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Aumentar O Contraste Da Imagem Da Realidade

Dr. Michael LaitmanA natureza é o bem absoluto e, portanto, tudo deve ser avaliado pelo estado final ao qual ela está nos levando. Em geral, a “natureza” e “o Criador” são a mesma coisa. Então, por que a natureza organiza as coisas de forma que, no processo do nosso desenvolvimento, temos de passar por tantos estados desagradáveis, problemáticos e atrozes no caminho para a boa linha de chegada?

A resposta é simples: bondade como tal não existe. Nós só a revelamos em comparação com o mal. Não há bem sem mal. Por isso, nós temos que revelar falhas, juntamente com sua compensação, continuamente. Essa é a única maneira de adquirir a profundidade da sensação. O contraste entre o bem e o mal nos traz a compreensão, e no caminho que conduz à série de estados, ganhamos experiência em fazer a transição do mal para o bem.

Nesse movimento constante nós acumulamos todo o mal dentro de nós, e acima dele todo o bom. Assim, nos tornamos conscientes da diferença entre eles, do abismo entre o infinito com um sinal de menos e o infinito com um sinal positivo. Tudo isso se encaixa dentro de nós, é absorvido em nós, e se torna nosso vaso ou volume.

O bem e o mal (o mais e o menos) não podem existir em nós separadamente. Não existe um Criador sem criação. Nós só falamos da Luz no contexto do vaso que já está presente dentro. Nós não vemos o Criador separado da criação que Ele criou. É impossível dizer se alguma coisa existia anteriormente, porque a própria noção de tempo, a base da percepção, desaparece. Não há ninguém para falar algo e ninguém para falar disso. Tudo só é alcançado pela criação. Mesmo que ela seja secundária em relação à Luz, é tão somente em termos de causa e efeito.

O Ari escreve: “Eis que antes das emanações serem emanadas e das criaturas serem criadas, a Luz Simples Superior preencheu toda a existência”. Em outras palavras, a Luz já enche a realidade, existe nela, e está sujeita à percepção ou sensação. Tendo alcançado essa realidade, o Cabalista nos fala dela. Nós nunca seremos capazes de discutir qualquer coisa que não alcancemos dentro de nossos vasos.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 25/03/11 sobre Educação Global

Por Que Eu Cresço?

Dr. Michael LaitmanEu estou em uma rede de forças que me influenciam. Suas soma total é a natureza. Então, qual é seu objetivo? O que ela quer de mim? Para onde ela está me levando?

É claro para mim que o meu desenvolvimento se desdobra propositalmente. Estou convencido disso através do exemplo de outras partes da natureza. Por exemplo, uma fruta pequena e azeda torna-se uma grande maçã, doce e suculenta.

Assim como os níveis vegetal e animal da natureza se desenvolvem, eu me desenvolvo, passando por estados opostos que são bons e ruins. É impossível avançar em apenas um lado. Eu os alterno, dando um passo com a esquerda e depois um passo com a direita, repetidamente. Continuamente, eu revelo uma carência, que corresponde à satisfação futura.

É quando eu faço um cálculo: para onde esse processo está me levando? Para onde a natureza me dirige? Então, eu vejo que ela me obriga a passar pelo desenvolvimento social. Ao longo dos últimos milênios a humanidade precisou desenvolver cada vez mais a sociedade e, dentro dela, desenvolver nossas interconexões.

Nós revelamos o mal, o nosso egoísmo, nosso ódio mútuo, e como resultado, estamos começando a entender a necessidade de união. No mundo moderno e globalizado, isso está se tornando claro.

Qual é a utilidade disso? A utilidade é que eu vou entrar no próximo nível do meu desenvolvimento, o nível da natureza comum do universo. Vou atingir o bem absoluto e adquirir equivalência com a natureza perfeita.

Portanto, eu não levo em conta os estados intermediários que atravesso no caminho. Se eu mantenho a meta diante do olho da minha mente e penso constantemente nela, eu também me sinto bem agora. A coisa mais importante é “flutuar” acima de todas as sensações presentes, tanto boas quanto ruins.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 25/03/11 sobre Educação Global

Uma Alma Para Todos

Dr. Michael LaitmanO mundo espiritual é uma alma unificada, uma para todos. Ao unificá-la com os outros, cada um alcança a mesma alma integral. No artigo “600000 Almas”, o Baal HaSulam escreve que não há nada no mundo além da alma.

