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Com Respeito À Conexão Mútua E O Amor

laitman_938_02Pergunta: Você falou sobre uma conexão mútua entre os grupos de dez e todos nós. O que é essa conexão?

Resposta: A conexão é quando eu penso em você e você pensa em mim. Eu satisfaço os seus desejos, e você satisfaz meus desejos, porque cada um por si mesmo não pode satisfazer seus próprios desejos. No mundo espiritual, nós podemos alimentar um ao outro, mas cada um não pode se alimentar.

É exatamente assim com o amor. Deve haver cooperação mútua, parceria, conexão mútua, um sentimento mútuo, e como você causa alegria e prazer aos outros.

Um sentimento de reciprocidade e conexão só aparece quando você conhece as necessidades do outro e as preenche. Ele conhece suas necessidades e as preenche, e quando cada um de vocês gosta de dar prazer ao outro, um sentimento compartilhado aparece chamado de “amor”.

Certamente, não há nenhuma chance de encontrar isso em nosso mundo, mas no mundo espiritual, tudo só existe nessa forma.

Da Convenção em São Petersburgo 19/09/14, Lição 2

Não Brinque Com O Ego; Envolva-Se Com A Alma

Laitman_022Pergunta: Como a pessoa deve trabalhar corretamente com desejos estranhos, já que quanto mais você avança, mais eles são revelados?

O que é melhor: proibir os meus pontos fracos para que eu não caia em realizações egoístas, ou aplacar minha “besta” quando ela diz: “Pegue isso para mim”, pensando que estou fazendo isso para me aproximar da espiritualidade?

Resposta: Você nunca consegue aplacar sua besta! Você não pode satisfazê-la de forma alguma! Não importa o quanto de liberdade você dá a ela, não importa o quanto a satisfaça com todos os tipos de prazeres, ela não vai se acalmar. Por outro lado, colocar limites nela não vai ajudar.

Alimente-a, e ela vai querer dobrar de tamanho. Limite-a, e ela ainda vai querer o dobro. Vai parecer que há possibilidades inesgotáveis ​​para que o prazer seja encontrado.

Como é possível superar isso? Você não precisa estar envolvido com sua besta. Não bata nela, nem a aplaque. Pelo contrário, esteja envolvido com a alma. Feche os olhos como se não existisse a besta, e se envolva com o trabalho espiritual. Participe de um grupo para ter funções e responsabilidades e arraste-os sem se desviar em direção à besta, porque brincar com o ego não traz nada de bom.

Da Convenção em São Petersburgo 19/09/14, Lição 2

Uma Mãe Que Está Preocupada Com O Mundo Inteiro

Laitman_077Pergunta: Como uma pessoa passa de uma mãe preocupada apenas com seus filhos para uma mãe que se preocupa com o mundo inteiro?

Resposta: Depende de como ela sente o mundo inteiro. Se ela sente toda a humanidade como seus filhos, então para ela este é um estado natural. Tudo depende da influência da Luz Superior, o quanto ela ilumina esse círculo que ela aceita como seu.

Ou esse círculo está encerrado somente na família – ou seja que a Luz influencia somente o estado bestial da pessoa, e ela se sente como se estivesse apenas neste mundo – ou a Luz tem uma iluminação mais ampla, e, consequentemente, a pessoa começa a sentir que depende de outros e que todos os outros dependem dela.

A Luz Superior revela tudo. No entanto, em princípio, o mundo inteiro é uma parte da minha alma. Não há nada que não esteja incluído nela. Em última análise, eu a descubro dentro de mim.

Esta é a condição do amor inclusivo. Não há uma pessoa no mundo que não faça parte do meu interior. Tudo está dentro de mim, e o que eu vejo fora de mim, eu vejo com a minha visão distorcida, que no primeiro nível espiritual é descoberto como completamente diferente, de uma forma verdadeiramente corrigida.

Da Convenção em São Petersburgo 19/09/14, Lição 2

O Criador Está Brincando De Esconde-Esconde Conosco

Dr. Michael LaitmanPergunta: Os feriados da nação israelense são um continuum de fases que uma pessoa passa quando decide seguir o caminho de amar os outros. Cada feriado é uma parada ao longo deste caminho no processo do completo cumprimento desta meta. Qual é o lugar de Sucot nesta cadeia de eventos?

Resposta: Assim como qualquer outro fenômeno, é difícil explicar o que os feriados significam do ponto de vista Cabalístico, pois trata-se de algo que a pessoa ainda não sente e ao qual ainda tem que desenvolver sua sensibilidade.

