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Página Diária 07.12.09

A ABORDAGEM CORRETA DO “O LIVRO DO ZOHAR”

Uma pergunta que recebi: Qual é o trabalho interno de uma pessoa que assiste às lições do O Zohar na Internet ou na TV? Muitas pessoas estão esperando estas lições ansiosamente e acordam no meio da noite pela primeira vez para assistir à transmissão ao vivo.

Minha Resposta: O Livro do Zohar é uma oportunidade para todos nós revelarmos a verdadeira realidade, que se revela no interior da pessoa. Por meio do estudo, a pessoa descobre que ela percebe toda a realidade dentro dela e conquista a capacidade de colocar o seu mundo interior na ordem correta, de organizá-lo e revelá-lo de uma forma que lhe permita sentir o mundo espiritual, além deste mundo.

Ela não experimenta nenhuma contradição, ilusão ou dúvida sobre a veracidade das suas sensações espirituais. Tudo se revela dentro de seus desejos. Simplesmente corrigindo os nossos desejos, nós revelamos a nossa capacidade interior de perceber e sentir o mundo espiritual dentro deles.

Mesmo as pessoas que não passaram pela preparação para perceber O Livro do Zohar, que não tenham estudado seriamente os princípios da Cabala durante vários anos, são capazes de juntarem-se a nós e merecem a mesma revelação, como um bebê em nosso mundo, que vive entre os adultos, e estes lhe fornecem tudo. Não importa se um bebê nascido no século XXI não saiba sobre as gerações anteriores que prepararam tudo para ele, e todas as coisas que agora o cercam. Ele recebe conforme o nível atual do nosso mundo. O nosso dever é receber tudo da geração anterior, prepará-lo e entregá-lo pronto para o bebê, a próxima geração.

Portanto, os “bebês” da Cabalá, aqueles que agora estão se juntando a nós, nossos novos amigos, merecem a mesma revelação que nós esperamos alcançar. A este respeito, não há diferença entre nós, desde que eles tentem ouvir à media que sejam capazes de juntarem-se a nós, e sintam temor, confiança e respeito por este grande livro. Isto é muito importante para se conectar a ele.

Do mesmo modo, devemos entender que este livro funciona no grupo, e não numa única pessoa. Portanto, se nós não pensarmos sobre a unidade entre nós durante o estudo, perderemos a coisa mais importante. Durante a leitura do O Livro de Zohar, nós devemos estar unidos em cada palavra e discussão sobre ele, pensarmos apenas na unidade dos vasos.

Você pode dizer: “Mas você sempre fala sobre como devemos sentir o texto dentro de nós, que devemos nos aprofundar, e lá, dentro dos nossos desejos, procurar pelos animais, os peixes, Noé, o Criador, o ser humano em nós, o trabalhar com eles. Enquanto que aqui você retorna novamente ao grupo que você achou do lado de fora!”.

Exceto o problema que o grupo não está do lado de fora. O grupo é a seleção e a conexão de todos os desejos em mim, que são chamados de “fora de mim”. Tudo o que eu sinto como externo a mim, está na verdade dentro de mim. Eu devo ligar o conceito de “eu” que está dentro de mim, ao conceito de “externalidade”, os “outros” dentro de mim. Eu não sinto que os outros estão fora do meu corpo, mas dentro de mim, dentro dos meus desejos. É assim que os meus desejos estão divididos.

Nós também aprendemos isso com a sabedoria Cabalística – existe a internalidade e a exterioridade do vaso, circundante e interna, e eu devo corrigir a internalidade e a externalidade através da conexão entre elas. Portanto, “o grupo” é o desejo que eu junto a mim. Você pode dizer: “Um segundo, o que significa “unir todos a mim’? Mas existem desejos em mim que eu não posso corrigir? Portanto, eu respondo que você os conecta, os classifica, e só depois diz: “Este aqui, eu não posso corrigir, mas ele é meu, não há nada que não seja meu”.

Esta abordagem permite que a pessoa inclua o mundo todo, como está escrito: “A pessoa é um mundo pequeno”. Por isso, é necessário pensar sobre isso o tempo todo, e investir mais e mais esforços mútuos nisso a todo o momento – que cada um de nós buscará dentro de si, ordenará e organizará dentro de si todas essas coisas. É assim que nós devemos nos comportar durante todo o dia, de uma leitura do O Livro do Zohar para outra. Só assim revelaremos a plenitude e não ficaremos confusos.

