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Um Cego Guiando Outro Cego

Dr. Michael LaitmanOpinião (Slavoj Zizek, filósofo esloveno e crítico cultural, professor na Escola Europeia de Pós-Graduação):“A ideia é que, numa situação econômica complexa como a atual, a maioria das pessoas não está qualificada a decidir – elas não têm consciência das conseqüências catastróficas que resultariam se suas exigências fossem atendidas.

“Essa linha de argumento não é nova. Numa entrevista na TV uns dois anos atrás, o sociólogo Ralf Dahrendorf vinculou a crescente desconfiança na democracia ao fato de que, após cada mudança revolucionária, o caminho para a nova prosperidade vem através de um “vale de lágrimas”. Após o colapso do socialismo, a pessoa não pode passar diretamente para a abundância de uma economia de mercado bem-sucedida: a segurança e o bem estar socialista, limitados, mas reais, devem ser desmontados, e esses primeiros passos são necessariamente dolorosos. O mesmo vale para a Europa Ocidental, onde a passagem do Estado do bem estar social pós-segunda guerra mundial para a nova economia global envolve renúncias dolorosas, menos segurança, menos garantia de assistência social. Para Dahrendorf, o problema é encapsulado pelo simples fato de que esta passagem dolorosa pelo “vale de lágrimas” dura mais tempo do que o período médio entre eleições. Portanto, a tentação de adiar as difíceis mudanças é grande, em função dos ganhos eleitorais de curto prazo.

“Para ele, o paradigma aqui é a decepção dos grandes estratos de nações pós-comunistas com os resultados econômicos da nova ordem democrática: nos dias gloriosos de 1989, eles equipararam a democracia com a abundância das sociedades consumistas ocidentais. Vinte anos mais tarde, com a abundância que ainda falta, eles agora culpam a própria democracia. …

“O que é novo hoje é que, com a crise financeira que começou em 2008, esta mesma desconfiança da democracia – antes restrita ao terceiro mundo ou países pós-comunistas em desenvolvimento – está ganhando terreno no Ocidente: o que há uma ou duas décadas atrás era conselho paternalista para os outros, agora diz respeito a nós mesmos.

“O mínimo que a pessoa pode dizer é que esta crise oferece prova de que não é o povo, mas os próprios especialistas que não sabem o que estão fazendo. Na Europa Ocidental, estamos efetivamente assistindo a uma crescente incapacidade da elite dominante – eles sabem cada vez menos como governar. Veja como a Europa está lidando com a crise grega: exercendo pressão sobre a Grécia para pagar dívidas, mas ao mesmo tempo, arruinando a economia por meio de medidas de austeridade impostas e, assim, garantindo que a dívida grega não será reembolsada. …

“É aí que reside a verdadeira mensagem dos “irracionais” protestos populares por toda a Europa: os manifestantes sabem muito bem o que não sabem; eles não têm a pretensão de ter respostas rápidas e fáceis, mas o que o instinto deles lhes diz não deixa de ser verdade – que aqueles no poder também não sabem. Na Europa atual, os cegos estão guiando outros cegos.

Meu comentário: O processo de crescimento deve irromper nos países líderes para forçar os gestores a reconhecer sua incapacidade de entender e controlar o que está acontecendo. Ao mesmo tempo, mais pessoas irão reconhecer a necessidade de mudar a sua atitude em relação a si e ao mundo, sentindo a necessidade de mudar não o mundo, o seu sistema de gestão, mas mudar o ser humano em primeiro lugar, por meio da implantação generalizada de um curso de curta duração (2-3 meses) em educação integral, para aumentar a conscientização da população em geral para o nível onde a natureza nos força a crescer. Depois disso, é possível introduzir reformas graduais em todos os níveis e sistemas da sociedade.

Sem Combustível

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Paz”: Qualquer um pode ver como uma sociedade de grande porte como a Rússia… inigualável na riqueza em matérias-primas… e que praticamente aboliu a propriedade privada em conjunto, onde cada um se preocupa apenas com o bem-estar da sociedade… em vez de ascender e superar as conquistas dos países capitalistas, eles se afundaram ainda mais baixo… que todo esse trabalho precioso e exaltado, ou seja, a doação aos outros, que eles começaram a realizar, precisa ser para o Criador e não para a humanidade…

Pergunta: Qual é a adição “par o Criador” que eles carecem?

Resposta: Não basta trabalhar para o bem da sociedade, de modo que ela seja rica, bonita e boa. Não basta exortar as pessoas a serem bonitas e fortes, para que possam se orgulhar de suas conquistas perante o mundo inteiro. Mesmo isso não ajuda, embora seja muito importante para os russos, e eles tenham a necessidade inata de provar a todos que são os melhores. Em geral, isso existe em todas as nações, mas especialmente na nação russa.

