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Apesar de se perder nos outros, não se perca!

Pergunta: Como o Zohar explica a ruptura, a fim de alcançar a unidade? Devemos esperar a quebra ser revelada entre nós durante a próxima convenção em Nova Jersey, ou já percebemos o suficientemente que agora é hora de alcançar a unidade.

esposta: Na convenção internacional passada em Israel, tivemos um “gosto” da quebra entre nós, o nosso distanciamento mútuo. Ela produziu um impacto bastante forte, e as pessoas sentiram que eram incapazes de se unir: “Por favor, qualquer coisa, menos isso!”

Esta experiência deve levar-nos à oração, uma ação em que se ped a superação desta separação. Nós não somos capazes de reformá-la, assim que deixar a Luz entrar e nos corrigir para que possamos superar a rejeição, como é dito: “O amor vai abranger todos os pecados.”

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Página Diária 27.12.09

Páginas Diárias é uma coleção de extratos das aulas diárias do Rav Michael Laitman e Bnei Baruch traduzidas para o Português.

Trabalhe em Benefício do Criador com Alegria!

Pergunta de um aluno: Porque o trabalho em prol do Criador deve ser com alegria?

Resposta do Dr. Michael Laitman: A “alegria” é um sinal que você está trabalhando com o intuito da doação, e não obrigado, por não ter outra escolha, ou por temer as crises. Uma mãe não fica contente quando está alimentando o filho, e este quando recebe dela e desfruta isso? Veja como ela conta para todo mundo como ele comeu e aceitou o seu alimento.

Como é possível que o ato de doar, que vem do amor, não causaria alegria? A alegria é um sinal, o resultado das boas ações. Por outro lado, a pessoa que está sob o controle do seu desejo de receber, sob controle do ego, normalmente está estrassada, com raiva, ansiosa em relação ao Criador.

Portanto, o nível de bondade, de fé, de anulação perante a Forca Superior, de modo que isso possa influenciá-lo e corrigí-lo em prol da doação, tudo isso deveria resultar em felicidade. É impossível se dirigir ao Criador, quando isso não for resultado da alegria. O choro não é ouvido lá em cima. Quando “O Zohar” escreve “Porta das Lágrimas”, isto significa que desejamos nos igualar ao Criador (“lágrimas”, dmaot, da palavra le’idamot, significa “assemelhar-se”). Isto se refere à deficiência da pessoa em se igualar ao Criador, e não ao ato de chorar. A pessoa está feliz por ter alcançado essa deficiência.

Se você se dirige ao Criador em prantos, na verdade você O acusa de ter arranjado isso para você, toda essa situação. É como se você estivesse infeliz com tudo isso, e você executa isso devido à falta de escolha, sem a capacidade de justificá-Lo.

Portanto, se a pessoa não está contente com cada estado que ela atravessa – tanto o melhor quanto o pior, isso significa que ela ainda está no desejo de receber para receber, e que não possui nada com que se dirigir ao Criador. Somente depois que ela se eleva a um estado de felicidade – e, portanto, não se importa com o que acontecerá a ela, porque pede a força da doação – ela recebe essa força.

Existem situações delicadas aqui, que nós ainda não somos capazes de digerir. Se eu estou feliz e satisfeito, como serei capaz de me dirigir ao Criador? A resposta é que, se a pessoa quer doar, a sua felicidade resulta daquilo que ela conseguiu realizar ao pedir a força da doação, e não importa a ela o que acontecerá em seus vasos. Ela não tem qualquer necessidade de algo para si mesma.

Porém, novamente, esse tipo de pedido vem somente da alegria. Você não pode ir até o dono da realidade chorando. Este é um sinal que você não está satisfeito com Ele , que você está reclamando de tudo que Ele faz, e se sente mal em Seu mundo. Caso contrário, por que você está pedindo algo para Ele? Você só deve pedir uma coisa: ser semelhante a Ele, ser até mais doador em relação a Ele. Mas este é um pedido que se estende da alegria, pois vocês já se assemelham a dois amantes que entendem a conexão entre si, estão em companheirismo, e aprendem como podem se conectar mais e satisfazer um ao outro. 

Porta das Lágrimas

Pergunta de um aluno: Se eu já sou feliz, porque eu deveria pedir a doação a Ele?

Resposta do Dr. Michael Laitman: Eu estou feliz por ter alcançado esse pedido, “A Porta das Lagrimas”. “A Porta das Lágrimas” é um estado cheio de alegria. Eu alcancei um estado onde estou explodindo de alegria, com a magnitude da condição na qual eu finalmente me encontro diante do Criador, com meu pedido sendo aceito, que a Luz vem até mim e me reforma, e com a capacidade de realizar um ato com o intuito da doação. Isto é chamado de “Porta das Lagrimas”. 

O Esforço é o Mais Importante

Pergunta de um aluno: A leitura do Zohar influencia a pessoa, mesmo que ela não perceba isso?

Resposta do Dr. Michael Laitman: A pessoa que se sentar para estudar O Zohar por dez lições seguidas, certamente sentirá que este livro a influencia e age sobre ela. Quem estuda O Zohar atravessa grandes e diferentes mudanças: primeiro, na concentração em relação à vida – para que tipo de coisas ela presta atenção ou não; segundo, ela se torna mais introvertida em seus sentimentos internos; terceiro, as atitudes em relação aos outros mudam – ela lhe dá mais espaço.

A pessoa que estuda O Zohar, de repente começa a pensar sobre suas ações, sobre o que lê no Zohar, e começa a vê-las como ações mais interiores do que o nosso mundo, etc. É certo que a pessoa que estuda O Zohar muda – O Zohar a transforma bastante, acalma-a, torna-a mais introvertida, mais séria, mais decidida. Nesse aspecto, a influência do Zohar é muito forte. E isso não depende do seu nível de entendimento, mas sim do seu esforço, à medida que a pessoa se esforça para entender o que está acontecendo aqui, o que está sendo discutido.

Página Diária 25.12.09

Páginas Diárias é uma coleção de extratos das aulas diárias do Rav Michael Laitman e Bnei Baruch traduzidas para o Português.

