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Um Estado Corrigido

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você disse que nós devemos constantemente retornar ao estado corrigido e mantê-lo em mente. Que estado é esse?

Resposta: A questão é que quando uma pessoa atinge uma conexão integral com outras pessoas num grupo que não é muito grande, ela se lembra disso, ela tem uma impressão chamada Reshimo (reminiscência). Esta impressão é emocional e é armazenada nela como uma memória, mas é uma memória ativa.

Isto significa que com a ajuda de qualquer estado que se assemelhe a isso nós podemos sempre preencher a Reshimo e realmente começar a experimentá-la de novo,  viver nela e imediatamente sentir nela a calma, a falta de restrições, o calor, a segurança e a saída de qualquer crise, etc.

Quando uma pessoa começa a sair de si e conectar-se com os outros, ela vê que todos os problemas que sentiu antes eram sentidos por ela porque ela tinha uma percepção diferente da realidade, “para si mesma” e não “de si mesma”.

Assim, a principal coisa é deixar na pessoa uma impressão muito exata de cooperação mútua com o mundo a sua volta, com o ambiente, ensinando-lhe hábitos e como ela pode retornar a este estado básico a partir de diferentes estados. Então, nós iremos voltar a ele em níveis diferentes, mais elevados, apesar das possíveis interrupções, com a ajuda de diferentes ambientes, em qualquer ambiente.

Pergunta: Quantas vezes a pessoa deve retornar ao estado corrigido durante o dia?

Resposta: Ela deve estar constantemente nele. Eu tento transformar qualquer estado que estou no estado corrigido.

Pergunta: Como isso pode ser intensificado, como pode ser mais forte e mais poderoso?

Resposta: É possível intensificá-lo pela resistência que eu sinto de voltar a ele. No final, quando eu venço a resistência que sinto, ela se torna um coeficiente de intensidade. Minhas experiências de cooperação, a oposição de estados “para mim” e “de mim” será consequentemente mais clara, mais distante e mais forte.

Pergunta: Quando você descreve esse fenômeno eu vejo isso como um processo individualista, mas nós estamos sempre dizendo que é um processo em grupo.

Resposta: É um processo em grupo, mas nós estamos falando de um esforço individual dentro do processo em grupo. Mais tarde, quando o processo se estabiliza como um processo em grupo, todo mundo começará a sentir uma parceria unificada. Este é o estado em que os indivíduos se tornam um todo, assim como muitas gotas se fundem em uma, onde nenhuma divisão é sentida, mas sim há o sentimento de uma grande gota unificada.

Mas nós estamos falando que esses estados estão mudando constantemente: grupos se quebram e se reconectam. Nós não estamos falando de um grupo ou sobre o fato de que a humanidade se tornou um grupo. Portanto, o componente individual do meu trabalho com todo o ambiente torna-se o principal aqui.

Da “Discussão sobre Educação Integral” 27/02/12

Uma Mudança Interna

Dr. Michael LaitmanO simples fato da pessoa estudar de acordo com o método da educação integral a muda de tal forma que o seu paradigma e seus sentimentos mudam o mundo em que vive, e ela sente o mundo como um lugar totalmente diferente. Nós podemos dizer que criando um mundo imaginário para uma pessoa, podemos mudar os seus parâmetros internos naturais e psicológicos. No geral, hoje nos desenvolvemos de forma absolutamente bestial e vemos que não podemos continuar existindo desta forma. Isto significa que podemos mudar o mundo apenas pela nossa percepção, e é isso que estamos fazendo.

Aqui nós já começamos a sentir que uma mudança interna real e profunda está ocorrendo na pessoa, e podemos ver como ela muda internamente e todo o mundo se torna diferente. A vida é basicamente um sentimento de algo que realmente não existe, é simplesmente como você sente.