A opressão não ajudou: fome, terror, assassinatos, projetados para forçar as pessoas a trabalhar para a sociedade, onde a pessoa não vê qualquer lucro em seu bolso e não traz para casa mais do que os outros. Ela trabalhou duro e se esforçou, e o outro não trabalhou tão duro, mas ambos receberam o mesmo salário. Portanto, onde a pessoa pode receber o “combustível” para trabalhar mais? Nenhum meio de opressão vai ajudar, nem mesmo o orgulho nacional. O que eles não tentaram durante as décadas da União Soviética? No final, tudo isso leva a nada.

Se eu não concentro meus esforços em doar ao Criador, e obtenho o “combustível” para trabalhar contra o ego, não tenho outras fontes. Mesmo se temo ser morto, não posso trabalhar sem razão. Eu sou basicamente uma “máquina” que precisa de combustível, um enchimento. Deixe-me ser pago pelo meu esforço, ou pelo menos receber comida e um lugar para dormir, como um remédio. Porém, desistir do meu ego por minha livre vontade? Uma criatura como eu não pode fazer isso “por definição”.

Mas os líderes soviéticos acreditavam que isso era possível. Eles não entenderam Marx, que colocava as coisas de forma simples: para alcançar tal ascensão, deve ser uma sociedade avançada, desenvolvida, que atingiu o progresso tecnológico em outros campos. Se tal sociedade pratica o que chamamos de “educação integral”, então algumas pessoas que estão ligadas à idéia inicial pelo seu ponto no coração podem levar todos os outros. Não há outro caminho, senão esse. Pelo menos algumas pessoas devem se dirigir “ao Criador”.

Mas os comunistas não tinham nada em comum e nada a ver com isso. Portanto, eles não podiam manter a direção que decidiram tomar, apesar de todos os seus tesouros naturais…

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/02/13, “A Paz”

Sobre Cabalá, Marx E A Grande Mentira

Dr. Michael LaitmanHoje, a tendência que tem acompanhado o nosso desenvolvimento ao longo dos tempos está chegando ao fim. O ego nos obrigou a descer das árvores e começar a evolução humana. Nós passamos por muitas fases e muitas formas de vida: escravidão, liberdade fictícia, Idade Média e o capitalismo. Nós trabalhamos constantemente para obter lucro, para ter sucesso e avançar. Mas hoje a nossa “parceria” com o ego está chegando ao fim.

Há várias razões para isso, e uma delas é que o próprio ego não se sente mais satisfeito. Nós recebemos todo o bem, mas não nos satisfazemos. Mesmo os ricos, cada vez mais sentem como se não lhes restasse nada, já que a satisfação sem deficiência por ela não traz nenhum prazer.

No conjunto, a elite trata o mundo como sua própria propriedade e constrói um “mundo inteiro” para si. Através da mídia, ela nos confunde, convencendo-nos que devemos trabalhar de manhã à noite, seguir as tendências da moda, comprar produtos e serviços, e depois trabalhar novamente. Há uma constante confusão, guerras e rebeliões como a “primavera árabe”. Por quê? Para que ela possa dominar tranquilamente o mundo e fazer bilhões de dólares em lucros para si. Este é um trabalho sem fim dos governos e outros canais controlados por um pequeno grupo de pessoas.

No entanto, eles já estão começando a sentir que estão perdendo o controle. De acordo com as leis da evolução egoísta, o mundo em sua forma atual está chegando ao fim, deparando-se com uma crise global. Ninguém queria isso, incluindo as elites que estão interessadas em manter e continuar indefinidamente a sociedade consumista. Mas isso não funciona.

Agora nós temos que decidir para onde vamos. Assim, por um lado, os livros de Marx estão sendo reabertos, e, por outro lado, a sabedoria Cabalística é revelada.

Hoje existem conversações sobre o diferente uso do desejo de receber. A próxima fase é a construção de uma sociedade unida em que as pessoas trabalham cerca de uma hora por semana, porque não precisamos de tudo o que estamos produzindo atualmente. Hoje a unidade é o modelo essencial para a sociedade humana. Sem ela não seremos capazes de sequer receber o nosso pão de cada dia. Se não nos conectarmos, não vamos ter as necessidades básicas. Mas a humanidade não sabe como conectar, embora isso seja o exigido. Como resultado, quando se depara com uma tarefa aparentemente impossível, ela vai em direção à aniquilação, não vendo saída.

É exatamente daí que tiramos a sabedoria da Cabalá de seu esconderijo e a “agitamos” no fundo do Das Kapital de Marx, na esperança de que sejamos ouvidos.