O Sistema Espiritual: Como Ele funciona?

Muitas vezes nós falamos de que como existe um Criador e uma criatura, que deve haver uma conexão entre eles, e que ambos devem chegar a um estado onde eles se encontrem. Mas como isso é possível se a criatura só recebe, ao passo que o Criador só doa? Isso pode ser demonstrado através do exemplo bem conhecido do anfitrião e do convidado. O Criador, o anfitrião, quer dar e, portanto, leva comida e bebidas à criatura, prepara cinco pratos para ela. A criatura não quer receber os pratos, mas finalmente diz: “Eu receberei só com o propósito de doar ao Criador”; assim, ela se aproxima da mesa e prova os pratos. Este é o lugar onde eles se reúnem em doação mútua – o Criador doa prazer à criatura, enquanto a criatura recebe o prazer, a fim de provocar satisfação no Criador.

Como é que esse princípio se manifesta no sistema dos mundos? O local onde as almas existem, é chamado de Mundos de “Beria“, “Yetzira“, e “Assiya” (Mundos de BYA). Abaixo está este mundo – o lugar que estamos agora. Se percebermos o ponto no coração que desperta em nós, seremos capazes penetrar o estado onde as almas estão, os mundos de BYA.

As almas que existem no mundo da BYA estão quebradas, ou seja, ainda não estão corrigidas. Este é um estado que eu alcanço depois que começo a trabalhar com meu ponto no coração, e descubro que o meu estado está quebrado, que eu não quero me conectar com os amigos, com os outros, que eu odeio todo mundo. E, na verdade, eu também odeio o Criador da mesma forma, só que eu não sei disso, e também não admito isso. Tal estado é chamado de “o reconhecimento do mal”.

Mas graças ao trabalho no grupo, com o professor e os livros, eu desperto em mim a importância da meta. Portanto, existem dois extremos em mim – o reconhecimento do mal e a importância da meta; e a partir daí eu começo a gritar, a pedir. Este pedido eleva-se acima do limite denominado “o Parsa“, que é a condição de que meu pedido será realmente para doação, para a correção.

E se este for o meu desejo, então não haverá mais o Parsa, não haverá diferença, ou uma parede entre mim e o sistema chamado “Malchut“, “Nukva“, ou “Knesset Israel“, e eu estou incluído nele. Este é o local mais elevado que as almas podem alcançar, e então “Malchut” se conecta com o Partzuf chamado “Zeir Anpin“, ou” o Criador “. Ou seja, se Malchut recebe de mim algum tipo de déficit para a correção, ela levanta esse último ao Criador, e de lá recebe a Luz.

Então, esta Luz vem até mim, corrige-me, e me permite entrar novamente nesse sistema na versão corrigida, integrar-me dentro dele, estar em contato com o Criador.

Em outras palavras, na primeira vez o pedido é “dá-me força para doar”, e na segunda vez, quando esta força já está em meu poder, depois de eu ter me corrigido, eu já me elevo e existo num nível mais elevado. É sobre isso que O Livro de Zohar fala. Mas a verdade é que não importa o quanto nós sabemos ou compreendemos, mas sim que a coisa mais importante é nos esforçarmos de algo forma em adentrar os estados que ele fala. A entrada para a espiritualidade se assemelha às ações de um bebê na materialidade ─ assim como o bebê não sabe nada, e entra, ouve, e está incluído em tudo de maneira ingênua, nós também devemos nos esforçar durante a leitura para entrar no mundo que O Zohar fala.

Antecipando a Chegada da Luz

A pessoa pode começar a assistir às aulas do Zohar enquanto estamos no meio do livro ─ isso não importa. Se a pessoa que lê O Zohar não conseguir que a Luz que está dentro dele brilhe em cima dela e abra sua alma, então não importa onde e o que lê, porque ela não sabe do que se trata. Eu só explico um pouco a fim de delinear algum tipo de orientação, a fim de concentrá-lo; mas até que o livro seja aberto, nada do texto escrito será compreendido.

Talvez nós possamos dizer que entendemos alguma coisa, mas esse não é o objetivo. O nosso objetivo é que a Luz que nos dê a força de doação. Na medida em que eu alcanço a força de doação, a força de Hassadim (misericórdia), eu posso receber a Ohr Hochma (Luz da Sabedoria). A Ohr Hochma é a visão: a capacidade de ver, de sentir o mundo espiritual, o Criador, a alma, o meu estado eterno e completo. Por conseguinte, durante o estudo do O Zohar eu devo apenas antecipar a chegada da Luz. Se ela não vier, então, mesmo sabendo este livro de cor, isso não ajudará.

Isto é, o objetivo da minha leitura é apenas receber do livro, do estudo, do grupo, de todos, algum tipo de projeção, a inspiração que me transformará, que me dará força para doar. E se for meu direito, eu começarei a sentir a espiritualidade. É possível que muitos dos nossos telespectadores não entendam uma palavra sequer do O Zohar, e é possível que alguns deles pensem que são muito espertos ─ não há diferença entre eles. Toda a diferença reside no desejo de que o mundo espiritual se abrirá. E se isso existe: esta é a coisa mais importante.

Página Diária 24.12.09

Páginas Diárias é uma coleção de extratos das aulas diárias do Rav Michael Laitman e Bnei Baruch traduzidas para o Português. 

O Foco no Mundo Espiritual

Enquanto estudamos O Zohar, nós não estamos tentando explicar todos os fenômenos que estudamos; pelo contrário, queremos sentí-los. Como é possível explicar algo que a pessoa não sente ou vê? É por isso que nós só estamos falando sobre o esforço que a pessoa faz quando quer alcançar algo que ela não sabe, vê ou entende, mas faria qualquer coisa para se aproximar disso.

Eu estou ensinando vocês a focarem o mundo espiritual. Quando vocês adquirirem a visão espiritual, vocês sentirão, e depois vocês também entenderão. Este é o significado do versículo, “Um juiz tem somente o que seus olhos vêem”. Qual é a razão para tentar memorizar os nomes se vocês não sabem a que eles se referem? Agora nós estamos aprendendo a realizá-los, porque a realização é quando vocês sentem alguma coisa com clareza absoluta em todos os seus sentidos e coração. Vocês existem nela, estão completamente imersos no mundo espiritual, e realmente tornam-se um com ele.

