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O Território Humano

Dr. Michael LaitmanDuas forças opostas agem na natureza, mas ela as obriga a alcançar o equilíbrio mútuo em todos os níveis. Tudo se esforça para alcançar o equilíbrio.

A única exceção é o nível humano. De alguma forma estranha, a natureza deixou-nos um “território livre”: a sociedade humana. À medida que ela se desenvolve, não alcança o equilíbrio; pelo contrário, vai em direção oposta: as pessoas querem se destruir.

Hoje, nós enfrentamos enormes desafios. Nós estamos unidos, dependemos uns dos outros, e, assim, todos podem desencadear um desequilíbrio catastrófico que se abaterá sobre toda a raça humana.

Mas, ao contrário dos níveis anteriores de desenvolvimento, hoje nós podemos criar um equilíbrio. “A bola está em nossas mãos”, para atingirmos o equilíbrio com a natureza em “nosso território”, de forma independente. A natureza lhe dá a oportunidade de se tornar um ser humano livre, sensível e independente da natureza. Se você ainda quer a natureza atue sobre você, você permanece uma besta.

Você tem uma escolha: ou ser governado pela natureza, ou trabalhar em si mesmo para preencher o vazio. É precisamente aqui que a pessoa precisa cumprir sua predestinação e criar um equilíbrio que irá completar todos os outros desequilíbrios.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/03/11, Os Princípios da Educação Global

Uma Pessoa Que Se Desviou Do Caminho

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se, na espiritualidade, a pessoa nasce novamente a cada instante e começa tudo desde o início, como pode ser que, uma vez que ela se desvia do caminho, ela se desvia mais e mais?

Resposta: É assim que o Baal HaSulam descreve isso. Eu estou simplesmente repetindo seu esquema. Se, no começo do caminho, você se desvia só um pouco (digamos, até 1 cm), e depois, ao continuar progredindo da mesma forma, você acaba se desviando do caminho correto, digamos, 5 cm.

A Person Who Has Strayed From The Path

Parece que você progrediu: recebeu conhecimento, percebeu e fez tantas coisas. Você se torna cada vez mais confiante de que está no caminho certo, embora, na realidade, você já se desviou do caminho e está avançando a esmo.

Ninguém tirou a sua liberdade ou a oportunidade de fazer um ajuste. Mas se você não suspeita de que se afastou do caminho, se você não sente isso, você acha que pode continuar assim.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 28/03/11, Preparação para a Convenção NÓS!

Por Definição, Não Podemos Nos Entender

Dr. Michael LaitmanSem definições corretas, não existe uma linguagem comum. Nós aparentemente usamos as mesmas palavras, mas cada palavra tem um significado completamente diferente para nós. Digamos que começassemos a ensinar uma língua estrangeira para alguém, mas déssemos uma definição arbitrária para as palavras. Nosso aluno começaria a falar com alguém e ninguém se entenderia. Como pessoas comuns, os cientistas e filósofos não entendem os Cabalistas.

Em geral, esse é o problema com todas as relações humanas, pois cada um de nós tem suas próprias definições particulares para as palavras. Normalmente, essas diferenças não são significativas, mas, no entanto, é por isso que é tão difícil para nós nos comunicarmos uns com os outros.

Considerando as diferenças entre as definições usuais aceitas na ciência e na filosofia, e na sabedoria da Cabalá, não há absolutamente nenhuma compreensão. Parece que as pessoas já sabem o que o mundo espiritual e o Criador são. As pessoas sentem que não precisam mudar para alcançá-Lo em suas sensações. Elas não entendem que percebem o mundo inteiro em seu desejo egoísta e que a percepção espiritual exige alcançar similaridade com o que está sendo estudado.

Até que cheguemos a um denominador comum aqui, é impossível falar. Por definição, não nos entendemos uns aos outros. Os cientistas são pessoas inteligentes, mas, infelizmente, usam diferentes definições.

A Cabalá declara que a percepção da realidade depende da pessoa, de suas qualidades, egoístas ou altruístas. Nós percebemos toda a realidade dentro de nós mesmos; nada existe fora. Tudo é relativo.

É difícil para os cientistas concordarem com isso. Eles não têm tais suposições prévias antes de seus estudos; eles não precisam delas. A ciência estuda tudo dentro do desejo egoísta e não sai fora desse limite. É por isso que eles não são sensíveis a essas sutilezas, estando dentro do desejo, de acordo com seu tamanho e qualidades.

