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Alegre-se Por Trabalhar Duas Vezes Mais

Dr. Michael LaitmanExiste uma regra: “se você Me deixar um dia vou deixá-lo por dois”. Isto é semelhante à regra “revelar uma parte e ocultar duas”. É uma condição preliminar para a criação do vaso.

A pessoa recebe intencionalmente a opção de falhar, que é chamada de “se você Me deixar um dia”, e ela tem que trabalhar para se corrigir por dois dias. Isso significa que ela deixa o nível em que estava, cai e erra. Mas ela cai para um nível ainda mais baixo: não no nível egoísta que é o inverso do nível de doação que ela tinha alcançado, mas em um nível ainda mais baixo. Não em menos um (-1), mas em menos dois (-2), e ela tem que subir para o segundo nível, ao mais dois (2).

Quando ela finalmente chega a + 2, ela cai para -3, e ela tem que subir para +3. Nós progredimos desta forma; todas essas ações beneficiam o nosso avanço. Quando caímos, temos que trabalhar duas vezes mais.

A principal coisa é não perder a persistência, para não ficar parado, porque você vê que não está recebendo nenhuma recompensa. Cada vez nós precisamos encontrar uma recompensa maior que esteja cada vez mais separada da vida corporal. Nós devemos aprender a medir a recompensa em relação ao bem comum: até que ponto eu posso trabalhar e os outros receber.

Eu tenho que me esforçar de modo que a Luz que reforma me aproxime mais dessa atitude na qual eu receberei cada vez mais energia para trabalhar pelo bem de todos os outros e não o meu. É assim que o meu avanço é medido.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 18/01/12, Shamati # 108

Minta Para Mim Para Que Eu Não Possa Ajudar Mas Acredite

Dr. Michael LaitmanConforme a sua atitude para com o seu corpo, seus desejos, você pode avaliar o seu progresso. Somente em relação a este trabalho você pode medir a sua ascensão aos níveis espirituais. Mas nós sabemos que o corpo não pode fazer o menor movimento se isso não trouxer prazer, o que compensaria o gasto energético, justificaria os custos e forneceria combustível. Como é possível forçar o corpo sem isso? A mente sequer começaria a pensar e calcular nessa direção. Nenhum movimento interior emerge nos desejos do coração.

O próprio corpo humano não pode se mover, porque tudo é determinado pelo desejo que deve ver a satisfação à frente. Como nós podemos fazer os movimentos que não trazem satisfação para o nosso egoísmo, que são chamados de “dar” (Lishma)? É impossível!

Como podemos conseguir pelo menos nos aproximar disso? É impossível se aproximar, exceto trapaceando! Para fazer isso, nós podemos usar a influência do ambiente ou outras influências externas, o que desperta em nós “a inveja, a luxúria e a honra, que tiram a pessoa do mundo material” e trazem uma satisfação egoísta para o corpo. Assim, ela não tem escolha, exceto se mover.

No entanto, qualquer mudança só é possível através da Luz circundante. Esta Luz chega até nós, mesmo quando agimos por motivos egoístas. É claro que não podemos nos mover de outra forma. Entretanto, se eu quero agir supostamente em prol do meu prazer, então a Luz circudante vem e me aproxima dele.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 18/01/12, Shamati # 108

Justiça Social: Possível Apenas Como Uma Grande Família

Dr. Michael LaitmanEm todo o mundo existem chamamentos pela justiça social. Nós, de nossa parte, devemos explicar às pessoas que é impossível impor artificialmente a justiça social. A divisão padrão de recursos, como eles fazem na previdência social, não vai ajudar. Por exemplo, é impossível comparar um milionário que recebe mil dólares pelo terceiro filho com uma família pobre que recebe mil dólares pelo terceiro filho. Isso é justiça?

Como o Baal HaSulam explica, a medida da verdade não nos permite alcançar a justiça. Se você dividir as coisas igualmente entre todos, não haverá igualdade. Então, como podemos resolver este problema?

