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Como Um Feixe De Juncos – Sinos Misturados, Parte 1

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 7: Sinos Misturados

Ser Judeu, ou Não Ser Judeu, Eis a Questão!

Uma das mais importantes orações em Yom Kipur (Dia do Perdão) é conhecida como o Maftir Yoná (Jonas) [i], durante a qual o livro inteiro de Jonas é lido. A história do profeta Jonas simboliza mais do que qualquer coisa a ambivalência que o nosso povo sente para com o seu papel no mundo.

Reconhecidamente, não é uma tarefa agradável ser um eterno estraga-prazeres. Até mesmo dentro da nossa própria nação, os profetas raramente tinham uma vida fácil ou eram tratados com gratidão por nos salvarem da calamidade e aflição. Todavia, os profetas sempre levaram a cabo suas tarefas. Eles eram impelidos a fazer pelo pavor do tormento que inversamente cairia sob seus confiantes irmãos, então eles não podiam ficar quietos.

Jonas tentou evitar ao máximo a sua missão. Ele escondeu sua identidade como hebreu e entrou a bordo de um navio que velejou para Tarshish, longe de Nínive, onde o Criador lhe havia dito para profetizar. Mas como sabemos, o Criador o encontrou no navio e os marinheiros descobriram sua identidade e o jogaram ao mar, onde ele foi atormentado nas entranhas de um peixe. Finalmente, ele se arrependeu (orando das entranhas do peixe), foi para Nínive e profetizou. Graças ao arrependimento de Jonas, os residentes de Nínive aprenderam sobre a correção exigida deles, a executaram, a cidade foi poupada e seu povo foi perdoado.

Curiosamente, Nínive não era uma cidade hebraica. Ela era a cidade mais populosa no Império Assírio e um eixo de comércio próspero. Todavia, o Senhor ordenou Jonas a profetizar para eles para que melhorassem suas maneiras e evitassem a aflição. Isto, novamente, indica o caminho da correção e que a realização do Criador não era destinada somente aos judeus, mas a toda a humanidade. Quão simbólico é que leiamos esta história no dia mais judaico do ano – Yom Kipur, O Dia do Perdão.

Assim, a história de Jonas resume o dilema do povo Judeu durante as gerações. Por um lado, nós somos o povo escolhido, destinado a mostrar o caminho para a luz a todas as nações. Por outro lado, insistente e infrutuosamente tentamos evitar o nosso destino porque a mensagem de responsabilidade mútua e união é desagradável ao ego do ouvinte, uma vez que todos nós nascemos egocêntricos e queremos permanecer dessa maneira.

Quando os judeus regressaram do exílio na Babilônia para construir o Segundo Templo, aqueles que ficaram para trás se assimilaram tanto entre suas nações anfitriãs que desapareceram inteiramente. A Enciclopédia Judaica [ii] escreve que assim que foram libertados do cativeiro na Babilônia, os judeus gradualmente se espalharam para a Síria, Egito e Grécia – principalmente como escravos, mas algo desadequados, de modo não tiveram problemas em serem resgatados e libertados.

“Além do mais”, informa A Enciclopédia Judaica, “devido à solidariedade próxima, que é uns dos traços duradouros da raça judaica, eles não tiveram dificuldade em encontrar correligionários dispostos a pagar a quantia de seu resgate”. [iii] Contudo, continua a enciclopédia, “Os judeus então libertos, em vez de regressarem à Palestina, frequentemente permaneceram na terra de sua anterior escravidão, e lá, em conjunto com seus irmãos de fé, estabeleceram comunidades. De acordo com o antigo testemunho de Filo (Legatio ad Caium, §23), a comunidade judaica em Roma devia sua origem aos prisioneiros de guerra libertos”. [iv] De Roma, os judeus continuaram a se espalhar pelo resto da Europa.

Uma vez libertada da Babilônia, contudo, a minoria dos hebreus regressou à Terra de Israel, e seus descendentes são o que hoje conhecemos como “o povo Judeu”. Depois da ruína do Segundo Templo, eles desejaram se igualar. Todavia, ao contrário de seus irmãos anteriores, os judeus que foram exilados de Jerusalém e da Judeia nunca lhes foi permitido pelas nações se misturarem até o ponto do desaparecimento. Tivesse isso acontecido, o propósito para o qual os judeus existem, nomeadamente a revelação do Criador ao resto das nações, teria sido derrotado.

Certamente, quando tentamos nos misturar e assimilar, somos sempre lembrados de nossa herança e ou duramente conduzidos de volta ao judaísmo, ou permanecemos como exilados nas nossas novas religiões. Hoje, muitos judeus ainda tentam assimilar nas suas culturas anfitriãs, mas por todo o sucesso aparente em alguns países, a história demonstra que isso nunca teve sucesso, e a tarefa Judaica manda que nunca tenha.