Todas as pessoas alcançam esta alma colectiva de uma forma individual, de acordo com o seu programa ou Reshimot (genes espirituais), tal como agora observamos o mundo circundante e o vemos da nossa própria maneira. Não posso comparar o sabor que obtenho de certa comida com a maneira como os outros a provam, ou a minha impressão de uma pintura que ambos vemos. Todos têm impressões que coincidem com seus Reshimot.

Mesmo se estivermos à frente da mesma imagem na espiritualidade, os mesmos mundos e Partzufim, cada um também recebe uma impressão individual dela. Esta individualidade não se desvanece.

Como é que eu me uno à alma integral? Você faz isso através dos desejos. Suponha que eu estou no centro dos mundos espirituais: Assiya, Yetzira, Beria, Atzilut, Adam Kadmon (AK), ou do mundo Infinito. Ao sair de mim, do meu ego, e ao unificar-me com os outros, alcanço a dimensão da alma integral. Nela eu percebo o mundo espiritual. Quanto mais saio do meu ego, adquirindo os Kelim (vasos) dos outros, mais elevado será o mundo que eu percebo.

Como faço isso? Eu “compro” novos desejos, uma vez que tenho apenas um ponto, um embrião, da alma. Os novos desejos que ganho ao unir –me aos outros representam, de facto, o Kli (vaso) da minha alma.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 18/3/11, “Introdução ao Livro do Zohar”

Acorde

Dr. Michael LaitmanDeixe-me contar-lhe um segredo, mas é apenas entre você e eu. Ouça: Nós vivemos em um mundo maravilhoso e fantástico. Tudo é maravilhoso; existe apenas bondade, paz, e conciliação onde quer que você olhe. Mas você não sente nada disto. Você está desligado, permanece inconsciente, sem qualquer sentimento ou brilho.

Porquê? Porque a sua realidade é unilateral. Sem a conexão com o seu oposto, você não sente nada. É por isso que fomos criados, e a criação não consegue discernir a luz sem a escuridão.

Imóvel e impassível, você existe no Criador. Então, como pode Ele revelar este mundo maravilhoso a você – ou por outras palavras, revelar-Se? Como pode o Criador revelar-Se a você?

Existe só um meio: perturbar o seu sono com uma gota de maldade, de forma que ao prová-la, você acorde e se descubra na bondade infinita. É isso que Ele está a fazer.

De outra forma você permaneceria sem sentir para sempre. Você não seria capaz de perceber o seu estado, medi-lo, ou perceber onde você está e quem você é. Você não teria qualquer chão por baixo dos seus pés.

Através do sonho você ouve e espera que seja possível extrair uma conexão com essa base eterno na qual você existe, para colocar-se em dependência constante a ela e, sem se importar com o que aconteça, medir e verificar as suas sensações apenas através dela.

Quando você faz isto, tudo se ordena por si mesmo para você e não há mal no seu mundo. Isso porque tudo o que lhe foi revelado, todos os contornos opostos e obscuros têm apenas a intenção de enfatizar e ressaltar a bondade e a luz aos seus olhos.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 25/3/11 sobre a Educação Global

A Ciência Exterior É Limitada

Dr. Michael LaitmanA ciência está se desenvolvendo e gradualmente se aproximando da Cabalá. Vamos esperar que, devido à crise que a ciência está atravessando atualmente, sejamos finalmente capazes de explicar a razão para isto e onde se encontra o limite da ciência exterior.

Nós temos que compreender que a ciência é baseada no que nós descobrimos em nosso desejo de receber prazer. Se este desejo egoísta se desenvolve de certa maneira, a ciência que descobrimos neste desejo se desenvolve da mesma forma.

Portanto, nós ainda temos que descobrir novas e avançadas formas de ciência. Nós iremos encontrar uma multiplicidade de fatos novos, mas não saberemos o que fazer com eles. Vamos descobrir uma infinidade de pequenos detalhes que só nos confundem.

Nossa capacidade de entender as conseqüências do conhecimento científico e classificá-los será extremamente pequena e vai cair drasticamente. Embora tenhamos novas descobertas, elas não serão boas para nós. Encontraremos fatos novos, mas não saberemos o que fazer com eles.

Isto é o que está acontecendo agora na educação e em outras áreas que se relacionam com as pessoas. Talvez a Cabalá consiga se aproximar das ciências externa e pelo menos explicar o motivo pelo qual isso está acontecendo.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 28/12/11, “A Sabedoria da Cabalá e a Filosofia”

A Cura Para A Depressão É Uma Conexão Com Outras Pessoas

Dr. Michael LaitmanO  jornal “Globes” publicou um artigo detalhado sobre a “indústria da felicidade”, que está nos tornando cada vez mais infeliz. O índice de depressão no Ocidente está constantemente a aumentar, enquanto a média de idade das vítimas está diminuindo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, em 2020 a depressão será a segunda causa de incapacidade e morte no mundo, superada apenas pelas doenças cardiovasculares.