 

PENSANDO NOS AMIGOS

Pergunta de um Aluno: Em Israel e em todo o mundo, existem amigos que estudam a sabedoria Cabalística com a gente e que estão atravessando tempos difíceis, mas eu ainda não os conheço. O que pode ser feito para estimulá-los, apesar disso?
Pense neles, estimule-os em seus pensamentos. Não há outro conselho.

Resposta do Dr. Michael Laitman: Pense neles, estimule-os em seus pensamentos. Não há outro conselho.

Continuação da Pergunta: Pensar na Hissaron (deficiência) coletiva do Kli Mundial espiritual?

Continuação da Resposta: Pense que você é o fiador para todo o “Kli Mundial” – para cada um e para todo o Kli como um todo. Você é o fiador para eles, com sua preocupação de que eles não cairão. Ou que eles cairão, mas entenderão imediatamente porque estão caindo, e imediatamente se prepararão com a força do grupo, reconhecerão a importância da meta e, imediatamente, serão elevados para a execução de uma ação espiritual. Em outras palavras, você deve pedir em favor deles, conectar-se a eles, e rogar ao Criador: “Se isso acontecer, eu quero que eles reconheçam de imediato o sentimento negativo como um meio para o avanço, como um meio necessário para o avanço, e não que o meu amigo irá falhar”..

E se você pensa dessa forma – antes de mais nada, veja o quanto esses pensamentos o influenciam, o quanto o corrigem: Eu penso que em favor de alguém, e de repente começo a sentir que ele está perto de mim, que é realmente o meu desejo. Na verdade, eu não penso sobre ele em absoluto, mas sim penso secretamente sobre a maneira na qual eu seria capaz de trazer o meu desejo mais perto de mim. Então já não existe “eu” e “ele”, mas nós dois nos tornamos um. Assim, essa cadeia de pensamentos lhe traz a correção. Nós achamos que pensando em alguém, estamos fazendo um favor, ou dando Arvut (garantia mútua) a outra pessoa. De jeito nenhum! Dessa maneira eu me salvo.

Página Diária 06.12.09

A Atitude em Relação ao Grupo Determina Tudo
A principal coisa que devemos lembrar a todo momento é que nós somos um grupo, e cada um de nós, como membro desse grupo, deve fazer uma autocrítica interior: será que eu sou um justo dentro de uma sociedade de pessoas justas? Será que eu e todo o grupo pretendemos alcançar a auto-anulação e o amor pelos outros, onde revelaremos a doação ao Criador e Ele como nosso doador e sustentador? Nós devemos prestar atenção nisso o tempo todo.
A todo momento, quando eu não estou nesse estado, eu fico automaticamente sujeito à minha natureza – o desejo de receber. Então, eu me encontro em “Moshav Letzim” (local de zombadores), numa sociedade egoísta, porque a atitude da pessoa em relação ao grupo é que determina isso. Assim, ela não deve esperar nada; ao invés da poção da vida ela entra na poção da morte. As mudanças, de um extremo ao outro, são determinadas por: será que eu presto atenção às coisas certas, na medida em que sou capaz de fazer isso, ou não presto atenção a elas? Portanto, nós devemos nos esforçar nessa análise contínua.

Não Podemos Fazer Nada Sem a Luz que Corrige
Depois que a pessoa investe algum tempo nos estudos e no trabalho em grupo, a Luz que Corrige lhe traz os discernimentos corretos: que a qualidade de doação, a própria qualidade do amor é que lhe dá a liberdade. Então, ela reconhece que quer a espiritualidade porque essa é mais vantajosa do que toda a materialidade. E isso já é um belo discernimento no nível de “Lo Lishma” (desejar a espiritualidade egoisticamente para si mesmo). “Eu quero doar, amar, sair de mim mesmo, para me anular. Para deixar a prisão. Isso é bom”; no entanto, “Eu quero sair de mim porque eu serei feliz. Mas eu realmente quero sair desta prisão de inclinação egoísta”.
Quando a pessoa está num grupo e anseia atingir a meta espiritual junto com os amigos, estes não são mais chamados de “Moshav Letzim”, mas sim “Cabalistas”, em relação ao objetivo que pretendem atingir. Então, quando ela começa a trabalhar com os outros, e tenta sair de si mesma, ela começa a sentir que não ocorre nenhuma mudança nela, que ela não consegue mudar. A Luz que age sobre ela lhe traz os discernimentos. Em cada estado, a Luz que Corrige é que lhe traz a emoção, a inteligência, a visão, o sentimento de conexão com os outros, e as análises. Então, ela percebe que não pode fazer nada sem a ajuda da Força Superior, exigindo assim o terceiro componente.
Em outras palavras, “Eu e o grupo nos influenciamos de forma positiva, mas nós não somos nada”. Ali ocorrem muitas decepções, e começam a ocorrer tensões e problemas no grupo. Eu espero que nós sintamos realmente como nós estamos recebendo simultaneamente uma boa influência, como está escrito: “as Luzes agitam os vasos”. Porém, como resultado disso, nós já começamos a entrar em algum tipo de harmonia, mesmo que ela seja negativa; ou, quem sabe, talvez ela seja positiva, na verdade? Mas pelo menos isso está ocorrendo reciprocamente, em algum tipo de conexão, em conjunto. Então, a Luz começa a influenciar cada um com mais intensidade, porque todos começam a sentir essas mudanças muito rapidamente, como num amplificador. Então, elas alcançam o reconhecimento do mal – que elas já não podem fazer nada sem o Criador, sem a Luz que Corrige.

