Comentário: No artigo “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, Baal HaSulam escreve que todo o desejo de receber se materializa, e este lugar é chamado de “nosso mundo”.

O próprio desejo de receber é chamado de “corpo do homem” (em hebraico, Guf), e a “abundância” (Shefa) recebida por ele é chamada de medida de “vitalidade naquele corpo”.

Minha Resposta: Sim, tudo consiste em um desejo maior ou menor, que depende de como é realizado e do que eventualmente se sente. Esta é a vida.

Pergunta: O que significa que o desejo se materializa?

Resposta: Ele sente que existe e pode se expressar através de outros desejos e incluí-los em si. Dá-lhe um sentido de existência.

De KabTV, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, 14/05/23

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Pergunta: Muitas coisas estão escondidas de nós, isto é, o potencial do próprio homem, nosso futuro, o governo divino, o governo da natureza, etc. Qual ocultação é a mais importante para nós?

Resposta: A força geral da natureza, que é chamada de Criador, está escondida de nós. Ela inclui tudo e atrai tudo o que existe na natureza, todas as suas partes (inanimada, vegetativa, animada e humana), para algum objetivo.

Gostaríamos de saber onde está a nossa parte, qual é o nosso destino, mas infelizmente ainda não é possível revelar isso.

Revelamos um pouco daqui, um pouco dali, mas, em princípio, quanto mais o fazemos, mais percebemos que algo muito grandioso, geral e integral está escondido de nós, e nós mesmos não estamos nele.

De KabTV, “Prefácio do Livro do Zohar”, 21/05/23

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Pergunta: Você pode dar um exemplo da implementação de um dos princípios do universo, por exemplo, revelando o ponto do livre arbítrio?

Resposta: Não, os próprios princípios não nos dão um plano claro para sua implementação. A implementação ocorre pela aplicação da própria metodologia, que vai explicando gradativamente como agir utilizando esses princípios em diversas condições. Não há como aplicar um princípio sem usar os outros.

Não é que você não os use, você não pode lançá-los de acordo com seu desejo. Afinal, você está dentro da natureza, e esses princípios são a sua casca. Você existe dentro deles e todos eles o afetam.

Só para entender onde você está, estamos falando do universo, do que consiste este edifício em que existo. Mas eu existo dentro de tudo isso; há paredes, teto e chão, alguns móveis, algumas condições e ar, absolutamente tudo. No entanto, pouco a pouco me dizem onde estou, porque não consigo entender tudo de uma vez. Então, gradualmente, quando eu trabalhar com esses princípios, tudo se juntará em uma imagem.

Quando vivo apenas neste mundo, geralmente o percebo com todos os meus sentidos: cheiros, sons, imagens visuais, sensações táteis e gustativas. Tudo junto eu o percebo como uma imagem do momento presente. Mas posso desconstruí-lo e dizer: “Este dispositivo percebe a visão, este ouve e este outra coisa”.

Então tudo isso é coletado dentro de mim e comparado com as fotos que estão no meu arquivo de memória. E o que acontece a seguir? Como entendo essas imagens que percebo agora; como me adapto e trabalho com elas? Isso é o que precisa ser explicado para a pessoa.

A imagem correta do universo praticamente o leva à necessidade de mudar e se tornar semelhante a ele.

Se estou em algum tipo de ambiente superior a mim, esta é a estrutura do mundo para mim. Se eu for assim, saberei onde estou e como posso interagir com essa construção do mundo, e me colocarei em um estado confortável.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. Implementação de Princípios”, 27/03/11

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Pergunta: Você consegue entender os alunos que estão passando por estados diferentes?

Resposta: Claro que entendo meus alunos! Todo Cabalista entende.

Lembro-me de todas as minhas explosões, altos, baixos e meu relacionamento com o professor. Nada de novo aparece na minha frente porque meus alunos estão passando pelo que eu já passei. Só consigo me lembrar de mim mesmo e ver o mesmo nos outros. Todo mundo passa pelos mesmos estados.

Pergunta: A sua percepção da aula que você está dando é completamente diferente da do aluno? Pode ser mais difícil para ele suportar essas três horas. Se você desse palestras uma vez por semana, seria mais fácil do que três horas todos os dias.

Resposta: Como professor, posso dar uma aula por dia, e isso seria suficiente para uma norma professoral. Mas eu não sou um professor, sou um Cabalista.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. A Mágica da Lição Cabalística“, 16/04/11

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A alma comum é a única coisa que foi criada no universo e tem apenas uma qualidade: a qualidade de doação e amor.

