Ceder Ao Domínio Dos Amigos

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, Item 44: Quando ela começa a mergulhar na Torá e mandamentos, mesmo sem qualquer intenção, ou seja, sem qualquer amor e temor, como convém ao servir o rei, mesmo em Lo Lishma, o ponto em seu coração começa a crescer e revelar sua ação.

Quando o ponto no coração desperta numa pessoa, ela chega a um ambiente em que é provida com todas as condições para o seu desenvolvimento espiritual interior. Diz-se que “o Criador coloca a mão da pessoa no bom destino e lhe diz: escolha”. É exatamente aí onde reside seu livre arbítrio: avançar ao centro do grupo e através do grupo ao Criador.

Então, a pessoa começa a entender o sistema, a “cozinha” onde tudo é “cozinhado”. Daquele ponto em diante, se ela procura se concentrar corretamente na meta usando a influência do ambiente, subjugando-se ao ambiente e ansiando pelo Criador através dele, então seu ponto no coração se expande e cresce.

Aqui a sua participação básica, com a intenção que ainda não está destinada à doação pura, é suficiente. Mesmo se a pessoa ainda não se lamenta por isso e não consegue pensar nisso seriamente, já é um começo. Se ela já tem um “ponto no coração” e, mais importante, já está incorporada no ambiente certo que a influencia, isso é desenvolvimento.

Mesmo atos sem um objetivo podem purificar o desejo de receber, mas apenas no primeiro grau chamado de “inanimado”.

A pessoa ainda não tem as intenções certas e ainda não consegue ver a si mesma como alguém que doa, mas pode, ao menos, optar por “abaixar a cabeça” com todas as suas forças, anular a si mesma, e, assim, avançar. A grandeza do nível inanimado é a sua capacidade de se submeter perante o grupo e o estudo. Este nível termina quando a pessoa se anula totalmente diante do que foi revelado a ela no nível atual. Este é o clímax do nível inanimado.

Depois, no nível vegetal, tudo muda: se antes ela só tinha que se conter enquanto se elevava acima do seu ego, agora ela tem que se abrir o máximo possível. Tal modificação é típica em cada transição de um nível para o outro.

Pergunta: Então, verifica-se que o nível inanimado não é tão “grosseiro” como se pode pensar?

Resposta: Eu posso não compreender ou sentir nada, e posso não ser capaz de participar na verdadeira doação, mas eu preciso reconhecer a falta de sentimento, de mente e da atitude certa, a falta de qualquer coisa espiritual. Eu estou 100% fora da dimensão da doação. Portanto, como posso entrar nela?

Para fazer isso, eu tenho que anular tudo o que desperta dentro de mim. Eu não excluo e não encubro meus atributos, mas sei que não posso entrar na espiritualidade com eles. Então, eu me agarro ao domínio do ambiente. Eles me dizem para juntar alguma coisa, e eu faço isso sem entender o que significa. Dizem-me para ler, para estudar, e assim, eu leio e estudo. Eles me dizem para fazer alguma coisa, então eu faço. Eu faço isso especificamente porque me disseram para fazer. Em outras palavras, eu me subjugo perante o grupo e o estudo com todas as minhas forças. Eu aceito este domínio como se abandonasse a mim mesmo, avançando assim em direção à correção do meu nível inanimado.

Afinal de contas, o meu nível inanimado não pode se mover por si só. Portanto, a única maneira de fazer isso é ter amigos que me movem de fora. Para isso, eu tenho que estar em suas mãos.

Nisto ninguém tem quaisquer obstáculos. Todo mundo é capaz de realizar essas ações em si mesmo. A pessoa só se anula perante os outros e depende apenas disso. A anulação pessoal a coloca automaticamente em suas mãos. Mais tarde, será solicitado que ela realize ações baseadas na interdependência e cooperação, mas no nível inanimado ela só tem que renunciar a si mesma. O desejo cresce, as interrupções aumentam, há maior confusão junto com controvérsia, e a resposta para tudo isso é a anulação pessoal. É preciso abaixar sua cabeça repetidas vezes e, assim, avançar. Esta é a primeira fase no nosso caminho.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 17/04//13, “Introdução ao Livro do Zohar”