Nós estamos falando sobre como adentrar a sensação de um mundo novo, como um bebê que está começando a perceber o mundo de forma simples e natural. No início, nós não explicamos nada para o bebê. Primeiro, ele deve ser preenchido com várias impressões sobre o nosso mundo e, em seguida, ser capaz de diferenciar entre qualidades diferentes (frio versus calor, luz versus trevas, duro contra mole); ele começa a moldar uma mente que entende ao que deve aspirar e do que deve se afastar. Ele começa a discernir o que é agradável e desagradável, o que é bom para ele e o que é ruim, o que é verdadeiro e o que é falso, o que gosta e o que não.

No entanto, no que diz respeito à espiritualidade, tudo isto surge somente depois de termos revelado um fragmento do Mundo Superior em nossas sensações. Neste momento, nós desejamos alcançar essa revelação, e por isso não queremos explicar o que está dentro dela; nós só queremos facilitar essas novas sensações em nós.

Nós temos que “desfocar” a nossa visão de mundo e deixar de vê-lo, para começar a ver através de um novo foco, concentrando nossa atenção em outra coisa. É como as imagens tridimensionais, que primeiro surgem como um conjunto caótico de formas desordenadas. Mas, se você mudar o foco de sua visão e parar de se concentrar na superfície da imagem, se você tentar olhar dentro, sem focar a imagem em si, mas, propositalmente, penetrar no interior – então você começa a percebê-la. Nós devemos fazer o mesmo esforço – porém através dos sentimentos, em vez da visão – quando lemos O Livro do Zohar; então, através das sensações deste mundo, sentiremos o Mundo Superior.

Nós devemos tomar a forma como vemos o mundo e, intencionalmente, “quebrar esse foco”. Não ver este mundo, mas sim concentrar-se num ponto completamente diferente, focar a nossa atenção sobre ele e começar a ver através dele. É como as imagens tridimensionais: quando você olha para elas, primeiro você não consegue ver nada. Mas quando não olha para a superfície da imagem, e vai além, como se quisesse olhar para dentro dela, então o foco não se concentra exatamente na imagem em si, mas é como se ele penetrasse dentro; em seguida, você começa a ver. Durante o estudo do Zohar nós falamos apenas sobre este esforço. 

O Ponto de Entrada para a Realidade Espiritual

O Baal HaSulam escreve que “Não há nada mais elevado do que a verdade e nada mais baixo do que a falsidade”. Mas como podemos saber o que é a verdade e onde encontrá-la? As coisas só parecem verdadeiras em nossa imaginação e fantasia, mas nós sabemos que tudo aquilo que parece verdade hoje se tornará mentira amanhã. Isso acontece porque os nossos desjos mudam, e quando isso acontece, todos os fatos que percebemos, também mudam. Como a matéria muda, a forma que estava presente na matéria ontem já não é visível para nós hoje.

Acontece que hoje nós operamos de acordo com a forma revestida de matéria, e consideramos isso como verdade. Mas amanhã, nós iremos descartá-la e diremos que foi uma mentira, dependendo do que veremos amanhã. Nós sempre temos que agir com base no desejo, e na forma com a qual ele está revestido durante o momento que estamos nessa forma. Nós não nos importamos que costumávamos pensar de maneira diferente que há cem anos atrás, e que pensaremos de maneira diferente daqui a duzentos anos. Tudo será novo, teremos uma nova vida, um novo céu e uma nova terra. No entanto, hoje temos que tomar todas as decisões baseadas nos fatos atuais.

Disso resulta que não temos o direito de julgar os outros – aqueles que estão acima ou abaixo de nós. Como podemos julgar alguém num nível abaixo de nós se ele ainda não foi corrigido? Afinal, ele tem razão em relação à sua posição.

Todos os erros, problemas e punições são dados a nós, a fim de nos “entulhar” numa forma revestida de matéria, para que não nos separemos da matéria e nos envolvemos no raciocínio abstrato. É extremamente importante manter isso em mente ao estudar O Zohar. Afinal de contas, O Zohar destina-se a nos levar ao mundo espiritual, e nesta área nós somos muito tentados a ceder às fantasias e misticismo. O nosso corpo realmente deseja isto, pois dessa maneira ele sentirá menos sofrimento.

Nós devemos nos esforçar para manter os pés no chão dentro do âmbito da matéria. Ao fazer isso, nós estaremos realizando uma correção. Nós devemos inserir a forma de doação em nossa forma egoísta de recepção, mas elas não se encaixam uma dentro da outra, elas são totalmente opostas e, portanto, a nossa tarefa é extremamente difícil!

É por isso que O Zohar se esforça esforço para ser vigilante em relação ao que está acontecendo conosco, e que formas estão revestidas em nós. Afinal de contas, através da separação da matéria, nós podemos imaginar que já estamos no mundo da doação e do Infinito. 

Será o Meu Próximo Nível a “Forma Extraída da Matéria”?

O meu próximo nível é descrito como aquele oposto a mim. Como eu o descrevo e o sinto, é uma forma extraída da minha matéria. Eu não posso revestí-lo, eu não quero revestí-lo, mas o trato como algo desejável. Na materialidade eu posso imaginar que já estou corrigido, que sou como isso ou aquilo, mas quando estou na espiritualidade, eu não consigo me imaginar no meu nível superior, porque sou repelido por ele. O Elyon (Superior) está oposto a mim, Ele me mostra como devo doar. Mas eu não quero doar, é uma forma que eu não desejo receber.

Portanto, na espiritualidade não há perigo de que eu caia nas mãos da minha imaginação, porque quando eu alcanço o nível superior, eu já estarei em sua forma. O Elyon me apresenta o nível superior em oposição ao meu estado, à minha matéria, e ele me parece como a escuridão. A partir deste momento, eu só devo me esforçar dentro do grupo, conectando desejos adicionais. Quando eu conectar vários desejos adicionais, o Elyon já não parecerá oposto a mim; então, eu já solicitarei correções adicionais à Luz que Reforma. Eu não posso subir ao próximo nível a menos que eu adicione desejos desconhecidos para mim, que serão como meus, e neles eu revelarei o próximo nível, a adição.

