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Eu Habito Dentro Da Minha Nação

Dr. Michael LaitmanAo se preparar para a aula, eu tenho que imaginar que estou indo para um encontro com o Criador, a fim de aproximar-se Dele, e entrar no Seu campo de visão. Isso é porque eu vim para o grupo, o lugar onde o Criador se revela . Ele não será revelado fora do grupo.

Está escrito sobre isso nas Escrituras: “Eu habito no meio do Meu povo”. Conforme a altura e a força do grupo, ou seja, a quantidade e a qualidade dos seus esforços, eu serei capaz de desfrutar a Luz que recebo através dele.

O grupo é a Shechiná, Malchut do mundo do Infinito. O grupo é a minha arca, meu útero materno, e a minha alma no verdadeiro sentido. Isso porque ele é a coleção de todos os desejos que me faltam, a fim de corrigi-los e atingir a correção.

Por isso, eu tenho que imaginar que Israel, a Torá e o Criador são um, que eu sou um todo, um Kli junto com o grupo, como um homem com um coração, no qual reina a garantia mútua. Este Kli alcança a Luz simples.

Se há uma única Luz ou várias Luzes depende do quão unidos estamos. Se estamos unidos, a Luz nos influencia, e o seu poder aumenta em conformidade com a nossa união, que também se torna mais forte. Então chegamos à correção.

A que corresponde a correção? Corresponde a união em si. Assim que alcançamos a união, a Luz vem, corrigindo e nos preenchendo.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 01/03/11, Escritos de Rabash

A Vida Na Teia Do Universo

Dr. Michael LaitmanDurante a leitura do Zohar, vocês não devem esquecer que ele fala apenas sobre as relações entre nós. Os ímpios e os justos, a véspera de sábado e os dias de semana, dia e noite, a natureza inanimada, vegetal e animal, o homem, o templo, o campo e a árvore, todas estas palavras descrevem apenas os tipos de relações entre as almas, a sua conexão nos níveis inanimado, vegetal, animal e falante.

Eles falam somente disso, porque nada mais existe. Dentro desta conexão, nos seus tipos, nós experimentamos o mundo. As combinações de forças amarrando as almas juntas, desenham as figuras do nosso mundo em uma tela para nós. Assim, percebemos a realidade.

Os livros Cabalísticos descrevem apenas as conexões entre nós, pois não há mais nada para escrever. Não há nada mais, e os mundos são descrições dos níveis de conexão entre as almas.

Há um desejo sem forma para sentir prazer, e o que é descrito são as etapas de sua transformação, a fim de manter contato com outras pessoas. Ao unir-se com os outros, fazendo esforços, e atraindo a Luz que corrige, discerne, e preenche, o ser criado revela a teia de conexões entre todas as partes da alma integral, Malchut do Infinito. Isso é o que estamos lendo.

Os Cabalistas não percebem nada mais. O ser criado vivencia a realidade isolada da conexão com os outros e a denomina “este mundo”, ou sente os laços com os outros nas forças de doação que lhe dá vida e, nesse caso, o mundo superior torna-se revelado a ele.

O mundo superior representa as relações com os outros e tudo o que eu encontro neles. O que eu encontro? A propriedade de doação. Isto é considerado como “doar com a intenção de doar”. Relações deste tipo são descritas como “Não faça aos outros aquilo que você odeia”. Posteriormente, essas relações se tornam mais fortes, e nós sentimos o amor nelas, que é considerado como “Amarás ao próximo como a si mesmo”.

As relações de doação conduzidas pelo princípio do “Não faça aos outros aquilo que você odeia” são consideradas como o Segundo Templo, o nível de Bina, Mochin de Neshamah. As relações de “Amarás ao próximo como a si mesmo” são o Primeiro Templo, o nível de Mochin de Haya.

Tudo fala exclusivamente dos laços entre as pessoas. Todas as palavras que podemos usar, toda a realidade que podemos revelar, tudo continua sendo nada mais do que a conexão entre as pessoas.

A falta de conexão que estamos vivendo atualmente parece como este mundo para nós. Minha visão, minha percepção na rede egoísta entre todos, no seu grau mínimo, é considerado como “este mundo”. Conseqüentemente, eu revelo a conexão real, poderosa, egoísta entre todos nós como a linha da esquerda, a Klipa (casca, uma força  impura).

No entanto, não temos outra percepção, entendimento, outra realidade e existência, exceto como na conexão entre nós, não importa se ela é boa ou ruim. O Livro do Zohar fala exclusivamente sobre os tipos desta conexão.

