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O Embrião Da Próxima Fase

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que o avanço espiritual sempre vem ao sentirmos uma carga maior, apesar de trabalharmos no grupo e na realização do método?

Resposta: Como você pode avançar se não sente uma carga maior, se não tem o ego, se não sente que precisa corrigir alguma coisa? Como é que vamos subir? Onde está a massa que você deve corrigir, a massa da qual você deve esculpir sua forma que é semelhante ao Criador?

Isto significa que o ego que recebemos ao nascer, e que cresce em todos os níveis, é a matéria da qual formamos a alma. A alma é o mesmo ego, feita de uma forma que se assemelha ao Criador. Se em vez de engolir tudo no ego, eu tento passar a Luz superior através de mim para todo mundo, o ego torna-se a matéria espiritual, uma Masach (tela) e a Luz refletida. É então que a alma é formada a partir dele. Nós aprendemos sobre isso no “Prefácio à Sabedoria da Cabalá” e no Talmud Eser Sefirot.

O Criador criou o desejo para que pudéssemos trabalhar com ele corretamente. O desejo cai na intenção egoísta. Ao mudar a intenção para uma intenção oposta, altruísta, uma intenção com a ajuda da Luz, nós usamos esse desejo para doar. Ela deve se desenvolver constantemente em nós, para que subamos o tempo todo e nos tornemos mais semelhantes ao Criador. Assim, sem as constantes “quedas” no ego e as correções que as seguem, não podemos subir.

Da mesma forma que andamos sobre duas pernas, pisando alternadamente no pé esquerdo e no pé direito, há também uma ação e uma ação oposta em nosso trabalho. Não pode ser de outra forma em nosso mundo, pois uma força e a outra força só podem ser opostas a Ele. Como ela pode ser criada semelhante ao Criador, ou seja, para levar a criatura a um estado em que esteja no mesmo nível, com o mesmo status, como o Criador? É por isso que a criatura foi criada a partir da matéria que adquire a forma do Criador, Sua imagem, a forma oposta a Ele. A descida de uma pessoa é como uma subida; ela já é o embrião da próxima fase.

Da Lição Virtual 4/21/13

Submeter-se Voluntariamente A Uma Operação

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, Item 45: E essa Luz de Nefesh é chamada de ‘a Luz do santo inanimado no mundo de Assiya’. Isso é porque ela corresponde à pureza da parte inanimada do desejo de receber no corpo do homem. Ela brilha na espiritualidade como a categoria inanimada na corporeidade (ver item 35), cujas partículas não têm movimento individual, mas apenas movimento coletivo, comum a todos os itens uniformemente. Assim é com a Luz do Partzuf Nefesh de Assiya : embora existam seiscentos e treze órgãos nele, …essas mudanças não são aparentes nele, mas apenas uma Luz geral, cuja ação envolve a todos de forma igual, sem distinção de detalhes.

O nível inanimado está disposto a desistir do seu desejo e a estar sob a Masach e a restrição, na escuridão, em ocultação. É como se ele não existisse, segurando-se apenas numa coisa: na adesão com o Criador, a adesão que ele é capaz de realizar, ou seja, a mínima adesão.

Acima desse estado existem os níveis de auto-anulação ativa perante o Criador que o nível inanimado é incapaz de implantar. No entanto, ele é capaz de realizar a adesão passiva dentro dos limites de suas capacidades, e não depois do auto-benefício.

Como todos nós sabemos, há uma grande variedade de formas diferentes no nível inanimado: desde as formas mais simples até as mais complexas, como os corais, que são o elo entre os níveis inanimado e vegetal. Há uma diferença entre ouro e diamantes, um diamante é diferente do cobre… Além disso, o nível vegetal pertence ao solo, no qual as plantas crescem. De onde vêm todas as diferenças entre estas formas de matéria? A diferença está nos níveis de Aviut (espessura), nas “camadas” do desejo, que a pessoa deve desistir a fim de permanecer na adesão com o Criador.

É assim que a pirâmide da matéria é construída em nosso mundo: não há falta de “cascalho”, mas há poucos “diamantes”. Carvão queimado em centrais elétricas e diamantes são realmente feitos do mesmo material, mas diferem em qualidade. A diferença está no desejo de receber do nível inanimado, e quando nós o abandonamos, nós nos aderimos ao Criador num nível mínimo.

