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Da Quantidade À Qualidade

Laitman_931-01A Luz e o Sol: “E a resposta principal é se unir com todos com amor e um só coração, adorar o Senhor e se juntar a um esforço. Assim, o mundo do arrependimento desperta e o mundo da misericórdia e o mundo do desejo”.

Nós revelamos tudo apenas de acordo com nosso vaso, porque não sentimos nada fora do nosso desejo. Portanto, quanto mais complexo for o desejo – mas, ao mesmo tempo, mais unido ele for – maiores discernimentos nós podemos ter, quer na intensidade da Luz com na qualidade da Luz.

Portanto, mós devemos tentar ser heróis em qualidade e heróis em quantidade, simultaneamente. Um herói na qualidade é o resultado da quantidade. No início, cada estado cresce em quantidade e só então se eleva a um nível superior e une muitos indivíduos que sobem do nível inferior num todo, num indivíduo no nível superior.

Assim, o trabalho é primeiro em quantidade e, depois, se transforma em qualidade. É dito que não há um homem mais sábio do que o experiente, o que significa que depois de uma grande quantidade de ações vem a sabedoria, o entendimento dessas ações e a conexão entre elas.

Esta é a razão pela qual devemos nos esforçar, tanto quanto pudermos. Você deve fazer tudo o que está em seu poder, e o sentimento a mente vêm disso. É porque certa Luz chega para cada esforço mecânico, mesmo que ela seja muito simples, e, no final, nos leva ao sentimento e percepção da nova realidade.

É verdade que nós devemos unir nossos corações, desejos e intenções, mas nunca fazemos isso. Nós sempre fazemos apenas a metade do valor de um shekel, e o Criador completa o resto do trabalho para nós, como se diz, “O Senhor irá completar o trabalho para mim”.

Nós só dizemos que eu devo unir os corações, mas é claro que eu não posso fazer nada, mas descobrir e esclarecer a deficiência correta. Se eu encontro a deficiência certa – que se chama elevar uma oração, MAN, investir a metade shekel que sou obrigado a investir – isso é chamado de sacrifício (Korban); em outras palavras, eu fico mais perto do Criador [Karov com a mesma raiz em hebraico], e a segunda metade sempre vem de cima.

Então, nós nos tornamos parceiros. Eu invisto a deficiência, e o Criador executa a ação em corrigir e preenchê-la.

Da Lição Diária de Cabalá 25/05/14

Desenhar Um Mundo Bom Para Si

Laitman_715Pergunta: Será que nós podemos mudar o roteiro da nossa vida, como num filme?

Resposta: Isso é exatamente o que a sabedoria da Cabalá recomenda que podemos fazer para nos tornarmos o diretor do filme da nossa vida. Vamos mudar a realidade que sentimos por nossas mudanças internas.

Se quisermos subir a outro nível de percepção da realidade, nós temos que corrigir os nossos desejos, nos corrigir e modificar, devemos começar a atrair a bondade e melhorar a nós mesmos do ego impuro e do ódio para com os outros. Nós vamos ser capazes de ver um mundo diferente na medida em que pudermos melhorar nossos atributos.

Isso não significa que devemos simplesmente nos tornar mais amigáveis e gentis com aqueles que nos rodeiam. A sabedoria da Cabalá não nos ensina a ser gentis com os nossos próximos, mas sim nos ensina a executar uma mudança séria em nossa natureza. Nós não precisamos mudar nada à nossa volta, mas somente a nós mesmos. Nós mudamos o mundo, a percepção da nossa realidade, através das nossas mudanças internas. Nós começamos a ver que toda a realidade é a Luz Superior que preenche a criação. Não há nada, exceto a Luz Superior, mas cada um de nós vê a imagem que  desenhou com seus atributos nela. Isso significa que nós desenhamos o nosso mundo por nós mesmos.

Do Programa da Rádio Israelense 103FM 08/02/15

Escrutínio Do Coração

Laitman_509M. Weisman, “Midrash Sefer“, Capítulo 96: A fumaça do fogo que foi aceso pelos sacerdotes subiu ao altar na forma de uma coluna vertical e não havia vento que pudesse influenciá-la.

A subida da fumaça (Auchan) é a subida das esperanças de uma pessoa ao Criador. A fumaça se refere ao conceito espiritual de mundo, ano e alma (Olam, Shana, Nefesh). Uma pessoa une todas as ações dentro dela e realiza uma correção completa do desejo mais cruel e humilde que inclui todos os desejos que estão acima dela.