Portanto, nós temos que constantemente realizar um trabalho psicológico muito sério nos workshops, travar relações em nossos sentimentos, nas definições: O que realmente significa isso, de forma relativa e objetiva, o que é a sociedade, quem sou eu, e qual é o status ao qual devemos nos agarrar, uma vez que tudo está mudando constantemente e é muito vago? De repente o mundo e eu nos tornamos algo que é indefinido, dependente, e onde você pode levar uma pessoa na direção que você deseja: Onde estamos?

Nós temos que ter esse sentimento, porque por um lado ele se relaciona com as opções que a pessoa tem. Por outro lado, esses sentimentos devem ser livres, e a pessoa deve sentir que pode mudar o mundo e a si mesma e conectar-se a outros. Os outros também percebem que este mundo é realmente uma pequena imagem que congelou na nossa imaginação, na nossa impressão, e que pode ser alterada.

O importante é retratar a imagem certa para uma pessoa e o que deveria ser: a saída total de si mesma para fora e a sensação da força única da natureza, que é a força de doação e o amor, de bondade e cooperação mútua. Quando nós estabilizarmos esta imagem, este sentimento, na mente de uma pessoa e a sociedade a apoia, nós começaremos a mudar sem medo, e haverá realmente uma transição interna da percepção egoísta da realidade (em mim), para a percepção externa (a partir de mim).

Da “Discussão sobre Educação Integral” 27/02/12

Não Afunde Os Outros Hoje, Para Que Eles Não Afogarem Você Amanhã

Dr. Michael LaitmanEu passei a minha vida inteira cuidando de mim mesmo, tanto interna e instintivamente, quanto conscientemente, intencionalmente e deliberadamente. Neste caso, como eu faço para mudar completamente a minha natureza? Como posso aprender a amar o próximo? Afinal, amar o próximo significa pensar apenas nele, colocar todo o meu corpo ao seu serviço, todos os meus meios, habilidades e geralmente tudo o que eu tenho. E fazer isso a tal ponto que não vou ter nada exceto esse ponto do desejo de doar para ele e implacavelmente cuidar dele para que ele se sinta tão bem quanto possível.

É assim que uma mãe cuida de seu filho. A própria Natureza a dirige incansavelmente para cuidar da criança, e a única coisa que lhe interessa na vida é que esses quilos de carne se sintam bem. Ela só pensa em como arrumá-lo confortavelmente, com que alimentá-lo, quando mudar a fralda, e no geral, o que fazer com ele para que ele se sinta ainda melhor. Não existe outro cuidado para ela.

Como podemos seguir o seu exemplo para que possamos tratar toda a humanidade da mesma maneira, com a mesma devoção? Isso é impraticável!

Mas, poderia a Natureza realmente definir condições impossíveis diante de nós? Por que, então, chegamos a um estado completamente oposto? Por que estamos totalmente imersos no interesse próprio? Além disso, embora os animais constantemente também se preocupem consigo mesmos, as pessoas, além disso, querem lucrar à custa dos outros, usá-los, impor seu poder e opiniões sobre eles, dobrá-los à sua vontade. Uma pessoa se deleita em se elevar sobre os outros. Além disso, ela gosta quando se sentem um pouco pior do que ela, quando ela está num estado mais vantajoso em relação a eles. Uma pessoa avalia constantemente a si própria em relação àqueles em torno dela, e só através disso é que ela estabelece a extensão da sua satisfação.

Se o egoísmo me levou ao ponto onde me sinto acima de todos e onde preciso deles somente para sentir a minha superioridade, como posso mudar essa natureza e mudar para um estado oposto? Talvez seja vantajoso para eu imaginar uma situação utópica em que me preocupo com meu próximo e recebo prazer disso, como uma mãe que cuida de seu bebê? Suponha que eu amasse os outros da mesma forma que ela faz e gostasse de estar constantemente cuidando deles, então, talvez, eu sentiria absoluta realização pessoal com isso?

No entanto, não vejo qualquer meio para conseguir isso. O que me obrigaria a isso?

