Comentário: Existe uma parábola sobre um sapo que ficou preso na lama em um barranco. Por mais que tentasse sair, nada funcionava. Amigos tentaram ajudar sem sucesso, falharam.

À noite, os amigos exaustos foram para casa e deixaram o amigo à sorte do destino e tinham certeza de que viriam no dia seguinte, e ele não estaria mais lá.

Eles vieram, e ele estava pulando alegremente na grama. Eles perguntaram: “Como você conseguiu?!” “Muito simples”, respondeu o sapo, “uma carroça apareceu e eu simplesmente não tive escolha a não ser sair o mais rápido possível”.

Como em nosso mundo, temos que nos aproximar de um desastre que simplesmente nos esmagará!

Minha Resposta: A consciência.

Pergunta: Sim, e só então sairemos. Você diz que existe um caminho de bondade e um caminho de sofrimento. Estamos no caminho do sofrimento. Ou seja, devemos ser esmagados e só então chegaremos a algo bom?

Resposta: Sim. Na última etapa. Caso contrário, não vamos querer nos livrar do egoísmo. Ainda deve haver uma base ideológica aqui, a solução para o problema está em sua raiz – pois vamos nos livrar das armas atômicas.

Devemos nos livrar de nosso desejo de suprimir, destruir e dominar os outros. O desejo de receber, o desejo de suprimir o outro é puro egoísmo. É disso que temos que nos livrar. Isso significa passar do ódio ao amor.

Essa virada é praticamente impossível. Somente através da revelação do mal. E a revelação do mal só pode ser realmente global e apenas uma decisão livre.

Pergunta: Então, nós, como este sapo, estamos na rotina? A carroça está chegando, e ainda não ligamos para isso?

Resposta: Sim. Além disso, olhamos para os outros, o que eles fariam? Deixe-os ser os primeiros a se assustar e começar a fazer alguma coisa. Mas eu espero que a situação de hoje também determine alguma coisa.

Pergunta: Não é apenas um carrinho, mas um tanque que vai nos esmagar?

Resposta: Sim.

Pergunta: Então, esse medo, como você diz, está no centro de tudo. E vamos fugir por medo?

Resposta: Sim. Saltaremos do medo e da percepção da inevitabilidade da morte. Além disso, não temos muito medo da morte. É que vai chegar a hora, a condição da humanidade vai mudar, e vamos entender que não temos para onde ir, e morrer também não é uma opção, não é uma solução para o problema.

Pergunta: E como o medo e o fato de que cometer suicídio, morrer, não é a solução para o problema, levam à percepção do fundamento de que tudo está no egoísmo, que é o culpado por tudo? Onde acontece essa rotatividade?

Resposta: Uma revolução ocorre em uma pessoa quando ela de repente começa a perceber que nem mesmo a morte a salva do egoísmo. Que mesmo sua morte não leva ao fim da existência. Ela existirá no sentimento de tal sofrimento, interno, não é mais uma questão física, nem corporal, o corpo já parece que se foi, mas ela continuará sofrendo.

Pergunta: E quando ela perceberá que a causa desses sofrimentos é o egoísmo? Em que ponto isso é entendido?

Resposta: Quando a pessoa não tem mais nada além do egoísmo. Quando ela vê que a morte não a salva e nem a tira de condições terríveis, da vida. Ela vai continuar. Após a morte, a vida continua, apenas de uma forma diferente, e ela sofrerá o tempo todo, como no inferno.

Pergunta: E quem lhe dirá que o egoísmo é a causa de tudo?

Resposta: Então ela sentirá o que a leva a uma atitude tão negativa consigo mesma, com o mundo, com tudo e com o próprio egoísmo, que a domina e sempre a leva de sofrimento em sofrimento.

Pergunta: Então, haverá esse ponto que diz: “Eu queria reprimir todo mundo, mas tenho que reprimir a mim mesmo”? Será essa a sensação?

Resposta: Acho que sim. Essa é a solução. Não há outra solução.

De KabTV, “Notícias com o Dr. Michael Laitman”, 26/01/23

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