No início da criação nós estávamos em contato direto, constante e revelado com a força superior que nos criou, mas nesse estado nós não entendíamos o Criador e ainda não tínhamos conhecimento Dele, como se fôssemos um embrião no útero de sua mãe, aderido a ela e existindo graças a ela.

A fim de amadurecer os seres criados dentre nós que entendam o Criador e O conheçam, para estudar Seus atributos, ser como Ele e se relacionar com Ele como Ele se relaciona conosco, houve o Tzimtzum (restrição) e a ocultação. Os seres criados de repente foram separados do Criador.

Acontece que há o ser criado (o homem, a humanidade) e, em contraste, há o Criador, a força que controla tudo e opera a criação. Não há nada além da força do Criador e o homem que foi criado por Ele, a quem Ele quer elevar ao Seu nível.

A fim de permitir que uma pessoa cresça, o Criador coloca um Masach (tela) de ocultação entre Ele e o ser criado, uma partição espessa. Eu não vejo o Criador por trás dessa partição, mas tenho que tentar encontrá-Lo, como se brincasse de esconde-esconde, tentando vê-lo em tudo o que acontece comigo e dentro de mim.

Em geral, não há nenhum outro trabalho no mundo que não seja a representação constante do Criador diante de mim. Eu tenho que tentar descobrir o Criador em todos os meus pensamentos, desejos e sentimentos, e em tudo o que acontece ao meu redor. Eu tenho que receber tudo como Masachim (telas) que ocultam o Criador por trás delas.

Eu tenho que sentir que é apenas o Criador que preenche todo o mundo e opera tudo, inclusive eu, é claro. Todo o meu trabalho reside em remover as ocultações e retornar ao estado de um contato revelado com o Criador, quando eu entendo, conheço e sinto Ele na profundidade da ocultação anterior, ao transformar o Aviut (espessura) da partição numa área para a Sua revelação!

Esta área, que anteriormente criou a ocultação, agora torna-se a área da revelação que é chamada de mundos superiores e pela qual eu começo a entender e sentir o Criador. Eu me esforço durante a ocultação, a fim de revela-Lo, e graças a isso eu cresço e aprendo a compreender e ser como Ele.

O Criador quis me ensinar e revelar Seus atributos e isso tem sido bem sucedido. Agora nós nos conhecemos e entendemos um ao outro. Eu sinto tudo o que Ele queria me ensinar pela ocultação. Depois de corrigir a ocultação em revelação, há amor mútuo e abertura entre nós e nós alcançamos a adesão completa. Nós temos que passar por este processo, pois este é todo o plano da criação.

Há níveis na ocultação, começando com os mais fáceis até níveis cada vez mais difíceis. Por fim, eu me encontro por trás de cinco níveis de ocultação chamados de mundos. A fim de chegar mais perto do Criador e conhecê-Lo, eu tenho que revela-Lo em cada nível.

Os cinco níveis de ocultação são divididos em cinco partes e cada uma é dividida em cinco outras partes perfazendo um total de 125 níveis que me separam do Criador. Em cada nível, eu tenho que inverter a ocultação em revelação, a falta de entendimento em compreensão e a falta de sentimento em sentimento. Assim, eu adquiro os atributos do Criador e mudo de um nível para outro.

Isso não é nada como uma investigação científica neste mundo, quando um físico continua a ser o que era depois de revelar algo novo. Os níveis de revelação espiritual mudam o próprio pesquisador.

Afinal, os atributos do Criador são opostos aos meus atributos. Eu recebo totalmente e Ele doa totalmente. Portanto, eu tenho que mudar o Masach que O oculta de recepção em doação, a fim de revela-Lo. Como meus atributos são opostos aos do Criador, o Masach O oculta, e invertendo-o para a doação, eu avanço e me aproximo do Criador.

De KabTV “Uma Nova Vida” 05/10/14

Os Dias De Ascensão Espiritual

laitman_742_03Pergunta: Qual é o significado interior do feriado de Sucot?

Resposta: Sucot é uma festa muito importante porque celebra a ascensão espiritual. No final do ano, nós refletimos sobre os resultados da nossa autoanálise crítica.

Se nós trabalhamos bem ao longo do ano, em busca de como nos corrigir, de modo a voltarmos ao Criador, então nós descobrimos nossa culpa numa infinidade de transgressões.

E este é precisamente o resultado do nosso bom trabalho, a análise de nós mesmos, e nossa atitude para com os amigos, que mostraram quão cheios ainda estamos da inclinação ao mal, do ódio para com os outros, rejeição e cálculos egoístas.

