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Conexão E Unidade Agora!

laitman_944Pergunta: Será que o feriado de Purim fala sobre o papel do povo de Israel?

Resposta: Ele fala sobre a obrigação dos filhos de Israel! A tarefa pode ser diferente, mas a obrigação continua sendo uma: unir e levar toda a humanidade a um novo nível espiritual através da unidade.

Hoje, nós estamos numa crise semelhante à mesma crise que existia na antiga Babilônia. O ego nos atrai para dentro, para um lugar que é muito estreito, escuro, e incompreendido; um lugar onde começamos a nos devorar. A humanidade deve se elevar sobre este estado, e essa ascensão depende do povo de Israel em primeiro lugar. Assim, em nosso tempo, o antissemitismo tem se desenvolvido de novo, porque as nações do mundo inconscientemente sentem que o povo de Israel deve fazer algo, mas não está realizando a sua missão, e isso causa danos ao mundo. É precisamente a separação entre nós a razão para o antissemitismo.

No momento em que começarmos a nos unir, uma corrente de Luz vai passar através de nós para toda a humanidade. As pessoas vão entender o que deve ser feito, e o antissemitismo desaparecerá imediatamente. Mesmo 2.500 anos atrás os profetas previram que as nações do mundo iriam erguer o povo de Israel sobre os seus ombros e levá-los a Jerusalém para construir o terceiro Beit Ha Mikdash (Templo). Assim, é dito que toda a humanidade será atraída ao Criador, e todas as religiões, crenças, povos, nações e raças vão se unir num único conjunto.

Pergunta: O que você espera para o povo de Israel e os judeus que vivem em outros países do mundo?

Resposta: Em primeiro lugar, eu gostaria que todos os povos do mundo entendessem corretamente o feriado de Purim e que com a sua pressão sobre o povo de Israel eles participassem do nosso objetivo geral e comum.

Além disso, eu espero que o povo de Israel entenda o nosso papel universal, e entenda e reconheça o fato de que o bem do mundo realmente depende deles. Todo mundo que está interessado em saber mais pode entrar em nossas páginas e arquivos na Internet, olhar em nossos livros, ler as nossas páginas do Facebook, assistir nosso canal de televisão israelense, e experimentar as aulas ao vivo de nossos centros de educação.

Nós devemos nos unir! Apenas em unidade nós podemos encontrar uma solução real para todos os problemas! Não há nenhum problema que não possa ser resolvido através da unidade, e não há problema que possa ser resolvido através de qualquer outro método.

Venham, vamos transformar este feriado numa realidade onde nós realmente resolvemos os problemas deste mundo entre nós, elevando-nos ao próximo nível da natureza e nos redimindo de todos os problemas. Nós mesmos vamos fazer isso! Nós estamos fazendo isso agora juntos! Sucesso para todos nós!

De uma Palestra sobre Purim 18/02/15

A Força Especial Dos Feriados

laitman_744Pergunta: Existe uma força especial que opera em nós e nos afeta? Existe uma iluminação especial que brilha sobre nós?

Resposta: Um feriado é um estado especial no mundo, quando o desejo se torna semelhante à Luz de alguma forma e a cooperação entre o desejo e a Luz é chamada por um nome especial que coincide com a Gematria (valor numérico da Torá) cabalística. Um feriado é caracterizado pelo acúmulo dos níveis anteriores, até certo novo nível qualitativo.

Em nossa vida, por exemplo, a psicologia é um campo muito significativo: a psicologia da criança, a psicologia das massas, a psicologia social, etc. Nestas estruturas nós tendemos a nos imaginar em diferentes situações e só as sentimos porque queremos senti-las tanto. Mas estes não são os estados espirituais e não têm nada a ver com os feriados.

A pessoa que está subindo a escada espiritual, por outro lado, desperta em si mesma e até na nação uma onda especial de influência a partir desse nível, mesmo que ela não tenha atingido o nível do feriado, pelo simples fato de que ela tenta subir a ele através da realização de certas ações mecânicas em nosso mundo com o conjunto da nação. Isso só é possível quando todos anseiam em alcançar isso juntos.

