Rabash: Entre Dois Polos

919Pergunta: Certa vez, o Rabash se comprometeu a ensinar pessoas jovens e não religiosas. O que ele provou com isso? Que a Cabalá não é uma religião? Ou ele precisava de um avanço?

Resposta: Acho que ele viu pelo meu exemplo que o próximo passo é possível aqui e ele não conseguiu se conter. Ele fez uma revolução espiritual.

Claro, Baal HaSulam poderia ter feito o mesmo. Ele faria qualquer coisa! Este homem estava pronto para quebrar todos os limites. Rabash, no entanto, não podia. Ele não se sentia tão elevado. Ele sempre esteve abaixo de seu pai. Mesmo nas fotos, o olhar de Baal HaSulam é direcionado para cima, enquanto ao lado dele, o Rabash está com a cabeça abaixada. Parece muito simbólico.

Mas, ao trabalhar comigo, ele viu que há algo em que investir se eu trouxer outros alunos e, portanto, concordou.

Comentário: Provavelmente é difícil para muitos entender o que significa para o Rabash, que viveu toda a sua vida em um ambiente religioso, de repente decidir e aceitar como alunos aqueles que não tiveram nada a ver com isso.

Minha Resposta: Sim e não. Por um lado, o caminho espiritual coloca a pessoa em estado de medo constante, porque ela é rebaixada até o fundo e, por outro lado, é elevada ao topo.

Você está entre dois polos e não tem outra escolha. Você está literalmente tremendo de cada partícula de poeira, de cada folha, como um coelho debaixo de um arbusto, e ao mesmo tempo você entende que não há solução, você é obrigado a agir.

Eu senti isso depois. Acho que meus alunos também estão gradualmente começando a entender a lacuna que existe na abordagem do mundo em cada alma.

Assim, devemos consistir em medo, como dizem, tremendo diante do Criador, e em grandeza e força. Esses dois opostos devem estar em cada um de nós. Quanto mais diferem, mais poderosa é a pessoa.

Tenho certeza de que o Rabash tinha os dois. Isso acompanha você constantemente; você não pode fugir disso.

Além disso, os dois opostos devem se fundir – tanto o medo quanto a força, o que torna possível seguir em frente, duvidando constantemente e ainda se realizando. É por isso que ele foi em frente.

Era necessário mudar a situação com urgência e trazê-la a um denominador comum. Eu tinha um grande trabalho. Mas rapidamente me afastei dele, porque percebi que, se ficasse preso nisso, não seria eu mesmo. Portanto, continuamos nossa linha pessoal de comunicação com ele.

De KabTV, “Segredos do Livro Eterno“, 12/02/10