Após julgar a nós mesmos, nós entregamos uma sentença chamada o início do novo ano: Rosh Hashana (cabeça do ano). Nós queremos que o Criador, a força de amor e doação, seja o nosso chefe, nosso rei.

Rosh Hashana é a coroação do Rei como o maior de todos, incorporando doação, amor, carinho e satisfação. Nós valorizamos muito essas qualidades, razão pela qual enaltecemos esta força da natureza e desejamos nos tornar como ela, até a total adesão a ela. Esta é a decisão a ser feita em Rosh Hashana, continuar a seguir com ela.

Assim, existem dois julgamentos em Rosh Hashana: um severo e um suave, que precedem os dez dias de arrependimento. Durante este tempo, nós devemos verificar o nosso trabalho na nossa unificação e esclarecer como alcançar a unidade. Afinal, quanto mais nós nos corrigimos, nos unindo como um homem com um coração, mais nos assemelhamos ao Criador único e singular.

Com esta decisão nós atraímos a Luz Circundante, uma luminescência especial, e vemos quais desejos em nós não estão sujeitos à correção, uma vez que não podem ser corrigidos em prol da doação e utilizados para unir com os amigos. Os outros desejos, no entanto, podem ser corrigidos e usados para trazer bondade, amor, conexão e unidade aos amigos.

Os dez dias de arrependimento separam em todos os meus desejos a parte que ainda não é corrigível daquela que pode ser corrigida. Esta separação é chamada de “Sua mão esquerda sobre a minha cabeça” – um abraço à esquerda que deixa de fora os desejos que não podem ser abraçados.

Então começa o feriado de Sucot, quando “Sua mão direita me abraça”. Durante Sucot, uma luminescência especial brilha sobre aqueles que desejam se unir com todas as criaturas e se aproximar do Criador, das qualidades superiores de amor doação e universal.

O feriado de Sucot dura sete dias, de acordo com as Luzes que temos que obter: Hessed, Guevura, Netzah, Hod, Yessod e Malchut, ou os convidados que se revezam visitando as festas diárias do feriado: Abraão, Isaac, Jacó, Moisés, Arão, José e David.

Está escrito: “Eu criei a inclinação ao mal, e a Torá cuja Luz volta à fonte”. O Criador criou qualidades más, ao invés de boas: a inclinação ao mal, o nosso ego, que nos impede de unir, tratar bem uns aos outros, e doar aos outros.

O amor ao próximo é a grande regra da Torá, mas não queremos observá-la. O mal em nós é tudo o que se opõe à nossa união com os outros. Este é o significado do trecho, “Eu criei a inclinação ao mal, e a Torá como tempero”. A Torá não é o livro físico que repousa na prateleira, mas um método especial de utilizar a força da natureza chamada “Luz”. Se eu fizer uso desta Luz, colocando-me sob a sua influência, eu converto todo o mal, intencionalmente criado pelo Criador, em bem.

De um egoísta que rejeita e detesta os outros sem qualquer razão, eu me passo a amar alguém, até que me unifico com todos como um homem com um coração.

Até Sucot nós nos ocupamos em julgar a nós mesmos, esclarecendo o que pode e o que não pode ser corrigido. E ocorre que estamos cheios de maldade, como uma romã que está cheia de sementes, mas está totalmente podre.

Em Rosh Hashana nós decidimos que queremos nos tornar doadores e elevar o Criador, a força do amor, para reinar sobre nós. Ao longo dos 10 dias subsequentes de arrependimento, vamos verificar as dez Sefirot da nossa alma, as dez partes do nosso desejo, esclarecendo o que pode e o que não pode ser corrigido. Pois nós contemos os desejos impuros (Klipot) que não estão sujeitos à correção, os quais, portanto, nós simplesmente restringimos, separamos ou congelamos.

E os desejos corrigíveis se tornam corrigidos nos dias de Sucot. Esta é a primeira correção do desejo, e ela é feita em virtude da Luz circundante que brilha sobre nós. O símbolo da Luz circundante é a Sucá, uma tenda ou copa especial.

Nós fazemos uma sombra, porque não queremos receber a Luz para nós mesmos, para nosso próprio benefício; em vez disso, nós desejamos mudança, conexão com o Criador, a Luz, pela simples razão de dá-la aos outros. Isso é o que representa uma pessoa justa: quem toma apenas o que é necessário para o seu sustento, e dá o resto. Essa é a recepção corrigida simbolizada pela Sucá.

De KabTV “Uma Nova Vida” # 439, 30/09/14