Durante o feriado de Shavuot (entrega da Torá), por exemplo, nós vemos a localização dos planetas, da lua e do sol que correspondem a esta ação espiritual, o que significa que a força superior também é organizada de certa maneira. Se, além disso, toda a nação ansiar por isso, ela receberá uma iluminação especial, pois toda a hierarquia do sistema da criação está sincronizada. Mas uma pessoa comum que não sabe nada sobre o trabalho espiritual, e simplesmente faz o que tem sido ensinada, não percebe essa iluminação e só tem a sensação psicológica deste feriado. No entanto, as pessoas que anseiam pelo significado interior do feriado sentem certa iluminação e, portanto, podem executar correções adicionais durante este tempo.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 11/06/14

Bêbado De Plenitude

laitman_572_02Pergunta: Por que o feriado de Purim é considerado um feriado familiar em todo o mundo?

Resposta: Não é um feriado familiar. O feriado de Purim é mais como um feriado das crianças, um feriado de felicidade e alegria, porque simboliza o renascimento do povo. Nós aparentemente renascemos neste feriado!

Quando nós estamos separados uns dos outros, não somos um povo. No entanto, quando começamos a nos reunir, algo novo nasce em nós. Assim, em Purim, há o costume de dar presentes uns aos outros, Mishloach Manot (pacotes de presente), especialmente vinho e doces.

O vinho simboliza Ohr Hochma (Luz da Sabedoria). Hamãtashen, biscoitos de forma triangular, simbolizam Ohr Hassadim (Luz da Misericórdia). Hassadim e Hochma devem se conectar, se vestir uma na outra, e isso nos dará elevação espiritual.

No feriado de Purim, há um costume muito interessante de beber vinho sem quaisquer restrições, Ad De’lo Yada (até que a pessoa não saiba). Se neste dia a pessoa estiver tão bêbada quanto Lot, é um sinal de que ela cumpriu a tradição do feriado.

Isto é, se mantivermos o feriado de Purim espiritualmente e nos unirmos, com isso vamos levar toda a humanidade à unidade e elevá-los diante de nós ao nível de adesão com o Criador. Toda a humanidade alcança a eternidade e plenitude, e este estado pode ser materializado em alguém sobre quem se diz, “…até que a pessoa já não saiba a diferença entre ‘Bendito seja Mardoqueu’ e ‘Maldito seja Hamã’”. Em outras palavras, a pessoa esquece completamente todas as suas limitações. Ela entra num espaço onde não há nada, exceto a eternidade e plenitude. Esse estado pode ser comparado apenas com o estado de uma pessoa que está bêbada de felicidade sem beber qualquer bebida alcoólica.

No feriado de Purim, todas as ruas de Israel estão cheias de sons de canto, dança e carnavais, que são chamados de Adloyada. Nós vestimos roupas e aparentemente mudamos nossas identidades, tornando-nos outra pessoa.

Pergunta: Por que nós dizemos que chegará a hora quando todos os feriados vão desaparecer e só o feriado de Purim permanecerá?

Resposta: Isso é porque todos os feriados simbolizam fases de transição no caminho em direção à completa unidade e realização do Criador, a adesão com o poder superior. Todos os feriados são classificados até este nível: Rosh Hashaná (Ano Novo), o êxodo do Egito, a recepção da Torá, e assim por diante. Eles representam precisamente as etapas do trabalho para a unidade entre nós, enquanto Purim é o feriado final que simboliza a conclusão da correção. Depois disso, nós alcançamos cem por cento de plenitude e eternidade.

De uma Palestra sobre Purim 18/02/15

A Força Destrutiva Ou A Força Criativa

laitman_232_08Está escrito no Zohar: Enquanto o Tabernáculo não foi criado, houve hostilidade, inveja, conflito, disputa e controvérsia no mundo…

Se duas forças opostas agem sobre a mesma substância, compartilhando o mesmo espaço, quando elas se encontram, elas criam estados de ódio, inimizade, rivalidade, conflito e controvérsia.

