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A Contradição Que Traz Equilíbrio

Laitman_707Até o momento, os estudos sobre a evolução da Terra permitem concluir que tudo tem sido gerido pela extensão e conexão. Extensão é a dispersão “generalizada”, enquanto que a conexão significa comunicação, a reunião das partes.

Essas duas forças estão agindo no nosso mundo e devem ser equilibradas. Durante a evolução e a correta integração entre elas, estas forças estabelecem sistemas muito complexos, que depois evoluem numa base de extensão e conexão do seu lado. Um não pode existir sem o outro.

Do lado da natureza, este programa funciona em perfeita harmonia entre dispersão e unificação das partes. No entanto, o ser humano insere muitas distorções no processo.

Tudo é baseado no equilíbrio entre a expansão e contração, resfriamento e aquecimento, e em outros fenômenos derivados dessas forças básicas. Elas também agiram no momento da criação da crosta da Terra quando o fogo irrompeu de debaixo dela. E depois disso, quando a Terra novamente se resfriou e se tornou sólida.

Esse ciclo continuou até que o equilíbrio foi criado: o calor se reuniu no interior da Terra, o resfriamento criou um envoltório duro e tornou possível a evolução das formas de vida vegetal e animal. De uma forma ou de outra essas forças foram projetadas para criar um determinado tipo de conexão, de modo que o aquecimento e resfriamento colaboraram entre si de uma forma equilibrada. Portanto, para onde está nos levando tudo isso? Qual deve ser o nosso próximo estado?

Aqui nós chegamos a um pensamento surpreendente. Os seres humanos estão vivendo na sociedade humana; nisso eles diferem da natureza inanimada, vegetal e animal. De um aspecto social, nós estamos nos tornando uma humanidade única e global onde tudo está integralmente conectado a tudo o resto.

Isso significa que, aparentemente, nós temos que proteger e criar um equilíbrio entre as duas forças: a força centrífuga (que foge do centro para fora), que nos distancia um do outro, e a força centrípeta dirigida para o centro, conectando-nos uns com os outros. Esses dois fatores, para fora e para dentro, devem estar em equilíbrio.

Mesmo que um deles ocasionalmente supere o outro, é assim que nós avançamos em nosso desenvolvimento, movendo um pé e depois o outro. De qualquer forma, manter um equilíbrio entre as duas forças cabe a nos.

E aqui reside o problema. Nós realmente usamos a força de conexão e a força de distanciamento, mas as exploramos egoisticamente. Por exemplo, eu estou pronto para me conectar com outras pessoas para bater em alguém ou conseguir alguma coisa. Em outras palavras, nós não nos conectamos com o propósito da evolução, mas para extrair benefício da luta entre nós.

A verdade é que nós também vemos uma luta constante na natureza, ainda que no nosso nível humano os conflitos não sejam geridos instintivamente. Aqui cabe a nós integrar essas duas forças básicas de uma maneira diferente, conectando uma com a outra. Aqui estamos falando da construção de uma espécie humana totalmente diferente: a nova sociedade.

Primeiro de tudo, a nossa unificação geral humana deve ser completa e absoluta. Ela deve utilizar todas as forças de distanciamento, separação, ódio, etc.

Em princípio, esta conexão é projetada para criar a partir da sociedade humana em todo o mundo um todo único que vai viver em outro nível de compreensão e realização como uma única entidade, como um só corpo. Então nós seremos “células” desse “corpo” coletivo e vamos sentir uma nova forma mais elevada de existência do que aquela quando cada um de nós estava separado. Esta é a conclusão que podemos tirar do que vemos hoje.

De KabTV “Uma Nova Vida” 02/03/14

Prevenir Uma Terceira Intifada, Parte 1

Dr. Michael LaitmanPergunta: Uma onda de ataques terroristas por árabes israelenses atingiu Israel nas últimas semanas. Isto é muito preocupante e parece estar ficando pior e pode atingir as proporções de uma terceira intifada. Muito poucas pessoas entendem a razão para esta súbita explosão de violência.

