Michael Laitman, no The Times of Israel: “Entendendo A Torá Espiritual E As Mitzvot”

Possivelmente, a medida-chave da devoção religiosa de uma pessoa é a medida em que ela observa os mandamentos de sua denominação. No judaísmo ortodoxo, isso pode significar observar certas regras dietéticas ou dizer certas graças em determinados momentos ou situações durante o dia. Para os muçulmanos, pode ser observar o jejum do Ramadã e fazer uma peregrinação a Meca, e para os cristãos, pode ser ir à igreja no domingo ou, se você for católico, fazer confissões.

No Judaísmo, os mandamentos são chamados de Mitzvot, e uma pessoa é considerada religiosa quando observa o que é chamado de Torá e Mitzvot, ou seja, as Mitzvot que estão escritas na Torá – os livros do Antigo Testamento, bem como as regras que foram estabelecidas posteriormente e foram detalhadas em textos posteriores.

Muitas pessoas consideram a sabedoria da Cabalá como um ramo do judaísmo, ou como a parte esotérica ou mística do judaísmo. Alguns até a consideram uma religião por si só. Como um Cabalista que recebeu seu conhecimento da fonte mais autorizada – RABASH, o filho primogênito e sucessor do Baal HaSulam – posso dizer a você que não é nenhum deles. A Cabalá é uma abordagem científica da vida. Ela ensina as leis básicas da existência e diz o que você pode esperar se as seguir. No entanto, cabe a você fazer o experimento em si mesmo e descobrir se as leis que ela ensina são corretas ou não.

A Cabalá, portanto, não é uma religião e certamente não é misticismo. É um método rigoroso cuja única diferença da ciência dura é que o sujeito da experimentação é o experimentador. Em outras palavras, na sabedoria da Cabalá, o observador e o observado são a mesma coisa.

A sabedoria da Cabalá é anterior à religião. A religião judaica que conhecemos hoje evoluiu nos últimos séculos da presença de Israel em Judá, aproximadamente 2.000 anos atrás. A sabedoria da Cabalá começou com o livro Anjo Raziel, atribuído ao Adão bíblico, mas de forma ainda mais proeminente com os ensinamentos de Abraão. Abraão também compôs livros, mas o único que sobreviveu foi o Sefer Yetzira [O Livro da Criação].

Compreender que a Cabalá é um método científico é importante porque um dos conceitos-chave é Torá e Mitzvot. No entanto, a Torá e Mitzvot de que fala a Cabalá não tem nada a ver com a Torá e Mitzvot de que fala o Judaísmo.

Na sabedoria da Cabalá, a Torá é simplesmente a lei geral da realidade. Todas as galáxias, estrelas, planetas, todas as pessoas e tudo o que existe segue um certo código de leis. Esse código de lei é chamado de Torá. A palavra Torá tem várias origens, mas uma delas é hora’a, que significa instrução. Portanto, as leis de comportamento de tudo o que existe são chamadas de Torá.

Dentro da realidade que obedece às leis da Torá estão as pessoas. As pessoas levam suas vidas de certas maneiras, têm pensamentos diferentes e todos os tipos de intenções por trás de suas ações. Quando elas conduzem suas vidas de acordo com a lei comum da realidade, ou seja, a Torá, considera-se que elas seguem o imperativo da natureza [tzivui]. Esta é a origem da palavra Mitzvot [mandamentos].

Toda religião promete que, se você observar suas Mitzvot, sua vida será boa. A Cabalá diz o mesmo, mas por uma razão muito diferente. Na Cabalá, não há divindade suprema para recompensá-lo por obedecer aos seus comandos. Tudo o que existe são as leis da Torá, as leis da realidade. Se vivermos de acordo com essas leis, nossas vidas se tornarão confortáveis. É como remar a favor da corrente ou contra a corrente, onde a favor é como obedecer às leis da realidade, e contra significa resistir a elas, que é o que fazemos atualmente porque não as conhecemos.

As leis da Torá são muito simples: tudo é equilibrado. Dar e receber são equilibrados e mantêm um equilíbrio dinâmico, assim como o corpo mantém a homeostase. Se estudarmos essas leis e soubermos manter o equilíbrio com a realidade, nossa vida se torna fácil e indolor. Se não conhecemos as regras, ocorre o contrário.