Portanto, isso se refere a estados que existem entre duas diferentes opiniões, ações, direções e objetivos. Uma guerra está acontecendo entre opostos.

…na verdade, desde que o Tabernáculo foi montado, amor, simpatia, respeito, justiça e apoio foram concedidos ao mundo.

Acima das duas forças opostas, surge uma terceira força, que se torna sua reconciliação. Ela usa todas as situações negativas que são criadas entre as características contrastantes de uma forma oposta: pela conexão e a realização de uma nova característica dessa conexão.

É possível chegar ao amor, respeito, bondade e acordo apenas e somente se isso for precedido pela identificação das características opostas entre as duas forças, estados opostos como o ódio, a inveja, competitividade e assim por diante. Só depois disso é que é possível corrigir a sua conexão.

As próprias forças permanecem. Nós não as corrigimos porque elas são opostas em sua natureza, como positivo e negativo, elétron e pósitron. Não só não podemos fazer nada, mas também não temos sequer o direito de tentar mudá-las. E nós podemos de fato influenciar a sua cooperação e criar todos os tipos de coisas entre elas.

Por exemplo, qual é a base para cada arma? Duas características opostas e sua destruição mútua; do fosso entre elas, ambas são reunidas.

E, inversamente, a criação é baseada no uso correto do positivo e negativo, onde nós colocamos algum tipo de dispositivo entre eles, de modo que as duas forças irão se completar, a conclusão sendo o amor, a justiça e o acordo.

Quando duas forças opostas não colidem uma com a outra, mas trabalham com um esforço comum, elas se tornam uma força criativa, uma força construtiva.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 06/12/13

Purim É Um Chamado Para Unir

laitman_933Purim é o grande feriado da redenção; é o feriado do êxodo do exílio. A sabedoria da Cabalá nos diz sobre a história da evolução da humanidade de Adão em diante. Antes dele havia seres humanos e civilizações, mas Adão encarna o início de uma nova história, a história do desenvolvimento espiritual da humanidade.

Ele foi o primeiro a descobrir que a vida não era apenas para sobreviver no plano deste mundo, mas para ascender deste mundo para o próximo nível, para o mundo espiritual, e para se tornar uma entidade totalmente diferente, para se tornar um ser humano.

A palavra “Adam” deriva da palavra hebraica “Edame” (assemelhar-se), assemelhar-se ao Criador que existe numa dimensão diferente. E visto que ele foi o primeiro a descobrir a possibilidade de ascensão do estado animal para o nível humano, para o nível de se assemelhar ao Criador, ele é chamado de Adão.

Mas foi só Abraão que conseguiu alcançar a equivalência com a força superior, ascendendo os níveis da natureza inanimada, vegetal e animal, até o nível humano, ao sentir que estava numa nova dimensão. Isso aconteceu 20 gerações depois de Adão.

Qual é a razão de Abraão ter conseguido isso? Foi porque a humanidade, que era apenas um pequeno número de pessoas que povoam a antiga Babilônia na época, de repente se viu num beco sem saída egoísta.

As boas relações entre os babilônios, que viviam como uma família, de repente se encheu de falta de confiança, roubo e abuso mútuo, tais relações egoístas a partir das quais eles não sabiam para onde ir. Eles pensaram: “Nós temos que subir aos céus e descobrir a razão para o que está acontecendo conosco”. Neste momento, na antiga Babilônia, duas personalidades líderes se destacaram representando dois pontos de vista diferentes: o ideólogo e cientista de sua época, Abraão, e o rei de Babilônia, Nimrod.

De acordo com a ideologia de Abraão, a humanidade existia para se unir acima do ego que mantém as pessoas separadas. Unindo-as, eles poderiam atingir o próximo nível de seu desenvolvimento.

