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Eu Não Sei, Você Vai Descobrir Isso

laitman_525Pergunta: Será que isso deve entrar em nós como um axioma de que o Criador é a característica de doação e amor?

Resposta: Não podemos tomar isso como uma hipótese e muito menos um axioma, porque com a ajuda de um axioma, nós resolvemos problemas físicos precisos.

Eu tenho que aceitar e percebê-Lo especificamente como não existente de acordo com minhas características e sentimentos. Ele não existe para mim, porque eu não existo para Ele. Eu sequer tenho uma característica em mim que vai ser como Ele, para que através desta característica eu seja capaz de entender, sentir e determinar precisamente que isso é Ele.

Ele não está fora de mim, esta é uma característica que está só dentro de mim, e, portanto, é chamado de Criador (Bore), “BoRe” (venha e veja). No idioma hebraico todas as definições são muito precisas porque elas são derivadas da realização (alcance) da realidade. Todos os nomes são baseados em ações práticas. Portanto, o Criador indica que quando eu vier e ver, vou encontrá-Lo.

Vir significa alcançar gradualmente a característica de doação. Então, dentro dela eu vou começar a sentir a realidade que é o Criador. Apenas criando isto dentro de mim eu posso determinar o que é o Criador. Mas se eu não descobrir a característica de doação e amor, isso indica que Ele não existe. E esta é a relação.

Pergunta: Uma guerra interna deve acontecer dentro de mim para isso?

Resposta: Nenhuma guerra interna acontece dentro de você, mas há uma investigação interna.

Pois se você tem um desejo de alcançar, de ver, de determinar, de sentir, de ser preenchido com este conhecimento, ou seja, que essa necessidade está viva dentro de você, então, de acordo com aroma, de acordo com o seu sexto sentido, você vai entender que há algo aqui para você, você não pode escapar disso, você deve esclarecer tudo e ser infectado com isto.

Mas se você não tiver uma unidade interna como esta, você irá apenas bocejar e deitar no sofá novamente. Pode ser que você queira satisfazer a sua curiosidade ou tente se beneficiar disso: fazer alguma mágica, experimentação, misticismo e atrair garotas através de uma conversa interessante. Havia algumas pessoas que estavam com a gente que só foram alimentadas pela curiosidade e preenchidas com conhecimento. E elas foram embora; não conseguiram se manter.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 18/12/13

Uma Torneira Que É Aberta Com A Ajuda Do Poder Da Conexão

Dr. Michael LaitmanPergunta: Com a ajuda do que uma pessoa abre e fecha a torneira para que a Luz flua?

Resposta: A torneira é aberta com a ajuda do grupo. Quanto mais eu alcanço equivalência de forma com o grupo, me conecto mais a ele, mais poder eu ganho, mais sentimento de conexão, e entendo o que devo mudar em mim mesmo e como devo acomodar-me ao Criador. O Criador é o poder de unidade e conexão. Quando Ele fecha a torneira para mim, ele desliga a energia, mas exige inteligência de mim; Ele quer que eu aprenda a fazer isso sozinho. Ele vai me dar a Luz, mas cabe a mim querer ser como Ele pelo Seu trabalho.

O Criador desliga minhas razões, e depende de mim ativar a conexão e não as razões. O Criador joga comigo com a ajuda de pratos cheios de comida, e eu jogo tendo uma “relação pessoal” com Ele, tentando ser como Ele. Ele influencia minha “barriga” e eu O influencio através da minha personalidade, através do Adão (homem) em mim. Eu trabalho com a ajuda da sociedade e Ele influencia o meu corpo. É assim que eu cresço por meio deste jogo. Isto é exatamente o que o Criador quer: através da Sua influência sobre o meu corpo Ele me transforma num Adão.

Eu estou diante do “Mestre da Casa” e diante dos pratos de comida que Ele está me oferecendo no nível animal. Mas eu transformo a situação numa relação pessoal e humana no nível de Adão, no nível do Criador. Eu utilizo os Kelim do desejo de receber. É por isso que esta recepção é chamada de “sabedoria da Cabalá”, pois com a sua ajuda eu posso me elevar ao nível da Divindade.

Eu estou satisfeito no meu nível animal de modo que posso elevar meu relacionamento acima da deficiência que sinto dentro da minha barriga. Eu jogo um pouco com a ajuda da fome e do apetite que sinto, tento honrar o Criador, em vez de honrar o prato que Ele me oferece. Desta forma, eu me elevo ao nível espiritual.

Então, quando “Bina” se recusa a receber, ela se torna “Keter”, e depois disso “Malchut” recebe a fim de doar. E isto tudo dentro de uma centelha de Luz que foi criada como “algo a partir do nada,” um pequeno ponto negro. Então, tudo o que é necessário para construir a imagem de Adão é encontrado neste mundo.

Até o final do desenvolvimento nós teremos um “peso do coração” não por meio de estados elevados, mas apenas desta forma. Mas isto será suficiente para a construção de todos os níveis dos cinco mundos quando confrontado por todas as situações.