Algumas pessoas pensam que a razão está em rumores sobre mudanças no status quo com respeito ao Monte do Templo. Outros acreditam que é outra expressão da ascensão do fundamentalismo e do surgimento de terroristas muçulmanos no mundo que afetam os árabes israelenses.

Existem diferentes explicações, mas o ponto principal é que as pessoas não sabem o que fazer nessa terrível realidade. É como se nós estivéssemos numa reprise de um filme que continua a nos levar de volta repetidamente a esses dias terríveis.

O mais chocante é que esses ataques terroristas não são contra os soldados, mas contra civis inocentes, mulheres e crianças. Nós somos forçados a viver em constante medo. A ameaça não é externa, mas de dentro de nossa própria casa, de árabes que são cidadãos israelenses, que são nossos vizinhos no mesmo bairro ou região.

Algumas pessoas dizem que esta é uma onda temporária e que vai terminar em breve e as coisas vão se acalmar, como já vimos muitas vezes antes. Outros, contudo, acham que este é apenas o início de uma revolta muito maior entre a população árabe. Como você vê o que está acontecendo a partir de sua compreensão do sistema interno?

Resposta: Eu olho para o que está acontecendo de um ângulo totalmente diferente. Não há coincidências ou eventos súbitos em todo o processo evolutivo. Tudo é predeterminado e a ação final começa com um pensamento.

Primeiro há um pensamento e uma imagem final. Isso determina tanto o estado mais inicial e todo o processo. Isso traz o inanimado, vegetal, animal e humano para a sua forma final, que o Criador, a natureza, e os desejos têm previsto desde o início.

Isso faz parte do processo evolutivo de cada criatura, embora o mundo inteiro passe por um longo processo de evolução que ainda não acabou e continua com todas as criaturas obedecendo a regras rígidas que não podem ser afetadas ou alteradas.

Cada estado é predeterminado, mas nós temos o direito de perguntar por que é assim, onde se origina, para onde ela está nos levando, e a que forma final. Nós podemos estudar e compreender, mas a questão é se podemos mudar algo.

Em primeiro lugar, nós temos que reconhecer o fato de que estamos num sistema que obedece a regras claras. Nossa falta de conhecimento e compreensão não significa que estamos livres de mantê-las. Estudos mostram que há uma força interna em tudo que move os níveis inanimado, vegetal, animal e humano de um estado para outro, com o mundo se desenvolvendo como resultado.

Nós estamos no meio de um processo histórico que nos leva de um estado inicial de caos absoluto que estava predestinado, chamado de quebra, a um estado oposto de uma realidade perfeita. O caos é a totalidade negativa, o que significa que ele contradiz a plenitude de diferentes formas em todos os níveis e em todos os atributos, enquanto a plenitude simboliza harmonia entre todas as partes do sistema em todos os níveis e em todas as formas de conexão.

Na medida em que este processo continua, há diferentes períodos de desenvolvimento, e há forças dos níveis inanimado, vegetal, animal e falante. Toda essa evolução vem acontecendo há bilhões de anos. A matéria inanimada tem evoluído ao longo 14 bilhões de anos; o mundo vegetal há cerca de dois bilhões de anos, o mundo animal há meio bilhão de anos, e a humanidade há 2000 anos.

A humanidade passa por períodos importantes especiais em sua evolução que estão ligados ao desenvolvimento dos seres humanos que passam por um salto qualitativo. Externamente, a pessoa pode permanecer quase igual, talvez um pouco mais alta ou baixa, mais gorda ou mais magra, mas é principalmente sobre a evolução humana e social.

Primeiro a humanidade evoluiu inconscientemente num longo processo histórico. Isso durou até que um dia especial, 5775 anos atrás, quando uma das pessoas em nosso mundo descobriu o plano da criação, o processo de evolução, os seus estados inicial e final, e tudo o que aconteceria entre eles ao longo de uma linha do tempo.

Essa pessoa foi chamada de Adão e não é por acaso que ela recebeu este nome. Nós já sabemos que não há coincidências no mundo e que tudo é regido pelas leis da natureza. Seus pais o chamavam de Adão e nem sabiam que isso significa que ele se parecia com o Criador (Domeh – da mesma raiz em hebraico).