O que mais os Cabalistas podem escrever? Não há mais nada na realidade. Tudo o que me parece como reinos inanimado, vegetal, animal e humano, vários objetos, atos, pensamentos, decisões, construções, móveis e veículos, tudo o que podemos imaginar, são as relações humanas em sua forma correta ou incorreta.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 27/02/11, “Introdução do Livro do Zohar”

O Solo Fértil E Vivificante

Dr. Michael LaitmanHá uma enorme diferença entre o mundo quebrado de Nekudim e o mundo de Atzilut, que foi criado para corrigir o anterior. O mundo de Nekudim surgiu da unificação (Zivug) sobre as Reshimot (genes informacionais) “2/1” (Bet/Aleph), enquanto o mundo de Atzilut sobre as Reshimot “1/0” (Aleph/Shoresh).

Portanto, as correções do mundo de Atzilut não apresentam nenhuma comparação com as falhas existentes no mundo de Nekudim, já que Atzilut é um bilhão de vezes mais fraco do que o mundo de Nekudim. Ele nasceu com a força de desejo de grau “zero”, em relação ao “primeiro” grau que Nekudim possui. É como o nível inanimado em relação ao nível vegetal.

Como, então, o mineral corrige uma planta? Ele a “engole” em si mesmo, como se nós plantássemos uma flor cavando sua sementes no solo. Da mesma forma, o mundo de Atzilut atrai o mundo de Nekudim, armazena-o dentro de si, recebendo assim as forças para o seu crescimento: em primeiro lugar, o vegetal, seguido pelo animal e, finalmente, o humano. Tudo isso é devido ao fato de que ele absorve as forças dos outros.

Assim, está escrito: “Tudo deriva do inanimado, da terra”. Na verdade, ele não está vivo e é incapaz de qualquer crescimento e desenvolvimento, mas já que ele pode conter o vegetal no interior, o seu valor sobe para o nível da planta que vai crescer nele. Assim, ele é considerado como solo fértil.

Fértil significa dar nascimento à nova vida. Mas como pode o inanimado gerar algo novo? Ele só pode fazê-lo ajudando a planta a germinar.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 27/02/11, Talmud Eser Sefirot

O Mundo Está Esperando Seu Veredito

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como eu posso continuar tentando unificar o mundo se vejo nele uma enorme quantidade de armas e preparação para a guerra?

Resposta: Nós precisamos fazer o que cabe a nós. O mundo chegou a um estado ameaçador e está se movendo rapidamente em direção a eventos indesejáveis; mas, independentemente disso, ele ainda permanece dividido em grupos, e ninguém está disposto a abrir mão de seus interesses, mesmo em face de uma ameaça iminente de explosão.

Cada país se defende e conduz uma política de protecionismo, tentando se manter separado de todos os outros. Essa tendência leva à guerra. Afinal, ninguém quer se unir com os outros e levar os interesses deles em consideração. Isto é como os jogos infantis, onde pequenos egoístas orgulhosos entram em conflito, exceto que cada um deles tem uma arma mortal nas mãos.

Nós precisamos aceitar isso como condições impostas à alma coletiva que precisa ser corrigida e tentar incutir a correção de todos esses fenômenos. Nós devemos perceber tudo o que vemos no mundo como um testemunho da nossa falta de esforço.

Todas as outras pessoas estão privadas do livre arbítrio e da capacidade de compreender o que está acontecendo. Portanto, como elas podem corrigir alguma coisa? Elas são controladas  pelo Superior. Nós precisamos fazer com que, na balança do mundo, o prato da misericórdia compense o prato da culpa. Esta escolha está somente em nossas mãos.

Todas as outras pessoas são inocentes, e os estados pelos quais elas estão passando são apenas conseqüências de nossas ações. O seu afastamento mútuo nos mostra o quão rapidamente as falhas inseridas na natureza revelaram-se, comparadas com a pequena velocidade com que fazemos as correções. Nós estamos ficando muito para trás!

Àqueles a quem é dado o livre arbítrio e mostrado o quanto o mundo continua se movendo em direção ao prato da culpa, devem estar cientes do que estão fazendo. Está escrito: “A pessoa deve sempre considerar-se metade pecadora e metade justa”, e “se alguém realiza uma boa ação, ela sentencia a si e o mundo inteiro à balança de mérito”.

Portanto, onde estão elas, as nossas “boas ações?”. Parece que somos capazes de fazer muito mais do que estamos fazendo. Se você vê que o mundo está enfrentando grandes problemas, isto aponta diretamente a você, todos nós, dizendo-nos que não conseguimos a unificação, a disseminação, a união, a auto-anulação, e garantia que deveríamos conseguir. Vamos esperar que acordemos, bem como todos os nossos amigos ao redor do mundo.