Na medida em que posso me adaptar à alma comum adquirindo pelo menos uma pequena qualidade de doação e amor, eu me conecto a ela e o contato é estabelecido entre nós. Se não posso fazer isso, sinto que todas as pessoas em nosso mundo que estão desconectadas dela não entendem em que tipo de casca elas existem. Elas não sentem esse sistema.

Mas é assim que deve ser no começo. Por milhares de anos evoluímos para chegar ao desespero e à sensação de que não há nada em nossas vidas, nada brilha à frente, e as condições cotidianas nos abalam, nos ameaçam e exigem que entendamos a razão de nossa existência.

O medo animalesco, a necessidade e a desesperança levam as pessoas a começarem a exigir esse contato: onde é, como, para quê, por que e o que estamos fazendo aqui?

Então O Livro do Zohar vem ao seu encontro; ele se abre e diz: “Eu sou o sistema. Ao me ler, ao ser incluído em mim, você se conecta ao sistema espiritual geral e finalmente começa a sentir em que tipo de mundo você vive. Afinal, você não sente o mundo em que existe.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. O Que é um Livro?”, 04/04/11

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Pergunta: Como uma pessoa comum pode implementar o método Cabalístico ouvindo sobre ele?

Resposta: O método Cabalístico é compreendido apenas por aquele que o implementa em si mesmo e, de acordo com isso, sua ideia de mundo muda completamente.

Como resultado, o método se resume ao fato de que eu me coloco sob a influência do ambiente certo, sob a influência das forças de desenvolvimento certas e benevolentes, que me forçarão a mudar suavemente, e tento fazer tudo em meu poder para mudar sob a influência do ambiente.

Digamos que haja algum tipo de casca ao meu redor. Disseram-me: “Se você pular 100 vezes, essa casca o afetará e, como resultado, você receberá algumas mudanças”. Eu pergunto: “Posso pular 100 vezes?” “Sim, pode ter certeza disso”. Eu pulo 100 vezes e ainda mereço uma recompensa, ou seja, estou começando a mudar. É assim que o ambiente me afeta.

Pergunta: Mas por que mesmo aqueles que praticam há mais de 15 anos não conseguem chegar à realização dos princípios espirituais?

Resposta: Porque eles não conseguem se convencer de que isso é importante, e esta é sua única ação livre. Eles não usam sua liberdade de escolha.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. A Metodologia da Realização da Cabalá”, 27/03/11

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A Cabalá diz que existem leis estritas na natureza. Além disso, existem leis ainda mais elevadas, leis de doação, que complementam nossas leis.

Nosso mundo é baseado nas leis da recepção. Toda a forma e matéria de nosso mundo é egoísta e constantemente manifesta seu egoísmo: elétrons e átomos se atraem e interagem uns com os outros, elementos químicos se agarram e se atraem, a natureza vegetativa acumula todo o bem e espreme todo o mal, a natureza animada consome tudo para seu próprio benefício, uma pessoa mentalmente faz tudo por si mesma e assim por diante. Estamos explorando o egoísmo. Esta é a nossa ciência terrena.

Existe outra natureza, doação, que é dar aos outros, preenchê-los tanto quanto possível. Essa natureza é totalmente oposta à nossa; é o antimundo. E é isso que é pesquisado pela Cabalá.

Mas quem pode explorar o antimundo? Um cientista que ele mesmo, com suas propriedades, está nele. Na medida em que desenvolve suas ferramentas de cognição, ele pode explorá-lo. Caso contrário, o mundo superior não existe para ele, está escondido dele.

Se você me pedir para lhe mostrar algo do antimundo, não poderei fazê-lo. Como você descobrirá esse “algo” se não tiver uma única qualidade espiritual?

Se você a tiver, verá o mundo superior porque já terá um novo sentido, a qualidade de doação, e você só precisa aprender como usá-la e como controlá-la.

O mais importante para nós é encontrar essa qualidade, vê-la em nós mesmos, desenvolvê-la. Fazemos tudo juntos, embora seja muito difícil. O principal é chegar ao primeiro grau, e como você ainda não sabe o que é, realmente se revela como um milagre. Como se algo fosse próximo e compreensível e ao mesmo tempo completamente imprevisto e imprevisível, assim é a qualidade de doação a todos os nossos desejos e pensamentos.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. O Que é um Milagre”, 06/03/11

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Pergunta: Como seus alunos devem se anular diante de você? O que eles deveriam fazer?