Então a fumaça sobe como resultado dessas ações e une o mundo (Olam), ano (Shana), e alma (Nefesh).

É por essa ação que a maioria dos desejos egoístas escondidos e tortuosos de uma pessoa é esclarecida, o que a pessoa previamente escondia em seu inconsciente e agora traz para fora, a fim de ser corrigido. O seu controle é de acordo com o resultado da sua queima, de acordo com a fumaça.

Se a fumaça sobe verticalmente, isso significa que o escrutínio foi feito com sinceridade e que as intenções de uma pessoa são claramente focadas na doação. Se não for assim, isso significa que ainda não somos sinceros no escrutínio dos nossos desejos egoístas e ainda estamos sob certas influências externas.

Não devemos associar as descrições de fogo com o nosso mundo e imaginar quaisquer imagens corpóreas. Quando entramos na história da Torá, a descrição corporal deve ser transformada corretamente num sentimento interno.

Só assim é possível ser incorporado na história e começar a se identificar com o que está acontecendo, para nos sentir tanto como um objeto que executa essas ações e como um objeto em que essas ações estão sendo realizadas.

É então que a pessoa começa a entender que toda a Torá está dentro dela e ela executa-a para se unir com as ações que estão descritas na Torá. Ela se corrige com a ajuda da Torá.

Isto significa que a pessoa executa uma ação espiritual; ela cumpre as instruções de transformar o seu ego no estado de amor e doação.

A força interna chamada Torá a ajuda a executar a ação em si mesma e, assim, ela se assemelha a Torá. Ela entra nela e começa a mudar todos os seus desejos e intenções, e, como resultado, torna-se semelhante à Torá.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 12/06/13

Agir Como Se Eu Amasse

laitman_938_02Pergunta: Eu não tenho quaisquer sentimentos positivos em relação ao grupo e os amigos, uma vez que isso é apenas fingimento, uma mentira! O que eu devo fazer?

Resposta: Certamente é fingimento e mentira. Afinal todos nós estamos inicialmente apenas na nossa natureza de “receber” e é isso que determina nossas ações. Há pessoas, especialmente os políticos, que conseguem fingir e agir como se estivessem preocupadas com os outros, mas uma pessoa que não suporta mentiras não pode agir como se ela fosse “boa”. Ela expressa o que realmente sente.

A sabedoria da Cabalá, no entanto, não chama isso de mentira, mas de agir! Você deve agir como alguém que ama, e só no que diz respeito aos amigos, e não mentir para eles, mas para si mesmo, a fim de alcançar a meta, a fim de servir de exemplo de modo que os amigos também agirão como bondosos e amorosos diante de você. Como resultado, o hábito de agir torna-se uma segunda natureza em ambos os sentidos, apesar do comportamento fictício, porque a pessoa começa a atrair a Luz de Retorno.

Os Servos Da Nação

laitman_937De acordo com o Livro do Zohar todos devem revelar uma ação abaixo. Portanto Aarão executou uma ação abaixo, sete dias de santidade, durante a qual não saiu da Tenda da Congregação, e depois, ele ofereceu um sacrifício no oitavo dia, a fim de invocar a ação de cima, através da qual a unidade geral é revelada. Assim, todos os mundos que o sacerdote (Cohen) desperta recebem a bênção, e o próprio sacerdote é preenchido pela totalidade, conforme necessário.

Trata-se da necessidade de Aarão de doar (o completo atributo de doação) ao povo (os outros atributos) como a um grupo, que, ao se reunir, afeta a força que está acima dele, já que Aarão não pode influenciá-lo.

Ele tem que executar uma ação abaixo para unir o povo e, assim, eles influenciam a força superior. Então, a força superior pode influenciar Aarão ainda mais para que ele possa unir a nação ainda mais forte e, assim, eles influenciam a força superior ainda mais. Este é um ciclo contínuo.

Acontece que Aarão e a nação dependem uns dos outros. A força superior responde ao pedido da nação, ao seu pedido, a sua oração (a oração de muitos).
Aarão só pode ser um professor e elevar a oração da nação, mas a nação o opera. É graças à nação que Aarão recebe elevação espiritual e todos os outros sobem através dele, por sua vez.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 18/12/13

Como Um Feixe De Juncos — A Nação Em Missão, Parte 3

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 4: Uma Nação Em Missão

O Papel do Povo Judeu

O Legado dos Judeus

Os judeus que permaneceram na Babilônia após a ruína do Primeiro Templo desenvolveram uma florescente comunidade que se espalhou por todo o Império Persa. Mais tarde, quando o Segundo Templo foi arruinado e os romanos conquistaram a terra de Israel, o povo judeu perdeu a sua soberania sobre a terra.

