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Tempo Terreno E Espiritual

laitman_281_02Pergunta: Eu enviei-lhe uma tabela (em russo) que cobre o tempo da Rainha Ester. Eu gostaria de saber sua opinião sobre a exatidão destas datas.

Resposta: Quase não há data de eventos nas fontes Cabalísticas. Caso contrário, não teríamos dúvidas e teríamos algo no que confiar.

O fato é que os sábios não se apegam a datas terrenos, e tudo o que acontece na Cabalá se refere ao mundo espiritual, isto é, ao mundo interior de uma pessoa. Por isso, eu nunca me interessei em datas e fatos históricos e não os vi em livros Cabalísticos.

Os Caminhos Da Babilônia São Tão Diferentes

Laitman_115_04O Zohar , “ShlachLecha“(Envia), Item 83: Israel é mais feliz do que todas as nações do mundo porque o Criador o queria, chamou o Seu nome por ele, e foi glorificado nele, pois o mundo foi criado apenas para Israel, para que eles possam se envolver com a Torá. É assim porque um conecta com outro, ZA e Malchut, e Israel abaixo (neste mundo) é a Sua existência, onde por suas boas ações eles elevam MAN para o seu Zivug, e eles são a existência de todas as outras nações, que existem para Israel, que fazem a vontade de seu Mestre.

A alma geral foi dividida em duas partes: GE e AHP. Os desejos que pertencem a GE receberam as centelhas de doação durante a quebra, e, portanto, são atraídos para o Criador. Eles vivem neste mundo e se perguntam sobre o sentido da vida, sobre o seu objetivo, e sobre o propósito da nossa existência aqui.

Estas perguntas não resultam de um benefício útil e prático, mas de uma aspiração interna instintiva de descobrir o Criador, a fonte da nossa vida. Tais desejos são chamados de Israel, que significa Yashar-El (direto ao Criador), e, portanto, quando a Luz opera sobre os desejos, é este tipo de desejo que surge pela primeira vez antes de todos os outros.

O escrutínio é focado na conexão entre nós acima do nosso ego, que definimos como a força que impede a unidade. Essas circunstâncias foram reveladas pela primeira vez no estado chamado antiga Babilônia.

Lá, pela primeira vez, começaram a aparecer esses desejos sentindo o anseio de revelar o Criador, enquanto todos os outros desejos ansiavam pela revelação de seu ego. Assim, eles se afastaram em direções diferentes, de acordo com seu vetor. Alguns foram para um lado e os outros para o outro.

Israel é aqueles que descobriram o método de correção e o realizaram. Todo este método é sobre alcançar o “Ama o teu próximo como a ti mesmo”, com a ajuda da Luz que Reforma. Assim, a pessoa se assemelha ao Criador e quer agradá-Lo com todas essas ações.

Todos os outros desejos não ansiavam por isso na época, mas só queriam preencher o seu ego e começaram a se desenvolver de forma capitalista. Eles viviam uma vida simples em grupos, como uma nação, como uma comunidade na antiga Babilônia antes do ego entrar em erupção neles. Eles só se preocupavam com seu simples bem-estar e sobre como fornecer o seu pão e as necessidades básicas para a existência humana.

No entanto, quando o desejo egoísta de desfrutar cresceu neles, e algumas das pessoas começaram a aspirar pela revelação do Criador, a outra parte continuou a desenvolver o seu desejo de desfrutar, o ego. Este ego empurrou-os para adquirir mais do que precisavam. Este é o lugar onde a evolução da sociedade humana começa na forma em que ela tem evoluído até o dia de hoje, a fim de adquirir uma maior riqueza além das necessidades básicas de uma pessoa.

Isso determinou um estilo e objetivo de vida totalmente diferente, em comparação com a meta da vida daqueles que anseiam pelo Criador, os de Israel. Por isso, os dois grupos ficaram cada vez mais distantes. Os babilônios que se chamavam Israel se concentraram direto no Criador e começou a realizar este trabalho e, assim, afastaram-se dos outros.

Com o tempo, as partes mais novas dos babilônios começaram a se juntar a Israel, na medida em que a Luz agia nelas e esclarecia os desejos de uma geração para a outra. Assim, mais e mais pessoas começaram a sentir o anseio pelo Criador de acordo com a correção do desejo “Ama o teu próximo como a ti mesmo”.

