Textos arquivados em ''

Alcançar A Felicidade

laitman_558Opinião (Hugh Mackay, pesquisador social, autor de doze livros, incluindo cinco best-sellers): “Eu, na verdade, ataco o conceito de felicidade. A ideia de que – eu não me importo de que as pessoas sejam felizes –, mas a ideia de que tudo o que fazemos é parte da busca da felicidade, me parece uma ideia muito perigosa e conduziu a uma doença contemporânea na sociedade ocidental, que é o medo da tristeza. É uma coisa realmente estranha que estamos agora vendo as pessoas dizendo ‘Escreva 3 coisas que o fez feliz hoje antes de ir dormir’ e ‘anime-se’ e ‘felicidade é nosso direito’ e assim por diante. Estamos meio que ensinando nossos filhos que a felicidade é o valor padrão –é lixo. Nós deveríamos estar lutando por integridade e parte disso é tristeza, decepção, frustração e fracasso; todas essas coisas que nos fazem quem somos. Felicidade, vitória e realização são pequenas coisas boas que nos acontecem também, mas não nos ensinam muito. Todos dizem que podemos crescer com a dor e assim que experimentam dor dizem ‘Rápido! Sigam em frente! Animem-se!’ Eu gostaria de ter apenas um ano de moratória da palavra ‘felicidade’ e substituí-la pela palavra ‘integridade’. Pergunte-se ‘isto está contribuindo para minha integridade?’ e se você está tendo um dia ruim, que seja….”.

Meu Comentário: A Cabalá oferece a relação com o mundo na linha do meio — para determinar tudo de acordo com os benefícios da conquista da meta da existência, que é a convergência de felicidade e dificuldades. Mas é necessário revelar o verdadeiro propósito que pode estar apenas acima da vida que leva a esta meta e comparar o que está acontecendo com a aproximação do alvo.

Vejo Você No Próximo Mundo

laitman_933Pergunta: Os amigos podem ser grandes e sentir o significado do conceito de dentro do grupo e de um coração, mas o que eu devo fazer se não sinto isso e não sei como trabalhar corretamente?

Resposta: Isto é esclarecido no trabalho mútuo. Você tem que começar a ver os amigos através do centro do grupo, unidos como um. Eles podem não saber o que eles são e podem não compreendê-lo, mas você vai ver que eles já estão, na verdade, em conexão espiritual.

Você tem que ver seus estados avançados, e isso depende do seu desejo de vê-los assim. Eu, por exemplo, quero ver como todos vocês são bem sucedidos, já que são como meus filhos, e, portanto, eu vejo isso. Mas é por causa da preocupação e do desejo de que vocês obtenham isso que eu vejo sua forma futura.

Ver os amigos como bem sucedidos significa vê-los unidos e revelando o Criador para deleitá-Lo, o que significa vê-los em estados espirituais.

Nós devemos ver toda a realidade como um sistema. O mundo corporal e o mundo espiritual não existem separadamente; eles são um todo unificado. Tudo só depende dos olhos de quem vê.

O Criador é revelado entre os amigos, o que significa que há uma força de doação mútua agindo entre eles, isso é tudo. O Criador é revelado somente na conexão correta entre nós. Isto é chamado de Criador. É nesta conexão que nós nos voltamos para essa força.

Ele não é encontrado em nenhum outro lugar. Nós não devemos retratar ou imaginar que Ele está em outra realidade, mas só entre nós. O Criador não tem nenhuma forma. Há certa identidade inconcebível que é revelada se nós fornecemos-Lhe o sistema a ser revelado. Se todos os componentes estão conectados corretamente, nós podemos descobri-Lo.

É como se houvesse um campo magnético ou eletrostático; se construirmos um sistema para detectar esse campo, o sistema começará a agir: as luzes se acenderão, e as rodas vão girar. Afinal, nós reunimos corretamente a máquina e agora percebemos a força do campo que está em torno dela, a energia negra.