Pergunta: Que prova que podemos trazer?

Resposta: Nós temos duas maneiras de provar isso:

• Existe a prova racional, como se diz, “É o sábio que vê o futuro”. Nós podemos convencer as pessoas de que a nossa abordagem é verdadeira e eficiente baseando-nos em exemplos, sem esperar por uma maior dificuldade.

• Ou, em vez disso, a prova pode vir na forma de desastres.

De nossa parte, nós tentamos alcançar as pessoas antes dos golpes, mas não é fácil. Nós não controlamos a mídia. A elite construiu um exército de economistas e especialistas financeiros e outros especialistas, cujo objetivo é confundir as pessoas e cultivar a grande mentira. Tudo isso para que as pessoas que estão no topo da pirâmide sejam capazes de dominar. Governar o quê? Hoje, nem elas não sabem exatamente o que. Isso não está sob o seu controle…

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/02/13, “A Paz”

Sopa Para Todos

Dr. Michael LaitmanComentário: A humanidade já experimentou graves crises econômicas, mas sempre encontrou uma solução. Ela ainda conseguiu superar a Grande Depressão da década de 1930. Mas hoje nós afirmamos que temos que corrigir o homem. Isso não soa racional…

Resposta: Eu vejo de forma diferente: a causa de todos os problemas que enfrentamos hoje em dia é o homem. Antigamente, havia diferentes causas externas das crises, mas na idade moderna, tornou-se claro que a fonte de todos os problemas é o homem que não encontra o caminho certo e não entende onde está. O ser humano é o pior ser, não consegue conviver com os outros, e é o único que explode esta bolha, e está além de seus poderes corrigir o sistema.

Pode parecer que as falhas da sociedade humana eram evidentes, e que só precisamos corrigi-las, mas não sabemos como. Novos problemas continuam aparecendo e quando não conseguimos resolvê-los, sentimos que somos fracos à medida que os enfrentamos. Isso significa que o principal problema está em nós.

Não conseguimos, por exemplo, unir a Europa para que ela se torne uma verdadeira aliança de países que não vão se enganar ou humilhar o outro, mas que poderia funcionar como uma unidade. Mas nada acontece; cada país puxa o cobertor em sua própria direção, em vez de dá-lo ao outro. Como resultado, ninguém o recebe e todo mundo está em apuros.

O que está realmente faltando à Europa? Ela tem agricultura, indústria, serviços, relações entre diferentes países, sistemas de transporte, trens, aviões; está tudo lá. Para uma boa vida, a única coisa que falta é a conexão correta entre as pessoas e nada mais. Todos carecem disso: os magnatas, os pobres, os políticos da direita e da esquerda.

Portanto, existe outro meio para a correção além de educar as pessoas? Com a educação adequada, a Europa poderia organizar um paraíso. Mas, em vez disso, apesar da riqueza material na Escandinávia, a taxa de suicídio é maior do que nos países do sul, cheios de alto desemprego e inquietação. Na Grécia, a situação tornou-se um desastre humanitário: as pessoas literalmente não podem alimentar seus filhos. Bebês são abandonados nas ruas para que o estado cuide deles, e os pobres estão tão desesperados que transgridem a lei para serem colocados na cadeia.

O que podemos fazer? Corrigir o homem!

Afinal, os recursos naturais são suficientes para todos; alguém tem sal, por exemplo, e outro tem carne, e outro tem fogo, e alguém tem vegetais, mas não podemos chegar a um acordo para que possamos cozinhar sopa para todos. Todos se agarram ao que têm e, no final, ficam sem nada; afinal, você não pode ser saciado com sal ou carne crua.

Essa situação só vai piorar, uma vez que este é o plano da natureza, até que entendamos que sem a conexão correta vamos simplesmente morrer.

Quanto às crises anteriores, não são comparáveis à crise atual. A crise atual depende da correção do homem e é a mais difícil em relação à sua solução.

Na década de 1930, a evolução capitalista ainda estava em expansão com planos ambiciosos e esperanças, e o colapso repentino não fez as pessoas se sentir terrível. Hoje os seres humanos estão decepcionados com seus próprios desejos e estão preparados para o pior com antecedência. Nós não sentimos “novos patamares de consumo” diante de nós, apenas o aprofundamento melancolia.

Isso acontece para que possamos perceber que a essência da crise moderna é diferente das crises anteriores, que ela está se desenvolvendo num nível totalmente diferente, em outro campo. Ela se desenvolve no homem, e por isso não tem a ver com bancos e outros sintomas externos da doença. Se nós combatermos os sintomas, não vamos ser capazes de lidar com a crise. O único caminho é corrigir as relações entre as pessoas.