Resposta: Não estou pedindo que façam nada por mim. Eu realmente não gosto quando as pessoas tentam me servir, me dão alguma coisa e assim por diante. É por isso que eu afasto essas pessoas.

Digo apenas uma coisa: “Se vocês querem me fazer bem, devem fazer bem uns aos outros”. Imagine que em vez de mim existe um grupo na sua frente, e o que vocês gostariam de fazer comigo, façam com eles, e até o dobro. Isso é tudo.

Estou dentro do grupo, dou aula, estou por perto o tempo todo, mas não aceito essa atitude comigo quando alguém me atende.

Em geral, se cada um fizer um pouquinho, está bom. Tem gente que vai passear comigo, tem gente que traz almoço, tem gente que limpa meu escritório. Eu geralmente prefiro as mulheres porque isso é natural para elas e elas não têm outra oportunidade de ajudar.

Os homens, meus alunos, me ajudam na preparação de materiais e apresentações, mas em nenhum caso servem.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. Para Receber do Professor”, 13/04/11

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Michael Laitman, no Quora: “Por Que Precisamos Trabalhar?”

Precisamos trabalhar para nos conectarmos e servirmos uns aos outros, como está escrito: “Vão e ganhem a vida uns dos outros”.

Nossas vidas são organizadas de forma que somos forçados a nos conectar: eu dou a você e você dá a mim. Por exemplo, eu lhe dou sapatos, e você me dá roupas, e outro me dá pão e vinho, e eu dou a eles uma ou outra coisa.

Vemos assim que, por uma necessidade de sobrevivência, somos feitos para nos comunicar uns com os outros.

Então, à medida que nossos desejos crescem com o tempo, desenvolvemos cada vez mais bens e serviços que nos conectam cada vez mais. Esse processo de crescente interconexão e interdependência é uma correção inconsciente pela qual passamos.

Precisamos aprender por que esse processo se desenrola da maneira que acontece e aonde ele nos leva. Por enquanto, podemos ver que o desenvolvimento de nossos desejos ao longo da história, desde pequenos desejos individuais por comida, sexo e família, até desejos cada vez mais egoístas em que usamos os outros para nos beneficiar – desejos sociais por riqueza, honra e poder – nos levam a um estado em que nos encontramos cada vez mais insatisfeitos.

O ego humano que deseja se beneficiar às custas dos outros encontra maneiras cada vez mais sofisticadas de fazer pás para cavar sua própria cova. Em outras palavras, nosso progresso científico, tecnológico e cultural nos leva à incapacidade de satisfazer as demandas crescentes de nosso ego, e ficamos vazios.

O que realmente queremos de todo esse processo?

Nosso verdadeiro desejo é obter uma noção do sentido da vida. Embora estejamos constantemente perseguindo prazeres transitórios que nos escapam por entre os dedos, nosso desejo mais íntimo é por uma sensação de vida eterna e perfeita.

Inconscientemente nos esquecemos de nós mesmos na vida para não pensar em seu fim, porque é terrível pensar que nos separamos de tudo o que fizemos. E fizemos tudo apenas para manter nossos corpos animais. Por que vivemos assim? Qual é o ponto? Pelo menos um animal não faz essas perguntas.

Acontece que nossa vida sem uma resposta sobre seu sentido final é inútil, insignificante e vazia, pior do que a vida dos animais. Pelo menos os animais não sofrem de indagações existenciais. E nós, para não nos deixarmos incomodar por questões sobre o sentido e o propósito de nossas vidas, procuramos constantemente nos envolver com todos os tipos de brinquedos.

Não existe final feliz para nossos desejos egoístas, mas existe uma vida feliz acima do ego. Todo o propósito de ver como nosso ego nos leva a um beco é para que, através do desamparo de tentar satisfazer nossos desejos egoístas, venhamos a sentir uma necessidade cada vez mais forte de descobrir o sentido da vida: uma existência eterna e perfeita.

Estaremos então prontos para mudar nossa abordagem egoísta de tentar satisfazer nossos desejos às custas dos outros, para uma nova abordagem: em vez de trabalhar principalmente para o benefício próprio, trabalharíamos antes de mais nada para beneficiar os outros.

Mudar o lugar onde sentimos prazer – de dentro para fora de nós mesmos – é a chave para descobrir o sentido da vida: uma nova percepção totalmente conectada com a realidade circundante, onde a realização se expande eternamente e onde sentimos a perfeição e a totalidade.

Baseado em KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. O Que é Trabalho?”, com o Cabalista Dr. Michael Laitman em 6 de março de 2011. Escrito/editado por alunos do Cabalista Dr. Michael Laitman.

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