Na verdade, a humanidade ponderou isso por milhares de anos. Ao longo da história, muitos livros foram escritos, muitas tentativas foram feitas para implantar algo semelhante: construir um bom ambiente, formar organizações correspondentes. Mesmo centenas de anos atrás, os utopistas tentaram criar as condições para as boas e afáveis relações entre as pessoas em diferentes cantos do mundo. No entanto, eles não tiveram sucesso na implantação dessas iniciativas.

No curso de nosso desenvolvimento, estamos nos tornando mais inteligentes e conhecendo a natureza humana cada vez melhor, e agora entendemos que somos incapazes de nos levantar acima da nossa própria natureza. Talvez seja mesmo uma coisa boa. Talvez isso nos dê algo especial. Mas, a construção de tal sociedade é impossível: uma ideia utópica, de fato.

É por isso que em nossas sociedades nos limitamos às leis de conduta, de modo a não prejudicar muito o nosso próximo. Nós temos advogados, contadores, sociólogos, psicólogos, políticos, e assim por diante, e eles padronizam as leis sociais. Nós nos unimos com os outros, mas apenas a fim de receber serviços. Por exemplo, um município se preocupa com a ordem na cidade, com a limpeza do lixo e outros serviços, como creches, escolas, centros culturais e assim por diante. Nós estamos dispostos a contar com as necessidades de todos e, neste caso, vale a pena nos unir. Afinal, graças a isso cada um paga uma quantia relativamente pequena para uma ampla gama de serviços. Essas coisas são claras para nós, pois através delas recebemos um benefício real, calculável.

Mas, quando se trata de mudar as atitudes das pessoas no reino dos sentimentos e emoções, de modo que a pessoa leve em consideração o seu próximo ao invés de ouvir seu próprio coração, isso é algo que não podemos fazer.

E aqui chegamos a um entendimento do estado especial da crise que estamos hoje. É uma crise muito estranha, e em sua essência, ela pertence às relações entre nós. Usando todas as mesmas formações egoístas já tentadas, buscou-se construir uma sociedade mais confortável para todos, tendo em conta os interesses comuns de uma forma ou de outra. Nós entendemos que um excesso de pessoas descontentes vai levar a confrontos e conflitos irreconciliáveis, e isso ameaça provocar guerras civis. Ao longo de todas as épocas, temos tido conhecimento de que o nosso egoísmo precisa ser bem refreado para que não nos devoremos uns aos outros.

No entanto, todos esses cálculos foram construídos sob um “guarda-chuva egoísta”: Nós entendemos que essa é a nossa natureza e que temos de nos conter dentro de certos limites. Mesmo que nosso mundo brilhe com facetas egoístas, ele ainda requer um mecanismo único, a fim de evitar os surtos que ameaçam destruir todas as nossas realizações. Foi assim que a humanidade chegou a criar o Banco Mundial, a ONU e outras organizações internacionais, e como chegamos a uma maior comunicação e a contabilidade mais completa de interesses.

Em particular, durante o último século percebemos que é necessário levar mais em consideração o outro. As duas guerras mundiais mostraram-nos que ninguém ganha na guerra desenfreada, pelo contrário, todo mundo sofre uma perda como resultado, e todo mundo paga um preço caro por isso.

É por isso que a humanidade criou todos os tipos de comunidades e canais de comunicação. Há ainda “botões vermelhos” em Moscou e Washington para o estabelecimento de contato de emergência em caso de uma ameaça global. Existe certa forma de confiança aqui simplesmente porque está claro para todas as partes envolvidas que ninguém sairia de um conflito incólume e proveitosamente. Assim, percebendo que não há alternativa, armados com uma base acumulada, podemos agora estabelecer certas interações e comunicação.

Por um lado, essa ainda é uma abordagem egoísta, mas por outro lado, tal processo ainda leva à proximidade entre nós. Mesmo que cada vez mais nós nos odiemos e queiramos matar os outros, está se tornando claro que eles são tão fortes, e, portanto, é vantajoso levarmos o outro em consideração.

