As Guerras dos Macabeus

Dr. Michael LaitmanHá abundância total no mundo, mas nós não a conseguimos gerir na vida, como uma família que tem a prosperidade material, mas um relacionamento tão mau uns com os outros que torna impossível viverem juntos. Então, não há escolha e as pessoas ou se divorciam, ou como no nosso caso a única coisa que podemos fazer é conectarmo-nos. Não nós podemos afastar um do outro ou divorciar-nos porque a natureza ainda nos obriga a atingir conexão mútua.

É aqui que a guerra contra os Gregos irrompe, a guerra de como continuar: ou na razão ou acima da razão, que significa usar as forças de receber ou as forças de doação. Vemos que é impossível viver a operar com as forças da receção. Mesmo que nada esteja em falta no mundo, nossa vida tornar-se-á insuportável devido às terríveis relações entre nós. Mesmo que nós criemos condições maravilhosas, ainda há o problema do ódio e repulsa sentida entre nós, e por isso nada vai ajudar e nós iremos arruinar as nossas vidas até que se tornem insuportáveis.

Assim, chegamos ao reconhecimento do mal na natureza humana e entendemos que nós só precisamos de nos corrigir do ódio ao amor. Caso contrário, não há nenhuma hipótese de existir. Quanto mais cedo identificarmos esta única opção, melhor estaremos. Em vez de sofrimentos e problemas que mancham a existência da nossa grande família, de toda a humanidade, podemos alcançar uma vida corrigida e maravilhosa.

É aqui que a guerra irrompe, cada um por si e todos por todos os outros, numa tentativa de ajudar todos a deixar o ódio e a alcançar o amor. Nós sentimos que isto não está no nosso poder e que aqui precisamos de um outro parceiro, que é chamado de força superior.

Além do mais, neste processo, começamos a entender que tudo está predeterminado. O problema simplesmente fazermos a paz entre nós e esquecer o ódio que sentíamos antes. Tudo é feito de propósito com esta intenção, desta forma, de modo que não sejamos capazes de dar um passo de separação, do ego, do ódio que sentimos, para conexão, amor, e doação por nós mesmos. Então, nós iremos precisar da ajuda da força superior e de nos conectarmos a ela, para que adiramos a ela. Assim, descobrimos a força superior, a única força que opera na realidade.

Todo este processo só é possível se nos aproximarmos da força superior que gere toda a realidade, que é mostrada nas nossas mentes, e que muda a realidade se nos voltarmos para ela com este pedido. Aproximar-se dela e se tornar-se cada vez mais dependente dela. É assim que somos incorporados na nossa raiz.

Todas estas batalhas são divididas em duas guerras principais: A guerra pelos vasos de doação e, em seguida, a guerra pelos vasos de receção a fim de doar. A primeira guerra é chamada de guerra dos Macabeus. É necessária para nos livrarmos da atual perceção da realidade e para seguirmos para a perceção real da realidade que nos permite ver o mundo espiritual. Portanto, só estamos autorizados a ver a luz das velas de Chanuká e não usá-las. Após a vitória dos Macabeus, uma segunda guerra eclode, a fim de satisfazer os desejos de receber em prol de doar.

Então Chanuká simboliza o fim da primeira parte do nosso trabalho. A verdade é que é a metade mais difícil. Portanto, este feriado não é mencionado diretamente em nenhum lugar na Bíblia, mas apenas é referido por sugestões, porque é o feriado da Luz, de doação. É impossível expressá-lo corretamente no nosso idioma corporal e descrever esta guerra de forma clara.

Da 1ª parte da Aula Diária de Cabala 12/01/13, Escritos do Rabash