Página Diária 23.12.09

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Medidas Para o Avanço

O avanço é obtido exatamente através de decepções, confusões e consternações que ocorrem entre os estados.

E a coisa mais impressionante sobre isso é que, apesar de sabermos e termos experimentado essas mesmas sensações várias vezes no passado, toda vez que a pessoa se encontra entre esses níveis e estados, ela fica confusa e não sente ou alcança absolutamente nada: entretanto, ela experimentou até certo ponto esses discernimentos de desespero, decepção, raiva, e discordância com o que está acontecendo com ela. Mas esses estados progridem e, eventualmente, ela consegue superá-los. Em outras palavras, quanto mais a pessoa sente que está avançando, também sente que ainda não avançou. Mesmo assim, não devemos nos conformar, pois estados contrários também podem ocorrer.

Portanto, os Cabalistas escrevem que a medida mais precisa para saber se estamos avançando é através do grupo e do ambiente. A pessoa sempre pode medir o quão importante o ambiente social foi para ela ano passado, o quanto ela é presente dentro do grupo, fortalecendo-o, servindo-o, e criando um grupo unificado – em comparação ao que ela sente atualmente. De acordo com essa escala de importância que se revela dentro dela, ela pode ver se está avançando.

 

Livre-se das Falsas Obrigações

Nós devemos entender que todas as nossas obrigações no avanço espiritual, exceto o amor ao próximo, são imaginárias. O que isto significa? Que essas obrigações não trazem o resultado necessário, ou seja, o avanço espiritual. A pessoa pode se destacar nos estudos, e em muitas outras coisas, mas se ela não une a intenção pela adesão entre os amigos à todas as coisas que faz, o vaso espiritual não será formado dentro dela, e o tempo passa e ela não entenderá. Então, todas as suas obrigações na Sabedoria Cabalística são também chamadas de “falso”. Apesar disso, o Baal HaSulam coloca todas as esperanças do grupo na adesão entre os amigos, e somente nisso.

 

Não Devemos Perder as Oportunidades de Conexão

Pergunta de um aluno: Qual é a aplicação interna do amor ao próximo para a pessoa que nos assiste na televisão ou na internet?

Resposta do Dr. Michael Laitman: Em primeiro lugar, esforce-se para compreender o método Cabalístico e veja algo importante no grupo que está envolvido, como uma ancora ou um salva-vidas. A Arvut (Garantia Mútua) é essa união, o sistema onde eu posso revelar o mundo espiritual, o Criador. A revelação do Criador só é possível, dentro dessa quebra inicial da conexão entre os amigos. Mesmo assim, você deve se esforçar para se conectar a eles o máximo possível, apreciá-los, agradá-los sempre que possível.

Página Diária 22.12.09

Páginas Diárias é uma coleção de extratos das aulas diárias do Rav Michael Laitman e Bnei Baruch traduzidas para o Português.

 

Os Primeiros Sinais de um Novo Período

Os Primeiros Sinais de um Novo Período

O que é uma crise? É uma condição em que sua mente já está disposta a assimilar mais do que a impressão atual permite. Esta é a raiz para se sentir a crise.

Isto é, eu estou disposto a me impressionar com coisas mais elevadas, mais sublimes do que esta vida é capaz de me dar e, portanto, entro em desespero, em crise. O que queremos dizer quando falamos “fim da ciência”, “fim da instituição familiar”, “fim da cultura”, “fim da educação”, etc? Eu sinto que isso é um “fim” porque eu me desenvolvi mental e emocionalmente e atingi um estado onde as impressões do nível que eu estou não me permitem trabalhar: elas são muito pequenas para mim. Eu vivo num mundo, mas sinto como se vivesse numa vila.

De onde vem tudo isso? Como resultado da integração da matéria com as numerosas impressões, dados e reações, a partir dos quais construímos diversos sistemas e relações, como o Comunismo, Socialismo, Capitalismo, Ditadura, essa família, outra família, religião e Darwinismo, prós e contras ─ todas as coisas que a humanidade passou por toda a história. E, finalmente, depois de todas essas coisas, descobrimos que elas não valem nada; mas o cérebro, todavia, está disposto a perceber as impressões mais elevadas, e começa a buscar, ainda que elas não sejam encontradas. Este é um sinal de que estamos preparados para captar as impressões de um novo nível. E depois vem a sabedoria Cabalística e lhe pergunta: Você quer algo novo? Aqui está. Você está pronto para isso.

Pergunta: Nós estamos prontos para que? O que é essa coisa nova?

Nós estamos preparados para alcançar novas impressões em nossa substância, no desejo de receber. Pode-se dizer que nós esgotamos as impressões no nível material, no desejo de receber. Nós já estamos fartos. Nós continuamos brincando com ele porque precisamos de alguma forma nos mantermos nesta vida, porque a impressão dentro do desejo de receber é uma coisa ─ esteja eu recebendo ou não. E agora, como resultado desta impressão nós atingimos um estado onde queremos sentir uma impressão adicional ─ não apenas receber mas também doar. Nós queremos que ambas as formas de impressão fiquem de frente uma para a outra. Este é o estado em que a pessoa está começando a se preparar internamente. Isso não acontece com todos simultanea e imediatamente, mas é isso que ocorre.

Isso também pode ser explicado de forma diferente. Não é que tenhamos chegado a uma crise porque estamos saciados das impressões de todas essas coisas ao longo da história, mas sim que são as Reshimot (lembranças) que nos levam ao novo estado revelado. Nós percebemos as Reshimot, que foram reveladas em todos nós ao longo da história, em todas as civilizações da humanidade, e agora, nós chegamos a um estado em que todas as Reshimot, que dizem respeito à satsifação simples dentro de um desejo de receber simples, acabaram.