O ego intencionalmente os levou a um beco sem saída, para que eles não sucumbissem a ele, caso contrário ele iria levá-los a sua aniquilação mútua. Eles não tinham outra escolha, a não ser simplesmente se conectar acima dele. Além disso, há tal força na natureza que pode ser atraída, de modo que ela pode nos ajudar a realizar esta ação.

Nimrod, por outro lado, acreditava que eles tinham que seguir um caminho diferente: se dispersar por todo o mundo como uma família que não pode viver junto e conviver uns com os outros. Eles tiveram que se dispersar e ir em direções diferentes, de modo que todos se sentiriam bem.

Milhares seguiram Nimrod e apenas alguns seguiram Abraão. De acordo com o conhecido historiador Titus Flavius ​​Josephus, os babilônios se dispersaram por todo o mundo e começaram a se estabelecer na Índia, China, África, Rússia e Europa. Mais tarde, eles cresceram em nações que lançaram os fundamentos da atual civilização global geral. Abraão, por outro lado, reuniu seus seguidores que concordavam com ele e entendiam seu ponto de vista, e que o seguiram até a terra de Canaã, a localização do atual estado de Israel.

As nações que se dispersaram por todo o mundo começaram a ser chamadas por seus locais de origem, suas famílias, suas tribos ou o lugar em que se estabeleceram: alemães, russos, etc. Os seguidores de Abraão, porém, se chamavam “Israel”, decorrente das palavras hebraicas “Yashar – El”, ou seja, direto ao Criador. Isto significa que eles se concentravam diretamente na força superior, no plano superior da natureza que une e junta tudo em um.

O grupo de Abraão era composto por representantes de diferentes comunidades que sentiam que sua ideia era certa e, portanto, se uniram a ele. É assim que nasceu a nação que se reuniu com base numa ideia comum. Esta é a diferença entre os judeus e outras nações.

Os descendentes de Abraão foram Isaac, Jacó e José, que eram os próximos níveis de desenvolvimento deste grupo, os níveis de uma conexão cada vez maior. O grupo que deixou Babilônia junto com Abraão encontrava-se diante de grandes conflitos e divergências, que é chamado de exílio no Egito. Note que nós falamos de eventos históricos à luz de ações espirituais; por isso, nós denominamos categorias geográficas e históricas de acordo com seu estado espiritual.

É dito que havia fome na terra de Israel e os judeus desceram para o Egito, o que significa que a nação sentia uma fome espiritual, resultante da confusão e enfraquecimento da conexão entre eles. Thomas Mann descreve muito bem os conflitos e as divergências ideológicas entre os filhos de Jacó em seu livro José e Seus Irmãos.

O estado do Egito (Mitzraim) simboliza a concentração de mal na qual os judeus sentiram a forte dominação do ego chamado Faraó (egoísmo) e tentaram romper com ele. Eles decidiram que não podiam permanecer no estado de hostilidade mútua, de ódio e de dominação do Faraó, porque isso não permitia que eles se aproximassem um do outro. Assim eles perceberam e entenderam que tinham caído da conquista daquele pequeno nível espiritual que se encontravam anteriormente. Eles perceberam que não tinham escolha a não ser fugir do estado do Egito. Isso aconteceu à noite, na escuridão, às pressas.

Mas antes disso, eles passaram pelas dez pragas do Egito, que eles sentiram em sua carne, e assim foram libertados da dominação do ego, o domínio do Faraó.

Quando eles saíram do Egito, ou seja, da hostilidade mútua, eles gradualmente se uniram e chegaram ao estado do Monte Sinai, que deriva da palavra hebraica “Sina” (ódio). Eles tinham que subir acima dele para alcançar o Criador.

Há um atributo na nação israelita chamado Moisés, decorrente da palavra hebraica “Moshech” (atrair ou puxar), que é a personificação da ligeira conexão entre eles que os tira do Egito e pode puxá-los acima do ódio, a fim de se conectar com o Criador e receber Dele o método de formação da nação. Este método é chamado de Torá.