A Cabalá nos ensina quais são essas regras e como estar em equilíbrio com toda a realidade. Quanto mais revelamos as leis da realidade, mais revelamos o que é chamado de Criador: a lei que criou e sustenta a realidade. A palavra hebraica para Criador é Boreh, das palavras bo–re’eh [venha-veja], significando venha e veja as leis da criação. Se você as vir, saberá como levar uma vida equilibrada e feliz. É também por isso que os Cabalistas aspiram revelar o Criador, porque significa conhecer toda a criação e como nos comportar nela.

Como podemos ver, não há nada de místico ou religioso na sabedoria da Cabalá e seus termos. É muito importante manter esses conceitos em mente quando lemos os textos do Baal HaSulam e do restante dos Cabalistas.

Boa sorte revelando a realidade!

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Pergunta: Um Ministério da Felicidade foi estabelecido em Dubai. É chefiado por uma mulher cuja função é desenvolver um programa para fazer felizes as pessoas que vivem nos Emirados Árabes Unidos.

Além de você, que fala sobre isso o tempo todo, essa é talvez a primeira concretização real da ideia de um governo adequado que se preocupa com a felicidade das pessoas. No entanto, a questão é o que exatamente eles querem dizer com felicidade?

Diga-me como suas ideias, artigos, livros, que visam principalmente a educação e educação da população de Israel, bem como dos judeus ao redor do mundo, combinam com isso?

Resposta: Para ser sincero, não conheço os planos do Ministério da Felicidade. Seria interessante me familiarizar com eles. Mas tenho certeza de que temos um programa completamente diferente.

Por felicidade entendemos alcançar a conexão mútua que leva as pessoas ao amor umas pelas outras, ou seja, ao cumprimento do mandamento bíblico “amar o próximo como a si mesmo”. No entanto, seria bom criar tal ministério.

Pergunta: Quando você fala sobre o mundo espiritual e sobre o fato de que o objetivo é alcançar um senso de espiritualidade, isso não contradiz uma vida feliz em um corpo físico na Terra?

Resposta: De jeito nenhum.

De KabTV, “Conversas, Israel e Seu Impacto no Mundo”, 18/11/21

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Pergunta: O que é o sistema de forças impuras?

Resposta: Por forças impuras queremos dizer aqueles desejos que nos levam a receber, não a doar. Uma vez que são opostos ao Criador, falamos deles como forças impuras.

Pergunta: Todo o nosso mundo está no sistema de forças impuras? Afinal, só temos o desejo de receber para nós.

Resposta: Claro. A santidade é o desejo de receber para o bem do Criador, e as forças impuras são o desejo de receber para o próprio bem.

De KabTV, “O Estudo das Dez Sefirot (TES)“, 20/11/22

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Pergunta: Alguns pesquisadores estudaram a harmonia e entrevistaram um grande número de pessoas. Os entrevistados foram instruídos a fechar os olhos e imaginar sua imagem harmoniosa ideal. As pessoas relataram várias imagens. Algumas se imaginaram em silêncio na natureza. Outras se imaginaram em casa com seus entes queridos em um ambiente calmo. E outras em uma viagem com outros.

Você acha que é possível imaginar um estado harmonioso fechando os olhos?

Resposta: Sim. Digamos que debaixo de um cobertor. É quente, bom e tranquilo. Para mim isso é harmonia.

Pergunta: Isso é realmente harmonia?

Resposta: Você quer dizer harmonia no sentido individual da palavra ou no sentido global?

Pergunta: Até agora, no sentido individual, quando uma pessoa, em determinado momento, pode atingir um estado de equilíbrio. É possível imaginar isso?

Resposta: Sim. Nada o incomoda, nada o pressiona e você não quer nada. Você apenas gosta do fato de estar em calor, silêncio e conforto.

Pergunta: Uma restrição dos órgãos sensoriais como fechar os olhos ajuda nisso?

Resposta: Naturalmente. Quanto mais próximo você estiver do estado intrauterino, mais harmonia você sentirá.

É por isso que coisas tão simples como um passatempo tranquilo com sua família ou uma viagem tranquila na natureza, quando nada o incomoda, ninguém precisa de nada de você e você não precisa de nada de ninguém, é o elemento mais simples de harmonia.

De KabTV, “Expresso de Cabalá”, 18/11/22

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Pergunta: Por que existe tanta diferença entre sua educação espiritual e a educação espiritual dos alunos atuais? Por que o Rabash colocou tudo sobre você?