O grupo abre a torneira através da conexão. Quanto mais eu me conecto aos amigos como “um homem com um coração”, mais a torneira se abre. E para me empurrar para me conectar, o Criador fecha a torneira. Portanto, eu estou numa “noite”, que devo transformar em “dia”.

O Criador faz uma condição para nós; receber ou não receber dentro do nosso desejo de receber. Todo o resto é adicionado através da grandeza do Criador que nós devemos atingir através da grandeza do grupo.

O Criador diz que a Sua mala, que Ele nos permite carregar, é muito leve. Isso significa que não há nenhum significado nos prazeres físicos e nós construímos toda a escada espiritual acima deles. Tudo o que é necessário para começar a subir os degraus da escada que é colocada diante de nós está no grupo. E as situações que parecem como escuridão para nós são oportunidades, uma chamada para começar a subir. É assim que uma criança fica em pé para começar a andar sozinha.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/05/14, Escritos do Baal HaSulam

Sem Nenhum Distúrbio, Não Precisamos Do Criador

laitman_239Pergunta: O que depende de nós?

Resposta: Somente a construção da deficiência correta depende de nós; enquanto que a Luz Superior encontra-se em repouso absoluto. Somente conforme o poder da deficiência de seus componentes é possível ver a Luz de acordo com sua intensidade e qualidade.

De acordo com quantos discernimentos existirem no âmbito da deficiência, nós veremos a Luz simples, a Luz de Nefesh — que se encontra em repouso (Nefīsha), sem movimento — ou a Luz de Ruach (vento) que já se move e encontra-se em movimento. Depois disso, nós descobrimos Ohr Neshama que já nos mostra a fonte de onde vem a Luz. Nós começamos a ver nela o desejo do Superior que é atribuído a nós.

Depois disso, vem a Luz de Haya que nos mostra como, com o nosso desejo forte, complexo e versátil, nós também podemos entrar em contato com a Luz Superior e começar a trabalhar com ela.

Em seguida, vem a última Luz, a Luz de Yechida, quando tudo está unificado por meio da doação mútua.

Pergunta: Qual é a diferença entre a intensidade da Luz e a qualidade da Luz?

Resposta: Intensidade e qualidade são dois componentes da intensidade da Luz. Semelhante a isto, em eletricidade, há a fonte de alimentação que é determinada de acordo com a tensão multiplicada pela corrente. Isto determina o quanto você pode produzir da fonte de alimentação, em outras palavras, a capacidade de operar e realizar o trabalho necessário.

A quantidade e a qualidade estão conectadas. Na Luz Superior, não há nenhuma diferença entre a quantidade e qualidade. É somente em referência aos receptores. Toda a substância do inanimado é igual a um vegetal. Segue-se que um vegetal é maior em qualidade, em contraste com toda a natureza inanimada, que é maior em quantidade.

Pergunta: Então, o que precisamos pedir?

Resposta: Nós temos que pedir apenas a deficiência. É bom que agora estejamos recebendo uma deficiência durante a disseminação. Não há nada mais valioso do que isso. Sentir-nos obrigados a todo o mundo é a melhor coisa. Esta é a mesma deficiência na qual descobrimos toda a realidade, todos os fenômenos do Criador.

Esta deficiência, nos obrigará a sentir o quanto nós necessitamos do Criador. Até hoje, não precisamos do Criador, mas, hoje, Ele se tornou uma necessidade para nós, como o ar, e portanto, não é por nada que está escrito, “Venha ao faraó!”, pois, sem o Faraó, não precisaríamos do Criador.

Da Lição Diária de Cabalá 25/05/14

Como Um Feixe De Juncos — A Nação Em Missão, Parte 2

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 4: Uma Nação Em Missão

O Papel do Povo Judeu

Misturar e Mesclar

E ainda assim, como é que a correção fluirá para as nações? Se a nação de Israel corrige a si mesma, como isso afetará qualquer uma das outras nações?

Quando Abraão primeiro descobriu o Criador, ele descreveu isso a quem quer que escutasse, e aqueles que se juntaram a ele se tornaram as primeiras pessoas corrigidas. Essas pessoas então foram para o Egito e finalmente emergiram dele em números muito maiores, uma nação inteira. Essa nação recebeu a Lei da Correção, denominada a Torá, e corrigiu a si mesma. No Primeiro Templo, a nação Judaica alcançou seu mais alto nível de conexão com o Criador, como demonstrado no capítulo anterior. A partir daí, a nação começou a declinar até que seu povo foi exilado para Babilônia. Quando regressou à Terra de Israel, a maioria da nação Judaica escolheu permanecer na diáspora e uma assimilação gradual iniciou.

Certamente, é assim que a passagem da mensagem começou. Quando as pessoas que foram inicialmente corrigidas – que transcenderam o interesse pessoal e descobriram o Criador – se misturaram com aquelas que nunca tiveram tais pensamentos, aquelas ideias nobres começaram a se espalhar dentro da sociedade anfitriã e ajudaram a instigar pensamentos mais humanos nas mentes das pessoas. Embora esses não fossem pensamentos corrigidos derivados de mentes que haviam transcendido o egoísmo, as noções de universalismo e humanismo todavia começaram a se estabelecer nas mentes das pessoas.

