Pergunta: Há uma história de um relojoeiro. Seu trabalho exige muita atenção, ações precisas. Mas às vezes, enquanto trabalha, o dedo indicador da mão esquerda começa a se contorcer e é impossível trabalhar nesse estado. O que ele faz? Ele não massageia o dedo, não toma comprimidos para aliviar as cólicas. Ele liga para a mãe, que mora a milhares de quilômetros de distância, e diz a ela: “Mãe, você está preocupada comigo de novo. Pare de se preocupar, não posso trabalhar por sua causa.

Diga-me, como você se sente sobre isso? Não cheira a misticismo que, de repente, haja tal contato?

Resposta: Existem tais contatos, é claro. Principalmente entre mãe e filho. A criança entende que neste momento sua mãe está pensando nela.

Pergunta: Em geral, como é que, por meio de nossas ações ou pensamentos, podemos prejudicar inconscientemente um ente querido, um ente próximo? Por que não recebemos esse entendimento?

Resposta: Devemos nos desenvolver para chegar a isso com nossa própria boa vontade, para querer que seja assim.

Pergunta: Posso controlar meus pensamentos percebendo que eles são prejudiciais? Digamos que se eu entendo isso, posso controlá-los?

Resposta: Isso requer treinamento. Este é um grande treinamento psicológico.

Pergunta: Posso entender que alguma de minhas ações afeta meu próximo?

Resposta: Sim, absolutamente.

Pergunta: Então, em princípio, o mundo pode mudar?

Resposta: Em princípio, o mundo foi criado para que possamos mudá-lo.

Pergunta: Se eu desenvolver alegria, se desenvolver constantemente bons relacionamentos, se eu apenas fizer isso, percebendo que isso ajuda meus entes queridos, esse é realmente o caminho a seguir?

Resposta: Sobre entes queridos, próximos, é outra questão. Qualquer pessoa, mesmo qualquer vilão, pode ter tais pensamentos sobre ajudar seus entes queridos.

Pergunta: Mas, em geral, o desenvolvimento de um pensamento na direção da alegria, da ajuda, é possível ou não? Esse estado é possível ou o egoísmo não nos permitirá fazê-lo?

Resposta: É apenas se você existir em um ambiente muito especial. Caso contrário, o egoísmo ainda está em nós. E não há nada que possamos fazer a respeito.

Pergunta: Se eu apenas viver no mundo e não viver no ambiente especial, como você diz daqueles que querem desenvolvê-lo, então você acha que alguma coisa vai funcionar?

Resposta: Não.

Comentário: Isso não é tão bom.

Minha Resposta: Você quer refazer artificialmente o que a natureza fez?

Pergunta: Se uma pessoa for apresentada ao entendimento de que está prejudicando, por exemplo, pessoas próximas a ela, isso não a mudará?

Resposta: Se ela está prejudicando pessoas próximas a ela, sim, mas em geral, não. Ou seja, para um círculo estreito de pessoas ao redor de uma pessoa, isso pode ser eficaz.

Pergunta: E por que fomos impedidos de entender que somos prejudiciais com nossos pensamentos? Eu entendo que o Criador, a força superior, bloqueou esse pensamento de nós. Ou seja, posso pensar mal sobre outra coisa sem pensar que estou destruindo todo o equilíbrio, por exemplo.

Resposta: Claro.

Comentário: O equilíbrio do mundo inteiro!

Minha Resposta: Em todo o mundo.

Comentário: Uma pessoa não tem tal pensamento.

Minha Resposta: Porque está longe dela. Onde ela vê isso ao seu lado?

Comentário: Sim, ela não faz tal dependência.

Minha Resposta: Isso é impossível para uma pessoa. Se ela pudesse ver claramente que, ao fazer isso, estava prejudicando seu filhinho ou alguns parentes, é claro que não o faria. Mas então o mundo inteiro teria perdido 90% de seus recursos espirituais. O que faríamos então se fôssemos tão servis simpatizantes?

Pergunta: Então você não é a favor disso?

Resposta: Não, claro que não! Que podemos ser apenas bons gatinhos?

Pergunta: Então, como saímos desse ódio?

Resposta: Apenas elevando-se acima dele, para ser oposto a ele. Então faz sentido viver, existir. Caso contrário, é apenas uma ameba.

Pergunta: Elevar-se acima do ódio, o que isso significa?

