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Um Tribunal Sem Preconceito

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Levítico” 19:15: Não farás injustiça no juízo; não respeitarás o pobre, nem honrarás o poderoso; com justiça julgarás o teu próximo.

A Torá nos adverte para não corrompermos nossos sentimentos e que não devemos tratar as pessoas como o impiedoso ego dita.

Cada um de nós é um juiz. Você deve julgar uma pessoa sem preconceito e sem olhar para ela. Ela pode ser preta ou amarela, feia ou bonita, ou pode falar de uma maneira incrível e levá-lo às lágrimas e assim por diante.

Como pode um juiz certificar-se de que pode realizar um julgamento sem prejuízo? A fim de fazer isso, ele tem que julgar a si mesmo. Afinal de contas, se você julga outra pessoa de acordo com a perspectiva de que está livre de preconceito, o que significa que você se veste no Criador em seu nível, e o veredicto é errado, então você deve assumir a culpa do acusado e pagar a sua dívida a toda a sociedade, a toda a alma geral.

Se você envia um ladrão para a prisão e depois de cumprir sua pena ele é liberado e rouba novamente, isso significa que você tem que ser preso no lugar dele, porque esta sentença estava incorreta. Se ele não se reformou por diferentes razões na prisão e rouba novamente, isso significa que você é o culpado, e não ele, já que você e a sociedade deveriam tê-lo corrigido e não o fizeram.

Assim, quando ele é libertado, você enfrenta o problema do que fazer com ele, enquanto nós sabemos exatamente o que fazer com você: nós o colocamos na prisão ou recorremos a outras formas de correção.

Comentário: Se seguíssemos este princípio, todos os juízes estariam na prisão agora, pois, como nós sabemos, a prisão não reforma.

Resposta: Não há nenhuma menção de prisões na Torá. Na verdade, a prisão não reforma e nós vemos isso de acordo com o que acontece hoje. Os sábios sabiam disso há 5000 anos.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 02/04/14

Transforme Os Obstáculos Num Grau De Elevação

Laitman_041_01A Torá “Levítico” ( Kedoshim ) 19:14: Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás obstáculo diante do cego; mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor.

Se traduzirmos a língua da Terra em leis espirituais muito simples, então a audição é Bina, e a visão é Hochma.

Os surdos são pessoas que não possuem o nível de Bina, a qualidade de doação, e os cegos são aqueles que não têm o nível de Hochma. Por isso se diz, não coloque obstáculos diante do cego, pois alguém pode tropeçar, já que não há sensores, nenhum dispositivo interno para ver, analisar e determinar o que é bom e o que é ruim nestes níveis.

Um obstáculo é tudo aquilo que você não consegue usar corretamente no caminho espiritual. Se você tivesse a visão, você o definiria não como um obstáculo, mas como uma oportunidade de superar e subir para um nível superior. Depois que uma pessoa cega se depara com um degrau que é invisível, ela tropeça e cai, mas aquele que vê o degrau sobe cada vez mais alto. Tudo depende se você é capaz de lidar com esse obstáculo, transformá-lo numa alavanca para se elevar ao longo da escada espiritual.

Acontece que o surdo não é capaz de subir para o nível de Bina com a ajuda de obstáculos, e o cego não é capaz de fazer o mesmo ao nível de Hochma. Portanto, você deve sentir o nível da outra pessoa, o que é para o benefício dela e o que não é, e levá-la suavemente, como uma criança pequena, de modo que ela comece a estudar, subir, descer, mas não cair. É assim que você deve tratar qualquer pessoa, seguindo a regra do “ama o próximo como a ti mesmo”.

Nós educamos as crianças por suaves ensinamentos e moral em nosso mundo. Uma análise e averiguação sérias ocorrem no mundo espiritual sobre se é possível transformar os obstáculos num nível de subida.