Não é um nível simples, e ele começa a partir da auto-contenção, auto-anulação, restrição. Esta é a qualidade do primeiro nível espiritual.

Pergunta: O nível inanimado também se desenvolve e evolui em nosso mundo. Como é que isso concorda com a auto-anulação absoluta?

Resposta: A evolução ocorre como resultado de uma força externa, e não desde dentro. Em geral, o nível inanimado “vive” a sua vida. Os átomos, as moléculas, os cristais e as vibrações – a totalidade do universo está em movimento contínuo. “Inanimado” não significa “equilibrado”. O equilíbrio final só será alcançado no final da correção.

Por enquanto, o desequilíbrio evoca movimento na matéria inanimada: ela não cresce, mas se “apega” ao estado estável de acordo com o programa de auto-preservação. Assim, os movimentos e as mudanças no nível inanimado são destinados a mantê-la no nível inanimado.

Tomemos o exemplo da energia radioativa, que determinada matéria precisa para permanecer estática. O vento sopra, vulcões entram em erupção, e a natureza inanimada precisa de tudo isso para estar mais equilibrada e preservar a si mesma num nível que seja o mais imóvel possível. A ação, neste caso, não está de acordo com o seu objetivo.

Pergunta: Existe “reconhecimento do mal” no nível inanimado?

Resposta: No nível inanimado do mundo espiritual existe tudo. É um plano único geral, parte de Malchut do Infinito. Tudo acontece e se desenvolve a partir daqui. Sem a natureza inanimada não haveria nada, é a base de tudo. Tudo o que acontece nos próximos níveis (vegetal, animal e falante), acontece graças às conexões especiais dos elementos inanimados.

A vida em si é construída no contato entre as partes fixas. Elas não podem se conectar de forma independente, mas a força vem do Alto, e graças a esse acréscimo, uma coleção de materiais separados torna-se um metabolismo que chamamos de “vida”. Da mesma forma, um acréscimo de Luz cria o nível animal acima do nível vegetal, e o nível falante acima do nível animal.

Pergunta: Qual é a principal condição para a ascensão do nível inanimado para o nível vegetal?

Resposta: A pessoa termina o seu desenvolvimento em todos os 613 desejos do nível inanimado, os cobre através da restrição, da anulação, e permanece em adesão. É como uma gota de sêmen se adere ao útero da mãe, enquanto se encontra no nível inanimado.

Neste estado você está pronto para o Criador acompanhá-lo e realizar uma “cirurgia” em você, o que chamamos de “a transição para o nível vegetal”. Uma Luz adicional é necessária para isso, e isso é muito difícil de suportar: “Faça qualquer coisa, mas não isso…”. Para receber essa Luz adicional e entrar na vida espiritual, você tem que abrir mão de si mesmo, elevar-se acima dos conceitos de vida e morte que podemos imaginar hoje, e começar uma nova vida que está totalmente desconectada de você.

Pergunta: Portanto, a matéria original que o Criador criou permanece a mesma, e o que determina tudo é a Luz adicional, uma doação adicional? O nível de desenvolvimento é mais elevado se houver mais doação? Nós temos que atrair a Luz consciente e voluntariamente no nível falante?

Resposta: Isso é chamado de criar um pedido de correção (MAN). Esta é a única coisa que falta. Eu estou pronto para o Criador “agir” em mim, eu concordo com isso e quero. Ele simplesmente realiza o meu desejo para que eu possa me aderir a Ele.

Pergunta: Nós queremos entrar no nosso primeiro nível, no nível inanimado durante a Convenção no próximo fim de semana?

Resposta: Você não será capaz de entrar no nível inanimado no que diz respeito ao Criador, se não fizer isso com relação ao amigo. De forma alguma. Eu repito, a questão principal aqui é a auto-anulação.

Daí, no nível vegetal, nós vamos subir ainda mais e vamos aprender a nos anular em movimento. Por exemplo, no nível inanimado eu  anulo diante dos amigos “a importância de mil dólares” e me apego a essa norma, e no nível vegetal eu gradualmente acrescento a ela.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/04/13, “Introdução ao Livro do Zohar

Confiar No Grupo Sem Reserva

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que significa “colocar-se totalmente nas mãos do ambiente”?