De KabTV “Uma Nova Vida” #13, 11/01/12

Segredos Quânticos Da Longevidade

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (Yelena Dobrovolskaya): “Um novo entendimento qualitativo da união entre os seres humanos e a Natireza foi atingido devido a recentes descobertas científicas na última década. Elas demonstram claramente que a interação entre a genética, o nosso modo de vida e o ambiente é muito mais complexa do que se pensava anteriormente.

Um ‘quantum’ é uma unidade básica da natureza. Níveis de energia (nuclear, atômica e molecular) representam uma “escada quântica”, que reflete o modo como a matéria se organiza; o mais alto nível (o quarto) é “tomado” pelos seres vivos.

“A medicina moderna que chamamos de “ocidental” ou “acadêmica” é baseada num paradigma de química e física clássicas. Ela segue o princípio da visualização, o que significa que a ciência só pode explorar objetos que podem ser observados sem um dispositivo tal como um microscópio. Esta abordagem primitiva pode ser facilmente compreendida quando analisamos a história da biologia e da medicina. Ambas foram formadas durante a época medieval, estavam sujeitas ao dogmatismo religioso e sofriam muito com as restrições da Inquisição que lutava com os ‘hereges’. Os protestos dos mais corajosos cientistas da época carregavam sinais de uma visão de mundo materialista espontânea.

Física da matéria viva (uma nova direção na ciência natural) transformou a medicina e a biologia empírica em conhecimento fundamental. A medicina quântica surgiu apenas durante a última década; ela é uma contribuição médica numa nova percepção de vida, saúde e doença. Ela vê os organismos vivos como sistemas quânticos abertos com uma estrutura complexa que possui uma renovação própria, uma configuração autoeducativa, que é capaz de sincronizar suas partes, interna e externamente”.

“Relatório Oxfam: ‘O Sistema Alimentar Global Está Quebrado’”

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (do Relatório Oxfam): “Segundo um novo relatório do Oxfam, um sistema alimentar quebrado e uma crise ambiental estão agora revertendo décadas de progresso na luta contra a fome global. O Oxfam projeta que os preços em espiral dos alimentos vão gerar milhões de pessoas com fome, a menos que transformemos radicalmente a nossa forma de crescer e compartilhar alimentos. …

“O Oxfam identifica os vários sintomas de nosso sistema alimentar quebrado: o crescimento da fome, baixo rendimento das culturas para forro, a falta de solo fértil e água, e a crise dos alimentos. A organização diz que nós entramos numa nova era de crise onde o esgotamento dos recursos naturais da terra e os impactos de alterações climáticas cada vez mais graves criarão milhões a mais de pessoas com fome. Naturalmente, os países pobres serão afetados de forma dramática, mais do que as nações industrializadas. O Oxfam projeta que o preço dos alimentos de primeira necessidade, como o milho, já no nível mais alto de todos os tempos, vai mais do que duplicar nos próximos 20 anos. Metade desse aumento de preços estará diretamente ligado à mudança climática. As pessoas mais pobres do mundo, que gastam 80 por cento de sua renda em alimentos, vão ser atingidas das formas mais duras.

“Em 2050, o Oxfam prevê que a demanda por alimentos aumentará 70 por cento. No entanto, nossa capacidade de aumentar a produção de alimentos está em declínio. A taxa média de crescimento da produção agrícola diminuiu quase 50 por cento desde 1990, e deverá diminuir ainda mais na próxima década. Quatro empresas globais controlam o movimento de alimentos do mundo. Três empresas (Archer Daniels Midland, Bunge e Cargill) controlam cerca de 90 por cento do comércio global de grãos. Suas atividades especulativas conduzem os preços voláteis dos alimentos e elas lucram com isso. Por exemplo, no primeiro trimestre de 2008, no topo da crise global de alimentos, os lucros da Cargill aumentaram 86 por cento. Em 2011, a Cargill está se dirigindo para o seu ano mais lucrativo registrado. Desnecessário dizer que esta especulação nos preços dos alimentos vai perturbar ainda mais o abastecimento global de alimentos.

