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Independência No Mundo Global

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que você pode dizer sobre o Dia da Independência que a nação de Israel está comemorando?

Resposta: Se estamos falando de Israel, nós não somos independentes. Ao contrário, dependemos totalmente dos nossos vizinhos, dos EUA e de todo o mundo. Em geral, hoje, nenhuma nação é independente. Pelo contrário, vemos quanto todas elas dependem umas das outras.

Portanto, qual é a verdadeira independência? Ela significa que alcançamos uma boa unificação entre nós. Quanto melhor essa unificação, mais independente cada um vai se sentir dentro dela. Se alguém tem boas relações com os outros, eles não o obrigam a fazer algo que não queira fazer, e ele também se comporta assim com eles. Portanto, logicamente, todo mundo é independente e, mesmo assim, interconectado.

Hoje já somos incapazes de cortar os laços entre nós. O mundo tornou-se como um sistema fechado, todas as suas partes estão conectadas e é impossível romper esta ligação, mesmo com a ajuda das guerras mundiais. A dependência mútua permanecerá e só crescerá.

Então o que vamos fazer? A resposta é a mesma: apenas uma boa conexão entre nós, nos dará um sentimento de independência, mesmo que todos nós dependamos totalmente uns dos outros como células ou órgãos num corpo. Só é possível sentir-se independente quando há um equilíbrio mútuo, quando entendemos que pertencer ao sistema é uma busca constante de harmonia e complementaridade entre nós.

Uma pessoa saudável não sente seu corpo. Um corpo saudável torna possível que nós possamos agir em pleno vigor, sem quaisquer limites. Numa boa conexão nós também vamos nos libertar das limitações e encontrar a nossa independência. Esta é a única possibilidade; simplesmente não há outra.

Se alguma nação supõe que, elevando-se acima das outras, se tornará mais independente, o oposto é verdadeiro: ela se torna mais dependente de todas. O melhor exemplo são os Estados Unidos, que estão imersos em vários conflitos e confrontos e são incapazes de sair de um emaranhado de problemas. Esta “preocupação com o mundo” custa aos Estados Unidos muitos bilhões, e eles não conseguirão se livrar disto até entenderem que é necessário corrigir os relacionamentos com todo mundo. Isto é exatamente o que os Estado Unidos, como uma grande potência, devem cuidar. Ou seja, os americanos têm que introduzir a educação integral ao mundo. Caso contrário, eles podem esperar problemas do mundo inteiro.

Na verdade, o mundo inteiro é uma família, e em cada boa família há um cabeça que se preocupa com todos e cuida deles. Esta é uma regra simples.

Baal HaSulam escreve em seu ensaio, “Paz no Mundo”:

“Não se surpreenda se eu misturo o bem-estar de um determinado coletivo com o bem-estar do mundo inteiro, porque, na verdade, já chegamos a tal ponto que o mundo inteiro é considerado um coletivo e uma sociedade. Isto é, como cada pessoa no mundo atrai a essêcnia de sua vida e seu modo de vida de todas as pessoas do mundo, ela é forçada a servir e cuidar do bem-estar do mundo inteiro…

Nós não devemos mais discutir algo que é do conhecimento de todos, e o que foi mencionado acima é apenas para mostrar a desvantagem, o que precisa de correção, e é por isso que cada indivíduo vai entender que o seu benefício pessoal e o benefício do coletivo são a mesma coisa. Com isso, o mundo chegará à sua completa correção”.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/04/13, “A Nação de Israel”

Uma Zona Especial Que Foi Conquistada Do Ego

Dr. Michael LaitmanEscritos do Rabash, Volume Um, “E Se Você Vier Para A Terra Que Seu Deus Dá Para Você”: O Criador prometeu a terra a Abraão, como está escrito, “e Ele disse-lhe: Eu sou o Senhor, que tirou você de Ur Kasdim, para lhe dar esta terra, para herdá-la”.

Nós devemos entender por que o Criador deu primeiro a terra às nações do mundo e, depois Israel veio e teve que lutar e conduzi-las para fora de suas terras, fazendo com que o mundo inteiro se queixasse por ele ter conquistado uma terra que nunca foi sua, e que só por conquistas e guerras ele dizia que esta terra era sua.

Nós podemos explicar toda esta questão de acordo com o ramo e a raiz, uma vez que é comumente conhecido que Eretz (terra) é chamada de Malchut, que é a raiz de todos os seres criados, recepção para si mesmo, ou seja, o primeiro que recebe chamado o mundo do Infinito.