A Torá é a Luz que corrige o ego de toda a massa do povo para criar um único desejo que está acima da separação, do ódio e das acusações mútuas, e que está, na verdade, ansiando em estabelecer boas relações acima de tudo isso.

Quando a conexão entre as pessoas torna-se homogênea, direta e igual, e todos os desejos anteriores são integrados, criando um desejo único inclusivo, no qual a pessoa dá aos outros e os ama, e todo mundo faz isso mutuamente, este desejo se volta para o estado superior, ao Criador, o que significa à natureza, com amor mútuo. O Criador (Elokim) simboliza a força superior, o atributo superior, a liderança superior.

Quando elas anseiam pela doação, pela força superior, em amá-Lo e pela adesão mútua com Ele, elas atingem esse estado. Agora elas já são chamadas de “Israel”, e começam a sentir o próximo nível de sua existência ao ascender dos níveis inanimado, vegetal e animal da natureza ao nível do Criador, o nível da força superior da natureza que está oculto de nós.

Elas transcendem o Machsom (barreira) de ocultação, descobrem-No e, assim, começa realmente a sentir e viver Nele a tal ponto que a existência do corpo físico se torna sem importância. É porque o corpo é uma entidade corpórea e a pessoa na verdade não se importa se ela morre ou não, uma vez que nesse nível ela já existe no seu estado pleno e eterno.

Hoje qualquer um pode chegar a este estado, assim como os nossos antepassados ​​o fizeram. Eles escreveram sobre ele na Torá cHamãdo-o de “Primeiro Templo”. Neste estado, toda a criação é revelada, a força superior, a existência ilimitada da humanidade para além do tempo e do espaço.

Eles viveram nesse estado por vários séculos, e depois o ego começou a comprometer seu estado e começou a separá-los novamente, controlando-os por acusações mútuas. Eles perceberam que isso era necessário para que eles pudessem subir ainda mais alto acima do ego e alcançar o próximo nível, mas eles não conseguiram superá-lo e caíram no estado de ódio infundado.

Este estado é chamado de “exílio na Babilônia”. Mil anos mais tarde, eles voltaram à mesma Babilônia de onde Abraão lhes tinha tirado, mas agora ela não era mais o mesmo pequeno país na Mesopotâmia, mas o império gigante do rei Nabucodonosor que governava 127 estados. Sendo um líder inteligente, o rei dispersou os judeus em todos os estados e, assim, manteve-os separados e desconectados, mas isso era ainda melhor na época.

Muitos anos se passaram até que Babilônia foi governada pelo rei Assuero e o ímpio Hamã, que surgiu com a ideia de aniquilar os judeus. Ele começou a denegri-los perante o rei: Há certo povo disperso e separado entre os povos em todas as províncias do teu reino, e as suas leis são diferentes [das de] cada povo, e eles não mantêm as leis do rei; é [portanto] inútil que o rei os deixe viver. (Livro de Ester).

Um judeu sábio chamado Mardoqueu, que era parente da rainha Ester, a esposa amada de Assuero, vivia na Babilônia naqueles dias. Ele decidiu impedir uma conspiração e torná-la conhecida do Rei. Mas Ester disse que nem ela nem o rei poderiam fazer algo, já que os judeus estavam separados. Se vocês se reunirem eu vou contar ao Rei sobre a conspiração. Você vai começar a orar de cima e eu vou começar a agir de baixo e nós vamos destruir o ímpio Hamã e todos aqueles que conspiram contra nós. Além disso, vai ser o início de nosso retorno à nossa pátria, à terra de Israel. (Livro de Ester)

Mardoqueu disse aos judeus que viviam na cidade de Sushan, a capital do império babilônico, sobre isso. Ele os chamou para jejuar, se aproximar e ser como um homem em um só coração, de acordo com a lei judaica que foi aceita na base do Monte Sinai. Assim, elevando-se acima do ego e conectando-se totalmente, eles retornaram à sua raiz e foram recompensados ​​com a volta à terra de Israel, o que significa que adquiriram atributos que eram iguais a essa terra. Assuero libertou-os e lhes permitiu regressar à sua terra. Mais tarde, o filho de Ester e Assuero ajudou a construir o Segundo Templo e o exílio na Babilônia havia terminado.