“‘Por muito tempo os governos colocaram os interesses das grandes empresas e das elites poderosas acima do interesse das sete bilhões de pessoas que produzem e consomem o alimentos'”.

Meu comentário: Os governos são impotentes contra as corporações ou as servem. Nós criamos uma armadilha para nós mesmos: o nosso egoísmo; embora ele esteja se destruindo, ele não quer, como o Faraó, nos libertar da escravidão, mesmo que isso leve à destruição do Egito, o nosso mundo egoísta.

125 Graus

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quais são os 125 graus?

Resposta: Todo o seu desejo de receber é dividido em 125 graus de espessura (Aviut): quão cruel e rígido você pode ser no nível zero que dificilmente é revelado, como um mosquito, até uma besta selvagem no nível de menos Ein Sof (Infinito) .

Estes são os 125 graus que contamos do nosso estado até o mundo de Ein Sof. Cinco mundos vezes cinco Partzufim vezes cinco Sefirot, é assim que Ha-Va-Ya-H é dividido.

Nós temos que corrigir todo esse desejo de receber. Ele desperta em outra parte dos 125 graus, cada vez sendo adicionado a você, e você tem que corrigi-lo. Portanto, você sempre sente uma escuridão crescente e a corrige, e desta escuridão você atinge a “vestimenta de Hassadim“, onde você descobre a Luz. A escuridão é a mesma Luz, mas sem a vestimenta de Hassadim.

Primeiro, no mundo de Ein Sof, a Luz não precisa da vestimenta de Hassadim. Porém, mais tarde, depois que Malchut de Ein Sof decide que receberá apenas para doar, a Luz desaparece e ilumina, o que significa que é despertada no vaso, (já que na verdade não desaparece de todo, mas apenas dizemos que ela o faz), só na vestimenta de Hassadim. Conforme a vestimenta, você recebe a Luz. É como se você tivesse certa lâmpada e de acordo com a sua força você descobrisse o poder da Luz que recebe.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 16/05/12, O Livro do Zohar

Olhando Para Nós Mesmos, Os Estranhos, A Partir Da Linha Média

Dr. Michael LaitmanPor que o Criador criou tudo de forma tão estranha? Ele construiu um palácio, convidou todos os Seus convidados queridos e, em seguida colocou guardas e policiais ao redor do palácio que estão testando e verificando os convidados, não os deixando passar e causando-lhes dor e sofrimento. O Criador sabia de antemão quem seria leal a Ele, quem O amaria e quem não?  Por que o Criador rejeita todos nós? É assim para que somente aqueles que conseguem superar todos os obstáculos passem, a fim de provar sua lealdade e prontidão?

A questão é que é nessa luta que o nosso desejo é formado; um vaso para receber a satisfação no palácio do Rei é construído e estabilizado. Caso contrário, como poderíamos ser capazes de construir o vaso? Afinal, ele não nos foi dado de antemão pelo Alto. Se não podíamos passar sem uma razão, isso teria que ser justificado? É como se eu ansiasse pelo Criador com todo meu coração, e aqui alguns guardas me jogassem montanha abaixo.

O ponto é que eu sou totalmente oposto aos atributos necessários para atingir o topo da montanha. Eu não sou a pessoa que eu deveria ser para me tornar um hóspede no palácio do Rei. É apenas graças aos guardas que eu mudo constantemente, ao me tornar cada vez mais adaptado.

Estas forças, certamente, são retratadas no meu ego como guardas naus e cruéis que não me deixam passar. O Criador é o mais cruel de todos eles, porque Ele é o único que colocou todos estes guardas e policiais. Ele criou a minha inclinação ao mal e todos os problemas e sofrimentos que se relacionam com ela. É como se Ele tivesse dado à luz uma criança pobre, doente e em vez de sentir pena dela. Ele mesmo batesse nela, como se a criança fosse culpada de alguma coisa.