A fim de fazer isso, nós precisamos ser como uma família. Na família não há igualdade, mas todos recebem a sua parte porque tratamos a todos com amor. Quando eu amo a todos, eu posso ajudar um em detrimento de outro. Assim eu atuo de acordo com o princípio da garantia mútua, e por isso eu atuo de forma justa. Simplesmente não há outra maneira.

Isto é o que nós temos que transmitir gradualmente às pessoas. Afinal de contas, a sociedade de hoje é mais sensível do que nunca à desigualdade, incluindo setores que não muito tempo atrás estavam muito longe disso. Em cada país há uma abundância de razões para a insatisfação, e a única maneira de ter sucesso é educar as pessoas sobre a união. De acordo com o nível de conexão, as pessoas vão chegar a um acordo social sobre como dividir os recursos, graças à sua simpatia para com os sofrimentos dos outros.

Será que você pode pedir habitação barata para si mesmo quando os outros não têm nada para comer? Afinal de contas, nós temos uma “torta” comum, que não é suficiente para suprir todas as demandas. Então, se nós não unirmos as pessoas numa família, não vamos chegar a nada.

Então, nós seremos capazes de explicar que o mal atual é realmente para melhor: ele nos permite corrigir a nós mesmos e avançar na direção do bem. Afinal, graças à cooperação mútua nós vamos mudar e começar a compartilhar os recursos da mesma forma que é feito na família. Então, nós não vamos precisar nos voltar para o governo, que não vai ajudar com suas migalhas imaginárias de qualquer maneira. Há apenas uma solução: a união das pessoas.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 17/01/12, “O Estudo das Dez Sefirot

Não Se Torture

Dr. Michael LaitmanVocê não deve se torturar por causa de suas qualidades ou coisas ruins que você fez ou faz. Afinal de contas, é o Criador que “engana” você e organiza todos os diferentes estados para você. É assim que Ele traz você ao reconhecimento do mal e, na verdade, faz todo o trabalho. E você, em vez de revelar a verdade, repreende a si mesmo por suas ações.

Pergunta: Mas se você não prestar atenção a estas coisas, não é como fugir da luta?

Resposta: Não é uma luta de todo. Você é como um burro diante do qual um obstáculo foi colocado: ele não entende como o obstáculo pode ser contornado, e tenta avançar através dele. Não há nenhum fim nisso.

Nós devemos nos elevar acima de todas as ações e sentimentos, acima de todos os cálculos imaginários, e através do grupo, nos conectar com o Criador. É a única maneira de chegarmos à decisão certa. Todo o resto é um jogo, o show da vida. Isso nos custa uma grande dor e sofrimento, mas esta é a nossa evolução: é impossível evitar os erros aqui antes de descobrirmos a oportunidade de subir. Um dia isso vai acontecer.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 17/01/12, “O Estudo das Dez Sefirot

Reflexões Sobre Ética

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando um adulto entra num sistema de educação, a primeira coisa com a qual ele se preocupa é com as questões éticas: o que é certo e o que é errado. Ao mesmo tempo, nós sabemos que a ética bloqueia o desenvolvimento da pessoa…

Resposta: Nós somos categoricamente contra a ética. O problema é que a ética assume uma enorme quantidade de condições variadas que a pessoa tem que memorizar e absorver, e, assim, criar o seu “eu” interior, impostas a ela através de todas as possíveis limitações éticas, tornando-se “limitada”, fixa, e “amarrada”, e aparentemente interagindo com aqueles ao seu redor de forma precisa e correta. Naturalmente, neste processo ela constrói sua própria imagem: uma “mala” preta, embalada em aço.

Nós somos totalmente contra isso. Isto não é liberdade. A pessoa não consegue viver assim por muito tempo, e se ela consegue, ela perde toda a sensibilidade à percepção, sensação, bondade, e compreensão mútua. Uma pessoa eticamente correta poderia decidir que alguém deve ser morto e poderia facilmente matá-lo, porque isso corresponde às normas aceitas em seu ambiente, que ela domina bem. Em essência, este é o fascismo, o nazismo, todas as formas possíveis de extremismo máximo, e assim por diante. Estas formas são o oposto da anarquia.