Então houve as correções para que o ser criado não recebesse egoisticamente, mas quisesse doar ao Criador. …Nesse sentido, a ordem do mundo corporal deve ser a mesma como era na espiritualidade: ou seja, primeiro esta terra foi dada às nações do mundo, e, então, pela superação e guerras, elas foram expulsas desta terra e a nação de Israel a conquistou e a herdou em vez das outras nações.

…assim, somente após as nações do mundo receberem esta terra, a nação de Israel veio e corrigiu a terra, de modo que tudo seja pelo bem do Criador. Isso é chamado de “a Terra de Israel”.

Nós não temos nenhuma justificativa para viver nesta terra, a menos que procedamos das raízes espirituais. O Criador criou a inclinação ao mal (Eretz), ou seja, todo o desejo (Ratzon), toda a terra, foi dado para a intenção egoísta para si mesmo, chamado “nações do mundo”. No entanto, se existe um grupo chamado Israel (Yashar El), que significa aspirar “direto ao Criador”, então por seu trabalho, este grupo conquista esse desejo à custa de guerra em grande esforço, e então este desejo adquire a intenção da doação e é chamado de terra de Israel.

Isto significa que há termos como “nação de Israel” e “Terra de Israel”, uma zona especial em Malchut do Infinito ou na terra, como um ramo da raiz espiritual, que tem o direito de ser chamada assim, de acordo com a intenção das almas ou das pessoas neste mundo que a povoam.

Israel não pode existir como a terra da nação de Israel, como no caso de todas as outras nações do mundo. Ela é sempre parte das nações do mundo, do enorme desejo de receber pelo seu próprio bem que deve ser corrigido para a doação. Isso não pode acontecer sem guerra, sem o nosso trabalho.

No futuro, a terra de Israel deve se espalhar por todo o mundo, isto é, todo o desejo será para doar. Então, vem a redenção completa. Na medida em que conseguirmos realizar tais correções no mundo espiritual, veremos resultados melhores no mundo corporal. Se nós recebemos a terra de Israel corporal, é apenas uma chance que nos foi dada desde Cima, que nós devemos cumprir através de nossas correções.

Isso nunca aconteceu antes. É somente em nossos tempos, quando retornamos para a terra de Israel do exílio antes de nos tornarmos merecedores disso internamente. Nós não gastamos quarenta anos no deserto, nós não nos corrigimos pela Torá, mas recebemos a oportunidade de vir aqui, não corrigidos e indignos. Nós recebemos essa terra como um ramo corporal para conquistá-la completamente, para conquistar sua raiz espiritual também, que é o sinal da redenção completa.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 15/04/13

A Alegria De Voltar Para A Casa Da Família

Dr. Michael LaitmanExistem três estados: o estado inicial após a criação da criatura, o processo das correções e o estado do fim da correção. Estes estados existem apenas em relação à pessoa que está tentando alcançar o mundo espiritual, mas, na verdade, nós só existimos em Malchut de Ein Sof (Infinito), no desejo da criatura que alcança o Criador.

A realização é alcançada conforme a criatura muda gradualmente e atinge uma equivalência de forma com o Criador. De acordo com o nível de equivalência de forma, cada vez ela alcança o Criador mais profundamente, até que se torna igual a Ele em todos os seus atributos e ações. Através disso, ela realiza o pensamento da Criação, que é fazer o bem às Suas criaturas.

Portanto, no momento em que o desejo de receber se desenvolve a tal ponto, ele  começa a compreender e sentir a sua existência, perguntando: “quem me criou e para que eu existo?”. Todos os pensamentos e ações da pessoa devem visar apenas a atingir uma equivalência de forma e a revelação Daquele que lhe gerou. Assim, nós alcançamos a realização da meta da criação.

A principal coisa é pensar constantemente sobre como aceitar os movimentos que o Criador está operando em mim agora. Eu preciso aceitar tudo como vindo de “não há outro além Dele”, da força superior, que não há nada mais do que Ele, entender que tudo está nas mãos do Criador, e decidir que “Se não fizer, quem fará por mim”, a fim de chegar a um acordo e adesão com a única raiz que faz tudo.

A indicação para tal atitude é a alegria. Sua realização é somente pela conexão, no anseio de trazer toda a criação a uma raiz comum.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 14/04/13

Tudo É Alcançado Pela Equivalência De Forma

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, Item 41: Tenha em mente que a realidade de todos o mundos é geralmente dividida em cinco mundos, chamados: a) Adam Kadmon, b) Atzilut, c) Beria, d) Yetzira, e e) Assia.

Esses “mundos” são os níveis da minha proximidade interna com o Criador, com a doação. É como se eu olhasse através do prisma deles. Ao mesmo tempo, eu posso aceitar a doação em certo nível de Aviut (espessura), de zero a quatro. Em geral, estes são todos os níveis de realização até a adesão total.

