“O Exílio Do Povo De Israel Acabou Ou Foi Apenas Um Sonho?” (Times Of Israel)

Michael Laitman no Times of Israel: “O Exílio Do Povo De Israel Terminou Ou Foi Apenas Um Sonho?

Fisicamente, habitamos a terra de Israel, tendo regressado depois de dois milênios, mas espiritualmente, permanece uma sensação de ausência. O exílio, um estado onde a presença da força superior de amor e doação nos escapa, deixa-nos sem segurança completa ou um caminho claro; obscurece tanto nosso caminho quanto nosso destino.

Em seu artigo, “O que é, ‘Quando Israel está no exílio, a Shechiná está com eles’, no trabalho?” O Cabalista Baruch Ashlag (Rabash) começa com um trecho da Meguilá ilustrando o profundo amor do Criador por Israel, semelhante a um rei com um filho único que erra diante dele. Apesar das transgressões passadas, o rei, em vez de banir o filho, opta por ir para o exílio ao lado dele, uma prova de companheirismo inabalável:

Venha e veja como é afetuoso o Criador de Israel; onde quer que eles exilarem, a Shechiná [Divindade] está com eles, como foi dito: ‘E o Senhor teu Deus retornou do teu cativeiro’. Não disse, ‘retornará’, mas sim ‘retornou‘, mostrando que o Criador retorna com eles dos exílios.

Sentir o vazio deixado pela força superior entre nós forma paradoxalmente a nossa conexão com essa força. Está escrito que o Criador – a força superior de amor e doação – desce para o exílio conosco. Quando sentimos a ausência desta força, significa que ela já está presente, ou seja, nos torna conscientes da sua inexistência no nosso estado atual. Na verdade, ela nunca se afasta ou altera verdadeiramente a sua posição em relação a nós, mas nós próprios flutuamos – afastando-nos ou aproximando-nos.

O exílio acontece-nos quando deixamos a nossa natureza egocêntrica comandar as nossas vidas, ou seja, quando adotamos uma cultura de competição acirrada, respeitando a riqueza e o estatuto materialista, e também nos dividindo em facções e mantendo desdém uns pelos outros. Tais qualidades contrastam fortemente com as da força superior – amor e doação – e, em última análise, operam para nos levar a um sentimento de sermos exilados de um estado harmonioso com atitudes de amor e doação no meio das nossas relações, e nos aproximar para alcançar tal estado.

Aqueles que sentem a sua vida neste exílio podem primeiro encontrar consolo no fato de terem diagnosticado corretamente o seu estado, ao mesmo tempo que sentem a dor da separação. Estas emoções misturadas possuem o potencial de levar as diversas partes da nossa nação a unirem-se e a estabelecerem através da nossa unidade uma conexão com o Criador. Elas nos concedem a força para cuidar do nosso povo como pais nutridores, cultivando laços que nos unem, permitindo a nossa saída coletiva do exílio.