Nós vivemos no mundo desta energia que é revelada nele em diferentes formas inferiores, tais como a força da gravidade e outras forças físicas, mas nós queremos descobrir a força primária na qual o pensamento superior e o desejo estão ocultos e não os resultados, não os campos particulares.

Esses campos são revelados na matéria, visto que a matéria já está organizada dessa maneira. Esta é a razão porque nós estudamos a matéria. No nível corporal, nós descobrimos estes resultados na superfície da terra e no universo, mas quando nós ascendemos a um nível diferente de conexão da matéria, descobrimos um campo diferente. É chamado ode “morador (Shochen) que habita na Shechinah“.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 20/04/14, Escritos do Baal HaSulam

Sobre A Beleza Interna

laitman_543_02A Torá, “Levítico”, 21:16-21:18: Disse ainda o Senhor a Moisés: Diga a Aarão: Pelas suas gerações, nenhum dos seus descendentes que tenha algum defeito poderá aproximar-se para trazer ao seu Deus ofertas de alimento. Nenhum homem que tenha algum defeito poderá aproximar-se: ninguém que seja cego ou aleijado, que tenha o rosto defeituoso ou o corpo deformado;

Do ponto de vista espiritual, um “defeito” é uma falha, a corrupção interna de uma pessoa, uma falha no seu anseio espiritual pela conexão e unidade.

Pergunta: Como é determinada a falha interna de uma pessoa?

Resposta: É impossível determiná-la externamente, já que ela está oculta até mesmo da pessoa até que ela a descubra dentro dela sozinha. Isto é chamado de sabedoria oculta ou conhecimento oculto. É apenas na medida em que a pessoa pode revelar o defeito dentro dela e suportá-lo que ela pode realiza-lo corretamente.

O defeito é totalmente não sentido e não pode ser visto de fora, já que ninguém sabe quais são as intenções de uma pessoa. Ela pode executar ações que podem parecer totalmente estúpidas e até prejudiciais, totalmente insípidas e egoístas, de fora, mas, na verdade, tudo é totalmente diferente, porque o caráter e a qualidade da ação determinam a intenção.

Comentário: Mas em nosso mundo tudo é oposto à Torá, que se refere apenas às intenções quando fala sobre uma pessoa.

Resposta: Essas limitações não se referem à aparência externa da pessoa, claro. Moisés, por exemplo, é descrito como muito bonito, alto e fortemente estruturado. Pode uma pessoa de 120 anos de idade realmente parecer dessa maneira? Trata-se apenas da sua pureza e beleza interna.

Eu entendi isso pela primeira vez quando estudei com o Rabash. Ele me pediu para ajudar a encontrar um par para certa garota… e eu decidi apresentá-la a um cara que estudou com a gente. A menina era muito inteligente, muito esperta e uma pintora talentosa que mais tarde deu uma de suas pinturas como presente para o Rabash. Eu convidei o garoto e a garota para almoçar na minha casa e eles conversaram; depois, eu fui dar uma volta e duas horas depois ele veio para a aula e me disse que não gostou da aparência dela. Eu passei esta informação para o Rabash, vitos que o futuro da garota era muito importante para ele. No começo ele não entendeu o que tinha acontecido, mas quando eu expliquei-lhe, ele perguntou: “Então, ele apenas olhou para sua externalidade?!” O cara não conseguiu subir acima de sua razão, e, no final, a vida não deu certo para ele ou para a garota. Ele se casou e teve cinco filhos, mas eles se divorciaram depois de um tempo. Ela se casou e teve um filho e se divorciou do marido.

Rabash sempre disse simplesmente: “O amor é um tipo de animal que é construído por concessões mútuas”.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 28/04/14

Nutrição Humana

laitman_560A Torá, “Levítico”, 23:14: Vocês não poderão comer pão algum, nem cereal (feito de farinha) tostado, nem cereal novo, até o dia em que trouxerem essa oferta ao Deus de vocês. Este é um decreto perpétuo para as suas gerações, onde quer que morarem.

O pão representa a característica de Hassadim (misericórdia), de modo que a correção de uma pessoa ocorre precisamente em torno destes estados.