Alcançar a Sensação do Criador
Vejam como é difícil para nós introduzir o conceito de “Unidade” em todos os nossos pensamentos e desejos, atribuir a nós mesmos, dia e noite, sem parar, algum tipo de Força Superior que “Tu me cercaste por detrás e por diante “; vejam de que modo estamos fugindo desta conexão. Não diga “eu não O sinto “, pois é claro que você não O sente. Se você sentisse, você estaria conectado a Ele; essa sensação já teria exigido que você fizesse isso de forma obrigatória. Nós, que já estamos discutindo e lendo sobre isso, somos incapazes de atribuir tudo o que ocorre na sociedade, na família, dentro de nós, no mundo, no nosso trabalho interior, ao Uno e Único Criador. Isso porque nós não sentimos o Criador.
Até que eu O sinta em meus sentidos, até que eu esteja conectado a essa fonte através de um feixe de luz, até que eu esteja dentro Dele e Ele esteja dentro de mim de alguma forma, eu não posso pensar Nele uma vez que algo aconteça comigo, mas eu penso imediatamente em cerca de mil e uma outras razões, e não sobre Ele. Devido à sua natureza egoísta, a pessoa é incapaz de estar conectada ao conceito do “Uno”.
Pergunta de um aluno:
Resposta pelo Dr. Michael Laitman: Porque nós estamos numa quebra, porque somos feitos de Luz e vaso, escuridão e luz, calor e frio. O nosso sentimento é composto do desejo e do sentimento de realização, ou de algum tipo de deficiência dentro deste desejo. Um vem diretamente do Criador, enquanto o outro vem indiretamente d’Ele. Tanto o prazer quanto o déficit vêm indiretamente, e por isso eu não posso atribuí-los ao Criador. Como eu vou atribuí-los a Ele?
Acontece que, até que a pessoa reconheça, sinta, e revele o Criador, a todo o momento nós dizemos: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor”, isso é uma mentira. Na verdade, nós não estamos realmente sentindo isso. Portanto, alcançar este slogan e realmente dizê-lo, significa alcançar a “revelação do Criador”.