Resposta: Depende da qualidade da alma. Não há nada que você possa fazer aqui. Há algumas almas a quem isto é dado (mesmo fora do grupo) porque elas têm de cumprir uma determinada missão. Não gosto de falar sobre isso, mas é assim; é concedido, existem tais pessoas.

Não posso dizer que são melhores, piores, superiores ou inferiores. Assim como uma pessoa nasce com alguma inclinação para a arte, outra para a ciência, uma terceira para o trabalho com as mãos, e assim por diante, é o mesmo aqui. Não podemos escolher nada aqui. É sobre a qualidade da alma.

Portanto, o Rabash me acolheu e começou a me educar. Qual é a diferença? Se outra pessoa estivesse no meu lugar, teria feito a mesma coisa. Ao longo de todos os anos, até o fim da sua vida, ele me manteve constantemente ao seu lado embora eu não entendesse muito o quê ou porquê em termos do que se poderia ter compreendido e conseguido de tudo isto! Foi assim que foi arranjado.

Pergunta: Como esse ímã funcionava, já que você não entendia muito?

Resposta: Justamente porque eu entendia tão pouco, ele pôde investir tanto em mim. Eu não pude resistir nem saber enquanto ele estava trabalhando em mim. Ele constantemente investia cada vez mais em mim, mas eu não sabia disso. O que se manifesta em mim hoje é o que ele incutiu em mim.

Pergunta: O que significa se outra pessoa estiver em seu lugar?

Resposta: Qual é a diferença? Depende da minha aparência? Isso se relaciona com os estados de energia entre as almas. Eu acabei sendo a carga em que ele tinha que trabalhar. E ele trabalhou. Então, agora eu sou a carga que ele criou: eu faço isso com os outros.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. O Destino do Cabalista”, 02/11/09

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Pergunta: Por que existe a ilusão de que posso influenciar qualquer fator externo que esteja à minha frente?

Resposta: Porque você ainda existe apenas em um plano. Você é como um bicho que só rasteja sem entender que também existe altura. Da mesma forma, não entendemos que o universo está organizado de uma forma completamente diferente e não egoísta.

Nós nos deparamos com todos os tipos de problemas o tempo todo e vivemos tentando evitá-los. Tal é o mundo, e tal é o nosso estado.

Para nos mostrar como sair disso, existe a sabedoria da Cabalá. Caso contrário, uma pessoa sairá desses estados por um método de tentativa e erro e acertando curvas fechadas o tempo todo, o que é muito, muito doloroso. Levará muito tempo para uma pessoa aprender com isso.

Vemos como as pessoas não querem aprender. Você diz a elas qual é o problema e por que elas estão passando por essa crise, mas elas não querem aceitar esse método. Por quê? Porque é contra a vontade delas receber, embora pequeno e mesquinho, mas é contra. É por isso que elas continuam sofrendo, mas ninguém quer ouvir você.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. Transforme um Inimigo em um Amigo”, 18/11/2013

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A paciência é uma árvore cuja raiz é amarga, mas seu fruto é muito doce (Provérbio).

Minha Resposta: Em geral, sim.

Pergunta: A questão é se a paciência é o tronco de uma árvore, então o que ela é na vida de uma pessoa?

Resposta: É a humildade. Em geral, para uma pessoa comum, é a humildade. Para um Cabalista, é a humildade em grande medida! Isso ocorre porque ele recebe todos os tipos de pressões e empurrões internos. O principal para ele é abaixar a cabeça.

Pergunta: Significa aceitá-los? Isso se chama “humildade”?

Resposta: Sim, porque eles vêm do Criador. Ele percebe corretamente tudo o que vem a ele, classifica tudo, determina que vem do Criador e inclina a cabeça.

Pergunta: O que significa humildade para uma pessoa comum?

Resposta: É o mesmo para uma pessoa comum. Mas ela não está preparada para superar isso como um Cabalista.

Um Cabalista se eleva acima dos golpes em sua humildade. Uma pessoa simples, porém, apenas se humilha para sofrer menos. O que mais ela pode fazer?

Pergunta: Sua tarefa é humilhar-se?

Resposta: A tarefa de qualquer pessoa não é apenas se humilhar, mas se aproximar do Criador. A humildade leva a isso.

Pergunta: Outra questão é sobre o que uma pessoa deve cultivar paciência e sobre o que ela deve ser impaciente?

Resposta: A paciência deve ser aplicada a quase tudo, exceto à pressão egoísta pessoal. Eu diria que sim; ela deve estar impaciente com seu egoísmo. Para o resto, paciência máxima.