Nós vamos morrer de fome se não nos unirmos e “cozinharmos a sopa” juntos. Este estado é profundamente diferente do que foi no passado. Antigamente, as pessoas queriam mais e ficaram sem nada, o que provocou desespero, sofrimentos insuportáveis, e muitas vezes o suicídio.

Hoje, uma pessoa não tem tais ambições e já sabe que em breve não haverá nada para comer. É como se lhe fosse mostrado com antecedência como ela gradualmente vai entrar no seu túmulo. Isso está sendo mostrado para que todos entendam gradualmente para onde estamos indo. A natureza nos ensina passo a passo e revela o estado atual a nós, explicando o que devemos fazer.

Este processo não vai acabar de uma só vez; ele irá durar por mais um ano ou dois, até que as pessoas sintam que não há fim à vista para os seus problemas, até que se encontrem num ritmo muito lento sem afundar em condições graves.

Nós não estamos completamente cientes dos resultados da crise. Nós não prestamos atenção nas plantas que estão sendo derrubadas, na diminuição dos negócios e no colapso em diversas áreas. Aos poucos, porém, o mundo vai cair num sono profundo e escuro diante dos nossos olhos. Até que as pessoas reconheçam que o problema está nelas, não está em seu poder “agitar” o mundo, apesar da sua grande abundância.

“Portanto, por que não temos nada com isso? Aqui esta a carne, a água, o fogo, e os legumes – por isso vamos preparar uma deliciosa sopa…”. Vai levar tempo até que finalmente concordemos com isso. Nós ainda não tivemos uma crise como essa.

Da 4ª Parte da Lição Diária de Cabalá 14/02/13, “Um Discurso para a Conclusão do Zohar”

“A Complacência Num Mundo Sem Liderança”

Dr. Michael LaitmanOpinião (Joseph E. Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Columbia): “A reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos perdeu um pouco do seu topete pré-crise. Afinal, antes da crise, em 2008, os capitães das finanças e da indústria poderiam alardear as virtudes da globalização, tecnologia e liberalização financeira, que, supostamente, anunciavam uma nova era de crescimento implacável. …

“Esses dias se foram. Mas Davos continua sendo um bom lugar para se ter uma noção do zeitgeist (espírito de época) global.

“Sem falar que os países emergentes e em desenvolvimento já não olham para os países desenvolvidos como antes. Mas um comentário de um executivo de uma empresa de mineração de um país em desenvolvimento captou o espírito de mudança. Em resposta ao desespero sincero de um especialista em desenvolvimento de que os tratados comerciais desleais e as promessas não cumpridas de ajuda custaram aos países desenvolvidos a sua autoridade moral, ele respondeu: “O Ocidente nunca teve qualquer autoridade moral”. Colonialismo, escravidão, fragmentação da África em pequenos países, e uma longa história de exploração de recursos podem ser assuntos do passado distante para os autores, mas não suficiente para os que sofreram como resultado.

“Se existe um único tópico que preocupou mais os líderes reunidos, é a desigualdade econômica. A mudança no debate em apenas um ano parece dramático: ninguém sequer menciona mais a noção de economia trickle-down, e poucos estão dispostos a argumentar que há uma congruência estreita entre contribuições sociais e recompensas privadas.

“Embora a percepção de que a América não é a terra da oportunidade que há muito tempo reivindicava ser tão desconcertante para os outros como é para os americanos, a desigualdade de oportunidades em escala global é ainda maior ….

“A Associated Press organizou uma sessão solene sobre tecnologia e desemprego: os países podem (particularmente no mundo desenvolvido) criar novos empregos – especialmente bons empregos – em face da tecnologia moderna, que substituiu os trabalhadores por robôs e outras máquinas em qualquer tarefa que possa ser rotinizada?…

“Aqueles que mais sofrem são os jovens, cuja perspectiva de vida será gravemente ferida pelos longos períodos de desemprego que enfrentamos hoje…

“… Se o euro sobrevivesse no longo prazo, teria de ser uma união fiscal e bancária, o que exigiria a unificação mais política do que a maioria dos europeus está disposta a aceitar…

“Nos últimos 25 anos, passamos de um mundo dominado por duas superpotências para um mundo dominado por uma, e agora para um mundo acéfalo multi-polar”.

Meu comentário: Pode parecer que o mundo esteja melhor e mais igual, sem líderes fortes. Mas no sistema correto, sempre há uma hierarquia, como no corpo: aquele que é mais cuidadoso e responsável é maior, como no corpo existe o cérebro e outros órgãos vitais que não vivem para si, mas para todo o corpo.

