Temos um problema em estabelecer contato com o Criador. Não é difícil para nós nos comunicarmos porque nós, pessoas, temos uma linguagem comum e podemos nos falar diretamente ou, pelo menos, por meio de um intérprete. Desta forma, podemos nos comunicar uns com os outros.

Além disso, temos os órgãos do sentido comum: visão, audição, olfato, paladar e tato. Temos a oportunidade de entrar em contato de várias maneiras e com a ajuda de dispositivos especiais que inventamos para a comunicação.

Mas o que devemos fazer com o Criador? Através de quais dispositivos e por quais meios podemos contatá-Lo? É impossível fazer isso através dos mesmos órgãos dos sentidos que usamos para sentir as outras pessoas e o mundo inteiro em geral.

Existem muitos fenômenos em nosso mundo que estão ocultos, mas tentamos descobri-los e entendê-los. Existem fenômenos que vão além do alcance de nossos sentidos e, portanto, são inacessíveis à nossa percepção. No entanto, com o tempo, gradualmente aprendemos mais sobre o mundo ao nosso redor. Cem ou duzentos anos atrás, uma pessoa não tinha conhecimento sobre o nosso universo como hoje, quando a ciência avançou.

Quanto ao Criador, não há avanço. Ele foi escondido de nós e permanece oculto. A força superior está escondida de nós como se estivesse atrás de paredes impenetráveis, ela se esconde atrás de toda a natureza e nos influencia por todos os meios possíveis. Mas não podemos revelá-la com nossos sentidos corpóreos com os quais vivemos neste mundo.

Não podemos ver o Criador, ouvi-Lo ou tocá-Lo. O que deveríamos fazer? Os Cabalistas explicam que é possível realizar ações corpóreas comuns e se você as acompanhar com a intenção correta, expressando sua atitude especial para com o Criador, Ele entenderá, ouvirá e aceitará.

Aos poucos, devido a esse anseio, a esse desejo, podemos trazer o Criador para mais perto de nós. Quanto mais O alcançamos, mais O aproximamos de nós, e gradualmente Ele entra em nossos sentimentos e se revela neles em todas as oportunidades.

A princípio, o Criador aparece como que através de um nevoeiro, de uma nuvem, em vagas sensações. Mas então Ele se manifesta cada vez mais até descobrirmos que essa força superior preenche todo o espaço ao nosso redor e não há nada além do Criador. Tudo o que vemos, ouvimos e sentimos de qualquer forma, tudo o que percebemos é o Criador. No final, sentiremos que Ele preenche toda a realidade, abraça tudo e controla tudo dentro e fora de nós.

Portanto, vale a pena explorar como podemos nos aproximar do nosso Criador.

Da Lição Diária de Cabalá 27/06/23, “Recebendo e Dando um Presente”

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Se eu fosse fazer um filme sobre a percepção da realidade, primeiro explicaria sobre como administrar nossos desejos. A única coisa à disposição de uma pessoa é a oportunidade de sair de sua existência natural, onde os desejos a controlam arbitrariamente.

Às vezes, em algum nível pequeno, uma pessoa pode administrá-los, por exemplo, seguir algum tipo de dieta ou querer ir trabalhar em vez de dormir. Mas esta é uma preferência de alguns desejos egoístas sobre outros. Este não é o tipo de gerenciamento de que fala a Cabalá.

A Cabalá fala sobre o gerenciamento de desejos onde nos elevamos acima de seu controle sobre nós, a fim de gerenciá-los nós mesmos.

Me conecto com a força da natureza que me lança, e atuo. Ou seja, estou acima do meu desejo, que é a minha essência, e o administro junto com a luz superior. Esta parte de mim, que se eleva acima do meu desejo e se conecta com a luz superior, com o Criador em mim, é chamada de Homem, humano.

Aqueles que não têm esta oportunidade e não desenvolveram a técnica de se elevar acima de seu desejo e ainda vivem nele, não são chamados de pessoas do ponto de vista da Cabalá. Nesse ínterim, eles são chamados de “existindo no nível animado” porque são lançados de forma totalmente inconsciente, incontrolável pela força superior que simplesmente os desenvolve de geração em geração.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. Realidade Irreal”, 27/06/11

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Pergunta: Se eu percebo o mundo não dentro de mim, mas fora de mim, devo tentar influenciá-lo fisicamente porque há um grande número de ações disponíveis?

Resposta: Não. Devo apenas ajudar o mundo, ou seja, corrigir meu reflexo fora de mim. Ao fazer isso, estou me corrigindo.

O problema é que, quando existe fora de mim, fica mais claro para mim o que precisa ser corrigido. Mas, no final das contas, devo apenas me corrigir. Essa é a diferença entre as filosofias orientais e ocidentais.

Existem duas visões de mundo: eu corrijo o mundo, subordinado a mim, ou eu me corrijo e, ao fazer isso, o mundo ao meu redor é corrigido em minha percepção. Essas duas orientações são completamente opostas.

A filosofia oriental (chinesa, indiana, etc.) está mais próxima da verdade e nos alinha com a ideia de que precisamos mudar a nós mesmos. É por isso que na antiga medicina chinesa os médicos eram pagos para manter seus pacientes saudáveis, não quando estavam doentes. E se uma pessoa cometesse um crime, deveria ser executada ou enforcada na frente de todos.

