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Os Macabeus E A Ideologia Grega, Parte 2

Dr. Michael LaitmanAté agora, nós esgotamos todas as possibilidades da abordagem egoísta em todas as áreas, seja na educação, cultura, cotidiano, família, relações entre povos e nações, capacidade de continuar a exploração do universo e assim por diante. A limitação da consciência egoísta do mundo já está tão perto que podemos senti-la.

Isto não está só falando sobre o colapso da ciência, mas sobre seu fim, sobre a linha onde termina a sua capacidade de aprender e explorar a natureza de uma forma introvertida, com base em nosso desejo egoísta. Há ainda uma infinidade de coisas e fenômenos do mundo, mas não temos o poder de alcançá-los; não temos a capacidade de perceber e descobri-los. Eles permanecem “invisíveis” para os nossos atuais sentidos.

Por outro lado, quando eu subo acima da pesquisa de acordo com o modelo “grego” e quero ir lá fora, no sentido da doação e amor, eu subo acima do meu “eu” humano, material, bestial e quero sentir a realidade da natureza como ela é, sem interferência do “feito por mim mesmo”, sem um “filtro” orientado para benefício pessoal.

Primeiro a pessoa percebe a realidade e depois a investiga. Portanto, eu quero perceber a realidade sem preconceito, sem qualquer “filtro”, sem qualquer interferência interna. Eu quero vê-la como ela realmente é.

Depois, ao trabalhar em mim mesmo, eu descubro que, essencialmente, ela é inteiramente imenso amor e doação. Há uma multiplicidade de sistemas que funcionam de acordo com esse poder. Eles estão ao nosso redor e eu posso criar uma conexão com eles, graças à qual posso entender o que realmente está acontecendo.

Porque além do convencional dois por cento, todo o resto dos detalhes da realidade são especificamente encontrados lá no sistema de doação. Além disso, nós chamamos isso de sistema “superior”, porque é especificamente ele que direciona, inspeciona e determina tudo o que está acontecendo.

Retornando ao feriado de Chanucá: era por isso que os Macabeus estavam brigando; por um senso de realidade e uma atitude judaica em relação a isso. Ou nosso próprio método extrovertido estaria em sua fundação, que ultrapassa as limitações da percepção corpórea e materialista, ou o contrário, estaríamos satisfeitos com uma percepção estreita do corpo, que significa a versão “grega”. A luta foi realizada entre essas duas sensações opostas naqueles dias.

Pergunta: O que podemos deduzir e aprender desse dia?

Resposta: Hoje, após dois mil anos da percepção “grega”, nós devemos abandoná-la. Portanto, toda essa percepção, juntamente com a sua ciência e cultura, afundou numa crise. Agora os judeus e aqueles que entendem que têm razão devem sair da sociedade humana, novamente adquirir uma percepção objetiva do mundo e levar todo mundo para este nível.

Então, nós abordaremos o estudo da verdadeira realidade, onde todo o mundo infinito é colocado diante de nós e nós sabemos como nos adaptar a ele como criaturas ilimitadas vivendo felizes dentro da eternidade e plenitude.

Isto é o que hoje é chamado de “Guerra dos Macabeus”.

De KabTV “Uma Nova Vida” 14/12/14

Contra O Que Lutaram Os Macabeus?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nós sabemos que os Macabeus não lutaram só contra os gregos, mas também contra os helenistas. Sobre o que é este conflito? É sobre duas ideologias opostas?

Resposta: O conceito de helenismo é uma percepção da realidade, um paradigma, uma cosmovisão, uma filosofia e uma perspectiva do mundo. As percepções de mundo dos gregos e dos romanos eram totalmente egoístas.

Eles alegavam que o homem é o centro da criação e que ela não é ruim e não é um erro. O homem era considerado uma criatura perfeita, o que significa que sua evolução foi concluída e que ele não pode mudar sua natureza. De acordo com essa percepção a evolução só poderia ser:

•Física — esportes e Jogos Olímpicos;

•Racional — a fabricação de mitos e fantasias, que eram comuns naqueles dias.