Aparentemente, todas as nossas queixas são justificadas, mas a questão é que a única maneira de construir o vaso correto é com a ajuda dos atributos certos que nós recebemos, que não temos desde o início. Assim, a abordagem correta é dividir-me em dois. De uma perspectiva você vê o que há em seu desejo egoísta. A partir de uma segunda perspectiva, você vê o que há em seu desejo de doar, em sua ânsia de se parecer com o Criador, ou seja, de acordo com a subida da montanha, no topo da qual existe o palácio do Rei.

Seguir estas duas perspectivas chama-se “linha do meio”. Com relação ao seu desejo de receber essa é a maneira mais terrível na qual não há justiça, mas apenas o oposto! Você não será capaz de justificar o desejo de doar ou apoiá-lo tanto. Isto é porque nós devemos nos esforçar em ambos os lados, tanto do lado do ego quanto do lado da aspiração pela doação.

O importante é que você está olhando para estes dois pontos de forma independente, a partir de uma zona neutra. É como se você subisse a Keter e de lá você estivesse assistindo a esta máquina, como o Criador. Ela não pertence a você, mas é sua somente se isso ajuda você a se parecer com Ele. Graças a ela, você pode se tornar semelhante a Ele, chegar à adesão com Ele, e olhar para tudo como um meio para alcançar isso.

Assim, você pode justificar, compreender e passar por todas esses testes “acima da razão”: tanto como egoísta bem como aquele que doa. Isto porque a doação também é totalmente baseada na recepção.

Você quer se aderir ao Criador em vez de estar consetado ao seu desejo de receber. O desejo de receber é apenas uma ferramenta para você alcançar o Criador. Com a ajuda da Torá (a Luz que Reforma) você tem que transformar essa inclinação ao mal em uma inclinação ao bem com a qual você irá se aderir ao Criador.

Para se aderir ao Criador, você precisa da inclinação ao bem, mas para que esta inclinação ao bem seja capaz de ajudá-lo a se aderir a ela, você deve abordá-la a partir da inclinação ao mal usando a Torá. Toda a criação foi criada para alcançar a adesão com o Criador. A partir desse ponto de adesão, que queremos alcançar, temos que olhar todo o processo pelo qual estamos passando. Então, você vai se desprender da perspectiva egoísta e não vai olhar para si mesmo através do seu desejo de receber, através do seu ego. Você vai sempre estar acima dele e olhar para ele de fora, como um meio para atingir a meta.

É por isso que é tão importante elevar constantemente a grandeza da meta, o Criador, o grupo e os amigos. Porque isso vai ajudá-loca se relacionar com todos como com as ferramentas.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 15/05/12, O Estudo das Dez Sefirot

“Amigo” Significa Igual

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como nós podemos ser iguais aos outros? Como podemos medir se somos iguais? Afinal de contas, caso contrário, não podemos ser amigos e criar as condições para a revelação do Criador entre nós.

Resposta: Você pode se sentir acima ou abaixo dos outros, mas somente aqueles que alcançam a igualdade entre si se tornam amigos. Em outros tipos de relacionamentos, quando você quer dar ou receber, você não é um amigo, mas um professor ou um aluno.

As pessoas tornam-se iguais se desejarem simultaneamente:

1. Dar tudo, como um adulto a uma criança, cuidar deles;

2. Estarem prontas para aprender com qualquer amigo, como um aluno de um professor (como está escrito, “Mi Kol Talmiday Iskalti“- “Eu aprendi com todos os meus alunos”).

É exatamente através da combinação destas duas atitudes em relação ao outro que eu me torno igual a ele, ou seja, me torno seu amigo.

Como Falar Sobre Um Mundo Desconhecido

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que é muito mais fácil manter a intenção correta ao ler o Estudo das Dez Sefirot (TES) que ao ler O Zohar?

