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Escuridão Antes Da Vinda Do Messias

Laitman_119Nas pegadas do Messias a insolência vai aumentar e a honra diminuir; a videira dará o seu fruto [abundantemente], mas o vinho será caro; o governo vai recorrer a heresia e não haverá nenhuma repreensão [a oferecer-lhes]; o ponto de encontro [dos estudiosos] será utilizado para a imoralidade; a Galiléia será destruída, Gablan desolada, e os habitantes da fronteira vão perambular [implorando] de cidade em cidade sem ninguém ter piedade deles. [Talmude, Capítulo “Sotah” 49:6].

No mundo existem dois estados, superior e inferior, e a partir deles é possível o nascimento do nível seguinte.

O primeiro estado é aquele no qual a força superior é revelada ao homem. O povo espera por isso, anseia por Ele, entende e compreende o que alcançou. Este estado é chamado de “o caminho da Torá”, o caminho da Luz, de reconhecimento e sabedoria, e nós o pavimentamos por nós mesmos, restringindo o tempo e atraindo sobre nós as forças da natureza em desenvolvimento.

Mas, no outro estado, é o oposto: o homem o nega completamente, entra em seu ego, e faz nele o que quer. A terra de Israel ou o desejo pelo Criador, por doação e amor, não é importante para ele. Este estado é completamente oposto ao primeiro estado, e quando nós chegamos ao seu fim num estado endurecido, é quando estamos prontos para a revelação do Messias, porque até mesmo a menor Luz vai nos mostrar a nossa futilidade e nós vamos começar a sentir a necessidade da doação da Luz Superior em nós.

Essa contradição entre a situação atual e futura pode ser sentida como um anseio muito forte da pessoa pelo próximo nível, ou, pelo contrário, um distanciamento completo dele. Em seguida, uma pequena quantidade de Luz será suficiente para nós vermos que estamos na escuridão. E sem ela não vamos sentir nada.

Hoje nós não sentimos que estamos na escuridão, como se não tivéssemos olhos, não houvesse Luz. E se Ele nos iluminar um pouco, vamos sentir escuridão. E se não, então será o suficiente para nós com o que existimos. Este é o nosso mundo agora.

Comentário: Mas a completa escuridão é anterior à vinda do Messias.

Resposta: Por enquanto, nós não estamos em completa escuridão, porque tudo é medido com  relação ao homem. Portanto, se o homem não determina seu estado de completa escuridão, não vamos ser capazes de falar sobre isso.

A humanidade precisa determinar os dois estados. O sentimento normal de escuridão pelo povo é por causa da pressão dos Cabalistas e a partir das massas. Elas foram capazes de torturar e matar os Cabalistas. Um estado como este da humanidade é um dos sinais da vinda do Messias.

Pergunta: Então, por que o Messias não está vindo?

Resposta: O povo não entendeu isso; eles só viram a terrível execução do rabino Akiva, sem compreender que ele estava dando o último passo para a eternidade. Precisamente neste momento, veio a morte de vinte e quatro mil de seus alunos e a destruição do templo.

E também hoje, o povo não entende ainda em que período vive. Eles não sentem que precisam da força do Messias. Portanto, nós precisamos ensinar, educá-los e disseminar o método de conexão e unidade.

De KabTV “Será que o Messias Virá?” 14/11/14

Não Deixe Que A Decepção Seja O Resultado De Seus Esforços

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como uma pessoa pode se anular?

Resposta: A pessoa faz isso por desespero e desesperança. Isto acontece com a condição de que ela não fuja. Se a pessoa vem à classe duas vezes por semana, em vez de sete vezes e não se inclui no grupo, ela prolonga o tempo. Claro, nada se perde, e até mesmo o menor esforço ainda conta. Mas a questão ainda está de pé: o quão grande é essa contribuição?

Crie uma programação clara para si, como o trabalho em grupo e a disseminação, e comece a implementá-la sem qualquer desejo. O coração é o lugar onde as ações estão. Essa é a forma como o nosso mundo é, e é bom que ele tenha sido concebido desta forma. Afinal, nós podemos despertar nossos corações com a ajuda de ações.

As pessoas adotam o filho de alguém, se esforçam e começam a amar essa criança. No início, elas não têm nenhum amor natural por ela, mas depois esta criança se torna mais amada do que um filho biológico. A questão é que isso exige um grande esforço.

Nós colocamos um grande esforço em nosso desenvolvimento espiritual. Mas ainda é preciso analisar para descobrir o que ele nos deu. Nós caímos em desespero, e isso é muito bom! A decepção não deve nos atirar de volta para casa: no lugar onde os filhos de Israel clamaram pelo trabalho duro.

A pessoa é obrigada a embarcar no próximo nível de trabalho, mas foge dele, uma vez que, depois de tudo, fica decepcionada. Ela pensa que o resultado é óbvio, e não pode compreender que a decepção é este resultado. Este deve ser o resultado correto e desejado no nível atual da pessoa.

