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A Crise Não É Financeira, Mas Evolutiva

Dr. Michael LaitmanNas notícias (da Stratfor): “A crise financeira global de 2008 tem lentamente dado lugar a uma crise de desemprego global. Esta crise de desemprego vai, rapidamente, dar lugar a uma crise política. A crise envolve todos os três principais pilares do sistema global – Europa, China e Estados Unidos. O nível de intensidade difere, a resposta política difere e sua relação com a crise financeira difere. Mas há um elemento comum: o desemprego está cada vez mais substituindo as finanças como o problema central do sistema financeiro. …

“Considere a geografia do desemprego. Apenas quatro países na Europa estão com menos de seis por cento de desemprego: os países geograficamente contíguos da Alemanha, Áustria, Holanda e Luxemburgo. A periferia imediata tem desemprego muito maior: Dinamarca (7,4%), o Reino Unido (7,7%), França (10,6 %) e Polônia (10,6%). Na periferia mais distante, a Itália está com 11,7%, a Lituânia com 13,3%, a Irlanda com 14,7%, Portugal 17,6%, a Espanha 26,2% e a Grécia 27%. …

“Uma regra que eu uso é que para cada pessoa desempregada, três outras são afetadas, sejam cônjuges, filhos ou outros. Isso significa que quando você alcança 25% de desemprego, praticamente todos são afetados. Aos 11% de desemprego cerca de 44% são afetados.

“É importante compreender as consequências deste tipo de desemprego. Há o desemprego de longa duração da classe mais baixa. Esta onda de desemprego atingiu os trabalhadores das classes média e média-alta. A pobreza é bastante difícil de gerir, mas quando ela também está ligada à perda de status, a dor é agravada e um poder politicamente potente surge…

“O fascismo teve suas raízes na Europa em enormes fracassos econômicos, nos quais as elites financeiras falharam em reconhecer as consequências políticas do desemprego. Elas riram de partidos liderados por homens que tinham sido vagabundos vendendo cartões postais na rua e prometendo milagres econômicos somente se os responsáveis ​​pela miséria do país fossem eliminados. Homens e mulheres, mergulhados na vida confortável da pequena burguesia, não riram, mas responderam ansiosamente àquela esperança. O resultado foram governos que fecharam suas economias ao mundo e manipularam o seu desempenho através de ordens e extorção.

“Isto é o que aconteceu depois da Primeira Guerra Mundial. Isso não aconteceu após a Segunda Guerra Mundial porque a Europa estava ocupada. Mas quando olhamos para as atuais taxas de desemprego, as diferenças entre as regiões, o fato de que não há nenhuma promessa de melhoria, e que a classe média está sendo arremessada ​​para as fileiras dos despossuídos, podemos ver os padrões se formando”.

Meu comentário: Na medida em que o progresso técnico e tecnológico continuarem, o desemprego vai aumentar. Além disso, os desejos humanos crescem não só em tamanho, mas também em qualidade: a pessoa não quer trabalhar e comprar, para ser escrava de quem fica rico por causa disso. Os desejos mudam. A era da sociedade de consumo está terminando por várias razões.

Uma nova era está à frente: a transição da massa de desempregados para trabalhar em si mesmos, para construir uma nova sociedade integral. Esta fase é precedida pela fase de educação integral, treinamento, formação, e mudança do ser humano, e a sua transformação consciente do mundo. Trabalhar em escritórios e fábricas será transformado em ir para escolas de educação integral, cursos de reciclagem de pessoas, que, assim, vão criar novas relações públicas: o consumo racional numa comunidade integral unificada.

