Cuidar Do Outro Como Uma Norma, Não Como Uma Façanha

563É um fato bem conhecido que “Israel é forte quando nos tratamos bem”. Desde o início da guerra, vemos exemplos de coragem, autossacrifício, apoio mútuo e assistência no povo de Israel. Então por que recebemos um golpe tão terrível que é comparável ao Holocaus?

O fato é que não existe uma conexão real de coração para coração. Agora, depois deste golpe, as pessoas estão fazendo coisas maravilhosas para o benefício da nação. Mas vai passar algum tempo, duas semanas, dois meses, e tudo voltará a ser como era antes, e o confronto voltará às ruas.

Ficamos impressionados com a crueldade selvagem do que aconteceu. Mas esta não é a primeira vez na história do povo judeu que tal catástrofe ocorre, e ainda não tiramos quaisquer conclusões.

Devemos compreender que a crueldade é inerente à natureza humana, especialmente para com o povo de Israel. Afinal, está escrito na nossa Torá que devemos ser os melhores. O Criador pretendeu que devêssemos dar um bom exemplo para todos e, se não, outras nações nos tratarão pior do que todos os outros.

Em que devemos ser os melhores? Na verdade, em tudo! E acima de tudo, nas relações uns com os outros. Somos obrigados a ajudar uns aos outros, a amar e a nos sentir próximos.

Agora sentimos esta proximidade, mas apenas porque temos medo que isso aconteça novamente. Mas assim que os medos se dissiparem, voltaremos a ficar indiferentes uns aos outros.

Uma pessoa recebe força para atos heroicos pela sensação de que está fazendo o bem e a coisa certa. Isso lhe permite ir até mesmo contra o instinto de autopreservação. Por isso é chamado de homem e não de animal, que age apenas segundo os instintos.

Devemos ver exemplos de como todos deveríamos ser uns com os outros nestas ações altruístas e perceber a nossa responsabilidade de salvar os nossos vizinhos. É assim que devemos agir não apenas na hora do desastre, mas todos os dias. Afinal, devemos entender que estaremos sempre em situação de emergência até que alcancemos o amor ao próximo e a nós mesmos, até que a atenção, a união, o cuidado e a assistência mútua se tornem para nós algo comum, e não uma façanha.

De KabTV, Uma Olhada Interna”, 15/10/23