Estou tentando inserir minha pedra em um muro de pedra, e todas as pedras ao redor dessa abertura são meus amigos que determinam a forma que devo finalmente assumir.

Digamos que eu sou a Sefira Hod do Kli espiritual em dez Sefirot. Eu não sei o que a Sefira Hod deveria ser no Kli espiritual: Hesed, Gevura, Tiferet, Netzach e Hod. Mas se eu me adaptar à Sefira Netzach anterior e à próxima Sefira Yesod, entendo o que é necessário para preencher o espaço entre elas.

E quando construímos as dez Sefirot Kli dessa forma, obtemos o principal bloco de construção de toda a criação na qual revelamos a vida interior, o Criador. Então expandimos esse edifício conectando novos blocos e começamos a ver a realidade perfeita se desdobrando diante de nós em todas as suas formas, acima do tempo e do espaço.

Precisamos nos tornar participantes sábios e persistentes nessa construção juntos, e então será fácil e alegre. E se for difícil, significa que estamos trabalhando incorretamente.

Teoricamente, se eu pudesse me livrar de todo o meu egoísmo, eu me transformaria em argila mole, que entra como manteiga entre todas as pedras e blocos de concreto da parede. Essa é uma forma ideal quando não há desejo de receber em mim, mas apenas um desejo de doar, um desejo de agradar a todos.

Isso acontece quando uma pessoa entra em um grupo que é novo para ela e quer estabelecer relações com todos para que seja aceita. No entanto, quando trabalhamos com nosso desejo de receber, revelamos nosso egoísmo e sentimos a pressão de todos até cedermos. Mas se eu me ajustar à dezena, então posso ter certeza de que encontrei o lugar certo e estou avançando corretamente: do amor pelas criações ao amor pelo Criador.

O principal é a vontade de se conectar. O princípio básico é estarmos juntos como uma parede, um edifício. E se ninguém quer mudar para se conectar com os outros, isso não é espiritual. Espiritualidade é quando me adapto a todos, e assim encontro meu verdadeiro lugar na estrutura de Adam HaRishon, na alma comum.

É muito importante entender que estou me anulando não apenas diante de um amigo, mas diante de nossa conexão mútua, diante da forma de nossa fronteira comum que nos divide. Acontece que devido a tal trabalho, eu me anulo perante o Criador.

Basta sabermos nos corrigir da forma mais externa e nos adaptar aos nossos amigos para não interferir com eles e, unindo as nossas forças, darmos juntos um passo à frente. Dando este passo à frente, sentimos que estamos agindo em prol de um objetivo, em prol de uma conexão comum, e um Criador poderá se vestir em nós. Então damos mais um passo e mais outro, e assim construímos um templo.

Da Lição Diária de Cabalá 21/02/23, “Preparação para Abrir o Coração no Congresso”

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