Sociedade Integral: Utopia Ou Realidade?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podemos mostrar ao mundo que a transição para uma sociedade integral não é uma utopia, mas um projeto real?

Resposta: Uma sociedade integral não pode ser uma utopia por duas razões.

Em primeiro lugar, a crise mundial está nos orientando em direção a ela, e não há nenhum lugar onde possamos nos esconder dela. Ela vai continuar a nos pressionar. Milhões ficarão sem trabalho. Veja o que está acontecendo no sul da Europa: Espanha, Itália, Grécia, e já está se aproximando da Alemanha e França.

E o que vai acontecer com as pessoas? Como elas vão reagir a tudo? Nós estamos olhando para guerras civis e revoluções; sem educação integral, tudo pode acontecer! Horríveis problemas nacionalistas surgirão. Vemos fascistas chegando ao poder na Grécia. Este é o protecionismo, que se manifestará de uma forma horrível se a educação integral não for introduzida a tempo.

Por esta razão, uma terrível crise multifacetada continuará a nos empurrar de todos os ângulos.

Como pode a população ser tranquilizada? Quem alimentará os desempregados? Ninguém! Nenhum trabalho social será capaz de mantê-los longe das explosões de protestos e distúrbios em massa. Quando as pessoas estão com fome, a morte não as assusta, elas podem subir barricadas, nada importa para elas.

E aqueles no topo não sabem o que fazer; eles estão perdidos. A única coisa que eles podem fazer é fugir para uma ilha no Pacífico, até que sejam encontrados lá.

Em outras palavras, a anarquia, terrível absurdo e caos estão vindo sobre nós. Isso é por um lado.

Por outro lado, nos enfrentamos a natureza, que está nos mostrando o lado negativo da nossa inércia e falta de compreensão.

Por esta razão, é necessário introduzir a educação integral, pelo menos como um experimento em uma única região. Vamos tentar! O que temos a perder? Tudo está morrendo de qualquer maneira.

Dois meses atrás, na Itália, eu falei com um representante da Comunidade Europeia. Ele se sentou diante de mim como um aluno se senta na frente de um professor, escreveu cada palavra. Ele literalmente tinha páginas e páginas de notas. E este é um funcionário sério, que passou os últimos dezoito anos trabalhando para o corpo governante da Comunidade Europeia em Bruxelas. Ele disse: “é um sistema perfeito, mas eu não tenho ninguém para falar sobre ele, porque nós temos vinte e sete países e cada um quer as coisas feitas a sua maneira, ninguém vai querer ouvir outra pessoa”.

Ele estendeu a mão: “A quem posso me dirigir, o que posso fazer?”. Na opinião dele, para este experimento nós precisamos de uma pequena cidade com uma economia moribunda a partir do fechamento de uma grande empresa que era responsável pela economia de toda a cidade.

Mas grandes cidades em breve estarão na mesma situação. Estas não são cidades pequenas, onde as pessoas podem ainda se alimentar produzindo o seu próprio alimento na terra. Os países estão em dívida, e amanhã não serão capazes de alimentar a sua população. O que vem por aí? Nós estamos diante de uma enorme confusão enorme.

A única coisa que pode salvar o mundo de guerras civis e regimes fascistas é a educação integral. Se continuarmos a seguir o caminho egoísta oposto ao desenvolviemnto integral e “redondo” do mundo, a próxima etapa do desenvolvimento egoísta será o nazismo, o fascismo e o protecionismo, quando países percebem que não são capazes de fazer algo com o mercado comum, fecham suas fronteiras e, por fim, chegam ao estado de guerra.

Mesmo que não queiram isso, eles ainda têm que quebrar as conexões econômicas, financeiras e outras conexões que criaram entre si que os sufocam. Isso é o que os está levando a uma guerra mundial.

A dependência global é natural; não há lugar para se esconder dela. Eis porque se as coisas continuarem desta forma, poderemos ainda ter que passar por duas guerras. De acordo com a Cabalá, existe a possibilidade de uma terceira ou até mesmo quarta guerra nuclear. Depois disso, tudo o que restar da humanidade ainda implantará a educação integral e o estilo de vida integral, de acordo com a natureza.

Essa é a maneira dura de perceber a necessidade de integração em vez de fazê-lo da maneira razoável.