Vários séculos depois, o Segundo Templo foi destruído por causa do ódio que mais uma vez eclodiu entre os judeus e, mais uma vez eles foram exilados da terra de Israel. Hoje nós estamos saindo desse exílio, mas cada lugar e estado ao redor do mundo tem o seu próprio Hamã e especialmente em torno do Estado de Israel.

Mas o resgate é exatamente o mesmo que foi durante o tempo da Rainha Ester: se nos unirmos, vamos facilmente nos livrar de todos os nossos inimigos. Eles vão nos libertar da sua presença má e vão nos ajudar assim como fizeram no passado para restaurar e reconstruir o Templo. Também está escrito no livro do profeta Ezequiel, que as nações do mundo vão levar os judeus em seus ombros à sua terra e construir o Terceiro Templo com eles.

Tendo retornado do exílio corpóreo e vivendo na terra de Israel, nós estamos num exílio espiritual e temos que sair dele, o que significa ascender ao nível da redenção espiritual do ego que nos despedaça, para nos conectarmos a fim de ascender ao nível da eternidade e plenitude. Este é o chamado de Purim, o feriado da unidade. Nós temos todas as condições necessárias para fazer isso aqui e agora.

De uma Palestra sobre Purim, 18/02/15

Como Um Feixe De Juncos – Párias, Parte 2

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 5: Párias

As Raízes do Antissemitismo

Símbolos de uma Colisão Interior

Uma pessoa pode argumentar se a Bíblia, o Antigo Testamento, é uma documentação histórica genuína de eventos. Porém, os grandes sábios de Israel durante todas as eras não tinham preocupação com relevância histórica da Bíblia. Em vez disso, eles a viam como uma alegoria que retrata os processos espirituais internos que a pessoa experimenta durante o caminho da correção. Para eles, Nimrod, rei da Babilônia, representa meridah [hebraico: rebelião], desafio contra a qualidade de doação, o Criador; o Faraó significa a epítome da inclinação ao mal, e também Hamã, embora numa fase tardia do nosso desenvolvimento espiritual.

É por isso que RASHI interpreta o Talmude Babilónio como segue: “Seu nome era Nimrod, pois ele himrid [incitava] o mundo inteiro contra o Senhor”. [i]

A respeito do Faraó, Maimônides explica afetuosamente, “Vós deveis saber, meu filho, que o Faraó, rei do Egito, é na realidade a inclinação ao mal”. [ii] Da mesma forma, Elimelech de Lizhensk, o autor de Noam Elimelech (A Agradabilidade de Elimelech), escreveu simplesmente, “…Faraó, que é chamado ‘a inclinação ao mal'”. [iii]

Rabi Jacob Joseph Katz acrescentou profundidade à distinção a respeito do Faraó. Ele acrescentou que as palavras, “O Faraó havia deixado o povo ir” (Êxodo 13:17), designam a fase no nosso desenvolvimento espiritual em que uma pessoa se liberta dos pesados grilhões da inclinação ao mal. Nas suas palavras, “‘E quando o Faraó havia deixado o povo ir’ – quando os órgãos da pessoa deixam a autoridade da inclinação ao mal, como durante o êxodo do Egito, eles saem dos quarenta e nove portões de Tuma’a [impureza, egoísmo] para a santidade [doação]”. [iv]

Dentro do mesmo livro, Rabi Katz acrescenta suas visões a respeito de Hamã: “A instrução de Hamã de fazer uma forca de cinquenta cúbitos de altura é o conselho da inclinação ao mal”. [v] Da mesma forma, Rabi Jonathan Eibshitz escreve no seu livro Yaarot Devash [Colmeias] sobre “Hamã, que é a inclinação ao mal…”. [vi]

