Depois Que O Rabash Partiu

737.01Pergunta: Seu professor já era um idoso quando você o conheceu. Você sabia que de qualquer maneira ele iria morrer. Você se preparou para a morte dele?

Resposta: Estava absolutamente claro para mim que eu seria incapaz de viver um único dia nas redondezas onde ele estava depois que ele se fosse. Eu estava naquele lugar e com aquelas pessoas só por causa dele. Só por isso! No momento em que ele não estivesse lá, eu também não estaria.

Rabash partiu. Ele morreu em meus braços no hospital. Não havia ninguém ao seu redor além de mim. Era sexta-feira. Liguei e disse aos caras que nosso professor não está mais aqui. As pessoas começaram a vir para o hospital. No mesmo dia, o funeral ocorreu às 11 da manhã. Nós fomos para Jerusalém. Lembro-me de tudo isso como em um sonho.

Eu ainda pensava que não deveria me separar tão facilmente dos outros e eles de mim, e que deveríamos nos dividir em muitas partes. Eu entendi que no final eu teria que fazer isso. Eu estava pensando que teríamos que nos reorganizar de alguma forma no mesmo sistema, na mesma sociedade. Afinal, na Cabalá está escrito sobre sociedade, sobre grupo, então isso significa que eu tenho que fazer alguma coisa. E eu tentei.

No final, senti a rejeição dos outros, e eles sentiram o mesmo por mim, e tudo se partiu em vários pedaços. Um grupo ficou em Bnei Barak, outro em Jerusalém, o terceiro em outro lugar. Aconteceu como eu esperava.

Pergunta: Isso significa que você fez o “filme” do que aconteceria depois da morte do Rabash para você?

Resposta: Absolutamente. Sem dúvida. Eu até conversei usando dicas sobre isso com o Rabash. Por que não?

Da mesma forma hoje posso falar sobre o que acontecerá quando eu partir; tem que haver um grupo igual ao de agora. O núcleo do grupo são as pessoas em quem confio até hoje. Eu posso até dizer seus nomes. Elas podem liderar o grupo corretamente juntas e de forma alguma serão influenciadas por outras opiniões que surgem aqui e ali.

O mesmo aconteceu depois que o Rabash se foi. Imediatamente apareceram os novatos. Com o professor eles estavam sentados quietos no canto, mas agora eles têm a sensação de que todos são iguais. De jeito nenhum! Não há iguais.

Tem gente que não tem capacidade, não entende, e ainda não se desenvolveu internamente para estar dentro do sistema de governo, no cerne. E há aqueles que de acordo com sua prontidão interior, por sua conexão comigo, estão à frente. Eles possuem a autodisciplina interior; eles podem continuar a realizar esta missão. Então, acho que vai se organizar dessa forma.

De KabTV, “Segredos do Livro Eterno“, 12/02/10