De KabTv “Mundo Integral” 28/11/12

“Tempo Da Ciência Aproveitar O Poder Político”

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (da NewScientist): “Em seus sonhos mais extravagantes, você poderia imaginar um governo que constrói suas políticas sobre evidências científicas cuidadosamente reunidas? Um governo que publica a lógica por trás de suas decisões, completa com dados, análises e argumentos de apoio? Bem, não sonhe mais: é para onde o Reino Unido está se dirigindo”…

“O que mudou agora é que a elaboração de políticas está finalmente se tornando uma possibilidade prática. Isso se deve principalmente à abundância de dados acessíveis e à facilidade com que novos dados relevantes possam ser criados. Isso apoiou o desejo de se afastar da política baseada em palpites”…

“‘A maior necessidade talvez seja a previsão. Ministros muitas vezes precisam de respostas instantâneas e, às vezes, os dados simplesmente não estão disponíveis. Lá se vai qualquer esperança de políticas baseadas em evidências”.

“‘Os prazos de tomada de decisões políticas e do recolhimento de provas não correspondem’, diz Wiles Paulo, criminologista da Universidade de Oxford e ex-conselheiro científico do Ministério do Interior. Wiles acredita que, para contornar isso nós precisamos prever as questões que o governo deverá enfrentar na próxima década. ‘Nós provavelmente podemos chegar a 90 por cento delas agora’, diz ele”.

Meu comentário: É claro, tudo isso são desculpas porque a política não é uma tomada de decisão racional, mas sim a promoção de objetivos pessoais egoístas. Métodos científicos de processamento de dados e de tomada de decisão não levam a nada de bom, porque o egoísmo humano está no final deste processo, e vai fazer de tudo para pender as decisões a seu favor. Assim, antes de tomar decisões objetivas, você deve tornar a pessoa objetiva.

Islândia: Todos escrevem a constituição

Nas Notícias (da CNET): “Um ano depois da Islândia pedir que seus cidadãos ajudassem a escrever a sua nova Constituição, fazendo sugestões através do Facebook, os eleitores decidiram que esse novo projeto deve ser a base para a constituição futura. …

“Na trilha de uma forte recessão e protestos furiosos, o governo decidiu reescrever a sua constituição e pediu aos seus cidadãos ajuda. Em vez de petições, cartas, ou telefonemas, o governo pediu às pessoas que ajudassem a elaborar a nova Constituição através do Facebook, Twitter, YouTube e Flickr.

“Ao longo do ano, os cidadãos da Islândia ofereceram cerca de 3.600 comentários e 370 sugestões sobre o projeto de Constituição, que foi elaborado por 25 membros de um conselho constitucional, de acordo com a Reuters.

“Dois terços da população da Islândia está no Facebook, portanto, durante o período de elaboração, as reuniões semanais do conselho foram transmitidas ao vivo no site do município, bem como na rede social.
Os cidadãos foram capazes de fazer as suas próprias sugestões, participar de debates on-line, e acompanhar o processo em tempo real “.

“O prólogo do projeto começa com as seguintes palavras:  Nós, que habitamos Islândia, queremos criar uma sociedade justa, onde todos são iguais. Nossas origens diferentes enriquecem a todos nós como um todo e, juntos, temos a responsabilidade para o legado das gerações, terra e história, natureza, língua e cultura.”

“Os principais temas que o Conselho Constitucional tem observado durante os trabalhos têm sido estes três: Distribuição de transparência, poder e responsabilidade. …”

“O Capítulo dos Direitos Humanos foi revisto e agora é chamado de Direitos Humanos e da Natureza. O princípio da igualdade é mais detalhado do que na atual Constituição e, especialmente, prevê que todos devem ter o direito de viver com dignidade. …”

“Outros novos itens no capítulo sobre direitos humanos e natureza são artigos sobre natureza e meio ambiente islandês e um artigo sobre os recursos, que afirma que os recursos não estão sob a propriedade
privada são de propriedade coletiva e eternamente pelo povo da Islândia.” Fonte

Meu comentário: Se esta não for acompanhada de educação integral, então acabamos ficando em todas as áreas da vida com uma sociedade artificialmente fechada e ditatorial. Repito, é impossível construir qualquer coisa artificial, ou seja, com uma sociedade despreparada. Haverá sucesso somente se o âmbito das leis serão adaptadas para pessoas, as suas capacidades, o seu nível de exigências para si próprios, e consciência, em vez de ideais irrealistas.

Sociedade deve ser igualmente desenvolvida.  Ela deve se esforçar conscientemente para a unidade e igualdade. Essas propriedades devem ser incutidas nas pessoas desde antes. E só depois que você pode começar a implementar o projeto. O Instituto ARI oferece ao estado da Islândia o método de
educação integral e educação e voluntários para prestar toda a assistência na sua implementação!
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O Que os Americanos Escolheram?

Cada ação no nosso mundo pode ser realizada em não mais de duas maneiras, e como regra, nem menos. Rabash explica isso no artigo ” um caminho curto e um caminho longo” (Shlavey HaSulam “Degraus da Escada ” 1958/86, artigo 26 ).

