Unidade Multilíngue Do Zohar

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar diz que seu objetivo é tirar todo o mundo do exílio e levar-nos à libertação. Curiosamente, quando nós estudávamos os textos Cabalísticos no passado, nós não nos sintonizávamos com o Livro de Zohar. Nós estudávamos O Estudo das Dez Sefirot, “O Livro da Vida”, “O Portão da Casa das Intenções”, artigos e cartas escritas por Cabalistas, enfim um monte de textos. Por outro lado, O Livro de Zohar era ótimo, mas nós não o sentíamos isso ou nos sentíamos particularmente preocupados com isso.

Não é por acaso! Diz-se que O Livro de Zohar se revelará à nossa geração, quando o processo de correção final começa. A humanidade passou por muito sofrimento antes de descobrir que existe O Livro de Zohar e que sua missão é nos ajudar; agora, não podemos permanecer sem ele.

Nós precisamos de um monte de tempo para nos desenvolver internamente e para sermos capazes de acessar O Livro. A pessoa vem para a sabedoria da Cabalá, explora várias fontes, e só depois descobre que O Livro de Zohar possui um enorme poder e possibilidades incomuns que vêm com diferentes esclarecimentos e são acompanhados por um novo substrato sensual e racional. O Zohar é um livro que engloba tudo o que existe. Não é uma descoberta fácil!

Muitos de nossos amigos dormem durante as aulas do Zohar, uma vez que não sentem qualquer ligação com ele. No decorrer do tempo, eles vão ser capazes de sentir nas linhas que eles leem várias formas de doação e recepção, a correlação das Luzes e vasos, e vão aprender a conectá-los: a linguagem Cabalística dos ramos, a linguagem da Tanakh e Agadá. Tudo de que O Livro de Zohar é composto deve ser considerado como um todo. Ele fala sobre os detalhes da percepção usando diferentes idiomas.

Nós podemos expressar várias noções em diferentes linguagens do mundo; no entanto, todas são sobre uma única sensação, um fenômeno. No Zohar muitas linguagens estão intimamente ligadas. Existem inúmeras maneiras de apresentar o material. O leitor deve ser educado e preparado, deve perceber a realidade que está descrita no Livro, não importa qual for a linguagem usada lá para representá-la.

Semelhante a quando nós usamos palavras de origem estrangeira em nosso discurso, há palavras gregas e latinas no Livro de Zohar. Naquela época, essas linguagens eram muito difundidas e comuns. Os autores do Livro do Zohar não foram de todo relutantes em usá-las. Eles poderiam ter usado valores de Gematria, equivalentes em hebraico ou aramaico, mas optaram por não fazê-lo.

Isso significa que se aprendermos pelo menos um pouco das linguagens que são usadas no Livro do Zohar, ou seja, se nos tornarmos mais conhecedores dos estilos e formas de apresentação dos materiais que são descritos no Livro, estaremos expostos a muitas sensações adicionais às anteriormente experimentadas. Vamos ver qual a causa do seu “multilinguismo”: cada palavra ou frase no Livro do Zohar, seja Gematria, a linguagem das Sefirot, os conceitos da Tanakh ou termos da Halachá (o corpo coletivo de leis religiosas judaicas), reflete a essência espiritual.

Quando eu ligo a estação de rádio da Halachá, eu escuto coisas que são muito claras para mim a partir da minha experiência anterior: a Halachá fala sobre a preparação de nossos vasos, desejos, sobre as maneiras de se trabalhar com desejos egoístas nos níveis inanimado, vegetal, animal e falante. Este trabalho é regulado por um conjunto de leis chamadas “Halachá“. Ele descreve um tratamento correto dos vasos, a ordem de sua correção, e maneiras de ascender ao nível falante.

Afinal de contas, este nível dá expressão a tudo. Nós trabalhamos internamente com os desejos inanimado, vegetal e animal, com os desejos que correspondem ao nosso nível e também com os desejos dos nossos próximos. É assim que ocorre a preparação de todos os quatro níveis. Este é o lugar de onde deriva a linguagem ampla e rica da Halachá; nenhuma outra linguagem é mais precisa do que a da Halachá.

No entanto, vamos voltar ao Livro do Zohar: os autores e leitores encontrar o som iridescente e multilíngue do livro habitual e claro. É semelhante ao uso de conhecidas palavras estrangeiras em nosso discurso. O hábito é tudo que existe.

Baal HaSulam escreve que a linguagem da Cabalá inclui tudo. Eu espero que em breve sejamos capazes de entender que O Livro de Zohar abrange todo o complexo de noções e linguagens, inclui todos os componentes que se possa imaginar, e oferece a “cura” para nós da melhor maneira possível.

Da 1ª parte das Lição Diária de Cabalá 08/01/14, Lição sobre o Tema “Preparação para a Convenção”