A sabedoria da Cabalá é a abordagem que permitiu que a nação de Israel saísse da Babilônia universal, que é a base para todas as outras percepções, incluindo a percepção grega e a evolução natural do desejo e da mente para alcançar uma boa vida neste mundo. Todas as outras percepções sobre a nossa natureza se referem a este mundo.

Esse método se baseia na absorção, na percepção e na recepção, com a ajuda do ego feroz que constantemente se desenvolve numa pessoa. Esta força é como uma mola apertada que é liberada dentro de nós, constantemente nos empurrando para diferentes prazeres.

Assim, nós cozinhamos dentro do nosso ego, cada um em sua própria panela, e todos juntos numa panela gigante. Este processo nos ajuda a avançar cientificamente, culturalmente, em esportes e em outros aspectos que tornam nossa vida mais confortável. Graças ao ego que constantemente queima dentro de nós como parte da nossa natureza, nós construímos coisas fantásticas para nos satisfazer.

Mas há uma abordagem oposta, segundo a qual nossa natureza é basicamente má. Por quê? — Porque ela não é para a conexão entre as pessoas, mas leva à separação entre elas. Afinal de contas, cada um estabelece relações com os outros apenas para benefício próprio. Portanto, esta abordagem é falha e destrutiva.

Minha natureza me obriga a tirar proveito de tudo que se passa em torno de mim, de todo mundo que está ao meu redor. É tudo para me agradar. Este é um desejo natural, meu atributo inato. Em qualquer momento eu peso meus movimentos para utilizar o mundo egoisticamente.

Isto leva ao desprendimento, porque nós estamos numa luta contínua entre nós, em competição, que é a base da cultura grega antiga. Os Jogos Olímpicos são um exemplo claro disso. No final, a abordagem grega requer o uso dos outros para o nosso próprio benefício.

Por outro lado, nossa nação acredita em valores totalmente diferentes. Abraão reuniu seus alunos e explicou-lhes que fossem estabelecer uma sociedade que deveria viver nos princípios da mutualidade, unidade e amor. A essência da abordagem judaica significa que o outro é mais importante que eu.

Essa percepção que Abraão iniciou foi realizada no Egito, Monte Sinai e na terra de Israel e foi aceita até dois mil anos atrás. O princípio permaneceu inalterado: desenvolver-se constantemente em benefício dos outros, para que eles sejam mais importantes para mim do que eu.

Mas o que eu ganho como isso? Afinal, esta abordagem também se baseia no ego porque nós não temos nada mais que isso.

Tal atitude para com os outros me permite sair de minha natureza, ascender acima de minhas limitações, acima do meu corpo e sentir o mundo através dos outros que são mais caros para mim do que eu.

É exatamente assim que uma mãe vê o bem-estar do mundo através do bem-estar de seu filho. É como se ela se vestisse nele, e assim ela não funciona de acordo com seus próprios desejos, mas em benefício dele.

Se eu me vestir assim em toda a humanidade, verei um mundo totalmente diferente e perfeito independentemente dos meus atributos, desejos e limitações.

A abordagem grega se baseia na absorção, enquanto a abordagem judaica se baseia na doação, na saída de mim mesmo, o que me permite descobrir a força da natureza que opera no exterior. Além disso, eu adquiro a força do amor e da doação pela qual exploro toda a realidade.

A principal coisa é que eu descubro a força superior que criou toda a realidade espiritual que opera em doação e, também, na realidade corpórea, egoísta que opera na recepção. Eu conheço a força geral e ascendo ao seu nível. Quando eu me separo do desejo egoísta do meu corpo, subo acima dele para uma dimensão eterna de amor e doação. Porque ela é eterna? Porque é plena e não lhe falta nada.

Por outro lado, a percepção grega pode, no final, contribuir com a pessoa durante sua curta vida corpórea e isso é tudo, visto que todos os seus objetivos não excedem o âmbito da existência física e o corpo não é eterno.

De KabTV “Uma Nova Vida” 14/12/14

A Primeira Geração De Uma Humanidade Madura

Dr. Michael LaitmanOs livros de Cabalá são escritos na linguagem dos ramos, o que significa em termos deste mundo e como se relacionam com suas raízes espirituais. Portanto, eles estão cheios de palavras e histórias que podem levar um leigo a imaginar diferentes contos de fadas. Muitas nações usaram determinadas informações da sabedoria da Cabalá e basearam todas as filosofias e ciências nela.