Exemplos particularmente notáveis de assimilação e rejeição judaica ocorreram na Espanha dos séculos XIV e XV, e na Alemanha, antes e durante a 2ª Guerra Mundial e o Holocausto, resultando no extermínio de virtualmente toda a população judaica europeia. Embora muito tenha sido dito e escrito sobre essas duas épocas da história judaica, é vantajoso notar algumas similaridades que podem apontar para uma tendência repetitiva que podemos usar como augúrio. Nós falaremos desses dois períodos um de cada vez, e concluiremos com reflexões sobre a população judaica mais proeminente fora de Israel – a dos Estados Unidos.

[i] A leitura da haftarah (despedida) segue a leitura da Torá a cada Shabat e nos feriados judaicos e dias de jejum. O leitor da haftarah é chamado de maftir.

[ii] “Diaspora”, Encyclopedia Judaica, url: http://www.jewishencyclopedia.com/articles/5169-diaspora.

[iii] ibid.

[iv] ibid.

As Partículas Mais Próximas Da Imensa Alma

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é preferível, desenvolver cada amigo individualmente ou ampliar a imagem do grupo ideal?

Resposta: Também é necessário desenvolver cada amigo. Mas se você tem um grupo grande, isso pode ser complicado, porque você conhece alguns e outros não. Não importa. A sua participação na obra comum geral já atesta que você os aceita como as pessoas mais próximas a você.

Imagine que cada pessoa sentada aqui, homens e mulheres, são as partículas mais próximas na imensa alma coletiva; portanto, nós nos reunimos dessa forma. Eu sou do nível anterior, vocês são do próximo nível, mas todos nós estamos conectados. Imagine todas as gerações e encarnações, uma imensa alma, bilhões e bilhões de partículas.

Afinal, cada um de nós está mudando rapidamente a cada segundo. E cada vez nós somos uma nova pessoa com uma nova alma. O corpo permanece o mesmo, enquanto que internamente nós passamos por estados muito mais rápido do que um elétron orbita um átomo. Cada estado é novo.

De todos os estados, de todas as almas, os bilhões de partículas que existem em todas as gerações, nós temos um ao outro: o mais próximo. Isso é o que nós precisamos pensar sobre o grupo e é assim que nos relacionamos com os amigos.

Da Lição Diária de Cabalá 17/04/14, Perguntas e Respostas com o Dr. Laitman

A Vida Com A Segunda, Terceira E DécimaTentantiva

Dr. Michael LaitmanPergunta: Onde está localizada a nossa alma? Há inclusive experiências onde eles tentam determinar o peso da alma em gramas.

Resposta: Isso é completamente inútil. A alma não tem peso no mundo corpóreo. Imagine que um momento atrás você não queria beber e agora, de repente, você quer água;ou seja, um novo desejo apareceu para você. É possível ponderar isso? Onde esse desejo está localizado em você? Você não pode dizer. A alma é também um desejo; um desejo de atingir a força superior, esse mesmo plano externo que gera o nosso mundo, o sistema que nos rodeia.

A alma é chamada de desejo de alcançar o sentido em nossa vida, o objetivo da nossa vida. Se tal desejo aparece numa pessoa, ela começa a sentir que sua alma precisa se desenvolver; obriga-a a aprender como alcançá-la.

Pergunta: Se eu consigo desenvolver a alma enquanto estou vivo neste mundo, isso é um sinal de que a minha vida foi bem-sucedida? E se eu não conseguir, eu voltarei a este mundo mais uma vez?

Resposta: Sim, você vai voltar e passar por novas vidas até que a alma seja desenvolvida dentro de você. Mas, na nossa época, nós temos a oportunidade de acelerar o nosso desenvolvimento, e não precisaremos de outras encarnações. Nós já vivemos o suficiente neste mundo, cada um de nós.

Do Programa na Radio Israelense 103 FM, 01/02/15

Onde Se Encontra O Mundo Espiritual?

Dr. Michael LaitmanO mundo espiritual está bem aqui, mas visto que você não tem uma alma, você não o vê. Se você não tivesse se desenvolvido a partir de uma gota de sêmen, você também não sentiria este mundo.

Mas como o seu corpo se desenvolve a partir deste sêmen, você sente este mundo através dele. A mesma coisa acontece com a alma; ela também tem um pai e uma mãe.

Pergunta: Que tipo de conexão existe entre a minha alma e meus parentes: pai, mãe e irmãos?

Resposta: Em todo o sistema geral de uma alma única há partes que estão mais perto de mim e mais longe de mim. A proximidade ou distância no mundo espiritual vem disso. Não é por acaso que, especificamente, essas pessoas se tornam meus pais, e não outras. Não é por acaso que eu me caso com essa mulher especificamente e tenho especificamente estes filhos.

Tudo isso deriva do sistema geral, que já foi sido criado e estabilizado. Sabe-se desde o início o que vai estar comigo; eu só descubro isso por mim mesmo. Mas todos esses eventos já existem em potencial, como forças potenciais.

Do Programa na Radio Israelense 103 FM, 01/02/15