Da Preparação para a LiçãoDiária de Cabalá 29/05/14

Viver Na Fronteira Entre A Luz E A Escuridão

laitman_207Porque nós ainda não sentimos qualquer conexão com a força superior, o seu controle e governança sobre nós, não sentimos qualquer necessidade ou desejo de nos voltarmos a ela com um pedido e nem mesmo com gratidão. O nosso desejo de receber pode nos permitir pedir, mas para ser gratos é algo que certamente esquecemos.

Nós podemos ser gratos quando a gratidão nos promete uma recompensa para o nosso ego e nos lembra dele. Muitos no mundo fazem isso. Mas, para ser gratos, temos que avançar para condições que não são benéficas para o nosso ego, mas para o nosso progresso espiritual, e não há a necessidade de um monte de preparação, a fim de fazer isso. É por isso que realmente não funciona.

Não devemos pensar que o sentimento de gratidão resulta de um sentimento bom. A gratidão é resultado do reconhecimento de que o Criador me conduz através da escuridão e me ajuda a lutar e vencer, encontrar todos os meus desejos impuros (Klipot) e subir sobre eles.

A oração de gratidão nasce neste estado, acima da escuridão, do mal e das grandes correções desagradáveis ​​do meu ego. Na medida em que consigo subir acima do meu desejo de receber e atribuir-me à doação, à alma, em vez do corpo, à força de doação, em vez da força de recepção, para elevar-me acima da terra, eu posso ser grato.

Tudo isso acontece ao mesmo tempo: eu sinto a escuridão no desejo de receber, e acima da escuridão sinto a Luz no meu desejo de doar. Um não pode existir sem o outro.

Portanto, nós temos que alcançar gradualmente esta combinação internamente, quando você tem o desejo de doar, uma sensação desagradável nele, escuridão, e acima dele restrição, a Masach (tela), e a Luz de Retorno acima da Masach. É assim que estabelecemos a atitude para com o Criador chamada fé acima da razão.

Razão é o que sentimos dentro do desejo de receber. Não há nada nele, exceto decepções e pensamentos contra o caminho espiritual, mas nós subimos acima deles. Apesar de todo o mal conforme a nossa mente e sentimentos corporaisnós estabelecemos a nossa atitude acima da escuridão corporal.

Assim, chegamos à forma correta e estabelecemos a linha do meio entre as duas linhas que se negam. Elas tentam se anular até o terceiro parceiro chega e faz a paz entre elas.

Nós temos que tentar concordar mais com este tipo de trabalho e cumpri-lo. É muito importante. Então chegamos a uma solução, que é a estrutura certa, quando o desejo de receber abaixo é sentido como escuridão. Afinal de contas, o Egito, o Faraó e Hamã estão todos dentro de mim. A casca é contrária à santidade ea alma está entre elas.

Quando eu vejo o meu estado desta forma, eu começo a trabalhar na estrutura da minha alma, para reuni-la e moldar a sua forma.

Nós temos que esclarecer todas as etapas, ser mais sensíveis ao que acontece dentro de nós, para manter a escuridão, a Luz que está acima dela, e a relação entre elas. Nós temos que viver neste conflito e não simplesmente cair porque eu me sinto mal e não vejo nada, ou começar a flutuar nas nuvens como um balão de ar quente no momento em que me sinto bem.

Eu tenho que manter estes dois estados e entender que esta é a forma como eu sinto o meu desejo de receber, a quebra, acima da qual tenho que estabelecer gradualmente o meu amor e preocupação com os outros através da adição de uma nova atitude de cada vez que seja correta e contínua e destinada à doação. É através desses estados que eu estabelecerei a minha atitude para com a força geral de doação chamadade Criador e alcançarei o sentimento de gratidão na medida em que posso me manter acima da escuridão graças a ela.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabala 23/05/14

Adicionar Aos Nossos Anos De Geração Em Geração

laitman_571_02Salmos 61:1-61:7: Para o líder; com música de corda. [Salmo] de David. Ouve, ó Deus, o meu clamor; atende à minha oração. Desde o fim da terra clamarei a ti, quando o meu coração estiver desmaiado; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu. Pois tens sido um refúgio para mim, e uma torre forte contra o inimigo. Habitarei no teu tabernáculo para sempre; abrigar-me-ei no esconderijo das tuas asas. Pois tu, ó Deus, ouviste os meus votos; deste-me a herança dos que temem o teu nome. Prolongarás os dias do rei; e os seus anos serão como muitas gerações.

A luta é pela unidade do homem, de modo que a pessoa entenderá que todos os seus sentimentos vêm diretamente do Criador, e mesmo que isso esteja acontecendo em ocultamento e em oposição ao que seria de se esperar do bom que faz o bem. No entanto, parece ser o oposto, porque isso é percebido pelos desejos opostos de uma pessoa que ainda não sofreu correção.