Ainda hoje, existem pessoas que acreditam que sabem o que é a sabedoria da Cabalá baseados somente em filmes que viram ou em livros que leram sobre ela. Mas, na verdade, isso confunde ainda mais uma pessoa.

Há pouco tempo, por exemplo, houve uma série de documentários sobre Cabalá na TV [em Israel]. A única coisa que ficou clara depois de assistir a esta série é que as pessoas não têm ideia do que é realmente a Cabalá. Aparentemente não tem nada a ver com mulheres dançando, dieta, vestuário de ritual, cartas etc., como foi apresentado na série. As pessoas usam o nome “Cabalá” para se referir a coisas que não têm nada a ver com Cabalá de forma alguma.

Assim, há muita confusão hoje sobre o que é a sabedoria da Cabalá. Nossa geração é a primeira geração que teve a permissão de ser exposta aos livros da Cabalá para que todos possam aprender com eles.

Não mais um Cabalista tem que procurar por um estudante a fim de transmitir todas as informações a ele para que ele a passe para outros. Hoje você pode sair às ruas, convidar a todos para estudar a sabedoria da Cabalá a fim de passar esta informação para quem deseja aprendê-la e também transmiti-la. Nossa geração inteira cresceu a um estado em que pode usar a sabedoria da Cabalá corretamente a fim de subir ao próximo nível, para o mundo superior.

De KabTV “Uma Nova Vida” 18/12/14

Folheto: “Quem É Você, Povo De Israel?”, Em Alemão

A revista judaica NU com o folheto “Quem é Você Povo de Israel?” foi enviada a 4300 destinatários na Áustria.

Brochure In German

Como Brincar De Esconde-Esconde Corretamente

Dr. Michael LaitmanPergunta: O “Cântico dos Cânticos” não é apenas uma obra-prima universal, mas um livro que nos permite compreender como estabelecer uma nova relação mútua entre nós e se tornar uma sociedade que se assemelha a uma família.

A história real se desenvolve de forma bastante dramática. Existem ocultamentos repentinos, afastamentos e aproximações: ela procura por ele e ele se esconde, etc. O que está acontecendo?

Resposta: O amor deve ser constantemente cultivado. Ele não pode existir sem uma necessidade, sem a revelação da separação: “o amor cobrirá todas as transgressões”. Nós devemos revelar essas transgressões: cada um tem que permitir que o seu parceiro desenvolva ainda mais o amor.

Portanto, toda a sociedade humana, toda a natureza, e consequentemente as pessoas são feitas para que cada vez a inclinação ao mal seja revelada em nós, expondo as falhas em nossos relacionamentos. Então nós podemos ficar em constante dinâmica da satisfação do amor: cada vez aparecem pecados e, então, uma ocultação mais confiável.

Pergunta: O autor sugere: “Segue-me, procura-me”. Que jogo é esse?

Resposta: A beleza é a revelação das necessidades que eu não posso satisfazer. O que é a essência do flerte? Eu mostro àquele que amo o que ele pode complementar em sua atitude para comigo.

Quando brincamos com as crianças, às vezes olhamos para elas estritamente. Por quê? Para que elas pensem porque isso é assim e o que devem fazer, se aproximam ou se afastar, sentir pena ou rir etc.

Alterando o nosso estado, nós permitimos que nossos parceiros se desenvolvam e sejam incorporados numa cooperação mútua mais próxima conosco. Isto se refere tanto às crianças como aos adultos. Flertando, eu permito que minha amada complemente nossa relação, já que descubro diferentes estados dentro de mim onde a relação de amor está faltando.

Pergunta: Mas eles brincam constantemente de esconde-esconde! O que aprendemos com isso?

Resposta: Nós podemos aumentar o amor com tais ações. Podemos aumentá-lo de tal forma que você verá seu amado por tudo! No final da história, ela vê que ele preenche todo o mundo!