Agora, está na hora das próximas Reshimot. Depois que as Reshimot “de recepção” acabaram, é hora de revelar as Reshimot “de doação”. Enquanto você percebia somente as Reshimot do desejo de receber, você agia como uma besta neste mundo. Você não tinha nada para trabalhar, apenas desfrutar mais ou menos todos os tipos de possibilidades que haviam diante de você. Esta é toda a sua história. Esta também é a razão pela qual a sabedoria Cabalística estava oculta. Para que você precisa da sabedoria Cabalística? Você só precisa dela se tiver o desejo de receber e sua satisfação, e o desejo de doação e sua satisfação ─ um diante do outro. O que acontece entre eles, a forma para se conectar entre eles se chama “linha média” ─ e esta é “a sabedoria Cabalística”.

Este é um processo completo, e atualmente nós estamos no seu início. A humanidade não sabe onde ele está. Ela não entende que as novas leis já estão operando nela, novas forças do sistema de doação, além do sistema de recepção. Depois que você se unifica, duas forças operam em você ─ tanto a atração como a rejeição. E é aqui que a sabedoria Cabalística deve entrar, como um método de revelação do trabalho correto, a relação correta entre todas as partes, a conexão entre elas ─ o software para operar o sistema integral. E de acordo com o grau que você avança em direção a esse sistema, você o revela. Mas, para revelar, digerir, e aplicá-lo corretamente, você deve estar familiarizado com a regularidade que existe no sistema, a sua fórmula. E esta fórmula é a própria sabedoria Cabalística. Portanto, ela é revelada neste exato momento.

Página Diária 21.12.09

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RETORNANDO À CONSCIÊNCIA
Eu tenho um desejo, e além dele não existe mais nada. Dentro desse desejo existe algo chamado, digamos, “David”, “Abraão”, “Isaac”, “Moisés”, “José”, “direita”, “esquerda, “meio”, “inferno”, “Jardim do Éden”, etc, todo tipo de coisas, e tudo está dentro do desejo. É impossível para eu sentir, descrever ou pensar em algo que não seja o desejo. O Criador criou apenas o desejo. E agora eu preciso começar a conhecer o meu desejo. Eu vivo nele, mas eu não sei como eu vivo. Eu atuo sobre ele, ele age sobre mim. Isso se chama viver “inconscientemente”.

O Zohar começa a me trazer de volta à consciência. Ele começa a explicar de que consiste o meu desejo, como eu os influencio, organizo, corrijo, atualizo. Assim, por exemplo, eu não posso trabalhar com o meu desejo principal chamado “David”, “Malchut“. Neste desejo eu devo receber correções de “Abraão”, “Isaac”, etc Enquanto isso, eu só ouço isso, mas quero conhecê-lo. Tudo isso é meu desejo, e existe dentro de mim.

Se eu quero estar familiarizado com esse desejo, se eu anseio por ele como um bebê, então a Luz Circundante vem a mim desde um estado mais iluminado e brilha sobre mim, e eu começo a sentir um pouco desse estado. Eu começo a atribuir uma sensação para cada discernimento: este não é tão bom, aquele é um pouco melhor, este é ligeiramente inferior, aquele é um pouco superior; e assim eu avanço, porque nós não temos nada, exceto sensação.

SAINDO FORA DO FILME
A pessoa precisa pensar a respeito da percepção da realidade e se acostumar com todas as definições, como diz o Baal HaSulam, de modo que estas serão colocadas dentro dela como numa caixa. De agora em diante, esta será a forma com que eu olho para o mundo. Eu devo parar com o hábito de olhar o mundo como se ele existisse fora de mim, o qual foi inserido em mim no momento em que nasci até hoje. Chega, eu estou retornando para a verdade, eu não quero estar nesta foto imaginária.

A FORMA CORRETA DE OLHAR A REALIDADE
Quando nós lemos O Zohar, encontramos nomes como Jacó, Esaú, Abraão e Noé. Porém, se nós interpretarmos esses nomes através das nossas noções anteriores sobre a Torah, vendo-a como um conto histórico, então ficaremos completamente confusos e compreenderemos mal o que O Zohar nos conta. Nós devemos avançar em direção a um vácuo vazio no espaço sideral, onde não há terra e nada que tenha ocorrido alguma vez; tudo isto apenas pareceu-nos real. Tempo, movimento e espaço são uma ilusão que só existe na nossa imaginação. Nós pensamos que algo existiu há milhares de anos atrás, e que agora fazemos escavações arqueológicas sobre isso; nós encontramos ossos como prova da sua existência. Porém, tudo isto existe apenas nas nossas percepções, que chamamos realidade.

Porém, agora nós queremos nos elevar ao entendimento adequado – para ver o desejo que contém Reshimot (genes informativos). É isto que queremos investigar, em vez de escavações arqueológicas.

Eu quero ver este mundo inteiro dentro do meu desejo, dado que é o único lugar onde ele existe verdadeiramente. Eu tenho de mudar para perceber a verdadeira realidade, em vez de uma imaginária. Eu quero ver as pessoas à minha volta como várias formas ou imagens dentro do meu desejo, em vez dos corpos físicos que aparecem à minha frente. Eu quero ver como toda a realidade – até o Criador – está contida dentro do meu desejo. Então, a minha realidade será chamada Malchut do Mundo do Infinito.

Eu tenho que unir tudo em um, já que tudo está contido dentro de um desejo. A razão pela qual eu vejo imagens diferentes, ações, e movimento através do tempo e espaço (tanto no tempo e espaço material, quanto no espiritual) é porque a Luz, o Criador, age dentro do meu desejo. Desta maneira, gradualmente, passo a passo, isso me leva ao verdadeiro entendimento das Suas ações.

QUANDO ELES LIGAM A LUZ NO CINEMA…
Se eu quiser ver a verdadeira realidade, não posso imaginar outra coisa senão o meu próprio desejo. Esta é a forma como nascemos e como nós fomos condicionados a ver este filme, onde o mundo inteiro parece estar fora de nós. No entanto, tudo isso só existe dentro do nosso desejo. Temos de travar uma guerra interior com nós mesmos de forma a nos convencermos que tudo acontece dentro do desejo. Contudo, este fato não revoga a realidade, dado que o desejo é a realidade.