O homem moderno está afundando na solidão, mas a sociedade não lhe  lança uma bóia de salvação. Com exceção do Islamismo, o papel da religião como fonte de apoio é cada vez menor. Comunidades estão desmoronando e o conceito de uma família grande e feliz nos países ocidentais está se tornando absurdo. A medida que as pessoas migram para o espaço da comunicação virtual, elas supõem, equivocadamente, que a partir de agora podem passar sem um ambiente real e acolhedor. Como resultado, a pessoa olha para a solução de todos os problemas um por um consigo mesma, dentro de sua concha, empoleirada em uma tela de computador.

A vida de uma sociedade que sofre de déficit de atenção viaja na velocidade da luz. Pessoas “tuitam” (de twitter) textos curtos esperando ter tempo de expressar algo que não vai ser ouvido por ninguém num momento posterior. Qualquer coisa interna que exija esforço, persistência e tempo é rejeitada na origem. Quando a pessoa está vazia, sem objetivo verdadeiro, a preocupação e a depressão agarram-se a ela. Então, onde é que ela pode conseguir esse objetivo? Onde é que ela pode encontrar sentido?

Hoje, todos os investigadores sérios afirmam que a felicidade está no contacto com os outros, na doação, e que o verdadeiro significado só pode ser revelado na nossa interconexão. Viktor Frankl, o famoso psicólogo austríaco, diz que uma pessoa sentada em casa, tentando encontrar sentido em sua própria vida, é como alguém tentando arrombar uma porta aberta, sem entender que ela abre para dentro, em vez de para fora.

“Você não vai encontrar a felicidade em uma concha”, diz um dos especialistas entrevistados para o jornal “Globes”. Centrando-se em si mesma, em vez de estender a mão aos outros, a pessoa só aumenta seu narcisismo e depressão.

A Ciência Para Além Dos Limites

Dr. Michael LaitmanA filosofia recusa-se a confiar somente em experimentos científicos, e às vezes tira conclusões apenas com base na imaginação humana. Mesmo uma teoria totalmente abstrata, quando se considera que suas conclusões intelectuais estão acima dos fatos reais, é também considerada filosofia.

Enquanto você trabalhar como uma máquina, como um cientista, com base em factos rigorosos, você não vai cometer erros. No entanto, assim que você se separa deles e começa a “filosofar”, suas conclusões não valem nada. Isso é o que afirma a Cabalá.

Por um lado, a Cabalá parece diminuir a pessoa, transformando-o em uma “máquina” que opera de acordo com um sistema simples. Mas, por outro lado, ela está pronto para presenteá-la com novas possibilidades, novos instrumentos de percepção. No entanto, ela adverte que não devemos subir acima da nossa racionalidade, porque vamos cometer erros. Ela nos oferece novas ferramentas de investigação, a fim de revelarmos o mundo ainda mais.

A mente humana alcança “os céus”, mas a pessoa não pode subir acima deste limite; este é o seu limite. As ciências externas vão até este limite, mas não vão além porque vão começar a filosofar. Em vez disso, a pessoa tem a possibilidade de continuar a prosseguir seu experimento científico com a ajuda da Cabalá.

A razão para a eterna luta entre a Cabalá e a filosofia é porque a filosofia se intromete na área onde age a Cabalá. As ciências externas não vão lá. Elas trabalham estritamente dentro do seu campo: a investigação nos instrumentos egoístas do conhecimento.

No entanto, hoje, estamos alcançando um estado especial em que a ciência está chegando ao “céu “, seu  limite. A Cabalá quer continuar as experiencias científicas com o homem para além deste limite, usando o mesmo princípio estrito, mas baseando-se em fatos óbvios, sobre “o que os olhos podem ver”.

É por isso que ela precisa expulsar filosofia dessa área e mostrar que não há lugar para ela lá. Afinal, a filosofia vai lá com fantasias e a Cabalá vem com instrumentos reais de pesquisa (qualidade da doação).

Embora seja verdade que, para investigar esta área da realidade,  a pessoa precisa ter novos órgãos de percepção e uma nova abordagem baseada na força de doação, em vez da recepção. É por isso que a Cabalá é chamada de ciência superior. Mas ela não deixa de ser uma ciência!

 Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 28/12/10, “A Sabedoria da Cabalá e a Filosofia”