Uma Guerra De Amor

Dr. Michael LaitmanDa Carta No 5 do Rabash: …Você deve fazer mais no amor dos amigos É impossível alcançar o amor duradouro, a não ser através da Dvekut [adesão], o que significa que você vai unir os dois em você com um vínculo muito forte. E isso só pode ocorrer se você tentar “despir” a vestimenta na qual a alma interior é colocada: a vestimenta chamada “amor-próprio”…

E quando vocês sentirem que estão em guerra, cada um de vocês vai saber e sentir que precisa da ajuda de seu amigo, e sem ele, sua própria força também irá enfraquecer. Então, quando vocês entenderem que devem salvar suas vidas, cada um de vocês vai esquecer que tem um corpo que deve manter, e ambos estarão amarrados pelo pensamento de como usar o inimigo.

O amor dos amigos é atingido por meio de uma guerra em seu benefício. É impossível atingir a adesão, que indica amor constante, sem se esforçar em deixar a vestimenta da inclinação ao mal em que a alma está vestida. Deixar essa vestimenta do amor-próprio só é possível se você trocá-la pelo amor ao próximo, pela tela e a Luz de Retorno.

Isso, especificamente, é o que temos que alcançar. Quando nós começamos a procurar como fazer isso, sentimos que tudo depende, basicamente, da nossa relação com os outros, coisas que são tão desprezíveis em nosso mundo. Todos os relacionamentos no mundo são estabelecidos de acordo com leis, protegendo os direitos do indivíduo, da democracia. No entanto, quando vemos um pouco da verdade por meio da influência da Luz Circundante, então nós entendemos que é especificamente através da conexão com o outro que percebemos todo o programa de criação.

O outro, seja um amigo ou o Criador, é a mesma coisa; não há diferença. Se eu quiser subir acima de mim mesmo e alcançar o Criador, é exatamente aí que eu vejo que preciso da ajuda de um amigo. Enquanto todos os amigos não vierem em meu auxílio, de acordo com o quanto eu me entrego a eles, eu não posso fazer nada.

Nós precisamos da cooperação mútua, onde dependemos um do outro. Quanto mais eu me entrego aos outros, em tal medida eles conseguem me ajudar, e quando eles vêm me ajudar, eu paro de pensar em mim mesmo. Apesar de mim, eu subo acima de mim mesmo.

No entanto, os amigos só podem vir me ajudar se eu me subjugar a eles. Com isso, eu os obrigo a se preocupar comigo. Isso significa que tudo depende do trabalho do indivíduo com relação ao seu ambiente. Quanto mais eu me subjugo e estou pronto a me aderir ao ambiente, ao professor, aos livros, à aprendizagem, à disseminação, ou seja, a todos os meios para atingir a meta, confiando como uma criança, entregando-me ao menor nível, eu chego perto da minha realização espiritual.

Eu tenho que começar a minha ascensão espiritual do zero. Quanto mais eu me aproximo do zero com meus pensamentos, desejos e ações, mais eu realizo a adesão ao grupo e o obrigo a se preocupar comigo. Eu começo a receber a influência correta de dentro do grupo. Não importa qual o nível em que ele se encontra no momento. Esta influência possibilita que eu anule o meu amor-próprio, saindo da casca egoísta (Klipa), da inclinação ao mal, e inicie o trabalho espiritual.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 07/04/13

Livre Com Um Jugo No Pescoço

Dr. Michael LaitmanRabash, Carta 59: O Zohar diz, “Cada um é o que supõe seu coração. Nessa medida, a Luz do Criador ilumina sobre ele e isso é chamado de fase da fé”.

Aqui nós falamos sobre o nível humano, o qual valoriza a grandeza do Criador no coração. Nessa medida eu adquiro o nível de equivalência com o Criador, e descubro a Luz superior em mim.

Primeiro, nós estamos todos no desejo egoísta, e por um longo tempo assumimos que podemos alcançar algo. Este período é chamado de “os sete anos de saciedade”. Depois, nós começamos a entender que o ego não nos dará nada, e ao nos decepcionarmos com isso nos voltamos para o desejo de doar.

Essa já é uma grande revolução, “e um novo rei surgiu no Egito”. Em outras palavras, o desejo egoísta, no qual eu via tudo o que é bom, agora jorra golpes em cima de mim. O que são esses golpes? Se olharmos para o mundo moderno, vemos que ele está cheio de abundância em tudo. Da mesma maneira, os filhos de Israel não careciam de nada, eles tinham mais do que “carne” suficiente. Então, qual era o problema? O que estava faltando? O que é esta nova dominação?

