Onde O Ser Humano Começa?

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, Item 17: Portanto, a pessoa não deve se impressionar com o modo como a escolha foi tirada de nós, uma vez que devemos ser preenchidos e chegar ao terceiro estado, pois ela já está presente no primeiro.

O primeiro estado e o terceiro estado estão ambos em plenitude, mas no primeiro estado nós ainda não existimos, não temos conhecimento, sentimento, nem realização pessoal. Não há ser humano (Adão) criado como tal e que se destaca em sua existência. Ele ainda está, em teoria, nos discernimentos que deve adquirir.

É como uma gota de sêmen que ainda não é um ser humano. Então, onde ele começa? Nós ainda não sabemos exatamente quando um embrião no ventre de sua mãe pode ser chamado de ser humano que tem um corpo e uma vida própria. Talvez seja a partir da primeira divisão de uma célula em duas, ou talvez seja no momento em que o embrião começa a sentir. Mas isso não resolve todos os problemas. A humanidade ainda está muito longe de determinar ou definir o que significa um ser humano independente, livre. No entanto, nas primeiras fases de nossa existência no mundo do Infinito nós não existimos de forma independente.

Portanto, quando nós realmente começamos a sentir e a nos tornar nós mesmos? Foi quando descemos das árvores e evoluímos para uma criatura que é um pouco mais do que um macaco? Podemos chamar toda essa evolução histórica o processo de se tornar um ser humano? O ego simplesmente nos empurrou para frente e exigiu que nos beneficiássemos em detrimento de outros. Será que alguém realmente sabia o que estava fazendo? Se todo mundo é conduzido pelos instintos do desejo de receber, onde está o verdadeiro “nós”? Por enquanto, nós falamos de criaturas que são constantemente operadas por diferentes fatores. Sim, nós sofremos um pouco, mas a dor em si ainda não é um sinal de independência.

Na verdade, o ser humano em nós começa a se desenvolver a partir do ponto de conexão, e até um pouco na preparação para ele. Se voltarmos ao exemplo do embrião: a gota de sêmen do pai entra no útero da mãe e se adere à parede do útero e começa a se multiplicar, devido à conexão entre a mãe e o pai. Uma célula comum começa a se desenvolver entre a brancura do pai e a vermelhidão da mãe e esta é uma conexão. A brancura do pai é o Criador e a vermelhidão da mãe é o ser criado, e agora há contato entre eles.

Assim, Bina trabalha com Malchut e nós temos que aceitar esta forma de desenvolvimento. No momento em que eu posso me anular e o outro pode se anular, nós nos conectamos, ou eu posso me conectar ao grupo, e esse momento é o início do ser humano em mim.

Claro, tudo está no primeiro estado, no mundo do Infinito, e nós alcançamos tudo isso na prática, o terceiro estado. Mas o segundo estado é o estado intermediário necessário para que possamos ter o livre arbítrio, para que possamos desenvolver e compreender qual é o segredo do nosso desenvolvimento. Ao passar pela sequência destes estados nós aprendemos sobre o sistema chamado Criador, sobre Seus atributos e Suas ações. Nós aprendemos sobre a criação, que é algo que não podíamos fazer antes.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 06/01/14, Escritos do Baal HaSulam