Nós pensamos que um desejo é simplesmente quando queremos algo. Porém, o desejo é tudo! Uma parede que bloqueia o meu caminho é um desejo também, eu estou indo contra o meu desejo. Tudo a minha volta são desejos ou forças retratados dessa maneira na minha tela. Quando você olha para uma fotografia numa tela de computador, você não acha que são objetos reais escondidos dentro do computador. Você sabe que a imagem é criada por forças elétricas. Todavia, quando você olha para o nosso mundo, você não percebe isso, porque não vê a tela na qual este mundo é projetado.

No entanto, na realidade, tudo ocorre de forma simples. O que você vê na tela do computador parece estar acontecendo fora de você, na tela, e de lá a imagem entra em seu olho, é processada, em comparação com o que está armazenado em sua memória, e então é reconhecida com a ajuda de processos eletro-químicos em seu cérebro. No entanto, quando você está vendo o mundo, você o vê dentro de si mesmo, em seu cérebro. É aí que vê uma projeção do mundo, como se ele estivesse fora de você! No entanto, isso também é uma tela onde forças elétricas estão retratando uma imagem sobre ele. Enquanto isso, no entanto, você acha que esse quadro se encontra em algum lugar do lado de fora.

Se abordarmos esta percepção verdadeira com a ajuda de O Zohar, então veremos um mundo de forças e qualidades diante de nós. Estas forças e qualidades são operadas por uma força geral, o Criador. Ao alcançarmos esta visão e compreensão, revelaremos o Criador, que desejamos tanto… Esta revelação ocorre dentro do nosso desejo, dependendo da sua equivalência de forma com o Criador. Todo O Zohar se destina apenas à revelação da percepção correta da realidade.

Página Diária 20.12.09

Páginas Diárias é uma coleção de extratos das aulas diárias do Rav Michael Laitman e Bnei Baruch traduzidas para o Português.

ANSEIO PELA SANTIDADE NA ESCURIDÃO

Quando eu leio O Livro do Zohar, eu preciso sentir que ele está falando sobre mim. Ele me fala de um jeito diferente e estranho sobre o que está ocorrendo dentro de mim, e somente dentro de mim. Eu tenho figado, pulmões, rins, baço, sistema digestivo, etc., e além desse sistema, dentro de mim, existe também o sentimento, e esse livro está falando somente sobre esse sentimento. Dentro desse sentimento existe desejos diferentes, qualidades, pensamentos, todos os tipos de impulsos. Eu devo me perguntar: Com exceção da carne que está dentro de mim, quem é a pessoa dentro de mim? E eu pego essa especie de faca, abro-me totalmente, e olho dentro.

E o que eu vejo? O que exatamente os autores do Zohar descrevem para nós. Vocês devem se esforçar para ver e identificar isso. Dentro dessa “pessoa” dentro de mim existem qualidades chamadas Esaú e Jacó, boi e asno, pássaros e árvores, Adam Ha Rishon, e a Arca de Noé. “Árvore”, significa um desejo único em mim, uma qualidade especial. A Arca é uma qualidade única na qual eu posso me ocultar, que pode me proteger.

Eu devo começar a trabalhar com nisso. O que eu ganho com isto? A verdade é que isto não vai lhes trazer nada. Ao se esforçar em identificar essas coisas, uma força chamada “A Luz que Reforma” vem até você, e é por ela que devemos ansiar. Digamos que você deixa a aula e diz a si mesmo: ‘Eu consegui! Eu senti que hoje eu entendi quem é Jacó, quem é Esaú, quem é Israel, etc”. E daí? Isso não significa nada. Na próxima vez você vai embora e dirá a si mesmo: “Eu não entendi nada, eu não consegui me concentrar, tudo está árido. Eu consegui me esforçar por alguns minutos durante toda a lição”. Precisamente esses poucos minutos é que serão o seu ganho.

Isto é o “ocultamento”. Somente aquele que investe, e respeita esses momentos, a sensação de dissabor, a falta de clareza, e deseja avançar sobre isso em direção à “doação” somente através desses ganhos.

Eu estou dizendo a vocês por experiencia própria ─ às vezes é necessário estudar o Zohar por duas ou três horas, sem se levantar, até quebrar essa não falta de receptividade, e entrar num estado em que você começa a trabalhar com essas forças.

Mas as correções que vocês fazem durante essas duas ou três horas, é a coisa mais importante. Não foi em vão que o Baal HaSulam escreve na “Introdução ao Talmud Eser Sefirot” (Introdução aos Estudo das Dez Sefirot), que exatamente nesses estados de ocultamento, estão os estados em que você pode trabalhar duro, e demonstrar que realmente deseja se aproximar da Divindade. Não há duvida que isso é completamente oposto a tudo que estamos acostumados neste mundo, onde julgamos tudo de acordo com nossos sentimentos egoístas.

Portanto, aquele que trabalha na escuridão, e sente que isso não faz sentido, precisa perceber que esses estados são muito benéficos para o avanço em direção à doação, de tal modo que com o tempo ele não desejará outro estado, mas sim entenderá que esse esforço grandioso é a recompensa. Estes momentos são dados para que você trabalhe arduamente sem receber nada que desperte o ego, suas tendências maldosas, o orgulho, o entendimento, a mente, e o sentimento ─ entretanto, você tem a opção de insistir um pouco e fazer grandes esforços ─ esses são os melhores estados. A capacidade de alcançar esse ponto de contato com a santidade na escuridão é uma recompensa. Em tais estados fica claro que você não será prejudicado pelo seu desejo de receber.

Portanto, nós devemos estar felizes nos estados que não têm sentido. Através deles a pessoa cresce. É óbvio que aqui o apoio do grupo é muito importante, a impressão e todo o entusiasmo, que inclui todos os nossos amigos ao redor do mundo. Quando você não recebe o apoio do Criador (mesmo que isso venha Dele), você pode ansiar pelo apoio do grupo ─ e essa é a melhor coisa. Aqui há espaço para a prece de muitos, para o esforço verdadeiro e correto.