Resposta: Isso significa sentir, perceber que o meu futuro está ligado ao grupo. Eu tenho que estabelecer relações com os amigos, eu tenho que me integrar neles. Quer eles queiram ou não, eu tenho que estar lá dentro, bem no centro, e é isso. Eu tenho que me dissolver neles, e mesmo que eles não sintam isso, não importa. Eu tenho que ser como um embrião no útero, um bebê em suas mãos – de qualquer maneira e a qualquer custo que eles peçam. Não há dúvida sobre o preço: o que quer que eles me digam, eu o farei.

Assim, eu estou começando a perceber o que significa a auto-anulação. E isso me ensina a chegar ao ponto da Machsom .

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/04/13, Escritos do Baal HaSulam “O Arvut (A Garantia Mútua)”

Uma Pergunta Que Leva Você Ao Criador

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “O Arvut (Garantia Mútua)”: “Quando todos em Israel forem responsáveis uns pelos outros. [Em outras palavras, cada indivíduo for completado pelos outros]. Porque a Torá não foi dada a eles antes que todos respondessem se concordavam em tomar para si o preceito de amar os outros na medida completa, expressa nas palavras: ‘Amai ao próximo como a ti mesmo’“.

Aqui vemos a descrição da situação, quando cada um sente que a principal pergunta surge nele. Todo mundo se pergunta: “Será que eu realmente concordo em amar ao próximo?”.

Esta é a questão principal e determina toda a minha vida. Afinal, eu não quero continuar vivendo neste “clube de interesse”; eu estou aqui para alcançar algo. Eu estou aqui o tempo todo, e coloco um monte de dinheiro e energia nisso, embora pudesse ter sucesso em muitas outras áreas. Na verdade, existem muitas pessoas muito talentosas aqui que podem ter tudo o que o mundo pode oferecer, mas desistiram das recompensas deste mundo, e sentam-se nas aulas imóveis. É isso mesmo? Este é o caminho no qual a pessoa deve viver a sua vida?

Portanto, nós temos que fazer persistentemente essa pergunta sobre o amor: “Quando ele finalmente surgirá?”. “Quando é que a necessidade de amar o outro como a mim mesmo vai me agarrar pela garganta?”. Por que eu preciso analisar a situação atual do quanto eu amo a mim mesmo agora e como me relaciono com os outros?

Afinal, eu me vejo como parte da nação de Israel, o que significa aqueles que querem alcançar Yashar-El (direto ao Criador), para ser semelhante a Ele por ações de doação. Esta é a única maneira que nós podemos alcançar a adesão com Ele, que é o propósito da criação. O que eu posso dar a Ele? A única chance que eu tenho de aprender o atributo de doação Dele é ser como Ele em minha atitude para com os outros. Eu tenho que descobrir que Ele ama a todos e doa-lhes. Então, agindo da mesma forma em relação aos outros, eu me torno como Ele, estou em adesão com Ele, e O evidencio em minha ação que realiza o amor ao próximo.

Isso significa que todos em Israel tomam para si a responsabilidade de cuidar e trabalhar por cada um dos membros da nação, e de satisfazer todas as suas necessidades; nada menos do que a quantidade impressa neles para cuidar de suas próprias necessidades.

Esta já é a medida da minha atitude para com o amigo: preocupar-me com ele tanto quanto eu me preocupo comigo. É semelhante à forma como a mãe constantemente se preocupa com o seu bebê. Até eu chegar a isso, eu não cumpro a meta de Israel, não tenho a mínima equivalência de forma com o Criador, e permaneço no nível “animal”. Mas se eu me preocupo com os outros mais do que comigo, eu sou chamado de “humano”.

Pergunta: O que é a “nação de Israel”?

Resposta: Trata-se de pessoas que têm que alcançar a adesão com o Criador. De forma prática, eu as identifico por sua capacidade de agir mutuamente, de fazer esforços mútuos. Com quem eu posso estar diante do Monte Sinai? Com todo o respeito, não é com os membros do parlamento e nem com os meus vizinhos, mas com pessoas que me entendem e que estão prontas para avançar comigo no caminho das concessões mútuas e da conexão mútua, a fim de descobrir a força superior nele e dar satisfação. No momento, elas são a minha “nação”.