Isso mostra que a pessoa precisa se corrigir para sentir que o Criador é bom e benevolente, mesmo com os ímpios, até que, para ela, tudo esteja integrado em uma única fonte. Todas as expressões e manifestações do mal – deparar-se com inimigos, os ímpios, todas essas coisas – acontecem no “fim da terra (Haaretz)”, em outras palavras, nas extremidades dos desejos que ainda não foram corrigidos.

Ela deve tentar se voltar de lá ao Criador, em outras palavras, especificamente para se conectar com ao Criador a partir daqueles desejos nos confins da terra, pois, como está escrito: “Não há outro além Dele”. Ela faz isso até que atinge a adesão completa em todas as situações e se prepara para o próximo estado, e isso é o que acontece até a conclusão da correção.

Se a pessoa pensa no presente e se prepara para o futuro, ela está em uma oração, um pedido, agradecendo ao Criador, ou seja, ela sempre expressa seu desejo de se conectar com Ele, de estar em adesão, e é assim que ela consegue. O Criador prolonga os seus dias e anos de geração em geração.

No início, a pessoa pensa que tem inimigos, indivíduos que a odeiam. Ela deve lutar e se defender contra eles, e, de fato, há circunstâncias em que precisamos ir à guerra.

No entanto, depois que a pessoa atribui tudo ao Criador, nenhum inimigo ou ódio permanece para ela, em outras palavras, não há nenhum outro controle além daquele do Criador. Tudo vem apenas do Criador, de Sua frente ou de Suas costas, que mostra à pessoa que ela precisa construir dois tipos de relacionamentos e diferenciar entre o poder de doação que vem de cima e o poder da recepção que vem de baixo, da pessoa. Assim é como ela pode ver que seu verdadeiro inimigo se encontra dentro dela.

Quando este inimigo é despertado e se levanta contra ela, ela acha que o Criador foi embora e desapareceu. No entanto, quando a pessoa atribui tudo isso ao Criador, para ela não há diferença entre a escuridão e a Luz. Ela já não depende de seu humor e não atribui o que está acontecendo a todo tipo de outras forças ou a si mesma. Ela compreende que não tem qualquer controle. Em vez disso, tudo vem do Criador.

No momento em que pessoa se dirige dessa forma, ela vê que mesmo antes estava num estado equilibrado, aprimorado e corrigido, e nunca deixou o sagrado. No entanto, ela alcançou isso somente agora, e toda a diferença está nisso.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 19/05/14

Como Um Feixe De Juncos — Correções Através Das Eras, Parte 7

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 3: Correções Através das Eras

A Evolução do Método de Correção

Agora, Todos Juntos

A última fase na evolução do método de correção começou no princípio de 1900 e está somente agora ganhando ritmo. Como nós somos parte dessa fase, essa é a que tem o maior significado para nós.

Como discutido na Introdução, quando Abraão descobriu pela primeira vez que uma força governa e conduz o mundo, ele começou a espalhar seu conhecimento. Sua meta era circulá-lo a todas as pessoas, sem exceção. Contudo, Nimrod, rei da Babilônia, o impediu de alcançar seu objetivo e Abraão teve que partir, chegando finalmente à terra de Canaã, que ele tornou Israel (segundo o desejo de alcançar Yashar El, direto ao Criador).

Esse objetivo não mudou durante os séculos. “Noé foi criado para corrigir o mundo no estado em que ele estava naquela altura …e eles [seus contemporâneos] também receberam correção dele”, escreve o Ramchal. [i] No seu comentário sobre a Torá, o Ramchal também escreve, “Moisés desejava completar a correção do mundo nessa altura. Foi por isso que ele tomou a multidão misturada, pois pensava que assim seria a correção do mundo que será feita no fim da correção… Contudo, ele não teve sucesso devido às corrupções que ocorreram no caminho”. [ii]

Depois da ruína do Segundo Templo, os Cabalistas escolheram esconder a sabedoria de todos, judeus e não-judeus da mesma forma, até o tempo do ARI, quando começaram a sentir que chegara o momento de revela-la a todos. Nesse ponto, eles começaram a ensinar e a circular a sabedoria de forma que ela se tornou mais direta e explícita a cada geração.