COMO COMPREENDER O LIVRO DO ZOHAR

O sucesso no estudo do Livro do Zohar não depende da capacidade mental da pessoa em organizar tudo que ele descreve. Por exemplo, um dia você pode sair da lição muito contente em relação a tudo que sentiu e entendeu, e feliz por ter entendido o que está por trás dos nomes e palavras nesse livro. Mas, no dia seguinte, você sai da aula desapontado, pensando, “Eu não entendi nada! O material estava tão tedioso que eu nem consegui me concentrar. Eu me concentrei apenas por alguns minutos, dentro de uma hora e meia de aula.”

A verdade é que você não é capaz de avaliar a situação corretamente; o seu maior ganho veio exatamente daqueles poucos minutos que você foi capaz de se esforçar. Nós não sabemos nada sobre o Mundo Superior ou sobre nós mesmos, ou as condições para revelar isso. Tudo isso está oculto. Mesmo assim, se a pessoa dá tudo de si e se esforça, então, precisamente quando ela está nesse estado de não se sentir satisfeita ou interessada no estudo, quando nada “brilha” para ela, ainda sim ela deseja provar que quer alcançar o desejo de doar – esse é o melhor momento e o melhor estado.

Eu posso lhe dizer por experiencia própria que isso geralmente me consome muitas horas de trabalho nos textos do Zohar, até que eu começo a atravessar a barreira que me separa dele. Porém, sentir que aquela parede impenetrável entre nós começa a se dissolver é a maior alegria do mundo….

As correções feitas durante aquelas horas de “entorpecimento” são os esforços mais importantes que você pode fazer em seu caminho ao Criador! É precisamente em resposta a esses esforços que a Luz Superior vem até você, em vez de todas as outras coisas que vêm facilmente. Assim, esse trabalho duro, é o melhor estado possível.

Página Diária 09.12.09

REVELE O MUNDO QUE ESTÁ DENTRO DE VOCÊ

O Zohar nos direciona somente na revelação do mundo dentro de nós, e lá se encontra todas as possíveis noções interiores – eu, os mundos, e os níveis inanimado, vegetativo, animado e humano. No final, tudo que podemos imaginar agora, incluindo nós mesmos, está dentro de nós.

Se eu me relaciono com O Livro do Zohar dessa maneira, sabendo que ele se revela para mim, então ele falará de mim. Tudo que eu leio no Livro do Zohar está acontecendo dentro de mim. Eu sou essencialmente uma tela, e a força do desejo apresenta várias formas, imagens e ações nessa tela. Nos diferentes níveis do meu desejo de desfrutar, essas forças também descrevem objetos inanimados, ou dos mundos vegetativo, animado, e humano. Todas essas imagens aparecem dentro do meu desejo de desfrutar e são atraídas pela força do desejo.

Assim como nós vemos imagens na tela do computador, existe uma “câmera fotográfica” dentro de nós que cria uma ilusão da realidade que se apresenta diante de nós. Mas, na verdade, não existe nenhuma realidade; isso tudo é o nosso desejo de desfrutar recebendo essas impressões das forças que atuam dentro de nós, criando várias imagens dentro do desejo. Nós, por sua vez, discernimos essas imagens como objetos inanimados, plantas, animais ou pessoas, dependendo do nível do desejo que está sendo representado.

Portanto, enquanto leio O Livro do Zohar, eu tenho que imaginar que sou um pequeno mundo, e que tudo está dentro de mim; o oceano, as montanhas, cores, sons, árvores, pessoas, e todos os acontecimentos, estão ocorrendo dentro de mim. Então, eu começarei a substituir gradualmente essas imagens que estão sendo descritas pelo Zohar por qualidades e forças. Em vez de relacionar as palavras desse livro com imagens de animais, pessoas, árvores e tudo o que acontece com eles, eu começarei a discernir essas qualidades dentro de mim. Em essência, existem somente duas qualidades, recepção e doação, mas elas podem surgir representadas em vários níveis e expressas de maneira diferente.

Nós devemos tentar reconhecer tudo que está sendo descrito por esse livro. Tão logo façamos realmente a transição para o mundo das forças, nós começaremos a ver a verdade e a compreender que todas as imagens que vemos agora são de um mundo imaginário, e na realidade, elas são somente forças. Então, por trás dessas forças, nós começaremos a discernir gradualmente a Força Única – o Criador.

É assim que nós devemos ler O Livro do Zohar.

TUDO DEPENDE DA INTENÇÃO

Até que nós descubramos que não estamos fazendo nada neste mundo, e que devemos nos elevar acima dele, e mudarmos a aparência das coisas, não seremos capazes de mudar nada para melhor ou pior neste mundo. O nosso mundo é completamente controlado pelo alto. Será que o mundo realmente mudará se queimarmos mais ou menos combustível? Será que o mundo virou de cabeça para baixo há alguns milhões de anos atrás? Será que existiram a Idades do Gelo no passado, ou mais tarde em diferentes eras?

Estes são processos que nós não sabemos nada a respeito, a menos que estejamos estudando a sabedoria Cabalística, e então seria evidente para nós que nós não temos capacidade de mudar nada no nível deste mundo.

Eu posso queimar todo o petróleo que existe no mundo, poluir o ar, e nada mudará. Nós não entendemos um principio muito simples, que nós não estamos mudando nada no nível de nossas ações neste mundo. Vocês pensam que estão mudando o clima? Vocês não o influenciarão mesmo que detonem todas as bombas atômicas no mundo agora mesmo. Talvez externamente nos parecerá que todo o dano foi causado como resultado disso, mas, na verdade, ele será causado como resultado da maldade dentro de vocês… Vocês estão perturbando o mundo em seus pensamentos, por não ativaram a Força Superior que realizará a correção para vocês. Este é o jeito de influenciar realmente o mundo, e não queimar ou queimar algo. Uma atitude negativa ou positiva em relação aos outros é o único modo pelo qual estaremos influenciando o mundo, e finalmente percebendo isso. Não existe mais nada.

É como um cirurgião que faz uma incisão numa pessoa e é pago por isso, enquanto que um criminoso que esfaqueia uma pessoa vai para a cadeia. Em outras palavras, tudo depende da intenção. Nós mudamos a natureza em nossos pensamentos, mas não por explosões ou ateando fogo. Isto precisa ficar bem claro para nós.