A questão é que eu começo a entender e a sentir que o meu ego não sou eu. Ele se torna um novo rei cruel para mim. Eu não me identifico mais com ele e procuro algo acima dele, mas ele se agarra em mim e não me deixa ir…

Hoje, mesmo os pobres vivem muito melhor do que a maioria das pessoas vivia há dois séculos. Um trabalhador simples aprecia o que costumava ser luxo para poucos no passado. Mas o problema é que eu me sinto mal e não consigo fazer nada com relação a esse sentimento.

No momento em que nós sentimos este novo domínio, nós começamos a procurar uma saída, uma vez que este tipo de vida é sem sentido. Mas acontece que não conseguimos escapar. Eu odeio a minha vida, eu me sinto impotente, no exílio, preso. Eu sinto que eu sou “encurralado” pela minha família, meu trabalho, minhas dívidas, e pelo consumismo. Do nascimento até a morte, eu sou um escravo que imagina estar livre e ao mesmo tempo descobre o jugo no pescoço.

Eu quero fugir dessa escravidão, mas encontro uma questão ainda mais difícil: “Para que estou vivendo?”. Os prazeres simples deste mundo e sua existência “animal” não me satisfazem mais, e assim eu olho para cima para ver se há algo lá.

Então, eu recebo a oportunidade de me elevar acima desta vida. Eu começo a entender e sentir que estamos realmente vivendo numa realidade diferente, e que a percepção atual é simplesmente irreal. Este é o lugar onde o trabalho começa, a busca, graças a qual nós descobrimos que a única maneira de abrir amplamente nossos olhos e emoções, a fim de abrir a porta para a vida real, é através da unidade.

Existe a perspectiva pessoal individual e existe a perspectiva geral que passa pela conexão geral. Ao nos conectarmos, nós descobrimos uma imagem totalmente diferente, mas é muito difícil discernir esta imagem. Depois de tudo, eu tenho que me anular, e reorientar a minha percepção do mundo e a minha atitude perante a vida, a fim de ver tudo através do grupo, do conjunto de pessoas cujas opiniões e desejos se tornam uma “lupa”, uma “lente”, através da qual eu vejo a realidade.

É muito difícil baixar a cabeça diante dos amigos, reconhecer o fato de que eles são grandes, e permitir-lhes formar a imagem do mundo para mim, em minha mente e coração. Se nós realizamos estes exercícios com uma frequência suficiente, de acordo com o método que temos, nós vemos os resultados, e é como se recuperássemos nossa visão, o que significa que começamos a ver o sistema atual em que vivemos, um sistema que anteriormente estava fora da minha vista.

Portanto, a correção inicial durante a fase de preparação começa quando eu “baixo a cabeça” perante os outros. A primeira fase da anulação é chamada de “êxodo do Egito”. Se antes o ego me subjugou e me impediu de conectar, agora eu deixo a sua dominação e já consigo me conectar. Assim eu escapo do ego, me separo dele e o abandono.

Mas, por enquanto, isso é apenas uma fuga. Mais tarde eu realizo maiores esforços para anular a mim mesmo, e no tempo de “pequenez”, durante a “contagem do Omer“, eu sou pequeno e só quero me conectar com os amigos, tanto quanto posso com todas as minhas forças.

Isto é o que nós estamos passando agora. Se tentarmos, vamos chegar à entrega da Torá, ou seja, a Luz que Reforma. Mesmo se não virmos nada e se não entendermos, mas nos esforçarmos, querendo conectar acima do Faraó, acima de tudo o que está em nós, vamos atingir a conexão onde o Criador é revelado. Isso é chamado de entrega da Torá. Então nós continuamos a nossa conexão na prática.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 05/04/13, Escritos do Rabash

Carta Do Rabash Para Nós

Dr. Michael LaitmanCarta do Rabash (Nº 8): …No fim das contas, este é um grupo de pessoas que se reuniram num determinado lugar, sob um determinado líder, para estar juntas. Com uma coragem sobre-humana elas enfrentam todos aqueles que se levantam contra elas.