Pergunta: Ela tem que ser paciente com outras pessoas?

Resposta: Em tudo!

Pergunta: E impaciente consigo mesma?

Resposta: Sim.

Pergunta: Por que as raízes são amargas neste caso de acordo com este provérbio? É assim do ponto de vista da Cabalá?

Resposta: A raiz é realmente amarga, mas os frutos são doces.

Pergunta: Por quê?

Resposta: Porque tudo começa pelas raízes. Até você descobrir, ver, se familiarizar, levá-las consigo, cultivar um tronco com elas e alcançar o fruto, até então é claro, tudo é amargo.

Comentário: Ou seja, o tronco cresce a partir de raízes muito amargas.

Minha Resposta: Sim, e o tronco em si também não é muito agradável.

Pergunta: O que é quando o doce cresce do amargo? Essa é a minha atitude em relação ao que está acontecendo comigo?

Resposta: Não, essa é a revelação do propósito da criação, que gradualmente se manifesta em uma cadeia sequencial de eventos, quando, em princípio, tudo é considerado amargo. Como um bebê que nasce e chora, e através de sua consciência, consentimento, apoio, justificando as ações do Criador, aproximando-se, conectando-se e aderindo ao Criador chega a um doce fruto.

Pergunta: A conclusão, a quintessência deste provérbio: o que deve ser uma árvore e o que ela representa de acordo com a Cabalá?

Resposta: Uma árvore é a árvore de vida. É aqui que a pessoa começa sua jornada na terra e como deve terminá-la.

Pergunta: Uma pessoa é personificada com uma árvore?

Resposta: Sim. Uma pessoa é uma árvore que cresce e se desenvolve com a ajuda de todo tipo de sensações possivelmente amargas e desagradáveis, sem saber como ou o quê. Ela está no nível inanimado, no nível da terra, e então gradualmente cresce e dá à luz um fruto que já atinge sua maturidade.

Isso é muito complicado, geralmente estudamos isso nas aulas do feriado do Ano Novo das árvores, Tu B’Shevat em hebraico. É quando estudamos tudo.

Pergunta: O que é um fruto doce ao qual a árvore, isto é, a pessoa, deve vir?

Resposta: Representa o fruto do Jardim do Éden. O céu é a revelação do Criador.

Pergunta: Uma pessoa alcança o céu?

Resposta: Sim. Quando o Criador é revelado de alguma forma diante dela, ela já vê este campo no qual o Criador é revelado diante dela, e então a árvore e seus frutos.

Pergunta: É quando ela meio que produz um fruto?

Resposta: Sim.

Pergunta: Qual é o fruto?

Resposta: O fruto é a obtenção da sabedoria superior, eternidade, perfeição e conexão completa com o Criador.

De KabTV, “Notícias com o Dr. Michael Laitman”, 04/08/22

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Michael Laitman, no Quora: “O Que Você Acha Que É Realmente A Causa Da Crise No Mundo Hoje?”

Somos todos partes de um sistema interconectado e interdependente da natureza. Em nosso mundo de hoje, esse sistema se manifesta como relações interdependentes entre todas as pessoas do mundo e entre a humanidade e a natureza.

A natureza humana egoísta, entretanto, que nos faz desfrutar às custas de outras pessoas e da natureza, resiste à nossa interdependência. É por isso que nos comportamos de forma contrária à interconexão e interdependência que se revela cada vez mais hoje.

A causa da crise no mundo de hoje se deve à contradição entre o sistema interconectado e interdependente da natureza e o exagerado egoísmo humano que se opõe à conexão.

Da mesma forma, a solução abrangente para a crise global é corrigir o egoísmo humano, desenvolver uma intenção que inverta o egoísmo ao seu oposto, tornando-o tão interconectado e interdependente quanto a própria natureza. Fazer isso é possível por meio de uma educação que enriquece a conexão, que inclui aprender sobre como nossa natureza e a natureza em geral funcionam, como nos desenvolvemos tornando-nos cada vez mais opostos à natureza até que finalmente nos equilibremos com ela e como podemos usar nosso ambiente social, cultural e influências da mídia para ajudar a inspirar nossa transformação para um mundo harmonioso e pacífico. Discuti esse tópico longamente em vários livros, palestras e outros materiais, e aqui está uma boa página para descobrir mais sobre isso.

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