Aqui nós oferecemos uma linha média, um estado intermediário entre os dois. Isto é, a pessoa deve compreender a necessidade de cada uma de suas posições éticas: será que correspondem à natureza, é aceitável na sociedade de hoje e nas interações com aqueles ao seu redor? Nós precisamos organizar isso de modo que o benefício da sociedade seja sempre colocado acima do individual e, além disso, toda sociedade se move em direção a uma integração cada vez maior, uma vez que isso é o que a natureza exige.

Assim, sem dúvida, a estrutura ética é necessária, mas uma que esteja continuamente se desenvolvendo e seja flexível, existindo sob o autocontrole e o controle da sociedade, sem as chamadas “vacas sagradas”. Portanto, esta não é a ética oferecida pelos proponentes do “treinamento Prussiano”: “O que vamos ensinar a você vai ficar com você por toda a vida”.

Da “Discussão sobre a Educação Integral” # 5, 13/11/11

O Princípio Fundamental De Todos Os Cursos De Estudo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você disse que o currículo da educação geral e integral consiste em cerca de dez cursos. A história da evolução do egoísmo é um curso cotínuo, que continua até a completa integração da humanidade. Quais outros cursos estão incluídos além da percepção da realidade e a psicologia?

Resposta: Nós deveríamos definitivamente estudar a fisiologia humana e demonstrar apenas até que ponto o nosso corpo é estruturado de uma forma holística, onde todos os órgãos do corpo estão interligados. Todos eles são compostos de elementos opostos e funcionam de forma diferente, mas cada órgão atua em harmonia consigo mesmo e com os outros. O desaparecimento desta harmonia é o que chamamos de doença, e ela causa imediatamente o mau funcionamento na operação de todo o organismo.

Da mesma forma, dentro do organismo da sociedade cada pessoa deve ser uma parte única e individual, bem como uma parte integral e unida da sociedade. Ninguém viola a minha individualidade, mas eu preciso me equilibrar corretamente com toda a sociedade, e a sociedade vai representar um único organismo saudável, um coletivo saudável. Juntos, este coletivo irá se unir com a natureza.

Geralmente, eu preciso pensar constantemente em como estar conectado de forma orgânica e integral a mim mesmo, à sociedade e à natureza. Inicialmente, eu não consigo me conectar com outras pessoas, e eu preciso saber se em relação à natureza, esta também seria uma unificação ou não. Em outras palavras, tudo precisa ser formado simultaneamente: indivíduo, grupo, sociedade e natureza.

É por isso que nossos cursos precisam incluir os seguintes estudos sequenciais:

  1. Fisiologia humana, fisiologia dos sistemas integrais, a estrutura dos sistemas integrais, sua interdependência e mecanismos de realimentação, o fator de controle e equilíbrio do sistema ou a progressão ao longo de um curso fixo a um objetivo particular, como em pequenos sistemas cibernéticos com curvas simples de realimentação;
  2. A estrutura da criação e da sociedade, a percepção da realidade, e história;
  3. Aplicação prática dentro de um grupo, família, sobre si mesmo, e na sociedade;
  4. Crise, sua causa e efeito;
  5. Cursos sobre educação, onde suprimos todos com atividades práticas. Isso inclui viagens, excursões, e assim por diante.

O princípio orientador de todos os cursos é fornecer à pessoa a sensação de integralidade do mundo, que é percebido por nós egoístas, como isolado, oposto e antintegral. É mais conveniente para nós imaginá-lo desta maneira, de modo a “engolí-lo” em partes, para explorá-lo ao máximo em nosso próprio benefício.