Além disso, para eles, tudo já está aparente. Eles estão dentro de uma sala pequena e estudam coisas apenas dentro dela. Você pode dizer: “Mas eu estou estudando as coisas no quarto ao lado. Alguém poderia ir de uma sala para outra, e  estudar coisas lá “. Mas eles ficam perplexos: “Existe outro quarto?”. Não há necessidade, compreensão, ou percepção de que tal coisa possa existir. É por isso que eles consideram a Cabalá uma filosofia  alegadamente desligada da realidade. Para eles, a ciência, os estudos e os fatos estão apenas aqui no nosso mundo.

Em outras palavras, em seu desenvolvimento, a pessoa ainda não conseguiu perceber que existe uma realidade maior do que a que percebemos com nossos limitados órgãos de percepção. Para isso, são necessárias as respectivas qualidades internas, a revelação na pessoa do gene espiritual (Reshimo, reminiscência) para que ela comece a concordar, aceitar e sentir tais definições.

Na realidade, só os golpes ajudam aqui. A Luz bate no desejo repetidamente, deixando a pessoa sentir como ela é jogado para cima e para baixo. Assim, pouco a pouco, ela começa a perceber que tal coisa pode realmente existir.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 27/12/11, “A Sabedoria da Cabalá e a Filosofia”

A Revelação Da Luz Ou Um Esforço Da Imaginação?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é a diferença entre revelar a Luz através de uma das metodologias orientais ou do método da Cabalá?

Resposta: A revelação da Luz só pode ser alcançada se a pessoa tem um grande Aviut  (aspereza ou espessura do desejo), que ela pode corrigir apenas com a ajuda da Cabalá e, assim, revelar a Luz, o Criador. Afinal, com um Aviut menor, a pessoa não será capaz de revelar nada, exceto algumas sensações mais ou menos agradáveis que lhe dão a ilusão de já estar “elevando-se” ao mundo espiritual.

Tudo, exceto a Cabalá –  todas as metodologias orientais, os ensinamentos da New Age (Nova Era), diferentes crenças e religiões – são suas formas modificadas, nascidas do desejo de receber prazer que não alcançou seu último nível, o de Dalet (quatro), e não é perfeito em todos os seus níveis de Aviut, nem tão egoísta.

Além disso, o que elas tomaram da Cabalá? Uma prega normas morais, outra defende meditações, uma terceira recomenda restrições alimentares, uma quarta pede para acreditar em imagens ou histórias, uma quinta elogia observâncias cerimoniais que são consideradas sagradas, e assim por diante.

Tudo isso é resultado do desejo de receber prazer, que ainda não atingiu a sua evolução final. Portanto, isso expressa a sabedoria da Cabalá de uma forma igualmente simples, em vez de corrigir-se.

Afinal, uma pessoa como esta não sente a necessidade de se corrigir. Ela não entende o que ela precisa para se corrigir. Ela acredita que se beijasse um objeto “sagrado” ou doasse algo, tudo estaria certo. Um pequeno desejo de receber prazer não empurra o homem para nada que seja grande. Tudo isso sai do desejo que ainda não se desenvolveu ao nível do último grau, o de Dalet.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/12/11, “A Sabedoria da Cabalá e a Filosofia”

Livrando-Se Das Ilusões

Dr. Michael LaitmanA Filosofia e a maioria das pessoas em geral acreditam que o mundo material nasceu do espiritual. Na verdade, a Cabalá afirma o mesmo: Após a quebra dos mundos e da alma coletiva, os desejos perderam suas telas, tornaram-se egoístas, e desceram cada vez mais, até que caíram “neste mundo”. Isto definiu a nossa existência neste mundo e todos os nossos sentidos, os órgãos de percepção.

Consequentemente, nós “chegamos” aqui a partir do mundo espiritual e de nenhum outro lugar. De uma forma ou de outra, a corporalidade é conseqüência da espiritualidade. A única questão é se o mundo corpóreo separou-se completamente do mundo espiritual, ou se ele ainda tem alguma conexão indireta com ele?

Nem a filosofia nem as ciências naturais deste mundo estão aptas a analisar a força da doação, estando apenas dentro do desejo egoísta. Por esta razão, elas não têm contato com o mundo espiritual e só podem imaginá-lo.