O Ocidente fica horrorizado com isso. E o Oriente diz: “Por quê? Estamos, portanto, corrigindo o mundo para que outros não façam isso. E você encoraja o oposto”. Há uma discórdia profunda entre as duas abordagens. E se aplica não apenas à medicina ou atitude para com uma pessoa, mas à visão de mundo em geral, a tudo.

Portanto, veja como a América, a Europa e a Rússia se comportam: “Precisamos nos afirmar de tal forma que os outros sejam advertidos. Nós vamos provar isso! Nós ganharemos!” e assim por diante. Essa perspectiva decorre de uma visão de mundo incorreta. Como resultado, todos esses países acabam perdendo.

Essa abordagem incorreta está profundamente enraizada nas pessoas. Aaté que mudem sua visão de mundo, até que entendam que precisam mudar a si mesmas e não ao mundo, sofrerão tremendamente.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. Existem Apenas Canalhas ao Meu Redor”, 14/05/11

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Pergunta: Quando você trabalha com alunos, você investe naqueles em quem você vê potencial e não investe em alguém que não tem potencial?

Resposta: Isso não é bem verdade. Em nenhum caso eu roubo ninguém e não tiro de ninguém a possibilidade de realização. Dou o máximo a todos e não prefiro um ao outro.

No final aqueles que estão avançando se aproximam de mim espiritualmente, mas aqueles que estão parados não.

Posso estar mais próximo ou mais distante de uma pessoa no nosso trabalho e na disseminação porque trabalho mais com pessoas que traduzem, processam e fazem filmes do que com outras pessoas.

Mas, a princípio, não tenho preferência por ninguém nem que seja meu próprio filho ou genro, que também estão dentro da nossa organização. Sem chance! Eu não tenho direito! E acho que todos podem ver.

Pergunta: Você não dá preferência mesmo quando passa informações espirituais para uma pessoa? Você disse que o Rabash lhe deu tanta luz para que no futuro você pudesse usá-la e revelá-la.

Resposta: Mas eu trabalhei com ele, estudei, servi a ele, fiz de tudo só para tirar dele essa cobrança, essa força, essa oportunidade de me mudar de alguma forma.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. Favoritos de Laitman”, 06/07/11

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Comentário: No artigo “A Rosa” na Introdução do Livro do Zohar, é dito que a rosa é uma taça de bênção, o que indica a extensão de cinco Chassadim dentro de suas cinco Gevurot, e assim por diante.

Minha Resposta: Quando o Baal HaSulam escreve comentários sobre este artigo, ele gradualmente desce do nível do Criador para o nível da criação e começa a explicar como as almas inferiores são organizadas e como percebem a influência do Criador sobre elas.

Por exemplo, o artigo diz que a taça deve ser erguida com as duas mãos e depois segurada na mão direita com cinco dedos quando as bênçãos são pronunciadas. Portanto, em nosso mundo, costuma-se abençoar o vinho.

Esses exemplos explicam que a bênção com a qual você deve se voltar ao Criador deve consistir em cinco qualidades: Keter, Hochma, Bina, Zeir Anpin e Malchut. Elas devem ser conectadas juntas. Assim como uma mão conecta cinco dedos, você deve pegar um copo de vinho e, erguê-lo, abençoar o Criador por lhe dar tal oportunidade.

Pergunta: Por que o copo deve ser segurado com a mão direita?

Resposta: Na espiritualidade, existe um lado direito e um lado esquerdo. A direita é boa e a esquerda é má. Portanto, é necessário pronunciar bênçãos segurando o cálice na mão direita.

Pergunta: Para que precisamos dessas ações em nosso mundo? Por que fazer isso se estamos falando de coisas grandes e interiores?

Resposta: Em nosso mundo, tudo se resume a uma simples tradição. Mas, na verdade, são ações muito profundas com as quais despertamos a governança superior.

Em princípio, se uma pessoa entende o que está fazendo, ela pode despertar certas forças em seus desejos e assim se corrigir.

De KabTV “Introdução do Livro do Zohar ” 04/06/23

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Pergunta: Walt Disney, um famoso animador, considerava sua principal obra não os desenhos animados, mas a criação da cidade do futuro, que ele construiu nos últimos anos de sua vida. Se você decidisse construir uma cidade assim, como ela seria?

Resposta: O reino do bom rei, onde o Criador seria o rei, e as pessoas viveriam lá de acordo com Suas leis. Elas vinham, faziam algum tipo de curso, se adaptavam àquela vida por um tempo e depois iam embora. Ou seja, um reino na forma de uma pensão.

Pergunta: O que é uma cidade do ponto de vista da Cabalá?

Resposta: Uma cidade é um espaço limitado no qual existem pessoas que concordam em existir de acordo com um determinado código de vida.

De KabTV, “Blitz de Dicas de Cabalá”, 18/05/23

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Michael Laitman, no Quora: “O Que É Pecado Em Uma Frase?”

Pecado é pensar em si mesmo o tempo todo, e não nos outros.

Baseado em KabTV “Blitz de Dicas de Cabalá” com o Cabalista Dr. Michael Laitman em 18 de maio de 2023. Escrito/editado por alunos do Cabalista Dr. Michael Laitman.

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