É por isso que você tem que agir de modo que existam obstáculos na frente de outras pessoas, pelos quais elas possam subir. Você deve entrar na outra pessoa, compreender em que nível ela está, e inclusive ajudar essa pessoa a encontrar um obstáculo que ela possa superá-lo.

Esta é a ajuda mútua, quando todos se fundem numa causa comum: por um lado, revelam obstáculos um ao outro, e, por outro lado, ajudam a superá-los. Assim, apoiando-se mutuamente, as pessoas se elevam como alpinistas.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 02/04/14

Ódio É A Falta De Amor

laitman_283_01Pergunta: A história de Jó capta a essência do sofrimento humano. Quando uma série de infortúnios fatais recai sobre ele, o Criador diz a Jó: “Onde você estava quando fundei a terra?” O que significa essa pergunta?

Resposta: Sinta que você é um ser humano, maior do que tudo, e, portanto, obrigado a tomar o desenvolvimento em suas próprias mãos, para governar o mundo. Jó simplesmente não querer olhar para nada, exceto o que ele tem. Assim, é claro, ele continua a sofrer.

Pergunta: Acontece que o Criador diz a Jó: “Você não entende como a natureza é controlada; como você pode entender o que aconteceu com você?” Então, o que uma pessoa tem que aprender: o Criador, Satã (inclinação ao mal), ou ambos?

Resposta: Isso é a mesma coisa: as duas formas opostas da mesma força agindo no mundo. Só a força do amor age no mundo, de modo que toda a natureza é conectada, amável e harmoniosa, com exceção de uma pequena área, chamada natureza humana.

Esta força está faltando em nós intencionalmente, de modo que nós, de forma consciente, por nossas próprias mãos e ações, a criemos entre nós. Assim, nós seremos semelhantes (Domeh) ao Criador, semelhantes a toda a natureza, e seremos chamados de Adão (Homem).

Pergunta: O que acontecerá com Satã? Será que ele vai desaparecer?

Resposta: Ele não existe! A inclinação ao mal, ou seja, o ódio, se manifesta em nós por causa da falta de amor. O ódio não tem existência própria; é a falta de amor, conexão, cooperação e garantia mútua. Se preenchermos este lugar, haverá apenas bem. Isto é o que a história de Jó descreve.

De KabTV “Uma Nova Vida” 28/05/14

O Motor Do Progresso Está Morto

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Paz”: E a humanidade já se lançou para a extrema direita, como na Alemanha, ou para a extrema esquerda, como na Rússia. Mas, elas não só não aliviam a situação, como têm piorado a doença e a agonia, e as vozes se levantam ao céu, como todos nós sabemos.

Hoje, todos os meios que foram úteis no passado são inválidos. Não faz diferença como nós escolhemos avançar, quais os planos que fazemos, ou com que recomendações ou inovações nós viemos. Por fim, tudo isso só vai aprofundar a crise em que estamos, obrigando-nos a desperdiçar nossas forças em vão, e aumentar a dor e o sofrimento.

Então o que podemos fazer? Um homem sábio tenta identificar todo o processo com antecedência, do início ao fim, em relação a uma determinada meta. Se fizermos isso, vamos certamente evitar a dor e seguir o caminho que ainda vai nos levar ao mesmo resultado.

Por outro lado, enquanto continuarmos adiando a única correção possível, as fases desagradáveis ​​somente serão esticadas e prolongadas. Se nós continuamos a avançar ao longo do plano egoísta corpóreo, nós elevamos o nosso ego cada vez e superamos os maus estados que são revelados. Nosso ego continua a crescer e nós inventamos novas inovações cada vez mais sofisticadas em tecnologia, meios de comunicação ou legislação.

Em vez de um rei, nós temos um parlamento; nós poupamos dinheiro em contas bancárias e damos prioridade a empresas privadas. Por que isso acontece? A fim de dar às pessoas diferentes oportunidades para satisfazer o desejo egoísta e, assim, continuar avançando. Nós estamos em movimento perpétuo, e em cada nível nós descobrimos sua inutilidade, no momento em que não podemos satisfazer as demandas de nosso desejo em desenvolvimento por nós mesmos e ele nos obriga a continuar a desenvolver.