Isso não é simples, mas se olharmos para trás e resumirmos toda a nossa historia, chegaremos à conclusão que toda a diferença está na intenção: se é para receber ou para doar.

Portanto, a verdadeira pergunta referente às organizações ecológicas que operam hoje no mundo é se os seus desejos são para beneficiar a si mesmos, se são os seus egos que estão influenciando, ou talvez através de suas ações elas realmente desejam provocar uma conexão correta entre as pessoas.

Vamos assumir o seguinte: de acordo com as palavras de Al Gore todo mundo reduzirá a queima de combustível em 10%. Se você me perguntar, eu lhe diria que isso só influenciará para pior. Isto porque o poder do seu ego é que estaria operando no mundo e causando este resultado, e não a redução da emissão dos gases. A intenção com o intuito de receber ou com o intuito de doar é o que muda a realidade. Esta é a mudança de percepção na qual deveremos chegar.

Página Diária 08.12.09

ORAÇÃO DE “MUITOS”

Não pode haver uma oração para a correção, a menos que seja uma “oração de muitos”. Portanto, se nós estudarmos, falarmos sobre as correções e pensarmos nas mudanças, nós deveremos descrevê-las apenas no que diz respeito à conexão entre as almas. Que almas nós temos agora? As almas são algo supremo; é o déficit corrigido para a conexão com os outros. As almas são o que desperta entre nós, entre os nossos défices, se cada um de nós quiser se conectar com os outros; a tendência da pessoa de estar conectada ao outro é o déficit correto. E se o déficit for corrigido, o corpo da alma será construído a partir dele, e o preenchimento que será recebido nele posteriormente será chamado de a luz da alma.

Portanto, em nenhum de nós existe uma alma. As nossas almas são o grau de conexão entre cada um de nós. Em outras palavras, se existem sete milhões de partes diante de mim, se diante de mim existem mais almas, mais desejos pela espiritualidade, então o meu desejo de me conectar com elas, a fim de atingir um único Kli (vaso), a minha tendência de me conectar com elas, se chama “o corpo da alma”.

Ou seja, em nenhum de nós existe nem o Kli da alma, nem a luz da alma. As almas se encontram entre nós, é essa conexão em rede entre nós que devemos revelar. E o apelo pela existência dessa conexão entre nós é chamado de “oração de muitos”.

Atualmente, nós não temos um déficit real pela conexão com os outros, mas quando nós pedimos um déficit verdadeiro para a conexão e o recebemos do alto, a satisfação por esse déficit chega e começamos a sentir a conexão mútua entre nós. E depois, dentro da conexão mútua entre nós, dentro da Luz da Misericórdia, também se revela a Luz da Sabedoria ─ a noção sobre quem nos criou, quem criou a conexão entre nós, sobre quem se reveste na Luz da Misericórdia, na Luz da doação, no desejo de doação por nossa parte, chama-se “o Criador”.

Portanto, vale a pena nos esforçarmos continuamente para nos convencermos, esclarecermo-nos de que as correções existem entre nós, entre os nossos desejos de alcançar a adesão com o Criador. Não importa o quão quebrados e analisados eles estejam ─ a coisa mais importante é que há algo para se começar, que há um ponto no coração, e a partir daí nós começamos. E o resto é “a oração de muitos” ─ como eu alcanço o apelo para a revelação da conexão entre nós, entre os pontos do coração.

Se nós alcançarmos este apelo, não há ninguém que possa parar a nossa oração, porque a resposta é sempre recebida apenas para uma “oração de muitos”, “oração do público”. Portanto, a alma precisa se conectar ao público, e o público precisa elevar o seu apelo à Nukva (Fêmea), e, conseqüentemente, Nukva será capaz de receber o preenchimento da raiz. É assim como funciona o sistema.

A FORMA CORRETA DE LIDAR COM AS PERTURBAÇÕES

Pergunta de um Aluno: Como eu devo lidar com os poderosos desejos que tenho quando descubro que eles me governam, como os desejos por honra, poder e fama?

Resposta do Dr. Michael Laitman: Você não deve fazer nada a eles, e certamente não tente destruí-los! Basta elevar a importância da meta – a revelação do Criador, que terá lugar nesses mesmos desejos quando eles forem corrigidos. A importância da meta deve ser superior a todos os desejos e aspirações que nos arrastam em direções diferentes, e superior a todos os pensamentos que confundem a sua mente.

Você não deve se concentrar em seus problemas. Afinal, você não é o seu próprio médico e não tem o poder de corrigí-los. Você só deve elevar a importância da meta e elevar-se acima de todos os problemas, como se você não estivesse prestando atenção a eles. Você deve aspirar à meta usando-os como base. Como? Exigindo que o grupo lhe dê a sensação de grandeza da espiritualidade, da doação, e da unidade com o Criador; em outras palavras – a grandeza da conexão e do amor.

Nesse caso, todos estes desejos se tornarão ligados “desde baixo” à sua intenção de alcançar o Criador, e é assim que eles tomarão a forma correta. Sempre que esses desejos e pensamentos surgirem em você, você deve se preocupar com o aumento da grandeza do Criador, a qualidade de doação, e a conexão com as outras almas. Então, todos esses “pecadores” que se revelam em você, ou seja, todos os pensamentos alheios e perturbações, acrescentarão um sentido especial à sua atitude para com o próximo. A sua simples intenção de alcançar a doação e o Criador assumirá uma forma especial e ganhará mais força e poder.

Nós devemos transformar o ódio em amor, porque sem ele, o amor não teria forma. O que você ama, como, porquê e o que você ganha com isso? A Luz que vem do Alto é uma força pura; ela transforma o seu mal em bondade, mas não pode realizar uma ação isoldamente. Ela transforma o ódio, a repulsa, as perturbações e a confusão em bondade.

É por isso que nós não devemos apagar todas essas perturbações, mas devemos aspirar à Luz que Corrige, usando as perturbações como base. Enquanto isso, as perturbações aumentarão o tempo todo, pois sem elas nós não teríamos nada que pudesse se transformar em bondade.