Pergunta: Para que nós precisamos desses mundos, dessas ocultações?

Resposta: Para que descubramos gradualmente o Criador de acordo com a nossa equivalência de forma com Ele. É uma lei: cada fenômeno na realidade só pode ser alcançado de acordo com uma equivalência de forma. Enquanto eu, de acordo com a minha natureza egoísta, sou externo a ele e não sou compatível com ele, eu não posso senti-lo. Quando o ponto no coração desperta em mim, eu começo a sentir minha oposição ao Criador, e posso crescer, aumentar meu ponto e minha proximidade com Ele. Mas até então, eu estou desconectado Dele pelo meu ego: Ele é doação total e eu sou recepção total, e eu não tenho nenhuma conexão com Ele. É assim que funciona a lei da equivalência de forma.

Everything Is Attained By The Equivalence Of Form

Pergunta: Podemos dizer que os níveis de equivalência refletem minha sensibilidade para com os outros?

Resposta: Sim. Minha atitude para com os outros ou para com o Criador é, na verdade, a mesma coisa. O mais importante é a direção de mim para fora.

Nós devemos entender que estamos num estado chamado “mundo de Ein Sof (Infinito)”, ou “Malchut de Ein Sof“. Mas nós estamos separados por cinco níveis de opacidade dos sentidos. Masachim (telas) especiais os enfraquecem como filtros que são vestidos na percepção do mundo de Ein Sof. Como resultado, nós sentimos apenas o “mundo externo”, embora tudo realmente aconteça dentro.

Everything Is Attained By The Equivalence Of Form

A realidade é fixa, mas ela é descrita para nós sob a forma deste mundo. A única diferença é a imprecisão, no embotamento dos sentidos.

Pergunta: Como podemos aguçar nossos sentidos?

Resposta: Depende da sua sensibilidade para com os outros em sentir o outro e se eu posso sentir que ele é tão importante como eu sou. Portanto, diz-se: “Ama o teu amigo como a ti mesmo”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/04/13, “Introdução ao Livro do Zohar

Os Atores E Os Espectadores

The Actors And The SpectatorsPergunta: Por um lado, eu devo corrigir minha atitude para com os amigos, não importando como percebo a relação deles em relação a mim, mesmo que pareça que eles me odeiam. Mas, por outro lado, eu não posso aspirar à correção se não recebo suporte e garantia dos amigos. Como essas coisas funcionam?

Resposta: É necessário ver a realidade assim: existe Malchut do mundo Infinito e toda ela sou eu. Malchut é dividida em duas partes: agora eu sinto um lado como eu mesmo, e o outro lado como aquilo que está fora de mim. Ainda que, na verdade, estes sejam Kelim (desejos) externos, próximos e distantes, constituindo um complexo sistema de várias relações entre eles e até mesmo entre eu e eles. Todo este sistema, tudo o que me parece como “eu” e “eles”, na verdade é, de fato, eu mesmo. Tudo isso junto é meu. Mas, neste momento, eu preciso ver uma imagem dupla: minha própria parte e a parte que é oposta, contrária a mim.

Além disso, existe um Criador que constrói este estado. Para quê? Para desenvolver minha mente e sentimentos. Afinal, eles são desenvolvidos somente através do trabalho entre nós, ou seja, entre eu e os outros.

Se a imagem da realidade fosse inteiramente retratada dentro de mim, eu estaria abaixo do nível inanimado. É porque mesmo o inanimado sente o ambiente, enquanto eu seria apenas um ponto de matéria primordial. Eu ficaria ainda mais distante do nível vegetal, que sente o ambiente mais fortemente, consome, absorve e excreta substâncias e se reproduz; em suma, vive, mesmo que pague por isso com a sua morte. Isso é ainda mais relevante em relação aos níveis animal e falante. Pessoas não apenas interagem, elas superam grandes distâncias, descobrem novos meios de comunicação e fazem esforços extraordinários para transcender tempo e espaço.

Portanto, tudo é medido de acordo com a força da conexão entre uma determinada criação e seu ambiente. A intensidade do nosso desenvolvimento depende da quantidade e capacidade de conexões entre nós, em outras palavras, da interdependência, garantia mútua e integração reveladas em todo o mundo.

É impossível alcançar o Criador se não vejo todos como opostos a mim e opondo-se a mim, odiados por mim e me odiando. Em cada detalhe eu devo me elevar acima da habitual abordagem superficial para um nível superior. Eu preciso pedir ajuda ao Criador e construir um apoio num grupo, imaginando-o como parte minha.

Na verdade, o mundo inteiro, todas as pessoas, animais e plantas, tudo no nível inanimado da natureza, o universo inteiro, é minha alma. Mas eu estou separado dela pelo poder da imaginação que o Criador inseriu em mim e assim não posso perceber a proximidade entre nós. Isso é demais para mim.