Mais recentemente, Cabalistas e acadêmicos judaicos começaram a sentir que o tempo era essencial e que a Era da Correção se aproximava. Eles começaram a acrescentar chamados implícitos, e por vezes explícitos, à ação em suas palavras. Assim, Rav Yehuda Ashlag, sentindo que a aplicação do método de correção era urgentemente necessária, fez um elo direto entre superar a inclinação ao mal e o modo como isso deve ser alcançado hoje – através da união. Num ensaio intitulado, “Há Certo Povo”, Baal HaSulam nos conta, “‘Há certo povo espalhado no estrangeiro e disperso entre os povos’. Hamã disse isso na sua visão: nós [o povo de Hamã] teremos sucesso em destruir os Judeus porque eles estão separados uns dos outros, então nossa força contra eles certamente prevalecerá, porque isto [a separação entre eles] causa separação entre o homem e Deus”. [vii]

Isto é, o egoísmo dos judeus os separa da qualidade de doação, o Criador, de modo que  a força do ego, a inclinação ao mal, “certamente prevalecerá”. “É por isso que”, continua Baal HaSulam, “Mardoqueu foi corrigir esse defeito, como é explicado no versículo, ‘Os judeus se reuniram…’ para se reunirem, e para defender suas vidas. Isto significa que eles haviam se salvado ao se unirem’”. [viii]

Desta forma, nós podemos concluir que se Nimrod, Faraó, Balaque ou Hamã realmente existiram é de importância menor. O que importa é que os traços retratados por estes personagens existem dentro de nós e a Bíblia só narra alegoricamente as fases pelas quais nós podemos superá-los.

Quando nós prevalecemos sobre essas qualidades do egoísmo, somos recompensados com a redenção – a qualidade de doação, a equivalência de forma com o Criador. E como o Criador nos deseja fazer bem, assim que tenhamos corrigido estes traços dentro de nós, eles não nos assombrarão mais, uma vez que fomos redimidos do egoísmo e adquirimos Sua qualidade de doação.

Se qualquer um destes exemplos de egoísmo vivesse hoje, certamente os categorizaríamos como antissemitas da pior espécie. Para esse efeito, o Rav Kook fez uma previsão ameaçadora (e verdadeira) ao traçar um elo direto entre os antissemitas modernos e os bíblicos. Numa afirmação pouco ortodoxa ele escreve, “Amaleque, Petlura [Líder ucraniano suspeito de ser antissemita], Hitler, e assim por diante, despertaram para a redenção. Aquele que não escutou a voz do primeiro Shofar [o símbolo do chamado para a redenção], ou a voz do segundo … pois suas orelhas estavam bloqueadas, escutará a voz do Shofar impuro, o imundo [não kosher]. Ele escutará contra sua vontade”. [ix]

[i] Talmude Babilônico, Masechet Hulin , 89a p.

[ii] Maimônides, Os Escritos do Rambam [Maimônides]. “A Ética do Rambam ao Seu Filho, o rabino Abraão”.

[iii] Elimelech de Lizhensk, Noam Elimelech (A Afabilidade de Elimelech), Parashat Beshalach [Porção: “Quando o Faraó Mandou”].

[iv] Rabbi Jacob Joseph Katz, Toldot Yaakov Yosef [As Gerações de Jacob Joseph], Beshalach [Quando Faraó Mandou], item 1.

[v] Rabbi Jacob Joseph Katz, Toldot Yaakov Yosef [As Gerações de Jacob Joseph], Beshalach [Quando Faraó Mandou], item 1.

[vi] Jonathan ben Natan Netah Eibshitz, Yaarot Devash [Favos de Mel], Parte 2, Treatise não. 10.

[vii] Rav Yehuda Leib HaLevi Ashlag, Shamati [Eu Ouvi], item 144, “Há Certo Povo” (Canadá, Laitman Kabbalah Publishers, 2009), 300.

[viii] ibid.

[ix] Rav Avraham Yitzchak HaCohen Kook (Raaiah), Ensaios do Raaiah , vol. 1, pp 268-269