Pergunta: Mas no processo do flerte eles às vezes sentem estados desagradáveis: “de noite na minha cama eu busquei aquele que a minha alma ama; procurei-o, mas não o encontrei”. “Eu me abri ao meu amado, mas o meu amado virou-se e se foi. Minha alma me falhou quando ele falou. Procurei-o, mas não pude encontrá-lo; eu chamei por ele, mas ele me não deu nenhuma resposta”.

Resposta: Isso é ótimo! Imagine que você experimenta tais sentimentos e depois alcança um abraço e conexão! Que grande necessidade você acumulou e como se satisfaz agora.

De KabTV “Uma Nova Vida” 28/05/14

Para Onde O Plano Da Criação Nos Conduz?

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é a revelação da força superior que controla toda a criação?

Resposta: Cabalistas são filhos de Adão. O primeiro Cabalista que descobriu a realidade superior é chamado de Adão. Ele foi o primeiro que sentiu o desejo de revelar o sentido da vida, e ele começou a perguntar “Para que estou vivendo?” e a estuda-lo. Assim, ele avançou em sua busca e até escreveu o livro O Anjo Raziel.

Depois houve outros Cabalistas que seguiram a sua busca de uma geração para outra: seus filhos, depois as próximas gerações até Noé e, depois, os filhos de Noé. A Torá nos conta o processo interno pelo qual uma pessoa passa e como ela se desenvolve para alcançar o Criador.

Nós simplesmente não podemos ascender a certa força especial chamada força de doação, se a única coisa que conhecemos em nossa vida é a força egoísta de recepção. A força de doação é a força inicial, que incluí toda a natureza, incluindo a realidade superior que ainda está escondida de nós, e a realidade inferior, nosso pequeno mundo.

Sendo a força de doação, ela é totalmente ilimitada. Como ela se destina a deleitar a criação, esta força desenvolve todo o mundo: os níveis inanimado, vegetal, animal e falante da natureza. Devido à natureza da doação, esta força quer levar toda a criação ao seu nível.

A natureza da doação torna esta força ilimitada em tempo e espaço. Ela não tem limites, já que não tem nenhuma deficiência ou desejo de receber, mas um excedente de positividade, um desejo de dar o máximo aos outros. É como uma vaca cheia de leite querendo alimentar suas crias.

É uma grande dor quando você quer dar algo a alguém, mas não há ninguém a quem dar. Esta é a necessidade oculta no atributo de doação. A criação resulta do desejo de doar e também o desejo de receber para que houvesse alguém que quisesse receber. É assim que começamos a estudar a criação, que deriva da palavra hebraica “Bar“, ou seja, externo à doação.

Nós descobrimos as relações entre a força de doação, o Criador, a força superior, e a criação inteira, que se desenvolve do pequeno desejo de receber que Ele criou externamente a Si mesmo. Com isto começa a sabedoria da Cabalá, que explica como há um desejo e todo o seu desenvolvimento desde o início da criação até seu estado final, no qual este desejo tem que se assemelhar totalmente à força superior e atingir a mesma altura de plenitude como a força superior.

A humanidade tem que passar por todo esse processo. Até agora nós passamos o primeiro, segundo e terceiro níveis que correspondem à evolução dos níveis da natureza inanimada, vegetal e animal, que vemos no mundo ao nosso redor. Mas nós estamos falando do desejo interno de cada nível: da natureza inanimada, vegetal e a animal.

Agora, no entanto, nós atingimos um estado em que temos que começar a nos desenvolver no nível humano, o nível do homem (Adão), que vem da palavra hebraica “Domeh“, ou seja, assemelhar-se ao Criador.

Este é um nível muito especial. Nos níveis da natureza inanimada, vegetal e animal, nos desenvolvemos inconscientemente, sendo forçados sem a compreensão e o sentimento que nos faz avançar, como fazemos isso e com que finalidade. É assim como todas as gerações anteriores viveram: simplesmente existindo sem saber o que está acontecendo. O processo evolutivo não nos interessava e não nos importávamos para quê e para onde ele estava nos levando, visto que quem sabe isso?

Mas hoje nós chegamos ao fim da nossa evolução no nível inanimado, e a atual crise global geral é uma indicação disso. Cada nível termina com uma crise, a partir da qual, graças à quebra, é possível subir ao próximo nível.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 12/12/14, Escritos de Baal HaSulam