Resposta: É revelar em si mesmo mais e mais ódio pelos outros e elevar-se ainda mais acima dele. Esquerda-direita, esquerda-direita e assim por diante. Onde a esquerda é má e a direita é boa. Para escalar desta forma. Este é o Sulam, escada.

O mal é necessário. É por isso que o Criador diz: “Eu criei a inclinação ao mal, e vocês, com a ajuda do que lhes dei, vencem esse mal e o equilibram com o bem”.

Pergunta: E eu adicionarei o mal a você novamente?

Resposta: Sim, isso já é um processo.

Pergunta: Esta é a escada: mal – bem, mal – bem? É assim que nos movemos. O que há no final, depois de toda essa escalada?

Resposta: No final, todo mal se transforma no mesmo bem. Recebemos, por assim dizer, um bem duplo. Ou seja, o futuro do mal é de uma forma ou de outra se transformar em bem. Somente graças ao nosso trabalho.

Pergunta: E se eu quiser destruir o mal? Sou uma pessoa simples e normal.

Resposta: Não há como você fazer isso. O mal não pode ser destruído. Você só pode se elevar acima dele.

De KabTV, “Notícias com o Dr. Michael Laitman”, 29/05/23

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No princípio, Deus criou. “No princípio” é a chave, na qual tudo está escondido, e é isso que fecha e abre. (Introdução do Livro do Zohar, Capítulo “Fechadura e Chave”)

Pergunta: No artigo “Fechadura e Chave” a palavra “No princípio” (Beresheet) é constantemente usada. Por que isso é tão importante?

Resposta: Beresheet inclui todo o segredo da ocultação, e é por isso que é tão importante. Se estudarmos a ocultação e a revelação do Criador, examinaremos tudo ao redor da palavra “Beresheet”. É como um código com a ajuda do qual entramos na natureza e revelamos todas as suas partes até a obtenção completa.

Pergunta: Em princípio, a própria palavra “Beresheet” (no princípio) com a qual a Torá começa é a chave pela qual revelamos tudo?

Resposta: Sim, está escrito assim: “No princípio era o verbo”.

Pergunta: O artigo explica que Beresheet é Barah Sheet , ou seja, “criou seis”. Qual é o segredo nisso?

Resposta: Da parte principal desta estrutura, que inclui Keter, Hochma e Bina, seis partes são emanadas: Chessed, Gevurah, Tiferet, Netzach, Hod e Yesod. A última parte, Malchut, está totalmente fechada. Somente se as seis partes anteriores forem montadas corretamente, Malchut é revelada, a partir da qual uma pessoa pode entender tudo o que existe antes dela, ou seja, todo o sistema de governo do universo.

De KabTV, “Introdução do Zohar”, 21/05/23

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Pergunta: Existe um certo grupo de pessoas para quem você pode tocar a balalaica, e eles sentem isso como um tapa, e algumas outras coisas mais “deliciosas” que eles não sentem. É bom quando há tal massa?

Resposta: Claro que é bom. A massa não deve ser diferente. Massa é a carne do corpo, digamos ossos, tendões e músculos. Ocupa 99% do corpo. Para que ela existe? Seria melhor se houvesse uma cabeça ou nem mesmo uma cabeça, mas um pequeno microprocessador. Isso seria uma pessoa. Por que precisamos do resto?!

Se retirarmos um microprocessador de todos, conectá-los ou, digamos, jogá-los em algum tipo de jarra e eles se conectarem, obteremos algum tipo de consciência comum. E tudo mais, para que precisamos disso?! Vamos destruí-lo, jogá-lo fora, deixá-lo apodrecer. Isso seria melhor? Não.

Você vê que fomos criados especificamente em um mundo onde em torno de nossos pensamentos, nem mesmo em torno de uma pequena bola corpórea, mas em torno de nossos pensamentos, sentimentos e desejos que não são corpóreos, existe um enorme corpo de cem quilos que precisa ser alimentado, movido e atendido.

Por quê? Para quê? Porque é assim, nesses níveis, que devemos começar a corrigir os desejos. Precisamente estando em tal ponto fora da espiritualidade, em um desejo animalesco, que olhamos para nossa parte espiritual como se fosse de fora para dentro e podemos corrigi-la. Se eu não tivesse um corpo animalesco, não seria capaz de corrigir minha alma porque estaria nela. Desta forma, porém, estou fora dela e a crio e construo.

Pergunta: Quando esta massa de pessoas chega à correção, ela percebe a consciência comum, este pensamento comum, da mesma forma que a parte que é uma pequena bola?

