Tudo Está Nas Mãos Do Homem!

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando a inocência e a justiça de Jó são testadas vez após vez, embora sofrendo, três amigos se aproximam dele para expressar condolências. Eles sugerem que ele tenha feito algo ruim e que tais golpes não podem ter vindo do nada.

Mas Jó não concorda com isso, insistindo em sua inocência. Esses amigos representam a questão que muitas vezes nos perguntamos: Será que eu, pessoalmente, fiz algo ruim para receber punição, ou é outra coisa?

Resposta: A natureza não pergunta se fizemos ou não fizemos algo. Nós imaginamos o destino como o mal seguindo o mal e o bem seguindo o bem. Mas a lei da natureza não age de acordo com essa fórmula. Se inicialmente é dito que “o coração do homem é mau desde a sua juventude”, ele se encontra automaticamente numa conta negativa.

Pergunta: Acontece que o conselho dos amigos de procurar o mal na própria pessoa é errado?

Resposta: Ela não vai encontrá-lo. Ela só vai vir com diferentes fórmulas pelas quais a pessoa deve se comportar, mas não vai explorar a natureza em si. Ela não leva em conta que a lei “ama o próximo como a ti mesmo” se aplica a ela.

Por exemplo, no nosso mundo, existem diferentes leis de comportamento e cultura, tais como a forma de se comportar na família, na sociedade, na natureza, etc. De onde vêm essas leis? Elas são baseadas no conhecimento da natureza, no bem? Não. Normalmente, as pessoas vêm com elas de acordo com seus cálculos, e devemos respeitá-las.

Acontece que, inicialmente, nós estabelecemos relações entre nós de uma forma distorcida e não sabemos de onde vem a má sorte. Como nós chegamos a esse absurdo em que dizemos que o Criador deu, o Criador tomou, o Criador é abençoado, e eu não tenho nada a ver com isso? Eu sinto que sou um santo. Eu aceito este destino, uma vez que vem de Cima e não vejo a minha participação. Como novos infortúnios não surgirão no meu caminho?

Comentário: As pessoas tendem a pensar que, se o infortúnio acontece com alguém, então, obviamente, ela fez algo de ruim individualmente. E você descreve o sistema, ou seja, olha não no destino individual, mas o destino da sociedade.

Resposta: É difícil considerar o destino de um indivíduo, porque a nossa visão é limitada. Há pecadores notórios, que se sentem bem. E se eu olhar com meus olhos egoístas, eu vejo que as pessoas desfrutam enganando os outros e roubando toda a vida. Elas têm tudo, são até respeitadas, e depois da morte são chamadas de justos. A questão é se ela pode ou não servir de exemplo. Claro que não! A vida individual de uma pessoa não pode ser um exemplo.

Comentário: Se desgraças vêm para uma pessoa, uma após a outra, no final ela vai amaldiçoar o dia em que nasceu. Muitas pessoas sentem que a morte é melhor do que uma vida assim.

Resposta: Esta é uma fuga da responsabilidade, do objetivo, e uma falta de vontade de ouvir. É necessário formar a opinião pública que irá ajudar a pessoa a ouvir que há um objetivo e que ela precisa organizar sua vida. Não é nem um destino cego nem destino. Tudo está nas mãos do homem!

De KabTV “Uma Nova Vida” 28/05/14