Existem experimentos “científicos” sobre o que se considera ser a “alma”, ou uma suposta conexão a ela que possa ser compreendida, os quais se baseiam em definições incorretas do mundo espiritual. Também existem argumentos filosóficos de pessoas que carecem de instrumentos de investigação e uma conexão real com o mundo espiritual, isto é, uma abordagem científica, e eles simplesmente supõem coisas.

As pessoas podem imaginar qualquer coisa. Não há limites para a imaginação humana. Por exemplo, havia observações sobre as mudanças de peso do corpo humano antes e depois da morte. Supostamente, a diferença determinava o peso da alma. É assim que eles pesavam a alma. Eles também registravam impulsos elétricos no cérebro no momento da morte, e consideravam que esta era a manifestação da alma deixando o corpo.

E sobre as diferentes alucinações no cérebro no momento da morte clínica, cuja natureza é semelhante aos sonhos? Estas foram consideradas como sendo sensações do mundo espiritual, onde a pessoa “sobe” e depois “volta”  para nós quando recupera a consciência.

Todas estas mentiras são causadas pela ausência de uma definição correta do mundo espiritual. É por isso que as pessoas ficam confusas e pensam que podem tocar o mundo espiritual e examiná-lo.

No entanto, o mundo espiritual é uma realidade que está acima do nosso desejo egoísta, acima da nossa matéria. É aqui que surge o problema da percepção da realidade, porque as pessoas estão confusas sobre o que é a matéria. Uma famosa definição estabelece que a matéria é uma realidade objetiva que nos é dada por nossas sensações. O que eu percebo? É o meu desejo.

Isto é confuso para as pessoas. Elas pensam que a matéria são corpos sólidos, líquidos, os quatro elementos: fogo, água, ar e terra, ou os níveis inanimado, vegetal, animal e o humano da natureza. No entanto, os Cabalistas dizem que a matéria é o desejo, e nós examinamos o desejo que é, de fato, nosso!

Isto é totalmente confuso para nós. Eu vejo um tubo de metal na minha frente que sou completamente incapaz de mover, e estou sendo informado de que ele é meu, e existe dentro de mim. Aqui, as pessoas ficam totalmente desnorteadas, e fica muito difícil falar com elas desse ponto.

Em outras palavras, é necessário superar muitos obstáculos, até atingirmos um ponto de vista e a definição de todos os fenômenos que nos permitam ver a realidade juntamente com os cientistas e os filósofos. Até agora, todos estão no seu próprio nicho, o que leva a uma enorme confusão.

O principal problema está nas diferentes definições de “espiritualidade” e “corporalidade”. Mais frequentemente, as pessoas assumem que a cultura e as diferentes atividades humanas estão incluídas na vida espiritual. Nesse sentido, dançar é algo espiritual.

Estas definições incorretas realmente confundem as pessoas e evitam conversas sérias. Por esta razão, antes de tudo, o mundo precisa dar definições corretas da espiritualidade e corporalidade, vida e morte, e a realidade superior.

Desta forma, nós vamos resolver todos os problemas. As definições corretas precisam estar bem enraizadas em sua mente, e você deve ver a realidade apenas através delas. Então, você certamente não vai errar.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá, 27/12/11, “A Sabedoria da Cabalá e a Filosofia”

Um Método Científico: “Faremos E Escutaremos”

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como  a necessidade de uma abordagem científica combina com o princípio do “Faremos e escutaremos”?

Resposta: Ambos combinam muito bem. “Faremos e escutaremos” é uma abordagem científica pura que existe na ciência verdadeira. Isto porque a ciência constantemente revela fenômenos que antes estavam ocultos de nós. Nós não tínhamos conhecimento factual nem conexão com eles. Tudo o que tínhamos era o nosso desejo de revelar, de desenvolver nossas percepções e habilidades, a fim de compreender fenômenos novos e adicionais, testá-los em nós, em nosso próprio corpo, com nossos sentidos, e registrá-los. Confiando nesses dados, obtemos uma imagem mais sólida da realidade em que existimos.

A mesma abordagem funciona na Cabalá. Ela é uma ciência como qualquer ciência normal, a medida que é a nossa aspiração em revelar uma nova realidade. Não há nenhuma diferença.