Certamente, durante o Renascimento, vários acadêmicos reconhecidos sustentaram que os Gregos haviam adoptado pelo menos alguns dos seus conceitos do judeus, neste caso especificamente da Cabalá. Johannes Reuchlin (1455-1522), por exemplo, conselheiro político do Chanceler, escreveu em De Arte Cabalística (Sobre a Arte da Cabalá): “Independentemente, sua proeminência [de Pitágoras] não derivou dos gregos, mas novamente dos judeus. …Ele mesmo foi o primeiro a converter o nome Cabalá, desconhecido aos gregos, no nome grego filosofia”. [i]

Em 1918, um pastor Francês, Charles Wagner, foi citado como tendo escrito, “Nenhum dos nomes resplandecentes na história – Egito, Atenas, Roma – pode ser comparado à grandiosidade eterna de Jerusalém. Pois Israel deu à humanidade a categoria da santidade. Somente Israel conheceu a sede pela justiça social e essa santidade interior que é a fonte da justiça”. [ii]

Mais recentemente, o historiador Cristão, Paul Johnson, escreveu em Uma História dos Judeus: “O impacto judaico na humanidade foi multiforme. Na antiguidade eles foram os grandes inovadores na religião e moral. Na Idade das Trevas e no início da Europa medieval eles ainda eram um povo avançado transmitindo escasso conhecimento e tecnologia. Gradualmente, eles foram empurrados da vanguarda e caíram para trás; no fim do século dezoito eles eram vistos como sujos e obscurantistas, reacionários na marcha da humanidade civilizada. Mas depois veio uma segunda explosão surpreendente de criatividade. Fugindo de seus guetos, eles transformaram novamente o pensamento humano, desta vez na esfera secular. Muito dos utensílios mentais do mundo moderno é também de fabricação judaica”. [iii]

Da mesma forma, em Os Presentes dos Judeus: Como uma Tribo de Nômades do Deserto Mudou a Maneira Como Todos Pensam e Sentem, o autor Thomas Cahill, antigo diretor de publicações religiosas na Doubleday, descreve a contribuição dos judeus para o mundo, que, na sua visão, começou no exílio na Babilônia. “Os judeus originaram o tudo”, escreve ele, “e com ‘o’ pretendo dizer tantas das coisas com que nos preocupamos, os valores subjacentes que fazem todos nós, judeu e gentio, crente e ateu, funcionar. Sem os judeus, nós veríamos o mundo com olhos diferentes, escutaríamos com ouvidos diferentes, até sentiríamos sentimentos diferentes… Nós pensaríamos com uma mente diferente, interpretaríamos todas as nossas experiências diferentemente, tiraríamos diferentes conclusões das coisas que caem sobre nós. E definiríamos um percurso diferente para nossas vidas”. [iv]

Curiosamente, alguns líderes judeus renomados também escreveram sobre a difusão (e deterioração) da sabedoria judaica depois da ruína do Primeiro Templo. Rabi Shmuel Bernstein de Sochatchov, por exemplo, escreveu, “Os gregos tiveram a sabedoria da filosofia, que se originou dos escritos do Rei Salomão que vieram à sua posse depois da ruína do Primeiro Templo. Contudo, eles foram deteriorados pelos gregos com subtrações, adições e substituições até que visões falsas se misturaram com eles. Ainda assim, a própria sabedoria é boa, mas partes do mau se misturaram com ela”. [v]

Da mesma forma, Baal HaSulam escreveu em “A Sabedoria da Cabalá e a Filosofia”: “Os sábios da Cabalá observam a teologia filosófica e queixam-se de que eles roubaram a casca superior de sua sabedoria, a qual Platão e seus predecessores haviam adquirido ao estudar com os discípulos dos profetas em Israel. Eles roubaram elementos básicos da sabedoria de Israel e usaram uma capa que não lhes pertence”. [vi]

[i] Johannes Reuchlin, De Arte Cabbalistica (Hagenau, Alemanha: Tomas Anshelm, Março de 1517), 126.

[ii] Fonte: Um Livro de Pensamentos Judaicos, Ed. J. H. Hertz (Londres: Oxford University Press, 1920), 134.

[iii] Paul Johnson, (historiador cristão), A História dos Judeus (Nova York: Primeira Biblioteca Permanente, 1988), 585-6.

[iv] Thomas Cahill, Os Presentes dos Judeus: Como uma Tribo de Nômades do Deserto Mudou a Maneira que Todo Mundo Pensa e Sente (Nova York: Nan A. Talese/Anchor Books (impressões de Doubleday), 1998), 3.

[v] Rabino Shmuel Bornstein, Shem MiShmuel [O Nome de Samuel], Miketz [No Final], TARPA (1921).

[vi] Rav Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos de Baal HaSulam, “A Sabedoria da Cabalá e Filosofia” (Instituto de Pesquisa Ashlag: Israel, 2009), 38