Antes das eleições nos EUA, eu disse de acordo com todas as indicações dos candidatos, que Mitt Romney podia empurrar o mundo para correção através de um caminho mais curto e mais favorável. A minha opinião até hoje não mudou.

Expliquei-lhe que a questão não está no apoio político de Israel. Apenas falando sobre a preservação de um estado forte de Israel, Romney teria permitido realizar a correção do mundo a partir daqui o que não é possível a partir da América ou de outro lugar. Romney, por suas ações, sem dúvida, favorece esse processo.

Por outro lado, Obama tem alguns outros planos. Eu não vou entrar em política e discuti-los, mas ainda estamos a sentir os seus resultados em Israel. Os americanos vão senti-los, mas também porque elas vão contra o programa de criação. Eles enfrentarão fortes golpes que estão apenas começando. Este é o segundo caminho.

No meu ponto de vista, é muito natural. Até chegarmos ao fim da correção, cada vez que quisermos algo de bom, temos condições ainda mais graves do egoísmo. Diz-se na Torá: “Venha para Faraó, porque tenho endurecido o seu coração”. Depois de cada praga, cada ação do Criador, Moisés e os judeus reclamaram que queriam fugir, sair dessas condições.

O que o Criador esteve a fazer? Ele seguiu para a próxima ação, por exemplo, os deixou sem palha para fazer tijolos, etc .Este é um curso natural dos eventos, e pode ser repetido algumas vezes, pois por enquanto ainda não percebemos totalmente o mal para escapar do Egito e além disso para conquistar todos aqueles que têm de sair connosco. Afinal, hoje estamos no limiar da redenção completa do mundo, e não apenas o povo de Israel.

Por isso, é natural que Obama tenha conseguido. De nossa parte, nós tivemos que nos manter em pé por Romney, como o necessário e continuar a solicitar que a atual abordagem revele tantas falhas quanto possível.

Eu já expliquei que a abordagem de Obama não é a de apoiar Israel. Talvez, ele esteja certo de todos os pontos de vista. Talvez, ele seja capaz de trazer tais argumentos que só podemos reconhecer a sua validade. Mas estou a falar do ponto de vista da correção do mundo. Obama não sabe muito sobre isso, e ainda para corrigir o mundo, o povo de Israel deve viver em sua terra, crescer e se tornar nas pessoas reais como era antes da destruição do Templo. Deve chegar a esta fase e corrigir o mundo como Baal HaSulam escreve no final do “Prefácio ao Livro do Zohar“.

Assim, os próximos eventos do mundo e do programa de criação não coincidem com os planos de Obama. E é por isso que eu sou contra ser ele na tomada de decisões. Na realidade, o Criador determina tudo, e os corações dos governantes estão em Suas mãos, porém, as decisões virão através de Obama como se viessem através do “anjo do mal,” mas não do “bom”.

No caso de Romney, é o oposto. Uma coisa simples é importante aqui: Ele quer que o povo de Israel viva nas suas terras. Não importa o que o motiva. A principal coisa é que ele ajuda a correção.

Repito: É natural que Romney não tenha sido eleito. Afinal de contas, nós não começamos a correção real; ainda estamos revelando o mal. Nós certamente precisamos de um “catalisador” difícil para revelar o mal, e agora vamos obtê-lo.

Pergunta: Não foi o vencedor desta eleição predeterminado pelo Criador?

Resposta: Eu não me importo. Mesmo se eu estivesse previamente informado, no entanto, eu tenho que escolher o caminho para a correção que me parece mais curto para mim. Eu não jogo no conhecimento secreto, mas realizar um jogo comigo mesmo: O que devo escolher? E a minha escolha é completamente independente da minha viés política a Israel, de cor, de evangélicos, mórmons, etc O único critério é que, com Mitt Romney nós nos encontramos nas condições mais próximas da correção, para nos unirmos, e para a disseminação da ciência da Cabala da terra de Israel. Isso é tudo. Romney defende isto mais do que Obama, e, assim, permite-nos realizar a correção. Não existem outros cálculos. Eu não me importo com sua política e sua imagem, eu estou falando sobre a abordagem interna de cada um deles.

Pergunta: Agora que Obama está eleito, isto é, um longo caminho, o que pode o mundo esperar?