Em nossa correção espiritual antes do Omer (feixe), nós estamos envolvidos com tudo, não só com pão. Pão é alimento humano. Aqueles que corrigem o Omer dentro deles — ou seja, aqueles que colhem, reúnem, amarram e o transformam em produtos cozidos feitos com farinha — alcançam o nível de doação completa.

Pastelarias (produtos cozidos feitos de farinha) referem-se à realização de desejos egoístas que crescem do chão, do estado mais baixo, onde a pessoa pode cultivá-los e transformá-los na característica de doação.

Como regra geral, características egoístas no nível inanimado são encontradas em cada um de nós, para que possamos corrigi-las sem qualquer problema. Mas aqui isso está falando sobre como desenvolver as características egoístas dentro de nós mesmos que se transformam em alimento para o nível espiritual, Adam.

Com isso, nós criamos nossa investigação pessoal interna porque sabemos como desenvolver o ego dentro de nós, como gerenciá-lo, como ele crescerá nas linhas esquerda e direita, e, assim, podemos corrigi-lo, comparando e combinando-as, avançando na linha do meio.

Tudo o que é mencionado na Torá é destinado apenas para a nossa conexão e unificação e ensina em que nível, em que condições, quais partes do nosso desejo, estão conectadas e se completam mutuamente com semelhança e equivalência com o Criador. Isto é tudo o que uma pessoa precisa fazer neste mundo além da satisfação mínima de suas necessidades básicas.

Quando nós terminarmos nossa correção espiritual, provendo-nos com os níveis inanimado, vegetal e animal através dos “frutos da terra”, este mundo desaparece. E nós continuamos existindo num estado eterno e corrigido. Nós tentamos alcançar isso enquanto ainda estamos vivos neste mundo. A sabedoria da Cabalá nos foi dada para esse propósito.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 28/05/14

Parentes, Parentes

laitman_232_04A Torá, “Levítico”, 21:1 – 21:3: Disse ainda o Senhor a Moisés: Diga o seguinte aos Cohanim (sacerdotes), os filhos de Aarão: um Cohen (sacerdote) não poderá tornar-se impuro por causa de alguém do seu povo que venha a morrer, a não ser por um parente próximo, como mãe ou pai, filho ou filha, irmão, ou irmã virgem dependente dele por ainda não ter marido; por causa dela, poderá tornar-se impuro.

No trabalho espiritual, a pessoa se encontra sempre como um componente intermediário entre características superiores e inferiores. As características superiores do sacerdote são dirigidas ao Criador. As características inferiores são aquelas que sustentam e apoiam um desejo que é dirigido ao Criador e procedem de acordo com uma hierarquia dirigida para baixo. A pessoa se baseia aparentemente nesses desejos, e cada um deles está conectado a ela no nível dela, quando ela se anula e está incluída em sua ânsia pelo Criador. Com isso, eles justificam sua missão.

Isto é, “… por um parente próximo…” simboliza os desejos do sacerdote (Cohen) que não são relevantes para a sua conexão direta com o Criador, mas para níveis inferiores.

Na criação, nada foi criado além do desejo. Portanto, nosso trabalho é dirigi-lo à doação, ao Criador, assim como Ele dirige Sua ação a nós, e então nós atingimos a adesão.

O sacerdote (Cohen) é uma característica que está pronta para elevar todos os desejos que estão abaixo de acordo com uma hierarquia e dirigi-los à conexão com o Criador.

Os Levitas são o mecanismo de execução, moldando os desejos que se encontram abaixo do sacerdote. Eles entendem os sacerdotes e sabem como realizar suas instruções.

Israel representa os desejos ainda inferiores que podem ser subservientes aos Levitas e, através deles, ao sacerdote (Cohen), e eles constituem uma conexão entre os desejos superiores e os desejos que se chamam as “nações do mundo”, e abaixo dos desejos das nações do mundo estão os desejos do animal, vegetal e inanimado.