Enquanto a pessoa pensa que nenhum resultado foi alcançado e que não houve sucesso, ela acusa o grupo, o próprio professor e decide parar. A única coisa a repreender aqui é o mal-entendido da revelação a uma pessoa de que ela não tem o poder de se aproximar do Criador. O que poderia ser melhor do que tal estado?

Não deve haver momentos mais felizes na vida do que quando todas as tentativas de uma pessoa falham. Nós vemos que os amigos que estavam conosco há anos não entenderam isso e saíram. Cada um de nós pode estar em seu lugar, como é dito “Não acredite em si mesmo até o dia da sua morte”, ou seja, até a morte do egoísmo e a correção completa do seu desejo.

Neste estado, é necessário arrastar-se para a lição à força e tentar despertar-se, envolver-se com o grupo e obter a força do grupo. Este é o lugar onde reside o trabalho.

Não há nada de especial para desfrutar quando você desperta e se sente inspirado logo de cara. Mas se você desperta com um esforço e se arrasta à força e começa a despertar e forçar a si mesmo a trabalhar, você realmente faz o trabalho. Você deve amar este trabalho com o qual desperta a si mesmo do estado de inconsciência.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 04/12/14, Escritos do Rabash

Perguntas E Respostas

  1. Eu preciso sempre lembrar que o mal é a força do Criador, pois “Não há outro além Dele”. Como eu devo tratar o mal? O mal me foi dado para a correção, para que ele possa ser transformado em bem.
  2. Quando é que o mal se torna bem? Ele faz isso quando eu associo o mal ao Criador.
  3. Como a pessoa pode revelar o mal se tornando bem? A Luz entra nos desejos onde não há tela (conexão, intenção comum e garantia mútua) entre eles, e assim, o bem da Luz transforma o mal (egoísmo) em bem, que preenche o “espaço” entre nós. Junto com os nossos esforços em atrair a OM (Ohr Makif, a Luz da Correção), nós evocamos o mal (o egoísmo, Faraó, o lado oposto do Criador) que se transforma em bem (doação, amor, revelação do Criador).
  4. Como nós podemos atribuir todo o nosso trabalho ao Criador? Tudo vem do Criador. O exílio é o lugar onde o Criador se esconde de uma pessoa; trabalhar no exílio é a revelação do Criador, e sair do exílio significa revelar que “Não há outro além Dele”.
  5. Qual é a causa para a carga do estado de ânimo espiritual? O fato da pessoa esquecer que recebe tudo do Criador! Tão logo ela se lembra disso, é imediatamente determinado como deve se relacionar e responder a este estado projetado pelo Criador.

Contato Num Campo De Força

laitman_579Pergunta: Você sente os alunos sentados na sua frente como uma só entidade, como um só sopro? Ou você pode sentir quase todos?

Resposta: Não, eu não costumo entrar em sintonia com cada pessoa. Eu faço isso muito raramente, apenas se a pessoa tem um movimento interno especial, e quer realmente se apegar a mim.

Há algumas pessoas que necessitam disso. Então eu atuo de forma que ela sinta que esta frase é só para ela. Ao fazer isso, eu abraço esta pessoa ou coloco meu braço em torno dela, transferindo algo meu para ela. Isso acontece muito raramente.

Comentário: Muitas pessoas que lhe assistem na TV ou mesmo se sentam durante a lição experimentam a sensação de que suas palavras são dirigidas especificamente para elas. Elas supostamente obtêm respostas às suas perguntas.

Resposta: Este é realmente o caso.

Mas agora eu estou falando sobre um contato puramente interno com um aluno em particular em um estado particular.

Não é importante para um aluno se sentar na minha frente. Imagine um enorme prado coberto de flores de diferentes tamanhos, como num filme, onde as flores cantam a música enquanto saem do chão e voltam. Você cuida desse canteiro ao incentivar esta flor, e ao acariciar a outra um pouco. Não importa onde elas estejam. Um trabalho é um trabalho.

Este é apenas um campo onde as jovens plantas crescem. Assim, o meu contato físico e externo com uma pessoa neste mundo não tem sentido. Talvez a pessoa ainda não tenha nascido, e assista a este programa de TV apenas daqui a 20 anos, depois de nascer e crescer. O contato ocorre num campo de força e, em qualquer caso vai alcançá-la.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 02/04/14

Não Se Engane

laitman_423_01A Torá, “Levítico” (Kedoshim), 19:13: Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; o salário do diarista não ficará contigo até pela manhã.

Uma pessoa não deve jogar truques sofisticados sobre outras pessoas sob quaisquer circunstâncias. Ela tem que ser honesta e verdadeira, tanto quanto possível, pois caso contrário, o atributo de amor e doação não funciona.

Quando subimos acima do nosso estado corporal no grupo, entendemos que não há nada que possamos fazer, uma vez que fomos criados dessa maneira e todos os problemas estão acima de nossa criatura corpórea, na unidade entre nós em amor e doação mútua. Nós chegamos a um estado em que não pode haver mentiras. Caso contrário, a pessoa engana a si mesma, porque não estabelece uma conexão com as outras partes de sua alma.