Adão descobriu as leis da natureza e a evolução, e passou essa informação para nós através de seus alunos. Desde aquela época, a humanidade recebeu certo conhecimento sobre o que está acontecendo com ela e o mundo que a rodeia e sobre as forças que operam dentro dela e influenciam o nosso mundo.

Nós podemos gerir esse mundo no nível animal. Nós somos melhores do que os animais porque temos uma mente e sentimentos que são mais desenvolvidos. Embora nós sejamos fracos e moderados, esta vulnerabilidade nos permite ser mais sensíveis e nos adaptar melhor ao ambiente e mudar de acordo.

Como resultado, a nossa fraqueza se torna uma vantagem e está em nosso favor, e uma pessoa se desenvolve dessa forma e adquire maior controle da natureza. Nós podemos nos proteger, construir casas, costurar roupas, etc., o que significa que uma mente desenvolvida e a sensibilidade nos permitem nos proteger de caprichos da natureza exatamente onde somos fracos em comparação aos animais.

Nas gerações que se seguiram a Abraão, seus alunos desenvolveram essa sabedoria ainda mais. Eles não a desenvolveram por seu pensamento racional como a filosofia abstrata, mas com base em sua experiência. Adão deu-lhes as ferramentas para estudar o mecanismo interno da natureza, que define cada um de nós em movimento, separadamente e todos juntos, e nos leva em direção a um determinado objetivo. Nossa próxima forma já existe no plano da criação e temos que alcançá-la.

Todo esse processo é revelado à humanidade de modo que nós vamos poder estar incorporados nele e até mesmo participar neste plano, tornando este processo mais fácil e agradável. Se passarmos por isso voluntariamente, vamos aproveitar. Se eu quero me desenvolver e ajudo a mim mesmo a fazê-lo, é um processo agradável, desejável e prazeroso, que é abençoado.

É uma grande vantagem que nos fornece a sabedoria que Adão descobriu, chamado a sabedoria da Cabalá.

De KabTV “Uma Nova Vida” 12/11/14

O Livro Do Zohar Como Um Guia Para A Espiritualidade

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar fala exclusivamente sobre a conexão entre todos os elementos do sistema geral. Depois de descer, Malchut do mundo do Infinito, que inclui todo o mundo do Infinito com suas quatro fases da difusão da Luz direta, nos é dada para que façamos o nosso trabalho no sistema superior, nos reinos onde a criação genuína (a alma) habita.

A alma é quebrada e tem que voltar a emergir com suas partes quebradas. Para isso, ela tem que subir através dos mundos, e depois se unificar com os mundos; a alma e os mundos voltam a HaVaYaH, às quatro fases da Luz direta.

O Livro do Zohar, bem como outras fontes Cabalísticas, descreve o que a pessoa atinge como resultado do seu esforço espiritual. Os Cabalistas revelam apenas o que realmente descobrem em seu caminho.

Nas ciências do nosso mundo, como por exemplo a física, existem livros que explicam leis materiais, livros didáticos. Existem inúmeros livros populares de não-ficção que descrevem a história da física. Eles retratam como foram feitas as principais descobertas na física, como as leis que foram descobertas há séculos ajudam os cientistas a chegar às inovações atuais, etc. Quando nós lemos os livros, é como se nós seguíssemos as rotas dos físicos que exploraram as leis da natureza e participássemos do processo.

Existem dois tipos de livros Cabalísticos. O primeiro tipo são os textos escritos de cima para baixo, começando com a Luz do Infinito, como o ARI escreveu: “Saibam que no princípio da criação, havia apenas a Luz Superior que preenchia tudo”. No entanto, esses livros não descrevem o caminho da realização humana; ao contrário, eles descrevem a formação da criação desde o momento de seu surgimento de sua raiz superior do estado mais distante de nós.

Há livros que são escritos de forma diferente, de baixo para cima, de acordo com a nossa forma de ascender espiritualmente. É assim que o Rabash escreveu seus artigos. Seus escritos gradualmente nos levam a mundos espirituais, e ele faz todos os esforços para aumentar o nosso progresso como um avô paciente ensinando seus netos: “Vamos fazer isso, e agora vamos fazer aquilo”. É como se ele abrisse a espiritualidade junto conosco. Ele explica as etapas do nosso progresso e nossa compreensão dos estágios do nosso desenvolvimento.