Hoje, o desejo atingiu certo nível de saciedade e agora nós podemos decidir o que fazer com ele. Não importa com que meios nós tentemos, nada é bem sucedido. A matéria, o desejo de receber, que tem sido a base para o desenvolvimento da sociedade humana por milhares de anos, não é mais frutífero. A competição já não consegue ser o motor do progresso.

Nós estamos em busca de novos rumos, tentando entender o que mais podemos fazer. Mas não encontramos nada. Não há mais oportunidades na indústria, comércio ou ciência. Nós nos satisfazemos e ficamos exauridos.

Claro, nós preferimos acreditar que este é um beco sem saída temporário antes de um novo avanço, mas há um problema fundamental aqui: nós desenvolvemos a sociedade só para usar o poder do nosso ego. Hoje, o ego não funciona mais.

Portanto, não devemos continuar o nosso progresso nas direções que temos desenvolvido até agora. A força egoísta, a base do nosso progresso, se esgotou. Já podemos ver que ela começou a consumir a si mesma.

No passado, uma pessoa queria ter uma família, educar seus filhos, construir uma casa, e ficar rica. Apenas uma ou duas décadas atrás, essas metas e demandas eram claramente compreendidas. Mas hoje, muitas pessoas não são atraídas a isso. Os antigos valores de repente desapareceram. Por isso, é melhor sentar e fumar um baseado, que se tornou praticamente legal, e pronto.

A humanidade perdeu a posse e o pilar de sustentação do ego, que tem sido o nosso motor do progresso ao longo da história. Embora os governos e os meios de comunicação ainda consigam confundir a realidade, não há realmente nenhum outro lugar para podermos avançar.

Se continuarmos a agarrar o pico, afundando-nos cada vez mais na piscina das oportunidades decrescentes, os problemas só vão aumentar. Quanto mais nós continuarmos a avançar por este caminho, mais rápido será o nosso desenvolvimento negativo. O uso errado e excessivo do ego nos dias de hoje acabará por nos mostrar que ele não funciona mais. A inutilidade do amor próprio está agora se tornando evidente.

Nós já vemos mutações comportamentais nas relações entre pessoas e países. Muitos sequer querem pensar racionalmente sobre se isso é bom ou ruim para si, mas simplesmente agem por impulso e preferem não pensar nos resultados. Assim, o comportamento egoísta comum está mudando gradualmente.

Esta é uma fase muito perigosa, pois pode levar a uma explosão em qualquer direção possível. Portanto, a sabedoria da Cabalá está sendo revelada, e, embora ela seja aparentemente uma coisa artificial, não natural para nós, é realmente a coisa certa e natural.

Se nós já esgotamos o nosso impulso humano egoísta para avançar e desenvolver, então só há uma coisa a fazer: subir ao próximo nível que está acima do amor próprio. Há outra força no mundo além da força de recepção: a força de doação. Então, por que não podemos estabelecer uma nova humanidade com base nesse atributo? Por que não podemos estabelecer as nossas relações sobre ele? Vamos usar a segunda força na natureza. Não podemos continuar a ignorar a doação. Ela tem estado sempre a nossa disposição, mas nós não sentimos necessidade dela porque o ego nos empurrou para frente e considerou a força de doação como redundante.

A força de recepção queimava em nós cada vez mais e nós sequer pensávamos que a doação nos oferece maiores oportunidades para avançar. É porque com a ajuda da doação nós usamos os vasos externos do ambiente, que são os desejos, as realizações, as conexões e a grande mente, a grande força que está fora. Nós nunca pensávamos que poderíamos nos desenvolver ao longo do caminho positivo, com a ajuda da força de doação.