Mas a conquista do povo judeu introduziu ao mundo dois princípios que se tornariam a base das três predominantes, apropriadamente chamadas, religiões “abraâmicas”: “Ama teu próximo como a ti mesmo”, e o “monoteísmo”, ou seja, que há apenas um único Deus, uma força que rege o mundo. Essas noções são fundamentais para o sucesso da correção da humanidade, porque quando entendidas corretamente, a primeira define o modo pelo qual alcançaremos a correção – através do amor ao próximo, e não parentescos, mas nossos próximos, ou seja, estranhos. A última define a essência da nossa realização assim que estivermos corrigidos: a força singular da realidade.

Por conseguinte, o Professor T.R. Glover da Universidade de Cambridge escreveu em O Mundo Antigo, “É estranho que as religiões vivas do mundo sejam edificadas sobre ideias religiosas derivadas dos judeus”. [i] Da mesma forma, Herman Rauschning, um Revolucionário Alemão Conservador que brevemente se juntou aos nazistas antes de romper com eles, escreveu em A Besta do Abismo: “O judaísmo, independentemente… é um componente inalienável da nossa civilização Cristã Ocidental, o eterno ‘chamado ao Sinai’ contra o qual a humanidade novamente se revolta”. [ii]

O exílio do povo judeu da Terra de Israel foi um longo processo pelo qual os judeus, e desta forma os valores Judaicos, foram gradualmente absorvidos pelas suas nações anfitriãs. Yosef Ben Matityahu, melhor conhecido como Josefus Flavius, o historiador judaico-romano, descreve a expulsão dos judeus pelos romanos no princípio do exílio. Em “As Guerras dos Judeus”, Flavius escreve, “E como ele se recordou que a décima legião havia aberto caminho aos judeus, sob Cestius seu general, ele os expulsou de toda a Síria, pois eles se haviam rendido anteriormente em Rafania, e os mandou embora para um lugar chamado Meletina, perto de Eufrates, que é nos limites da Arménia e Capadócia”. [iii]

No Capítulo 3, Flavius elabora, “Pois enquanto a nação judaica está amplamente dispersa por toda a terra habitada entre seus habitantes, também está ela muito misturada com a Síria, pela razão de sua vizinhança e tiveram as grandes multidões em Antioquia pela razão da maior cidade, onde os reis, depois de Antíoco, os acolheram numa habitação com a maior tranquilidade sem incÔmodos”. [iv]

Hoje, narra o autor Yaakov (Jacó) Leschzinsky em A Dispersão Judaica, que os judeus se espalharam pelo mundo todo e num ritmo surpreendente, “Quando esquadrinhamos a diáspora judaica pelo globo inteiro e por todo mundo civilizado”, escreve ele, “ficamos surpresos ao ver que esta nação, que é a mais antiga no mundo, é na verdade a mais jovem em termos da terra sob seus pés e o céu sobre sua cabeça. Devido às intermináveis perseguições e expulsões forçadas, a maioria dos judeus é nada mais que recentes novatos às suas respectivas terras de residência. Noventa por cento das pessoas judias não viveram nos seus lares mais que cinquenta a sessenta anos! (Os judeus) estão dispersos em mais de 100 terras em todos os cinco continentes”. [v]

Curiosamente, sua mistura com outras nações é precisamente o que foi necessário para completar as correções de Moisés. Embora seja verdade que, embora Israel esteja separado das outras nações, os princípios mencionados anteriormente no coração do judaísmo não puderam ser tingidos, é também verdade que os judeus tinham muito a ganhar com seu exílio entre as nações. É por isso que o Livro dos Salmos (106:35) nos conta que os judeus foram exilados para “Se misturarem às nações e aprenderem com suas ações”.

[i] Terrot Reavely (TR) Glover, O Mundo Antigo (EUA: Penguin Books, 1944), 184-191.

[ii] Herman Rauschning, A Besta do Abismo (UK: W. Heinemann, 1941), 155-56.

[iii] Flávio Josefo, As Guerras dos Judeus, Capítulo 1, traduzido por William Whiston em Os trabalhos de Flavius ​​Josephus (UK: Armstrong e Plaskitt E Plaskitt & Co., 1835), 564

[iv] William Whiston, Os Trabalhos de Flavius ​​Josephus, 565.

[v] Yaakov (Jacob) Leschzinsky, A Dispersão Judaica (Israel, Organização Sionista Mundial, 1961), 9