Resposta: Elas perceberão da mesma forma que nós. Todas alcançarão a mesma consciência e sensação. Será absolutamente o mesmo para todos.

Comentário: Mas neste estágio há uma grande diferença entre os Cabalistas e as massas.

Minha Resposta: A diferença é que eles são mais calmos. “Aquele que aumenta o conhecimento, aumenta a dor”.

Pergunta: Isso significa que se todos possuíssem conhecimento espiritual, sentiriam grande tristeza?

Resposta: Claro. Portanto, a disseminação do conhecimento espiritual em nosso mundo é tão importante para que uma pessoa sinta o mundo com mais intensidade e comece a fazer algo com este mundo.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. Mob e Música Pop”, 01/06/11

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Comentário: Você disse que um Cabalista depois de deixar este mundo ainda não perde o contato com as pessoas. Você diz isso como se já tivesse experimentado desconexão e conexão.

Minha Resposta: Não há necessidade de se desconectar de nada. Eu posso ver pelo meu diploma como eu interajo com todos. Não preciso morrer ou não morrer para isso. O que importa se nada resta do corpo? É irrelevante. Pelo contrário, há uma percepção ainda melhor, novas perspectivas.

O corpo é essencialmente um conector entre aqueles que ainda não podem se conectar de nenhuma outra maneira.

Pergunta: Acontece que o corpo é a mesma ferramenta que, digamos, a Internet. Eu uso a Internet para me conectar com alguém. O corpo é aparentemente como essa rede?

Resposta: Sim, trata-se de uma rede externa de contatos que foi parcial ou totalmente removida. Ele será completamente removido apenas no final da correção final, quando fizermos a transição para a unificação completa, a fusão completa.

Pergunta: Quando você se lembra do Rabash, você o percebe fisicamente?

Resposta: Por que fisicamente? Não. Eu tenho algum tipo de imagem interna e trabalho com ela.

Pergunta: De qualquer forma, você está sempre em contato com o Rabash?

Resposta: Em geral, sim.

Pergunta: E como são realizados seus relacionamentos com a cadeia de Cabalistas?

Resposta: Eu me sinto entre eles, mas antes de tudo é a conexão com o Rabash. Ele é o mais próximo de mim entre eles. Eu me apoio nele o tempo todo como um pequenino que está ao lado do pai.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. Professor”, 30/04/11

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Pergunta: Que medida de unidade as pessoas devem alcançar? Afinal, existem Cabalistas que estudam Cabalá e existem pessoas que não se interessam por ela. Como eles podem se unir?

Resposta: Ouça os Cabalistas. Tente ver com sua mente que não há mais nada no mundo.

Se a rede da natureza desce gradualmente sobre nós, levando a um formato onde devemos estar completamente unidos, integralmente conectados, em plena interação uns com os outros como engrenagens de um mecanismo, precisamos aprender a nos entender e girar juntos harmoniosamente. Você tem que trazer todos os seus pensamentos e desejos em sincronia comigo e com mais um, e mais um, etc.

Não há nada que você possa fazer. Isso é inerente à natureza. Este programa é o que é, e está sendo implementado. Como você desempenha seu papel, no entanto, depende de você.

Se você for uma criança inteligente, aprenderá, procurará e tentará ser ensinado. Então você perceberá que os Cabalistas têm algo a lhe oferecer. Você sentirá que eles têm alguma ideia e aprenderá com eles.

Mas se você não quiser, será forçado de qualquer maneira; ou seja, você levará uma boa surra, talvez várias mortes ou pior ainda, tormento, e então terá a mesma oportunidade. Mas você já será mais sábio porque o sofrimento desenvolve nossas mentes.

O desejo é nossa matéria, e a mente se desenvolve para atingir o preenchimento dessa matéria. Quanto mais a matéria sente sofrimento e vazio, mais a mente se desenvolve para evitar esse sofrimento e de alguma forma ser preenchida.

Portanto, aquele que sofreu vale por dois que não sofreram. Isso é tudo. Se você vencê-lo, ele ficará mais esperto: “Já chega, estou pronto agora”. Porque então seus olhos se abrem, seus ouvidos se abrem.

Mas como começar a ouvir sem sofrer? Junte-se a um grupo e obtenha a importância da correção de outras pessoas. Então, em vez de sofrer, você será mais sensível e avançará de maneira mais razoável e gentil. Este é o propósito de criar um grupo.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. Aproveitando o Fascismo”, 19/05/11

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Pergunta: Você diz que as pessoas devem passar por várias vidas para começar a pensar sobre o seu sentido. Elas estão acumulando gradualmente esse conhecimento ou estão começando a sentir que é necessário?