Doação é baseada no benefício mútuo. Ela abre perspectivas infinitas, porque a humanidade pode finalmente unir forças em vez de perde-las em lutas internas, porque, na verdade, é a separação que nos enfraquece. É como um casal rico que se divorcia e seus advogados ficam com todo o seu dinheiro. No final, os dois lados ficam sem nada comparado ao que tinham antes.

Em geral, a concorrência e a ambição nos ajudam a avançar somente se não competimos diretamente entre nós com base no ódio mútuo, mas, em vez disso, fazemos isso no nível conceitual, para o bem da humanidade. Hoje, a competição entre nós é sobre quem é melhor e cuja mercadoria é melhor. Neste tipo de luta cada um quer acabar com a concorrência, que é um estado destrutivo e não construtivo. Em tais casos, não é o bem estar geral que ganha e, portanto, isso é prejudicial para todos nós.

Nós começamos agora um período de competição destrutiva. Como resultado, o ego começa a se consumir e se torna uma doença que destrói as pessoas. No passado, o ego era a força em desenvolvimento, mas agora se tornou uma força destrutiva.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/10/14, Escritos do Baal HaSulam

Eles Já Estão Cansados De Esperar Por Nós No Segundo Andar, Parte 1

laitman_940Nós somos o resultado da quebra que deixou essa brecha entre nós, que ninguém mais sente o outro, apesar de toda a humanidade fazer parte da alma de cada um. Ninguém pode imaginar que somos uma só alma e que temos que corrigir as relações entre nós, de tal forma que não haverá diferença entre a forma como uma pessoa se sente e o jeito que sente os outros.

Além disso, nós temos que chegar ao “ama o próximo como a ti mesmo”. Eu deveria amar os outros mais do que amo a mim mesmo, assim como amo a mim mesmo agora, fazendo-me sobressair entre outros. Isso significa que eu tenho que subir totalmente acima do meu desejo de receber e ver toda a verdadeira realidade.

Nós continuamos falhando neste trabalho, e por isso temos que nos ajudar constantemente e encorajar uns aos outros. Uma pessoa não pode despertar a si mesma; apenas os amigos podem despertá-la para a conexão.

A conexão tem que ser plena, e é de toda essa conexão que nós aprendemos e atingimos os atributos do Criador. É porque nós nunca podemos aprender o verdadeiro fenômeno que ocorre em nossos vasos, mas apenas as impressões e a sensação que certo fenômeno evoca em nós e nos vasos verdadeiros.

A alma está cheia de Luz, embora não sintamos a verdadeira Luz, mas sim a reação do vaso a ela, a impressão do vaso. É como os instrumentos em nosso mundo funcionam: o mostrador se movimenta num instrumento e o instrumento responde ao efeito de certa força. Nós identificamos e vemos suas reações e atribuímos à força que atua no instrumento.

Nós não sentimos a verdadeira força, mas somente a resposta do instrumento a certa influência desconhecida. É assim que descobrimos o Criador, através do sentimento e da impressão do vaso da Sua presença. Isto significa que o preenchimento dos vasos é também vasos, letras, em adição ao HaVaYah inicial.

Estas letras adicionais são como um código, uma chave que representa cada preenchimento no vaso. É como se houvesse um mostrador que se move nesse vaso ou números num contador. Isto significa que nunca podemos sentir a Luz em si, mas sentimos e percebemos as mudanças que a Luz realiza em nós.

Nós medimos essas mudanças, as sentimos e contamos, e, assim, chamamos essas mudanças de Luz. Nós não temos acesso à Luz em si, já que a Luz já é a verdadeira força superior.

Portanto, nós devemos entender que a revelação do Criador é certo tipo de vaso, a impressão num vaso. Nós temos que estudar e revelar como o vaso deve ser impressionado e como deve responder, como tem que se preparar para que isso seja bastante sensível e pronto para a revelação da Luz Superior nele.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 02/12/14, Escritos do Rabash

O Mundo Inteiro É A Antiga Babilônia

laitman_944Pergunta: Recentemente, você deu uma série de palestras nos Estados Unidos. Quem era o seu público?