O Livro do Zohar abraça ambas as tendências. Por um lado, cada parte do Livro do Zohar esclarece passo-a-passo os métodos de alcançar a revelação. Por outro lado, os autores imediatamente nos falam de onde vem a revelação e por que. É semelhante a um guia que nos conduz no caminho dizendo: “Vamos dar um passo e vocês vão ver o que está à sua frente e o que devem revelar”.

O Livro do Zohar me acompanha a cada passo, explicando-me um pouco com antecedência o que eu tenho que compreender e esperar. Eu tenho que dar um passo à frente para o desconhecido, e O Livro do Zohar me diz com antecedência exatamente o que vai acontecer conosco depois.

É por isso que o Livro do Zohar é diferente de outros livros Cabalísticos que foram escritos para aqueles que já atingiram os mundos superiores. Mesmo O Estudo das Dez Sefirot não explica como elevar MAN, mas, em vez disso, descreve os processos que ocorrem nos Partzufim espirituais, enquanto que O Livro do Zohar é escrito para nós.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 16/11/14, Escritos do Baal HaSulam

De Onde Vem A Luz Que Reforma?

Pergunta: Quais ações de doação estamos realizando agora, antes de entrar no mundo espiritual?

Resposta: No momento nossas ações estão em nos preocuparmos que os amigos devem vir para a aula, e, em apoiar um ao outro, manter alto o espírito do grupo, e dar um exemplo para os outros a respeito de quanto nós ansiamos pela meta e quanto nos preocupamos com a organização de nosso centro, de modo que vamos ser capazes de estudar e manter diferentes atividades e eventos lá, a fim de alcançar a adesão com o Criador.

Disseminação e estudo no campus, etc., são todas ações de doação. Nós realizamos muitas ações de doação, mas faltam-lhes as intenções certas. Este é o nosso principal problema. As pessoas constantemente me perguntam: “O que mais deveríamos fazer a fim de doar mais, a fim de fazer mais?” [Leia mais →]

Exílio Espiritual E Físico

Da antiga Babilônia até a destruição do Templo, o grupo de Abraham passou por muitos vários estados, subidas e descidas. É devido ao egoísmo a que eles foram forçados a unir-se uns com os outros na medida em que eles revelaram as leis anti-egoístas internas da natureza que eles escreveram no livro chamado a Torá. A Torá é o guia pelo qual devemos viver hoje.

Através do cultivo de boas relações uns com os outros, consideração, confiança mútua, e apoio, eles revelaram uma força especial de conexão dentro desta unidade, que é a força da natureza. Esta força mantém dentro de si todo o universo e causa seu movimento em direção à harmonia.

Esta foi a maior descoberta dos descendentes do grupo de Abraão. Tendo compreendido a força fundamental da natureza que causa o desenvolvimento da humanidade, eles viram o processo pelo qual ela se desenvolve. [Leia mais →]

A Falta De Consenso

Pergunta: Você poderia nos dizer como decidiu assumir a missão de disseminar a Cabalá amplamente no mundo, para que possamos seguir o seu exemplo?

Resposta: Hoje, você não tem outra escolha, uma vez que você vive em outra geração. Eu ainda estava em um momento de transição, com um pé no tempo em que os cabalistas, de todas as gerações, viviam preparando seus alunos em pequenos grupos, escondidos de todos os outros.

Assim aconteceu com o meu professor Rabash, antes da minha chegada. Então eu cheguei e mudei aquele lugar. No início, toda a sua família me cumprimentava calorosamente porque eu cuidava dele.

Mas eles rapidamente se distanciaram de mim, porque através de mim, quarenta pessoas absolutamente seculares de Tel Aviv vieram estudar. Na área religiosa de Bnei Brak, não era costume ter este tipo de estudantes e isto lançava uma sombra sobre a casa deles. Rabash era o único que estava feliz com os novos alunos, mas todos os membros de sua família ficaram chateados. [Leia mais →]