Nós precisamos pensar muito bem sobre isso, já que o estado do mundo é muito ameaçador, e tudo depende de nós. Faço um apelo a todos que estão ouvindo e que se juntam a nós em todo o mundo. Somente nós, o nosso pensamento de união, é capaz de corrigir o mundo e não deixar que esse estado perigoso cresça de tal forma que possa entrar em confronto e colapso.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/2/11, “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot

O Segredo Do Nascimento Da Alma

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é a conexão entre a raiz da alma de uma pessoa e sua capacidade ou incapacidade de se conectar com outras almas, o grau do seu desejo de união?

Resposta: Cada pessoa no mundo tem uma raiz da alma – uma centelha espiritual, um ponto no coração. Este ponto pode se desenvolver de tal forma que a pessoa vai se sentir atraída por algo mais elevado, para além deste mundo. Então ela chega à ciência da Cabalá e entra no grupo.

Também existem pessoas cujo ponto no coração ainda não se desenvolveu e cada uma delas vive a sua vida privada, material. Mas, mesmo que este ponto “arda” forte na pessoa e ela deseje apaixonadamente alcançar a espiritualidade, o Criador, o objetivo da sua vida e seu significado, este é apenas um ponto e nada mais.

O que ela deve fazer a seguir? Ela deve entender que a alma da pessoa é formada de centelhas espirituais que ela agrega ao seu ponto da alma – de cada pessoa, do total de sete bilhões de pessoas. A alma de cada pessoa agrega a união de todos esses pontos. Portanto, se agora eu me uno com todos que estão aqui nesta Convenção, se eu conecto essas 600 centelhas espirituais a mim, então eu atinjo o poder da união de todos estes 600 pontos juntos.

Como isso é possível? Como posso me unir com os desejos deles para alcançar a espiritualidade? Eu só posso fazê-lo com a ajuda do “ame ao próximo como a si mesmo”, a fim de tornar-me “como um homem com um só coração”, como está escrito no artigo “Matan Torah“.

Se eu me conecto com eles desta maneira, eu adquiro um campo de unificação: um desejo que consiste de muitas centelhas. É como se nós nos tornássemos “como um homem” e dentro deste desejo eu pudesse revelar a espiritualidade.

Esse desejo é chamado de vaso ou Kli da minha alma, porque eu conectei todos estes pontos em mim. Se alguém, um desses pontos que eu conectei a mim, também conecta alguém nele, esta será chamada de sua alma. Quer dizer, seu ponto é o ponto inicial e ele conecta outros pontos nele. Esta é a sua alma.

Cada pessoa conecta todos os pontos fora de si em si, e é assim que a sua alma é formada. Mas se ela não os conectou, ela não tem alma. Ela só tem um ponto, a raiz de sua alma.

De acordo com a força de unificação destes pontos dentro de mim, sua quantidade e a força de união entre eles, dentro deles eu revelo a Luz, a vida e a existência. À medida que eles se conectam entre si, eles começam a se unir e ser revelados sob a forma de um sistema único, semelhante a um corpo vivo, através do qual circulam sangue e líquido linfático, passam impulsos nervosos, e ocorrem muitas ações diferentes. Eu começo a sentir a vida.

Gradualmente, eu conecto os pontos a mim. Ao me conectar a eles, eu começo a sentir como se forma um minúsculo dispositivo dentro de mim: um embrião. Em seguida, ele cresce, desenvolvendo-se ao longo de nove meses. Eu sinto como eu conecto mais e mais pontos a ele, e é assim que ele cresce constantemente.

Várias ações internas já ocorrem dentro dele. Algum tipo de vida emerge. Eu começo a reconhecer vários processos nele, até que, finalmente, ele nasce. Isso significa que ele começa a viver sua própria vida. Em seguida, ele se desliga da força superior e vive por si só. Esta é a alma. Assim é como cada um de nós constrói a sua alma.

Da 1ª aula da Convenção no Mar Morto, 24/2/11

A Tela É A Sua Contribuição Para A Realidade Espiritual

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é a tela (Masach)?

Resposta: A tela é o que leva a Luz e o desejo à igualdade. Nós estamos sujeitos à lei da equivalência de forma, a qual temos que atingir entre a criação e o Criador.

O Criador mantém Suas qualidades naturais, enquanto a criação adquire intenções externas de doação, acima do seu desejo natural de receber, e ela adquire essas intenções do Criador. Ambas devem ser similares e idênticas, graças a essas qualidades. A pessoa deve adquirir a forma do Criador. É por isso que ela é chamada de “humano” (Adam, que significa “semelhante” ao Criador).