Resposta: Meu público é a antiga Babilônia de onde Abraão queria tomar todas as pessoas e levá-las ao próximo nível de existência.

Nós não dividimos ninguém por sua cor de pele, nem por qualquer outra razão; nós nos relacionamos com toda a humanidade exatamente da mesma maneira. Afinal, quem são os judeus? São aqueles que em seu desejo tentam encontrar o sentido da vida seguido por Abraão. Há milhões de pessoas assim hoje.

Pergunta: Você acredita que o povo judeu é o escolhido?

Resposta: Por povo judeu, eu quero dizer aqueles que são descendentes dos babilônios que seguiram Abraão e criaram o povo com base na regra do “ama o próximo como a ti mesmo”, ou seja, conectados uns aos outros, e aqueles que aspiram hoje a atingir a existência superior como fizeram antes os discípulos de Abraão. E isso não depende da cor da pele.

De KabTV “Opinião Especial” 17/0/14

Uma Lição Como Mudança De Estados

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando você dissemina a sabedoria da Cabalá, você dá uma palestra ou uma lição. Como você sente o público sentado na sua frente e quanto você pode dar a eles?

Resposta: A lição é muito diferente de uma palestra porque uma palestra é mais abstrata, como com um regador nós podemos regar todas as flores numa fileira sem distinção, e elas crescem individualmente de acordo com o seu próprio potencial. A lição, por outro lado, é medida. Quando eu tomo o nível médio, eu entro nele e me transformo em dois níveis: um nível interno (que não é pessoal, mas coletivo) e um nível externo. O nível externo é transmitido numa linguagem que é mais comum, e o nível interno numa linguagem daqueles que sofreram o estado que está sendo descrito em certa medida.

Pergunta: Você sente o limite do quanto você pode dar numa lição particular?

Resposta: Não. Quando eu falo em um nível tal eu não tenho medo. Em primeiro lugar, eu ainda me escondo dentro de mim mesmo e até mesmo o meu nível interno ainda é meu.

Em segundo lugar, a maneira como nós normalmente apresentamos as coisas não é prejudicial. Isso pode impedir uma pessoa que ainda não está familiarizada com ele, mas seus sentimentos mudam internamente e ela passa por diferentes mudanças de estado. Ela precisa ir de um estado a outro e sentir que está num mundo em que não há espaço para tudo o que falamos e ela é como um ponto central, um observador e um arrumador realizando tudo.

Há muito poucas pessoas que não podem se concentrar dessa forma. Elas têm outras reações, que são mais grossas e lentas em relação ao que estudamos. Assim, durante uma palestra de dez minutos, elas sentem dois ou três estados, enquanto outra pessoa pode sentir vinte ou trinta estados.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 02/04/14

Um Planeta De Um Quarto

Laitman_077O desenvolvimento consiste em dois processos: interface (interligação) e expansão das partes. Na medida em que a natureza se torna mais complexa e desenvolvida, ela adquire diversidade, é enriquecida por novas formas e facetas. Como resultado, cada um dos elementos da natureza se conecta, interage e cumpre o seu papel exatamente em seu próprio lugar especial para o benefício de todo o sistema.

Pergunta: Como isso se relaciona com o desenvolvimento da humanidade neste momento?

Resposta: Nós chegamos a uma nova etapa, e isso já aparece diante de nós. De repente, todos se tornaram interconectados, e a humanidade tornou-se uma pequena “aldeia”, onde todos dependem uns dos outros para o bem ou para o mal.

É impossível escapar desta rede; nós não podemos dar nenhum passo por nós mesmos. Alguns ainda pensam que são capazes de tomar decisões sobre a destruição de metade da humanidade e a interrupção da conexão entre nós. No entanto, estes acontecimentos dramáticos não vão alcançar a meta. Nós não podemos quebrar a conexão.