Na verdade, são bravos homens com um espírito forte, e eles estão determinados a não recuar um centímetro. Eles são lutadores de primeira classe, guerreando contra a inclinação até a sua última gota de sangue, e seu único desejo é ganhar a batalha pela glória do Seu nome.

Estas palavras falam sobre a guerra interna que ocorre dentro de nós, como está escrito: “Haverá sempre uma luta entre as inclinações boas e más”. Quanto mais acendermos essa batalha interna, mais cedo vamos entender que temos que sair do nosso ego, dominá-lo, escapar dele, e subir acima da materialidade que sentimos agora.

Não há outra forma de escapar deste mundo e alcançar o nível mais elevado, senão estando sob constante pressão, temor, e problemas que nos levam a uma condição que é definida como o “êxodo do Egito”. Nós começamos revelando estas qualidades em nós, e elas nos fazem “sair de nossa pele”, ou seja, deixar nossos corpos.

Apenas estas condições nos permitem crescer. Isso acontece por uma única circunstância: nós devemos manter e trabalhar com nossas propriedades internas que são opostas por natureza. A pessoa não escapa subindo para a espiritualidade. Não podemos fazê-lo flutuando no céu ou deixando este mundo material abaixo, nem se trata de se desprender desta corporeidade. Ao mesmo tempo, nós não devemos submergir a este reino ou considerar este mundo como algo que existe por si só.

Nós temos que ficar no meio e perceber que ambas as formas são dadas a nós pelo Criador, e que devemos combiná-las. De forma alguma devemos fugir ou se esconder do desejo de ser satisfeito, mas sim, acima desse desejo, nós temos que ficar confiantes de que é a Força Superior que governa tudo em torno de nós. É uma abordagem única e complicada, que precisa de uma disponibilidade interna inata que é chamada de “a raiz da alma”. Da mesma forma, nós também precisamos de um grupo que esteja pronto para seguir este caminho, como está escrito na carta do Rabash: No fim das contas, este é um grupo de pessoas que se reuniram num determinado lugar, sob um determinado líder, para estar juntas.

Não há muitos grupos assim. Pelo contrário, quanto mais avançamos, mais serão os apoiadores ao nosso redor e menos as pessoas dentro do grupo. Quanto mais preciosa é uma qualidade, menos ela é encontrada na natureza. Nosso objetivo é subir a um “nível sobre-humano”.

Nós só podemos conseguir isso realizando uma guerra impiedosa contra os nossos egos. Esta guerra é chamada de “Guerra Santa”, ou seja, a “guerra em prol do Criador”. Para realizar esta guerra, nós devemos conectar os dois mundos com o Criador, concordar em viver em dois mundos paralelos, e agradecer a Ele por tudo o que Ele nos envia. Nós devemos entender que tudo se origina num único lugar e é dado a nós para nos fazer crescer.

Rabash nos escreve sobre estas questões: … No fim das contas, este é um grupo de pessoas que se reuniram num determinado lugar, sob um determinado líder, para estar juntas. Com uma coragem sobre-humana elas enfrentam todos aqueles que se levantam contra elas… Isto implica nossos problemas internos. Na verdade, são bravos homens com um espírito forte, e eles estão determinados a não recuar um centímetro…, ou seja, eles não vão se mover em direção à materialidade. Eles são lutadores de primeira classe, guerreando contra a inclinação até a sua última gota de sangue, e seu único desejo é ganhar a batalha pela glória do Seu nome.

Isso explica por que temos que nos fortalecer; se conseguirmos alcançar tudo o que falamos e alcançarmos os estados que passamos durante essa Páscoa, não há dúvida de que vamos acabar chegando à porta que já está na nossa frente.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 02/04/13