Diferentes, Mas Iguais

laitman_423_01Pergunta: Todas as pessoas são diferentes por natureza. Uma é sábia e ágil, enquanto outra é preguiçosa e tola. De acordo com o grau de maturidade de uma pessoa, estas características são expressas mais e mais, e, como resultado, a pessoa tem realizações materiais mais elevadas, enquanto que outra não tem dinheiro para comer. A própria natureza criou diferenças como estas numa sociedade. Isso é dado.

Como a sociedade deve se relacionar com o fraco se ela afirma ser socialmente “progressista”? Afinal, os fracos não recebem qualquer pagamento na natureza. A sociedade precisa apoiá-los e assegurar-lhes as necessidades mínimas para a existência?

Resposta: Sim, e, em geral, cabe a nós começar a se relacionar com pessoas totalmente diferentes. Elas devem ser integradas num sistema único de educação que melhora as atitudes sociais de modo a começar a se preocupar com a sociedade em geral, sua florescente e saudável unidade social, a conexão inclusiva entre todos, e a responsabilidade mútua.

Cabe à liderança nacional tomar para si a organização de um sistema como este. A aprendizagem não será limitada pelo tempo. Afinal, o ego desperta mais e mais dentro da pessoa, e deve ser constantemente equilibrado pela educação adequada.

Portanto, se a pessoa estuda regularmente, ela melhora e se encontra numa sociedade que a pressiona e exige sua participação consciente e útil, direcionada a um objetivo na vida social. Portanto, cada pessoa deve ser receber um padrão de vida mínimo que seja suficiente para existir.

Pergunta: O que é esse mínimo? Como seria a minha vida se eu recebesse uma bolsa como essa?

Resposta: Eu recebo apoio suficiente para manter a minha família, para criar e educar meus filhos até eles amadurecerem. De um modo geral, eu vivo com a dignidade da merecida segurança social. Ela vem a mim, porque eu sou parte da sociedade e me preocupo com isso e seu desenvolvimento.

Pode ser que alguém com deficiência seja apenas capaz de se sentar num depósito e trazer ferramentas de lá ou de realizar outros trabalhos simples. A sociedade o coloca num lugar onde ele seja capaz de ser útil. Além disso, ele é educado e educa seus filhos também.

Por tudo isso, a pessoa recebe um “salário mínimo”, mas isso é o suficiente para manter a existência de sua família com respeito e cuidado com todas as suas necessidades.

Agora, suponha que ela tenha um vizinho de sucesso, bem estabelecido e profissional. Ele é muito útil para a sociedade, desenvolve novos dispositivos e tecnologias, ou é um líder no comércio de grande escala. Ele consegue tudo o que precisa para o seu trabalho. Será que ele ainda precisa de algo diferente para sua casa e família que seu vizinho humilde?

Pergunta: A humanidade nunca construiu um sistema social como este. Afinal de contas, de acordo com a nossa natureza, nós queremos sempre mais do que aquilo que temos.

Resposta: É exatamente isso que alcançamos com a educação, que vai ser maciça, permanente, sob pressão, colocando tudo no lugar.

Graças a isso, nós alcançamos a igualdade geral. Esta não seria uma igualdade forçada que já se esgotou no século passado. Pelo contrário, é tal igualdade, onde cada um tem tudo o que precisa para existir em dignidade e para proporcionar uma vida boa, florescente e organizada para seus filhos.

Além disso, em relação ao resto dos impulsos egoístas – inveja, luxúria, honra, e assim por diante – a pessoa vai realizá-los também, mas para o bem da sociedade. O ambiente em si, a atmosfera social encorajadora, vai obrigá-la a agir dessa forma. Ela simplesmente vai ter vergonha de se destacar com suas exigências excessivas, através das quais é como se ela estivesse roubando abertamente dos outros.

Eu repito, numa sociedade como esta, cada um vai se preocupar em viver com dignidade, garantindo o desenvolvimento pessoal e profissional de seus filhos, mas apreciando a si mesmo não de acordo com a sua riqueza, não de acordo com sua fama ou superioridade sobre os outros, mas de acordo com seu investimento na sociedade. Além disso, em geral, a sociedade preserva um padrão uniforme de vida.

De kabTV “Uma Nova Vida” 23/12/14