“Se Não Reconhecemos Jerusalém Como Nossa Capital, Por Que A Austrália Deveria?” (Times Of Israel)

Michael Laitman, no The Times of Israel: “Se Não Reconhecemos Jerusalém Como Nossa Capital, Por Que A Austrália Deveria?

Essa semana, o governo de centro-esquerda da Austrália reverteu uma decisão da administração anterior, conservadora, de reconhecer Jerusalém Ocidental como a capital de Israel. A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, disse que o status da cidade deve ser decidido por meio de negociações entre Israel e o povo palestino, e que a Austrália “não apoiará uma abordagem que prejudique” a chance de uma solução de dois Estados na qual um estado palestino existe ao lado de Israel.

Israel condenou a decisão do governo australiano, e o Ministério das Relações Exteriores de Israel convocou o enviado australiano para apresentar um protesto oficial. Mas se não sabemos o que Jerusalém significa ou o que seu nome significa, podemos esperar que outros a reconheçam como nossa capital?

Não me surpreende que o novo governo de esquerda tenha revertido a decisão anterior, que foi tomada por um governo conservador. Atualmente, a esquerda está em ascensão em todo o mundo, e sempre foi mais antissemita e anti-Israel do que a direita.

Além disso, considerando como Israel tratou Donald Trump, talvez o melhor amigo de Israel desde sua fundação, acho que é justo dizer que “nós pedimos”. Se não apreciamos nossos apoiadores, podemos reclamar que nossos críticos são encorajados?

Em vez de reprovar os embaixadores estrangeiros, devemos nos concentrar em nós mesmos e fazer o que devemos fazer. A segunda parte do nome Jeru-salem vem da palavra hebraica shalem (completo). Jerusalém deve ser uma cidade de unidade, onde todos os judeus, de todas as culturas, etnias e denominações, se reúnem em uma celebração da unidade. Jerusalém deve ser um símbolo de unidade. Não estará completa antes de estarmos completos por dentro, entre nós mesmos.

Nos dias do Segundo Templo, particularmente durante o século III a.C., houve um período em que Jerusalém era de fato um modelo de unidade. Naquela época, pessoas de todo o mundo acorriam a ela durante os momentos de celebração para se inspirar e aprender a se unir. O livro Sifrey Devarim escreve que as pessoas “subiam a Jerusalém e viam a Israel… e diziam: ‘É conveniente apegar-se apenas a esta nação’”.

Mesmo Henry Ford, um antissemita raivoso, aconselhou seus leitores a aprender com os judeus. Em sua compilação de ensaios antissemitas intitulados The International Jew: The World’s Foremost Problem, ele escreveu: “Os reformadores modernos, que estão construindo sistemas sociais modelo… fariam bem em examinar o sistema social sob o qual os primeiros judeus foram organizados”.

Quando começarmos a nutrir nossa solidariedade e coesão, quando pararmos de nos preocupar com o que este ou aquele governo faz, descobriremos que é exatamente isso que o mundo quer que façamos, inclusive nossos vizinhos árabes. Não resolveremos nosso conflito com nossos vizinhos ou o ódio do mundo antes de nos elevarmos acima dos conflitos internos que nos dividem e parar de nos odiarmos.