A Harmonia Está Na Unidade Dos Opostos

557Um coração não está conectado a outro apenas pela harmonia. Em vez disso, eles estão profundamente ligados por meio de suas feridas. Dor ligada à dor, fragilidade à fragilidade. Não há silêncio sem um grito de dor, não há perdão sem derramamento de sangue, não há aceitação sem uma passagem por uma perda aguda. Isso é o que está na raiz da verdadeira harmonia (Haruki Murakami).

Pergunta: O que você acha disso? Tudo isso é realmente necessário?

Resposta: Você vê que esta é a mentalidade japonesa até certo ponto. Naturalmente este é um tipo de materialismo convexo onde uma coisa não pode existir sem a outra e é o resultado da luta dos opostos.

Tal ditado é adequado para o nosso mundo. É um dos muitos que fala de um mundo desequilibrado no qual não há perfeição, mas por algum motivo o mundo luta por isso.

Pergunta: Como essas coisas mundanas sobre as quais Murakami escreve aparentemente se transferem para outras coisas nas pessoas em certos pontos de desenvolvimento superior?

Resposta: Devemos chegar a um estado em que nos convençamos de que a luta é necessária, os opostos devem se abrir e devemos chegar ao ponto de partida em que nascemos.

Neste ponto, a pessoa deve alcançá-los, chegar a um acordo com eles, conectar-se com eles e alcançar a verdadeira harmonia. Ou seja, a harmonia começa quando alcançamos a unidade dos opostos.

A pessoa deve concordar que o que lhe é oferecido na forma de um mundo de luta de opostos é de fato nosso mundo ilusório. E se avançarmos corretamente, em vez dessas duas forças opostas – por exemplo, yin – yang – revelaremos uma única força que está dentro desses dois opostos e os dá à luz apenas para que eles revelem essa própria força.

De KabTV, “Expresso de Cabalá”, 18/11/22