Mas quando eu penso sobre o fato de que este sistema deve trabalhar precisamente nessa forma integral e que vou me sentir bem por causa dele, então eu tenho que estudá-lo, sua interação, interdependência e alcance global. Isso me ajuda a ser um co-participante compassivo e compreensivo.

É por isso que todos os cursos acima mencionados são necessários e não incluem mais que dez disciplinas interconectadas. Todos os cursos (cada um com sua própria ênfase particular) desenvolvem um esclarecimento dos temas: desde os pequenos detalhes técnicos dos sistemas integral, analógico e servo, passando pela estrutura do nosso organismo, fisiologia e psicologia, até uma transição gradual para o envolvimento mútuo.

Cada curso deve ser ministrado por um especialista. Cada especialista, naturalmente, deve ser apropriado para determinado grupo, ou seja, como é conhecido na prática psicológica, ele deve ser compatível com o curso para que as pessoas o aceitem, respeitem e valorizem, e ouçam o que ele tem a dizem. Ele deve tratá-los correspondentemente, ser de uma idade correspondente, título, e assim por diante, porque estamos lidando com iniciantes que julgam os outros “pelo envoltório” por assim dizer. Embora, em princípio, qualquer um possa ser um instrutor se estiver estudando atualmente em nosso sistema e não tenha títulos acadêmicos. Mas é preferível que o instrutor seja alguém a quem os ouvintes respeitem.

Da “Discussão sobre a Educação Integral” # 4, 13/12/11

Tudo Se Resume Ao Conversor

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando falamos sobre o mal, o que exatamente queremos dizer com o termo “mal?”.

Resposta: Eu descubro o Criador como a fonte do mal e, ao mesmo tempo, entendo que o vejo dessa forma por causa de minhas qualidades más. Então, eu entendo que tudo depende exatamente dos meus atributos.

Há três coisas diante de mim: o Criador, meu mal e o desejo. Eu posso pensar no Criador como o bom e benevolente? Afinal de contas, eu me sinto mal e vejo problemas e escuridão. Eu ainda determino que o bem está Acima e o mal está dentro de mim. A razão é que no meio há algo que converte o bem em mal.

Eu sinto em meus ossos que é isso que acontece. Eu sou feito desses três discernimentos, e eles estão no meu sentimento e na minha compreensão. Tal estado é chamado de “ocultação dupla”. Na espiritualidade é o nível mais distante do Criador, e tudo antes dele pertence ao nível bestial.

É importante lembrar que essas coisas já existem em mim: eu sinto o Criador como bom e benevolente, eu sinto o meu próprio mal e não consigo me livrar desse sentimento, e também entendo o fato de que eu corrompo a boa atitude do Criador quando eu a sinto como mal. Se eu anular esse mecanismo de converter o bem em mal, se o corrigir, eu certamente sentirei a bondade.

Então, surge uma pergunta. Qual é o objetivo: sentir-se bem ou não amaldiçoar o Criador? A partir daqui começa o esclarecimento: por que eu estava recebendo o sentimento mal? O que devo fazer com ele? Se eu anulá-lo, vou negar a mim mesmo a opção de ser corrigido. É por ser oposto à bondade do Criador que eu posso alcançar a Sua boa atitude para não amaldiçoá-Lo.

Isso significa que eu uso o mal no caminho para a bondade. Isso significa que agora, quando eu me sinto mal, na verdade é a meu favor, e isso é realmente o que é bom para mim? Então, o que estou corrigindo?

Pergunta: No final, eu entendo que não corrijo nada, e o principal, que eu estou muito longe de qualquer correção.

Resposta: É verdade, você se descobre mais e mais, e isso é muito bom. Isso já é um avanço.

Pergunta: Mas, ao mesmo tempo eu descubro que não tenho poder para mudar nada.

Resposta: Esta é a verdade, isso já é uma revelação: você revela que não pode corrigir nada, que você é todo mal e que você é um “trapo”. E isso é ótimo. Será que você desejaria sentir que era um herói?