Página Diária 04.12.09

Fazendo as Pazes com o Ódio e o Amor
A qualidade na qual estamos imersos nos permite perceber apenas o que entra em nós, e nós devemos nos esforçar para desenvolver em nós uma nova qualidade, um senso de percepção através da doação, para começarmos a sentir o que se encontra em outra pessoa, que aos meus olhos parece externa a mim.
Eu devo me conectar aos sentidos dos outros e aceitá-los como se fossem meus; assim, eu expando o meu Kli (vaso). Imagine você: eu junto aos meus cinco sentidos, ao cérebro, à emoção e a tudo o que eu tenho, o que você também tem, e olho tudo através de você e eu. Agora, imagine que você junte todos os povos do mundo a você. Não que eu os conecte a mim e aumente a minha percepção interior, mas sim que, apesar de eu juntá-los a mim, eles permanecem fora de mim.
Então, através da percepção das coisas fora de mim, como se elas fossem minhas, eu adquiro “Aviut” (grossura) (por você continuar a ser um estranho para mim), e “Zakut” (pureza) (porque você se tornar como eu). Há um ganho duplo aqui. Assim, a minha percepção é chamada de “percepção espiritual”. Nós devemos pensar nessas coisas com mais carinho.
Quando eu ajo deste modo, eu adquiro um sentido que é mais exaltado do que o meu sentido atual. Eu entro no outro e olho através dele, mas esse outro permanece um desconhecido para mim, porque nós não cancelamos a Aviut entre nós.
Precisamente neste estado, com a condição de que permanecemos distantes, nós construimos a conexão, a ponte entre nós. Assim, em vez de anularmos o ego, nós nos conectamos acima dele, e ampliamos a intensidade da nossa percepção.
Quando nós falamos sobre isso, as pessoas pensam que estamos falando sobre sentir o outro como a mim mesmo, à semelhança de um Cabalista em nosso mundo, mas isso não é verdade. Tal abordagem anula a diferença entre as pessoas, e isso não é bom, porque tudo que você adquire através disso é o pequeno ego do outro.
Enquanto que, por desejarmos nos conectarmos acima do ego que brota em nós, nós obtemos a Aviut espiritual, revelamos a Klipa (casca) entre nós, e depois, revelamos o mundo espiritual acima dela. Não há outra maneira. Em outras palavras, quanto mais você expande seus vasos de recepção, mais você se torna egoísta, adquire uma Aviut maior, e sente mais o quanto você odeia, é repelido e distanciado dos outros. E você não apaga esta lacuna, mas constrói novas conexões acima dela. O problema é que leva tempo para o grupo perceber que essas duas coisas opostas precisam conviver juntas, e montar a linha do meio que as conecta.
É por isso se diz que o mundo espiritual está acima de nós, acima do nosso ego, no lugar onde podemos construir as conexões entre nós sem cancelarmos o ego que está realmente ardendo dentro de nós.
Nós devemos ouvir falar cada vez mais sobre isso, e nos esforçarmos em implementá-lo. O problema no grupo é que nós queremos anular tudo entre nós, o que nos atrapalha. Mas a verdadeira anulação é trabalhar junto com aquilo que é revelado entre nós. E essa é toda a diferença entre o método da Cabalá e os outros métodos e religiões. Esta esquerda, o ego explosivo, o mal, permanecem na pessoa, e graças a Deus que eles existem. Como os Cabalistas escrevem: “Eu criei a inclinação ao mal, e criei para ele a Torá como tempero”, ou seja, que todas as correções são apenas como um tempero para a inclinação ao mal, para que nós a utilizemos corretamente.
Portanto, nós não devemos ter vergonha de toda a atrocidade que existe em cada indivíduo, não há necessidade de escondê-la, ou de ser uma alma delicada. Pelo contrário: este sou eu, e essas são as qualidades com as quais eu nasci. Sim, eu sou repugnante, eu sei. Mas, acima disso, com toda a atrocidade que existe na conexão entre eu e os demais, eu construo a minha conexão com eles. Não é simples, porque você deve se agarrar a duas coisas opostas, ao amor e ao ódio, ao mesmo tempo. Como? Precisamente quando tentamos fazê-lo, neste método único e especial, percebemos que não podemos.
Nós podemos permanecer no nosso ego até o fim, ou anulá-lo e nos tornarmos bons filhos, mas nós somos incapazes de estar em ambos os estados simultaneamente. Portanto, nós rogamos pela Força Superior que fará a paz entre nós, a realização que permitirá com que a esquerda e a direita coexistam. Você precisa de um Criador aqui, a terceira força; então, você descobre que Ele existe precisamente no ponto entre o ódio eo amor.
E se Ele existe, Ele se liga entre o ódio eo amor, como está escrito: “O homem e a mulher, e a Shechiná (Divindade) entre eles”. Caso contrário, as forças doadora e receptora não podem coexistir. Somente a Força Superior faz a “paz em Seus céus” e a “paz entre nós”, a “realização” entre as duas linhas.
A sabedoria Cabalística é o único método que nos leva à necessidade da ajuda do Alto, porque você está parado, sem saber o que fazer. E quando nós descobrimos essas coisas no grupo, que queremos fugir – quebrar tudo como resultado do ódio, ou anular o ego a fim de alcançar o amor.
Mas este é exatamente o ponto em que devemos exigir que a Força Superior nos corrija e nos leve à plenitude. Todos os tipos de situações são deliberadamente organizados para nós desde o Alto, para que nós realizemos a oração, e a Luz venha, corija, e se revele. E isso pode acontecer aqui e agora. Nós só devemos ver a situação de forma correta e exigir a correção, sem fugir, permitindo que uma linha neutralize a outra. Não é simples, mas isso está realmente acontecendo aqui e agora, e não em algum lugar distante.