Todos os desejos devem ser dirigidos juntos à unidade geral, e quando ela for atingida, dentro dela a característica de doação total mútua é descoberta. Imagine por um longo tempo que você está meticulosamente reunindo algo, e de repente isso começa a brilhar internamente. Isto significa que o poder dos desejos atinge este tipo de unidade, quando começa a brilhar. Esta é a descoberta do Criador.

Em outras palavras, essa unificação mútua entre as características das criaturas acontece quando o Criador é descoberto. Ele brilha por toda a pirâmide de acordo com a lei de equivalência entre o desejo e a Luz. Este é o objetivo do nosso desenvolvimento, enquanto que o objetivo da nossa existência é atingir este estado e avançar rumo a algo que, por enquanto, ainda é desconhecido para nós.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 28/04/14

Como Um Feixe De Juncos – Dispensáveis, Parte 1

Like a Bundle of ReedsComo um Feixe de Juncos, Por que Unidade e Garantia Mútua são Urgentes Hoje, Michael Laitman, Ph.D.

Capítulo 6: Dispensáveis

Antissemitismo Contemporâneo

No Capítulo 1, nós dissemos que Abraão descobriu que o egoísmo inerente da natureza humana está uma tendência constante de expansão. O método que ele concebeu não se dirigia a refrear esse egoísmo porque ele sabia que isto era impossível, pois o homem foi criado para receber ilimitadamente. Sua questão, portanto, era como receber esse tesouro pretendido. Abraão descobriu um método onde, ao estudar e almejar se unir, as pessoas subiam a um novo nível de percepção. Assim, elas adquiriam a natureza do Criador – benevolência – e podiam receber esse prazer ilimitado sem se tornar demasiado indulgentes e perigosas para si mesmas ou para o ambiente.

O êxodo do Egito e a formação da nação de Israel marcaram o estágio de formação de cinco séculos. Durante esse tempo, Israel deixou de ser um grupo composto por famílias e estudantes para uma nação inteira cuja meta era alcançar o Criador.

Ao tentar subir ao nível espiritual mais elevado, os hebreus nunca recuaram de sua intenção original de oferecer suas percepções a toda a humanidade. Esta seria sua contribuição para as nações, a “luz” que supostamente deveriam dar-lhes. Através das gerações, esse presente da “luz” é o que as nações têm tentado receber dos judeus, e a carência que tem sido a causa de nossas aflições pelas nações.

No prólogo a este livro, Uma História dos Judeus, o romancista e historiador Cristão, Paul Johnson, eloquentemente descreve as questões que conduziram Abraão a suas descobertas, as mesmas questões que conduzem a humanidade até este dia. Johnson retrata sua reverência pela habilidade dos judeus de descobrir as respostas a essas perguntas, viver por suas consequentes leis e seus esforços de ensiná-las aos outros.

Nas suas palavras, “O livro me deu a chance de reconsiderar objetivamente, à luz de um estudo cobrindo praticamente 4000 anos, a mais intratável de todas as perguntas humanas: para que estamos nesta terra? É a história meramente uma série de eventos cuja soma é a insignificância? Não há diferença moral fundamental entre a história da raça humana e a história , digamos, das formigas? Ou há um plano providencial do qual nós somos, embora humildemente, os agentes? Nenhum povo alguma vez insistiu mais firmemente que os Judeus que a história tem um propósito e que a humanidade tem um destino. Numa fase muito inicial da sua existência coletiva eles acreditavam que haviam detectado um esquema divino para a raça humana, do qual sua própria sociedade seria um piloto. Eles representaram seu papel com imenso detalhe. Eles se seguraram a ele com persistência heroica em face do sofrimento selvagem. Muitos deles ainda acreditam nele. Outros o transmutaram para os esforços de Prometeu de elevar nossa condição por meios puramente humanos. A visão judaica se tornou o protótipo para muitos projetos grandiosos semelhantes para a humanidade, tanto divinos como fabricados pelo homem. Os judeus, desta forma, se encontram exatamente no centro da tentativa perene de dar à vida humana a dignidade de um propósito”. [i]

[i] Paul Johnson, (historiador cristão), A História dos Judeus (New York, Primeira Perennial Library, 1988), 2