Você descobre a verdade graças à Luz superior e você deve ser grato por isso. É assim que a adição da Luz revela o mal em você. Então, você vai para o grupo a fim de receber o poder de descobrir o seu mal mais qualitativamente do que antes. Primeiro você se sentiu mal, culpou o Criador e quis se livrar deste sentimento. Depois, você adquire a mente do grupo e percebe que não deve se livrar do mal, mas sim que ele deve ser transformado em bem.

Você entende que para isso você precisa mudar sua atitude e não o sentimento. Acontece que você tem que trabalhar em sua atitude para com aquele que parece estar a enviar-lhe o mal.

Então você dirige seus esforços para o “conversor”. Você trabalha com a intenção e os sentimentos mudam por si mesmos.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 17/01/12, “O Estudo das Dez Sefirot

Doce Para O Diabético

Dr. Michael LaitmanDe acordo com a sabedoria da Cabalá, uma pessoa “justa” é aquela que justifica o Criador, compreende as razões e a essência de seu estado, e pode claramente cortar o seu estado em fatias de causa e efeito.

Ao mesmo tempo, ela pode estar num estado de ocultação dupla do Criador. Como isso é possível? A questão toda é que a ocultação e a revelação são determinadas apenas pela atitude da criatura para com o Criador como ser “bom e benevolente”. Não importa se eu me sinto bem ou mal; o que importa é como o Criador é revelado a mim. É importante para eu revelá-Lo como bom e benevolente, e não desfrutar Sua bondade de forma egoísta, porque são duas coisas totalmente diferentes.

Suponha que eu tenho diabetes e você me dá um doce. No que diz respeito ao meu amor natural por doces, isso é bom. Mas de acordo com sua atitude, é ruim. Então, tudo depende do critério interno com o qual eu avalio. O que é doce para o egoísmo pode ser amargo se olharmos para a sua atitude.

Portanto, descobrir a ocultação dupla é sentir todos esses discernimentos: eu me elevo acima do meu desejo de receber e o olho de lado. Então, eu vejo que há uma intenção egoísta nele que se sente bem, enquanto que no desejo de doar, na intenção de doar, eu me sinto mal. Esta é a ocultação dupla do Criador.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 17/12/11, “O Estudo das Dez Sefirot

Alegres Tormentos Do Nascimento

Dr. Michael LaitmanNós estamos nos aproximando de um período onde haverá muitas pessoas desempregadas. Atualmente, existem 200 milhões de pessoas desempregadas no mundo. Durante o próximo ano este número vai crescer catastroficamente. Essas pessoas representam um grande problema para si, bem como para a sociedade como um todo e para os governos; as dificuldades vão desde a depressão até potenciais revoluções e guerras sangrentas.

É por isso que a nossa organização está explorando oportunidades de educação integral e preparou um curso destinado a capacitar pessoas que estão desempregadas. Nós esperamos que o nosso curso as ajude a abrir seus corações para o mundo em transformação e lhes permitam sentir e compreender melhor o seu lugar entre os seus amigos e a família, na sociedade humana como um todo, em seus países, e dentro do mundo contemporâneo.

Nós acreditamos fortemente que essas conversas são indispensáveis ​​e que sem elas o mundo entrará rapidamente num cataclismo. Suponha que nós já convencemos os governos dos países e o mundo inteiro sobre a necessidade de começar a ensinar este curso de forma obrigatória. Vamos imaginar que algum país aprovou este projeto, pois avaliou seus benefícios práticos e não vê nenhuma outra saída. Então, aqui está o primeiro grupo de cerca de 30-40 pessoas desempregadas que receberam bolsas do governo para estudar. O que eu digo a elas no nosso primeiro encontro para ajudá-las a identificar as transformações que estão acontecendo ao seu redor? Como eu poderia ensiná-las a compreender e reconstruir suas vidas?