No entanto, nas ciências naturais comuns deste mundo, nós não somos obrigados a mudar os nossos sentidos. Nós só precisamos desenvolvê-los. O instrumento de investigação já existe: é o nosso desejo de receber prazer. Nós simplesmente devemos expandi-lo através de diferentes microscópios, telescópios e outros instrumentos que aumentam a nossa sensibilidade em relação a fenômenos até então ocultos.

A totalidade da realidade se divide em duas partes: recepção e doação. A fim de verificar, analisar e estudar a realidade que se baseia na doação, ao invés da recepção, precisamos primeiro nos armar com os respectivos instrumentos de percepção (Kelim, vasos).

Já não basta simplesmente expandir os nossos sentidos. Inicialmente, nós precisamos construir novos órgãos baseados na doação. Isso é chamado de nascimento no mundo espiritual.

No mundo espiritual, uma natureza diferente, onde estudamos a força da doação, a nossa capacidade de testar, analisar e registrar dados, depende da expansão e do desenvolvimento dos nossos sentidos. O mesmo ocorre com os nossos egoístas órgãos de percepção quando construímos diferentes ferramentas auxiliares.

É assim que surge a ciência superior chamada Cabalá. Ela é chamada de “superior” porque trabalha com a força da doação na natureza, enquanto que as ciências do nosso mundo analisam a força egoísta da recepção.

No entanto, no final nós descobrimos que existe uma fonte única tanto para a força de recepção quanto para a de doação. Isso ocorre porque essa divisão só existe em relação a nós; nós dividimos a realidade desta forma. Entretanto, ambas vêm de uma única fonte: a força superior.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/12/11, “A Sabedoria da Cabalá e a Filosofia”

Todas As Ciências Examinam O Criador

Dr. Michael LaitmanHá uma conexão histórica entre a Cabalá e a filosofia. A filosofia parece ser o alicerce de todas as ciências. Há milhares de anos atrás, não havia ciências separadas, como matemática, física, química, biologia, geografia e astronomia. Um cientista fazia tudo e era até médico, ao mesmo tempo.

Este conhecimento geral era chamado de filosofia, que se traduz como “amor à sabedoria”, conhecimento. Johann Reuchlin, famoso filósofo do século XVI, escreveu: “Meu professor Pitágoras, o pai da filosofia, tirou seus ensinamentos dos Cabalistas… ele foi o primeiro que traduziu a palavra Cabalá, desconhecida de seus contemporâneos, para a palavra Grega filosofia”.

A conexão entre a Cabalá e a filosofia, e todas as ciências em geral, é muito profunda. Realmente, a ciência já faz parte da revelação do Criador, de Suas ações, que não se revelam apenas através das sensações do corpo, mas através do mecanismo em nós que se chama  “homem” e que já pertence ao nível humano, embora ainda seja uma pessoa deste mundo.

Antes de sua conexão com a Cabalá, a ciência antiga desenvolvia-se no nível animal. Foi só depois que a Cabalá se revelou ao primeiro homem (Adam HaRishon) e desenvolveu-se por vinte gerações (de Abraão em diante), visto que ela revelou as ações do Criador, que a ciência moderna deste mundo pode surgir sobre esta base.

Nós não vemos uma conexão entre uma e outra. Afinal, a ciência normal é construída com base na mente humana e nas sensações, o desejo egoísta de receber prazer, onde revelamos o mundo, e ela parece estar desconectada da Cabalá e do mundo espiritual. No entanto, na realidade, isso não é assim, porque ela examina as mesmas ações do Criador, que só se revelam em uma matéria diferente, egoísta.

Estas são as ações do Criador que apontam para a conexão entre as partes da realidade. Por esta razão, mesmo as ciências naturais regulares são uma espécie de revelação do Criador, só que em nosso nível terrestre.

Isto ocorre porque não existe nada no Universo exceto o Criador, e tudo o que revelamos são Suas ações. Só nós podemos revelá-Lo em nosso desejo egoísta, e isso é chamado de ciências naturais. Nós também podemos revelá-Lo no desejo de doar, e isso é chamado de Cabalá.

No entanto, isso é a revelação do Criador em ambos os casos. O Criador é um, e Ele não se divide em dois. Somos nós, os investigadores, que O dividimos desta forma, dependendo dos desejos onde O percebemos.

Do lado do Criador não há separação; todas as divisões acontecem em relação a nós. É assim que nós recebemos o eterno problema de como uma coisa se conecta a outra e como elas influenciam-se mutuamente.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 27/12/11, “A Sabedoria Cabalística e a Filosofia”