O gene informativo do próximo estado (Reshimo) inclui um par: a Luz e o desejo. Esta é a agem de um estado espiritual que ainda não se realizou. Depende de você pegá-lo e transformá-la em um estado real.

Suponha que há um restaurante e uma pessoa com fome. Mas essa pessoa faminta (você) deve ir ao restaurante, pagar e receber o alimento. Então você será capaz de satisfazer a sua fome. Ou seja, várias ações são necessárias: o esforço, o pagamento e a recepção da satisfação.

A condição que conecta a fome, por um lado, e a saciedade, de outro lado, é a “Reshimo“. O resto do meu trabalho, a fim de realízá-lo, é chamado de “tela”. A tela é o que cria o real estado espiritual como resultado da Reshimo potencial. A Reshimo é como dados originais em um computador, gravados em algum lugar no meu “disco”. Quando eu pressiono um botão e surgem tais dados na forma de uma imagem, isto já é a realização.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/2/11, “Introdução ao Livro Panim Meirot uMasbirot”

As Primeiras Tentativas

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quanto mais esforços fazemos em prol do sucesso do grupo, mais sentimos que estamos trabalhando para o nosso próprio ego….

Resposta: Você deveria estar feliz com isso, porque essa é a revelação do mal. Sem revelar o mal, não vamos chegar à bondade.

Eu vejo que, no final, a única coisa que quero de minhas ações em prol do grupo é extrair benefícios pessoais. Qual será a próxima?

O problema é que, sozinho, esse “ponto de epifania” não é suficiente. Você não pode fazer nada com ele. Minha ação tem que ser objetiva; ela tem que ter um vetor. Caso contrário, a minha força interior continua a ser meramente potencial, como um motor abafado. Pode até ser um bom motor com uma capacidade de 200 cc, mas e daí?

Eu tenho que “resumir” o meu desejo e dirigí-lo a uma ação específica. Isso significa que eu preciso de dois pontos para formar um vetor. A mente é o que dá sentido a essa minha força. É por isso que a força e a razão trabalham bem uma com a outra. Isso é válido.

Assim, mesmo se eu tiver alcançado o desespero em minha atitude para com o grupo, isso ainda não me dá a oportunidade de agir. Agora, eu tenho que conectar o meu estado com o objetivo.

Eu apenas senti que eu sou contrário a mim mesmo. O egoísmo foi revelado nas minhas ações ou em uma de minhas ações: eu fiz isso por mim e não poderia apontá-lo nos amigos.

Em primeiro lugar, eu tenho que lembrar que não há outro além Dele. O problema não é que eu não tenha êxito nisso, mas sim que o Criador dispôs esta situação para mim, assim como a sua análise. Torna-se claro que eu não poderia fazer nada por causa do meu egoísmo, e isso é porque o Criador quis me ensinar, para me mostrar que sou governado pelo ego.

Então. o que devo fazer? Por que Ele quer que eu sinta isso? Para que através dele eu perceba a importância do objetivo, a qualidade da doação, que é oposta ao que eu recém revelei.

Onde eu conseguirei essa importância? Desse próprio estado. Afinal, não há Luz sem vaso, sem sensação que não inclua a combinação de ambos: Luz e Kli. Com o que eu vou me comparar a fim de sentir que sou mau? Isso acontece em comparação à forma como eu entendo a doação, imaginando que poderia ter atuado melhor, tratando os amigos de uma forma melhor.

Nesse caso, já existem dois pontos! Como, então, eu posso agora mudar do ponto da minha própria insignificância e maldade ao ponto da doação? O que me falta? Falta-me força, e é isso que eu deveria exigir.

Mas isso não é tudo. Por que eu deveria exigir isso? Para me fazer sentir bem, para parar de sentir repulsa por mim mesmo? Afinal, o meu egoísmo sofre com a recente “revelação”. Nesse caso, seria revelado que eu ainda sou um egoísta, tendo somente dado uma “volta”, e estando no próximo nível do amor-próprio.

Em vez disso, eu não quero todo o meu trabalho e o seu resultado para perseguir o êxito pessoal. Eu quero realizar uma ação na qual vou revelar prazer ao Criador. Ele corrige-me e eu quero isso para dar prazer a Ele.

É assim que eu tento avançar um pouco mais, e depois um pouco mais, tanto quanto possível. Estas são as minhas primeiras tentativas, que eu devo literalmente “mastigar”,  “provar” com a minha língua, ou, mais precisamente, “romper “com meus dentes .

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 28/02/11, Escritos do Rabash