Mais tarde, esse conceito vai se expandir e envolver todo o mundo.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/04/13, Escritos do Baal HaSulam “O Arvut (A Garantia Mútua)”

Conexão De Uma Pessoa Com As Sefirot

Dr. Michael LaitmanO corpo espiritual é a parte inferior de Bina, ZA, e Malchut, ou seja, o  AHP, os desejos de recepção. Nós estamos lá o tempo todo; só a profundidade do desejo (Aviut), os Reshimot, muda. Dependendo desta Aviut, as sensações também mudam e, portanto, parece-nos que cada vez estamos num lugar diferente, num mundo diferente, numa realidade diferente. Tudo muda: eu e meu ambiente. Eu era uma criança, agora já sou um adulto e, consequentemente, o ambiente muda: trabalho, amigos, esposa, filhos, um grande mundo em torno de mim, e todo o universo.

A imagem inteira aparece dentro dos Reshimot que são despertados dentro do meu desejo de prazer, e minha tarefa é interpretar esta imagem corretamente. Mas como eu posso sentir, entender, separar e avaliar essas propriedades? Onde posso obter tal mente e coração?

Em nome disso, eu tento me separar e ficar distante do meu sentimento e intelecto, para ser capaz de me relacionar com eles apenas como os instrumentos auxiliares e não a minha própria essência. Eu me sinto como um ponto que observa desde dentro esse sentimento e intelecto, por trás dos pensamentos e do coração. Ele olha para o mundo através deles.

Se a pessoa tenta tirar essa imagem do seu mundo, ela ganha a capacidade de influenciá-lo, alterá-lo. É impossível mudar o Reshimo em que me encontro. Só é possível acelerar o desenvolvimento e percebê-lo, de modo que o próximo Reshimo virá mais rápido.

Mas não se trata apenas de velocidade. Eu tenho que perceber o atual Reshimo, de tal modo que ele irá aproximar ao máximo o mundo que é revelado em mim na forma externa. Tudo o que agora é revelado em minha mente e coração, ou seja, nos meus vasos internos, e tudo o que é revelado fora de mim na forma externa (nos níveis inanimado, vegetal, animal e falante deste mundo), tudo isso é regido e avançado somente por meio da Luz que influencia os Reshimot, isto é, vem do Criador, de uma única fonte.

E mesmo que eu sinta que as formas internas e externas estão em oposição, em confronto, anulando-se mutuamente, eu tenho que organizá-las para que sejam preservadas as duas condições. Por um lado, “um juiz tem apenas o que os seus olhos podem ver”, e o mundo na minha frente é o mundo verdadeiro. Mas, por outro lado, eu sei que “não há outro além Dele”, e só Ele governa o mundo.

Eu sinto a diferença entre estas duas formas como uma verdadeira batalha, o conflito interno mais forte. Baal HaSulam descreve essa luta num de seus escritos, na metáfora do fiel servo do rei que luta com ladrões e assaltantes imaginários aparentemente atacando o rei.

Nós temos que entender que todos os problemas são revelados contra o princípio do “não há outro além Dele”, para que eu possa esclarecer minhas características, desejos e pensamentos, que negam a unidade da força superior e que me fazem pensar que existem outras razões para a imperfeição da minha imagem do mundo. Esta forma vem dos Reshimot para que eu possa atribuir tudo ao Criador, à Luz.

Mas nós não podemos fazer isso. Quanto mais nós avançamos, as imagens tornam-se mais contraditórias, quebrando o coração e a mente da pessoa. A mente humana não está preparada para conciliar esses opostos. No início, essa contradição não parece terrível, mas depois ela atinja tal grau que a pessoa simplesmente não está preparada para concordar com isso. Ela não consegue unir o comportamento do Criador, que é o Bom que faz o bem, com o mal e a completa injustiça que ela vê à sua frente.

Apenas um terceiro parceiro pode resolver essas duas contradições, como está escrito: “Aquele que faz a paz nas Suas alturas, vai fazer a paz entre nós”. Conclui-se que a pessoa precisa totalmente a Luz que Reforma. Ela realmente precisa disso, de modo que o Criador vai dominá-la e vai mudar sua mente e coração.

Então, ela “se conecta com as Sefirot“, descobre dentro de si, dentro de seus desejos de recepção (na parte inferior de Bina, ZA, e Malchut), a Luz vinda de GE. Assim, ela se identifica com a força superior e sente em que estado, em que mundo, a Luz de  NefeshRuach – Neshamah, ela se encontra.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 19/04/13, Shamati # 68