Primeiro de tudo, eu diria: “Eu estou muito contente em conhecê-los. Talvez vocês considerem seu desemprego como um acontecimento trágico causado por fatores adversos, e talvez vocês não tivessem vindo aprender a menos que fossem forçados por estas circunstâncias. Mas nós devemos ver este estado como alegre ao invés de uma crise”.

Eu diria: “Vamos imaginar que vocês foram trazidos aqui não pelas dificuldades que estão enfrentando, mas sim porque todos estamos no limiar de uma nova vida, feliz e alegre. Para isso, temos que entender o que está acontecendo com cada um de nós em particular, e com todo o mundo em geral, e discernir porque está acontecendo.

“A situação pela qual vocês estão passando é resultado de certos erros infelizes que vocês fizeram? Talvez seja um processo normal que vocês não puderam evitar? Vocês tiveram que passar por estes problemas por causa de certas leis inevitáveis ​​da natureza? Será que elas resultam de uma tendência geral de desenvolvimento que acabará por levar-nos a grandes resultados?

“Nós chamamos a nossa situação de ” crise “, mas na verdade é parte de uma situação difícil geral, global e integral, que está ocorrendo na economia, educação, cultura, ciência, finanças e em todas as camadas da vida humana material. Na verdade, a palavra “crise” não tem uma conotação negativa. Ela significa uma nova etapa que é semelhante ao nascimento.

“Com base em nossa experiência de vida, sabemos que a transição de um estado para outro é difícil porque temos que deixar nossa zona de conforto se estivermos mudando de emprego ou modificando qualquer outra esfera da vida. Nossos hábitos nos impedem. Ficar dentro de um sistema operacional que funcione bem não exige que façamos muito esforço; isso nos faz felizes porque resistimos às mudanças naturalmente.

“O nosso ego nos leva a buscar uma ordem confiável e estável. A transição para algo novo é sempre desagradável. Bem, a menos que tenhamos certeza absoluta de que ela promete um futuro mais agradável e seja facilmente atingível. Mas se é uma transição difícil e perigosa e o futuro é incerto e imprevisível, então é um estado trágico.

“Portanto, vamos ver se a nossa situação é realmente terrível e trágica e se estamos à beira de grandes problemas, graves inundações, terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas, motins, guerras, golpes revolucionários, e derramamento de sangue nas ruas (caos completo), ou é apenas uma nova ordem e tudo o que está acontecendo conosco agora é como o nascimento desta ordem, que nós ainda não vemos. Nós podemos considerar tudo que nos rodeia, que força a humanidade a fazer enormes esforços e derramar suor, como o nascimento de uma nova forma? Como um bebê durante o parto, nós estamos passando pela difícil situação.

“Antes do parto, a criança cresce pacificamente dentro do útero de sua mãe, um local seguro e protegido. Depois, o nascimento é desencadeado por um processo muito “desagradável”. A mãe sente imensa tensão e experimenta contrações. A criança também sente uma enorme pressão. Elas começam a se empurrar a tal ponto que não conseguem mais tolerar estar juntas.

“A criança sente que tem que sair do ventre de sua mãe. Se traduzirmos esta situação aos nossos sentimentos, nós diríamos que é intolerável para esta criança permanecer dentro do organismo de sua mãe por mais tempo; nem ela pode segurá-la dentro de si. Como resultado da repulsa mútua, o processo de parto é iniciado e a criança nasce para um mundo maravilhoso e brilhante que a recebe com grande amor. Assim, ela obtém uma nova vida e chega a uma nova etapa de sua existência.

“Em vez de ser um pedaço de carne de vários quilos, ela deixa de ser uma criatura que vive dentro do organismo de outra pessoa e se transforma num ser humano! Não importa que ela ainda seja muito pequena e não entenda o que está acontecendo; o que importa é que ela nasceu numa nova vida. É muito semelhante ao que está acontecendo conosco neste momento. Nosso estado atual é semelhante à dor de parto de um novo mundo”.

Do KabTV “Uma Nova Vida” Episódio # 1, 27/12/11