Pergunta: Isso nos faz lembrar das sementes de lentilha numa panela, uma vez ingeridas elas perdem a sua forma. Não é assim que perdemos nossa forma individual ao sermos cozidos na caldeira da história? O que somos obrigados a fazer hoje?

Resposta: Nós precisamos nos unir de forma racional, de uma forma madura, entendendo o que estamos fazendo e por quê.

Pergunta: E se continuarmos no mesmo curso do individualismo egoísta?

Resposta: Esta tendência não vai nos trazer nada além de miséria. Afinal, o mundo tornou-se diferente. Ele manifestou forças integradas que nos afetam de todos os lados, e nós vemos em primeira mão como a abordagem individualista causa danos ao invés de bem.

Suponha que nós estamos no mesmo quarto. Eu quero tocar bateria, a outra pessoa quer dormir, uma terceira quer assistir TV, e a quarta pessoa está indo cozinhar a mesma sopa de lentilha. Todos nós podemos conviver juntos?

Por enquanto, tudo é exatamente assim. E a situação está se aquecendo em todos os níveis. Por exemplo, os choques climáticos apenas começaram, e seu impacto por toda parte é enorme.

Por isso, não será mais possível viver como antes. Afinal de contas, nós somos como insetos na superfície da Terra que construíram para si abrigos frágeis. As nossas forças não são páreo para as forças da natureza.

No entanto, nós mesmos demolimos a base do bem-estar. É por isso que não há alternativa, é hora de reconhecer que o mundo é integral, que todos dependem uns dos outros e vivem “num único quarto”, numa “bola” e não há para onde fugir. Outros “quartos” não estão disponíveis aqui.

Talvez devido à falta de esperança, ao aplicar a nossa mente como se pretende, nós sejamos capazes de “controlar” o nosso próprio egoísmo, de modo que isso nos permita que concordemos entre nós mesmos. Do que nós sabemos sobre o desenvolvimento da natureza hoje, resulta que ela nos obriga a ser como o sistema integrado. E o sistema integrado contém duas partes: o “positivo” (+) e “negativo” (-), dar e receber. Nós recebemos muita força da recepção, mas não o suficiente da força de doação. A força de doação é o que temos que encontrar e desenvolver.

Isso pode ser feito, e há uma técnica especial chamada “educação integral”, a fim de realizar isso. Com a sua ajuda, é necessário “implantar” em cada pessoa o básico da doação, e, em seguida, ela vai aprender a usar duas partes da natureza. A pessoa vai construir a si mesma ao ganhar confiança no futuro, autoconfiança, e confiança para os seus filhos e para o mundo inteiro.

Caso contrário, se nós escolhermos a forma egoísta, toda a nossa força, toda a riqueza e os recursos que temos serão gastos para combater as forças da natureza, calor e frio, seca e enchentes, doenças, etc.

Por exemplo, se a extinção das abelhas continuar, não teremos nada para comer. Nós dependemos desesperadamente dos sistemas naturais, na medida em que não podemos compreender isso plenamente.

De fato, a violação da lei integral acarreta uma série de consequências no mundo.

Afinal, tudo na natureza é um sistema interconectado; na verdade, ela é um único mecanismo. Culturas e pomares fornecem alimentos não só para nós, mas também aos animais que criamos. Isto significa que a interferência do sistema ameaça nossas necessidades vitais, e isso é muito perigoso.

Por outro lado, estas desgraças têm que mostrar que não temos a segunda força. Afinal de contas, se não estivermos conectados uns com os outros, não seremos capazes de negociar e celebrar acordos necessários para a sobrevivência. Daí se vê que todas as forças são projetadas para obrigar uma pessoa a estudar e tirar conclusões sobre o processo pelo qual o planeta Terra já passou. E a principal conclusão é que tudo vem da conectividade das partes. O desenvolvimento deriva da compilação, da interface das partes em sistemas mais complexos, e é isso é o que nós temos que entender.

De KabTV “Uma Nova Vida” 02/03/14