No início do século XX, todas as inibições haviam acabado, e os Cabalistas exigiam abertamente disseminar a sabedoria e ensiná-la a todas as nações. Rav Kook exprimiu esta mentalidade muito claramente numa de suas cartas: “Eu concordei em divulgar todos os segredos do mundo, uma vez que é hora de fazer pelo Criador, como é necessário nesta altura. Maiores e melhores que eu, sofreram por toda a nação escárnio por tais questões, pois seus espíritos puros os pressionaram pelo bem de corrigir a geração para falar novas palavras e revelar o oculto, ao qual o intelecto das massas não estava acostumado”. [iii]

Durante a Primeira Guerra Mundial, Rav Kook sentiu-se forçado a delinear a ligação que ele viu entre os problemas do mundo e o reacender da força espiritual de Israel através da união. No seu livro, Orot (Luzes), ele escreveu, “A construção do mundo, que atualmente é amassado pelas tempestades terríveis de uma espada cheia de sangue, requer a construção da nação israelense. A construção da nação e a revelação de seu espírito são a mesma coisa, e é um com a construção do mundo, que está sendo amassado na expectativa pela força total da unidade e da sublimidade, e tudo o que está na alma da Assembleia de Israel”. [iv]

Seu contemporâneo, Baal HaSulam, escreveu profusamente e muitas vezes abertamente, sobre a necessidade de divulgar a sabedoria da Cabalá a todos, especialmente hoje. No seu ensaio, “O Shofar do Messias“, ele escreveu, “Saiba que isto é o que significa que os filhos de Israel são redimidos somente após a sabedoria do oculto ser revelada em grande parte, como está escrito em O Zohar, ‘Com esta composição, os filhos de Israel são redimidos do exílio’.

“…Na minha avaliação, nós estamos numa geração que se encontra precisamente no limiar da redenção, se apenas soubermos como espalhar a sabedoria do oculto às massas.

“…Há outra razão para isso: nós aceitamos que há uma condição prévia para a redenção – que todas as nações do mundo reconheçam a lei de Israel [de doação], como está escrito, ‘E a terra estará cheia do conhecimento’. É como no exemplo do êxodo do Egito, onde houve uma condição prévia de que o Faraó, também, reconheceria o verdadeiro Deus e Suas leis, e os permitiria partir.

“…Você deve compreender de onde as nações do mundo chegariam com tamanha noção e desejo. Saiba que é através da verdadeira sabedoria, para que elas vejam evidentemente o verdadeiro Deus e a verdadeira lei [da doação]. E a disseminação da sabedoria nas massas é chamada ‘um Shofar [uma trombeta ou um festivo chifre de carneiro]’. Como o Shofar, cuja voz viaja uma grande distância, o eco da sabedoria se espalhará pelo mundo”. [v]

Certamente, o legado desses titãs espirituais foi concretizado, e hoje qualquer pessoa que deseje pode estudar “a sabedoria do oculto” independentemente de religião, idade, ou gênero, pois ela não está mais escondida. Como Abraão previu, nossa Babilônia global pode agora estudar a lei fundamental da vida que a cria e sustenta, e não há quaisquer limitações.

Mas se tudo está certo, por que há tanta coisa errada no mundo? Porque há tantas pessoas sofrendo, e por que o número de pessoas na miséria parece crescer? Se a lei fundamental da vida pode ser conhecida por todos, como tão poucos a conhecem, especialmente agora que estamos num prejuízo sobre como lidar com as múltiplas crises que engolem a sociedade humana? Se essa lei é o Criador, e pode deste modo concertar tudo, porque não estão todos correndo para aprender?

Para responder a estas perguntas nós precisamos compreender as rotas pelas quais a sabedoria se espalha, e especificamente o papel do povo judeu em espalhar a Cabalá, e o que significa ser uma luz para as nações. Correspondentemente, o próximo capítulo discutirá o papel do povo judeu através dos olhos da Cabalá.

[i] Rav Moshe Chaim Luzzatto (Ramchal), Adir BaMarom [O Poderoso Nas Alturas], “Explicação do Sonho de Daniel” (Varsóvia, 1885).

[ii] Rav Moshe Chaim Luzzatto (Ramchal), O Comentário de Ramchal sobre a Torá, Bamidbar [Números].

[iii] Rav Yitzhak HaCohen Kook (o Raiah), Cartas a Raiah vol. 2, 34.

[iv] Rav Yitzhak HaCohen Kook (o Raiah), Orot [Luzes], 16.

[v] Rav Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos do Baal HaSulam, “Shofar do Messias” (Instituto de Pesquisa Ashlag, Israel, 2009), 457