Resposta: Junto com o crescimento do egoísmo, as pessoas acumulam a capacidade de entender mais o mundo. Isto é, a mente se desenvolve próximo ao egoísmo, mas é uma mente egoísta. Ao mesmo tempo, começa a formar uma pessoa: “Não fique muito nervoso. Não somos tão espertos. Não somos tão fortes. Há mais forças na natureza, e assim por diante”.

Pergunta: Depois que as pessoas deixaram a Babilônia, elas seguiram o caminho do desenvolvimento do egoísmo. Poderia haver outra maneira se elas estivessem constantemente envolvidas na espiritualidade?

Resposta: É impossível. O programa de desenvolvimento humano deveria nos trazer até hoje. Tudo o que estava destinado a acontecer tinha que se tornar realidade.

Só a partir deste momento surge o livre-arbítrio. Tudo o que aconteceu com o grupo Cabalístico chamado de judeus até hoje foi necessário para que eles alcançassem sua quarta e última redenção e correção. O mundo evoluiu para um estado global. Agora esse grupo deve passar para o mundo a metodologia da conexão global.

Portanto, tudo tinha que ser como era. Não consigo imaginar como poderia ter sido diferente na antiga Babilônia.

Em cada estágio, precisamos desejar a correção completa. E se vai acontecer ou não, não é mais nossa preocupação. Afinal, ainda hoje enfrentamos obstáculos desconhecidos para nós, e temos que pensar na correção final. Devemos lutar por isso na forma em que a imaginamos. Tudo é muito simples.

Portanto, não invente e tente revelar o que vai acontecer. Devemos participar desse movimento com força total.

Eu atuo como se hoje ou amanhã fôssemos definitivamente alcançar a correção global e, de repente, rompêssemos e tudo daria certo. Por que devo pensar que haverá problemas, sofrimento, e só depois disso a humanidade começará a puxar a cabeça, cair em si e adotar um método de correção? Talvez isso aconteça agora. É por isso que estou atuando.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. História Alternativa da Humanidade”, 07/05/11

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Michael Laitman, no Quora: “O Que Faz Você Odiar O Ego Das Pessoas?”

Um grande problema com o mundo de hoje é que todo mundo culpa todo mundo.

Se, no entanto, nos vemos vivendo em um sistema completamente interconectado e interdependente, todos nesse sistema são os culpados: ninguém está certo ou errado. Se existe mal no mundo, é resultado de cada um de nós.

Imagine que somos todos engrenagens da mesma máquina. Nenhuma engrenagem pode escapar de recompensa e punição, porque todas estão conectadas umas às outras e são mutuamente dependentes. Em tal configuração, não podemos dizer que alguém deve virar ou forçar outros a virar por causa dos outros, mas todos se movem simultaneamente. Como tal, cada um de nós precisa passar por uma certa correção e calibração da maneira como nos conduzimos: chegar a uma decisão mútua de parar de virar em direções opostas e começar a virar na mesma direção, onde cada um de nós considera principalmente o benefício dos outros e todo o sistema do qual fazemos parte.

Todos são, portanto, responsáveis pela forma como o mundo se transformou. Não há criminosos ou vítimas. Somos todos igualmente responsáveis por tudo que está acontecendo, bom e ruim. Chegamos a tal entendimento quando vemos que vivemos em um mundo integral, que é representado por um círculo que não tem começo nem fim. Portanto, não temos uma única pessoa que possamos apontar o dedo para culpar por nossos problemas. Cada um de nós contribui para tudo que se desenrola na humanidade.

Temos que alcançar a visão da natureza como um todo, um sistema interconectado e interdependente, e tratar a todos de maneira diferente da forma como os tratamos atualmente: onde, em vez de priorizar o benefício próprio às custas deles, priorizamos o benefício deles em detrimento do benefício próprio.

Portanto, não há ego de outra pessoa que possamos odiar com razão, mas precisamos chegar à conclusão de que sou o único criminoso no mundo. A partir daí, posso começar a corrigir meu próprio ego e começar a desenvolver uma nova atitude e percepção do mundo. Então, também começarei a ver uma nova imagem harmoniosa e pacífica do mundo se abrir.

Escrito/editado por alunos do Cabalista Dr. Michael Laitman.
Foto de Alin Andersen no Unsplash.

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