Mas os Cabalistas sugerem que eu use um grupo, uma pequena parte do mundo que posso imaginar como minha alma. Isso significa que eu preciso me aderir aos meus amigos com meu coração, unir-me a eles, e trazer estes Kelim (desejos) de volta para mim, ao contrário do poder da minha imaginação que os retrata como estando fora de mim.

Compreensivelmente, eu não posso fazer isso sozinho; a Luz superior é necessária aqui. Ela me separou destes Kelim. Portanto, deixe-a corrigir agora a minha “visão” atual e trazê-la de volta para dentro. Assim, eu vou sentir que estou recebendo de volta a minha alma. Eu mergulho nos amigos, fundo-me neles ou os abraço e os coloco dentro, não importa como dizer isso. A principal coisa é fazer com que isso aconteça: união , unicidade, garantia. Conforme eu construo uma conexão mútua entre nós, até esse grau eu sinto o que é sentido na alma: a revelação do Criador.

Sobre o período atual, a nossa época, um pequeno grupo não é suficiente. Nós precisamos nos conectar com os grupos espalhados por todo o mundo e, em seguida, com todo o mundo. Esta é a tarefa que recebemos.

Em sua essência, a geração atual está pronta e é chamada para corrigir toda alma compartilhada. Isto é evidente a partir da crise mundial, do despertar do povo e da correção contínua em todos os tipos de lugares.

Mas a coisa mais importante que precisamos entender é que o grupo é a alma. Mesmo que na realidade a alma inclua todos os níveis, todos os mundos, Malchut do Infinito, pelo menos agora nós devemos nos concentrar em nós mesmos, nos membros do grupo. Um amigo é alguém que trabalha juntamente comigo e quer chegar à união como eu, para que nenhum “vácuo”, nenhuma separação, nada permaneça entre nós. Exatamente desta forma nós temos que definir e marcar os limites do grupo.

Nesse caso, se há centenas de milhares de nossos partidários no mundo, o grupo mundial pode contar apenas com algumas centenas de pessoas, aqueles que entendem a ideia, trabalham nela sem questionar e usam sua resistência natural para criar uma conexão ainda mais forte. Afinal, tudo contém seu oposto, o que torna possível a sua própria existência. Assim, nós precisamos ficar felizes quando os defeitos são descobertos — afinal, o amor é revelado acima deles.

Alguém que é capaz e está pronto para trabalhar dessa forma é chamado de “amigo”. E os outros, nesse meio tempo, são “espectadores”… Claro, eu não subestimo ninguém — todos devem examinar onde estão.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 07/04/13, Escritos do Rabash

No Corpo E Acima Dele

Dr. Michael LaitmanPergunta: De que maneira o método integral difere das meditações orientais usadas nas tentativas de alcançar a harmonia com a natureza?

Resposta: As meditações orientais baseiam-se na anulação do ego: respirar menos, ouvir menos e comer menos. Desta forma, tendo renunciado a tudo, tendo se isolado, a pessoa reduz seu ego e, supostamente, se torna uma parte do mundo, retornando ao estado de animal. Em outras palavras, ela especificamente entra em seu corpo.

Ao contrário, com o nosso método nós subimos acima do nosso corpo. Nós queremos ampliar nossas sensações e consciência, principalmente graças à integralidade.

Não importa quão paradoxal isso possa parecer, os psicólogos orientais falam sobre a elevação da pessoa. No entanto, ela é rebaixada a um nível tal que não pode sequer respirar, comer ou fazer qualquer coisa. E o mais importante, essas pessoas se separaram do mundo, a fim de lidar com ele individualmente, em algum lugar nos seus cantos. Assim, esta prática não é adequada para o nosso mundo, já que, de modo geral, ela é apenas relaxante, um treinamento psicológico.

E o sistema de  educação integral fala da integralidade da natureza, da integralidade da humanidade dentro dela: esta é a única maneira que você, juntamente com toda a humanidade, pode ser integrado no quadro geral, mas não sozinho. Você deve criar pelo menos um pequeno grupo, e mais tarde vai entender o que precisa para se desenvolver ainda mais, pois é a única maneira de superar todos os problemas.

Você começa a ver que na natureza existe um plano para o nosso desenvolvimento. E este plano nos leva, propositadamente, a um enorme ego que se desenvolveu em nós durante milhares de anos, para que compreendamos que é preciso nos livrar dele, elevar-se acima dele, não destruí-lo, mas subir acima dele! Esse é o segredo do nosso sistema.

De uma Palestra sobre Educação Integral 02/04/13