o sucesso ou falha de nossos esforços depende apenas de uma coisa – nossa unidade. Portanto, para nos lembrarmos do papel supremo que a unidade desempenha no nosso sucesso como nação e no sucesso de nossa missão, o próximo capítulo será dedicado às palavras de nossos sábios durante as eras, como eles descrevem seus pensamentos sobre união. Posteriomente, examinaremos o meio pelo qual podemos alcançar essa união.

[I] Assimilação e Comunidade: Os Judeus na Europa do Século XIX, Ed: Jonathan Frankel, Steven J. Zipperstein, 12.

[ii] “Judaísmo Conservador,” The Encyclopaedia Britannica , url: http://www.britannica.com/EBchecked/topic/133461/Conservative-Judaism

[iii] Michael A. Meyer, Resposta à Modernidade: A História do Movimento da Reforma do Judaísmo (Detroit, EUA: Wayne State University Press, 1995), 226.

[iv] Meyer, Resposta à Modernidade: A História do Movimento de Reforma no judaísmo , 227.

[v] Reforma no Judaísmo: Uma Perspectiva Centenária, adotada em San Francisco – 1976 (27 de outubro de 2004), url: http://ccarnet.org/rabbis-speak/platforms/reform-judaism-centenary-perspective/

[vi] ibid.

[vii] Rav Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos do Baal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar” (Instituto de Pesquisa Ashlag, Israel, 2009), 450-453.

[viii] ibid.

[ix] ibid.

[x] ibid.