Resposta: Antes de tudo, há muito tempo que temos vindo a falar que o mundo está entrando em tempos ruins. No entanto, não queremos assustar as pessoas, pelo contrário, nosso objetivo é despertá-las e motivá-las para a ação. Nós conversamos sobre estes anos de crise antes mesmo de terem começado oficialmente, mas o mundo não estava pronto para ouvir isso. Há dois anos atrás, quando todos afirmaram que os problemas estavam a ser resolvidos, nós explicávamos que a crise não acabara. Hoje, eles acreditam que esta vai durar mais dois, cinco ou dez anos. Leva tempo para que todo este absurdo se dissipe desses ” homens sábios”.

Haverá uma grande confusão em todo o mundo, nos EUA, Europa, China e Israel. Não é simplesmente uma luta entre capitalismo e socialismo, o mundo está acelerando em direção a desenvolvimentos duros, rápidos e difíceis.

Pelos judeus, não há nada que você possa fazer, pois eles sempre aprendem com duros golpes. Golpes fracos não funcionam com eles.

Espero que os judeus americanos acabem por sentir que é necessário estarem ligados à correção. Hoje, eles sentem-se em primeiro lugar americanos, depois judeus, e no final, talvez, sintam alguma filiação a Israel. E isso é mau, e não por quaisquer considerações nacionais, mas em termos de correção do mundo, e só por causa disso. Assim, eles vão receber golpes. E depois? Para sair do exílio, deve-se ver todas as suas formas opostas à libertação.

Você pode ir por outro lado através da consciência, através da educação, para entender o que está acontecendo. Mas eles não querem ouvir isso, então eles vão ter alguns problemas … e do mesmo modo o mundo inteiro.

No entanto, esperamos ser capazes de adoçar e acelerar o processo. Afinal, não estamos satisfeitos com isto. Temos que entender que, em última análise, cabe a nós. Nós temos que fazer a nossa parte corretamente, porque temos o método e o trabalho que nos foi confiado. Não importa o quanto nós pensamos sobre Romney e Obama, os judeus e os americanos, todo o mundo, primeiro temos que verificar se fazemos tudo o que for possível.

Precisamos trazer uma mensagem muito simples e otimista para o povo de Israel: Se te unires, então revelar-se-á um elo de ligação entre este mundo e o mundo espiritual. Nada mais é necessário.

Uma lupa pode concentrar os raios solares de modo a iniciar um incêndio. Assim o povo de Israel deve tornar-se um tal ponto de focagem, de modo que a Luz superior passa por ele e “incendeie” o mundo. Ninguém vai fazer isso, nem Obama nem Romney.

O mundo é como uma massa informe, e Israel deve estar no meio entre ele e o Criador. Em outras palavras, Israel deve incluir ambos os fatores – o Criador e o mundo – uni-los, conectá-los, e cuidar de todos. Israel se corrige e atrai e motiva todo o mundo para dar prazer ao Criador, para que Ele se revela na realidade. Baal HaSulam escreve sobre isto no artigo “O Arvut (Garantia Mútua),” o Criador quer dar prazer a todo o mundo e que é o nosso objetivo.

Isto é o que temos de perceber. Então, primeiro de tudo, temos de nos concentrar em nosso trabalho interior, dedicando 99% de atenção e deixando um por cento para divulgação. Agora é o momento em que temos de nos concentrar mais internamente.

Eu sou muito otimista. Vamos conseguir. As coisas se tornam mais distintas, destacadas, tal como a análise, e isto é para o melhor.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 09/11/12, Shamati #115.

Europa: Disciplina E Solidariedade…

Dr. Michael LaitmanOpinião (George Soros, presidente da Soros Fund Management e Presidente da Open Society):“Originalmente, a União Europeia era o que os psicólogos chamam de um” objeto fantástico”, uma meta desejável que inspira a imaginação das pessoas. Eu a via como a encarnação de uma sociedade aberta: uma associação de Estados que cediam parte de sua soberania para o bem comum e formavam uma união sem o domínio de qualquer nação ou nacionalidade.

“No entanto, a crise do euro transformou a UE em algo radicalmente diferente. Os países membros estão agora divididos em duas classes – credores e devedores – com os credores responsáveis.

“A única maneira de reverter essa tendência é recuperar o espírito de solidariedade que animava o projeto europeu desde o início. Meu objetivo é reviver a idéia da UE como um instrumento de solidariedade, não apenas de disciplina”.

Meu comentário: Quantas vezes já ouvimos os bons desejos e pensamentos financeiros! Mas a idéia de que a solidariedade era a alma do projeto europeu desde o início é bonita. No entanto, como foi expressa? Será que foi para impedir a pesca dos portugueses, a sua única fonte de renda, e para fazer os lituanos anularem sua indústria de laticínios que os alimentava, etc., em todos os países para o benefício de uns poucos países poderosos? Isso é solidariedade? É por isso que temos a crise!