É porque, juntos, nós compomos uma única alma, que é uma para todos e todos estão incorporados nesta alma geral. Então está e a sua constituição, a sua alma, a partir da sua perspectiva. Portanto, quem você pode enganar, se ela é realmente você? Para quem você pode mentir, e a quem pode enganar ou roubar, prejudicar em sua doação, ou deixar o que você pode fazer hoje para amanhã? Isto significa que não é mais doação. Por isso, é dito: “…nem roubá-lo (o teu próximo)”, uma vez que ele, na verdade, é uma parte de você.

O Criador executa toda a correção em nós. Parte da correção é preenchida por nossos esforços evidentes e parte decorre dos esforços que não são evidentes.

De repente, você descobre que  não trabalha em prol de doar, mas sim em prol de receber, ao sentir que tudo isso é seu. Isso significa que você se justifica como sendo um ladrão, uma vez que também está autorizado a fazer o que os outros estão autorizados a fazer.

Havia um antigo filme popular na Rússia chamado “Tenha Cuidado com o Carro” em que o personagem principal costumava roubar somente carros de ladrões. Ele costumava vender os carros roubados e dava o dinheiro para os orfanatos. Isto é ser o seu próprio juiz. Aqui é onde está o problema, quando a pessoa acredita que está fazendo a coisa certa e que ela não rouba.

Isso significa que ela deve ser informada do que está acontecendo e isso só pode ser feito depois que ela rouba. Não há nada mais que possamos fazer e, portanto, nós passamos por muitas fases diferentes.

É dito que não há justo na terra que faça o bem e não tenha pecado. É impossível ignorar essas fases.

“O salário do diarista não ficará contigo até pela manhã”, significa que, quando você tem que dar, você tem que fazê-lo imediatamente. Se você parar, você se transforma em quem recebe, em vez de quem doa, mesmo se você não lucra com isso. Assim, todos os mundos são revelados em numa pessoa com respeito à sua relação com as outras pessoas e na mesma medida com o Criador.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 26/3/14

Agradecer Pelo Sofrimento É Superior A Agradecer Pelo Bem?

laitman_628_4Comentário: Sabe-se que o conselho dos sábios em relação ao sofrimento e a atitude em relação a isso é que “uma pessoa tem que agradecer tanto pelo mal quanto pelo bem”. Esta atitude semelhante em relação ao bem e ao mal parece masoquismo.

Resposta: Em primeiro lugar, é importante compreender que tudo o que acontece é para nos ensinar alguma coisa. Eu cresci numa família de sobreviventes do Holocausto.

Eu vejo que crianças e adultos vivem com este trauma e constantemente falam sobre isso em casa, no seio da sociedade, na cidade, e ainda não têm ideia do que fazer com este trauma. Ainda assim, eles continuam a viver como antes, organizando suas vidas no que diz respeito à sociedade e à natureza de acordo com os impulsos naturais, sem qualquer cálculo adequado.

Pergunta: Eu tenho que “agradecer”? Eu entendo que o evento não aconteceu por acaso. Por isso, será que eu ainda tenho que aprender alguma coisa?

Resposta: O que mais se não fosse por isso; Isto é bom para quê? Por exemplo, houve um período antes do Holocausto ou algum outro choque. Durante este período, houve algo que eu deixei de fazer, de modo que o choque ocorreu. Este golpe deve me ensinar a não permitir que isso aconteça, a mudar o meu comportamento. O que eu devo mudar?

Eu não vi que havia um conselho de pessoas criadas a partir do Holocausto, pelo menos entre os judeus, para investigar por que isso aconteceu conosco, e por que razão. Não, nós só pensávamos em como estarmos mais bem localizados em diferentes lugares.

Se agora nós chegamos a um nível tal em que claramente compreendemos o propósito da criação, se entendemos que estamos num mundo global interconectado, e continuarmos a destruí-lo com a nossa interconexão, como um câncer levando à morte, será que não provocamos com isso o próximo impacto?

Pergunta: Mas como isso se relaciona com o sofrimento humano pessoal?

Resposta: A pessoa deve se perguntar por que isso está acontecendo. Caso contrário, ela não é um homem, mas um animal escapando do perigo. Portanto, não podemos fugir da vida.

Eu tenho que investigar como e por que o mal surge, entender que essa força me direciona para o bem. Eu preciso alcançar um equilíbrio, chegar à doação, ao amor e à conexão entre todos. Eu tenho que satisfazer a natureza, corrigir a inclinação ao mal e torná-la boa. Afinal, toda a natureza, exceto as pessoas, é o poder de amor e conexão.

Imagine que todo o universo e a natureza sejam a força boa. E só na humanidade, numa pequena área, o mal se aninha, para que possamos preenchê-lo com a força do bem. Quando nós temos o bem e o mal, nós podemos agradecer tanto o mal como o bem. Enquanto não aprendermos totalmente isso e não o cumprirmos totalmente, a natureza continuará a nos enviar sofrimento, literalmente o sofrimento de Jó.