Resposta: A questão é que precisamos de uma linguagem para explicações. Afinal, não há palavras no mundo espiritual e os Cabalistas tem que usar a linguagem dos ramos, que nos confunde.

A linguagem dos ramos é boa para aqueles que já estão no mundo espiritual. Se eu estou acima da Machsom (barreira), eu não tenho problema com a compreensão, não importa a linguagem da explicação. Isso é porque eu realmente sinto este mundo, eu o entendo e percebo no nível dos 125 graus ao qual eu ascendi. Eu vou entender o que está acontecendo a partir da explicação da mesma forma que entendo um conto sobre este mundo com o qual estou familiarizado.

How To Speak About An Unfamiliar World

Mas se eu estou abaixo da Machsom, eu sou incapaz de compreender a linguagem alegórica dos ramos. É mais fácil para eu entender a linguagem do TES, que fala em termos técnicos e usa definições espirituais, nomes das Luzes, Sefirot, Partzufim, e as alturas dos níveis. Eu posso entender isso de alguma forma; pelo menos é claro para mim que o grau 120 é menor que o grau 125, e Nefesh é menor do que Ruach.

Mesmo que eu não entenda o que é isso, eu ainda posso de alguma forma comparar e avaliá-los. E isso é muito importante. Mesmo que eu não sinta esses conceitos em meu coração, eu posso, pelo menos, separá-los em níveis em minha mente: Reshimot Dalet/Gimel, Gimel/Bet, Partzufim AB, SAG, MA, BON.

Aqui qualquer um pode ser sábio se estudou o material. Mesmo que não tenha atingido praticamente nada, ele ao menos aprendeu a terminologia e pode explicar-se. É por isso que ele é tão necessário para nós e não seríamos capazes de expressar alguma coisa sem ele. Afinal, os Cabalistas devem estabelecer certa conexão conosco, a fim de usá-lo para atrair a Luz que Reforma sobre nós.

Eles precisam de certo fio que os conecta conosco para serem capazes de derramar constantemente um medicamento sobre nós através dele. Caso contrário, não conseguimos nos conectar a eles, porque eles estão em outro mundo que está separado de nós. Nós não vemos os canais pelos quais a informação flui até nós.

Os Cabalistas criam esse canal, contando-nos sobre os Partzufim AB, SAG, MA, e BON. À medida que nós os estudamos teoricamente e estabelecemos uma conexão externa com eles, basicamente sem qualquer entendimento, mas apenas repetindo obedientemente as palavras depois deles, desta forma nós expressamos nosso desejo de receber o medicamento a partir deles, a Luz da correção, e é por isso que nós a recebemos. Mas esta conexão é necessária.

Se os Cabalistas, em vez de falarem a linguagem do TES (Talmud Eser Sefirot – O Estudo das Dez Sefirot), falam a língua do Tanach, você imediatamente imagina que eles estão falando deste mundo e que você entendeu tudo. Este é todo o problema. As pessoas não entendem que a lenda pertence ao mundo espiritual, às ações de doação (chamada de Bina Sagrada, a qualidade de doação), e elas a atribuem a este mundo, que gera todas as religiões e crenças.

No entanto, à medida que as noções de grupo, conexão e disseminação se aproximarem de você, você vai sentir que o material no TES está se tornando mais claro. Você nunca será capaz de compreendê-lo apenas teoricamente com sua mente. Você pode memorizar todas as palavras, mas não vai avançar mais do que isso. Se a pessoa deseja avançar através da realização sensorial dentro de seu desejo, ela não vai entender o TES até conectá-lo a certa correção pessoal já atingida. Já antes da Machsom, ela vai começar a perceber o significado interno das noções, e se tornará mais fácil para ela estudar.

Quando uma pessoa avança corretamente, a realização vai da sensação à mente. É por isso que não é preciso ter uma grande mente para aprender. O conhecimento teórico não está de forma alguma ligado ao avanço espiritual.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 16/05/12, O Estudo das Dez Sefirot