Suba Ao Princípio De Tudo

Laitman_712_03Pergunta: É possível dizer que as quatro espécies de plantas (Arba Minim) que caracterizam o feriado Sucot simbolizam as características do Criador?

Resposta: O Criador não tem características. Sou eu com o meu desejo que O identifico com sete características. Como eu sou um “ponto de desejo”, eu sinto o Criador com sentimento e intelecto, com desejos e pensamentos. Por meio de pensamentos eu examino os desejos; é assim como a mente e os sentimentos trabalham em parceria para que com eles eu busque o Criador.

Que medidas eu posso usar?

Com os meus sentidos normais, sem pensar, eu distingo os “contornos”: este é azul, aquele é vermelho, aquela é uma nota alta, aquele é um gosto amargo, e aquele é um odor queimado. Mesmo na espiritualidade tudo é medido em relação a mim mesmo. Eu posso dizer que percebo as características do Criador, porque eu as atribuo a Ele, mas, basicamente, esta é apenas a minha percepção.

Pergunta: Quando uma pessoa busca o Criador, o que exatamente ela está procurando? O que é este “Criador”?

Resposta: Isso é o que sustenta a minha vida, a minha existência, o que determina tudo o que acontece e vai acontecer comigo. Tudo isso é atribuído a alguma causa primeira que me antecede, que é anterior à minha vivência prévia e minha existência presente.

Eu estou num mundo sem saber que mundo é esse. O Criador molda um sentimento como esse em mim. Parece-me que há um mundo, mas eu não tenho certeza disso. Eu só sei que sinto isso dentro de mim. Se eu tivesse outras características, como parece, eu o sentiria de forma diferente.

Mas, na verdade, o que e como eu sinto não importa para mim. Em vez disso, o que importa é que há uma causa primeira anterior que me molda, que fornece esse sentimento para mim. Ela está preocupada comigo e, de fato, a cada momento, ela fornece dentro de mim tudo através do qual eu sinto e o que é que eu me sinto. Este primeiro princípio é o “Criador”, pois, do Seu lado, Ele me criou, ao passo que, do meu lado, Ele é o “Criador” (Bore), porque Ele é concebido por mim de acordo com o princípio “venha e veja” (Bo-Re). Ele me criou e me localizou num ponto no tempo dentro de uma realidade particular. A partir disso eu posso explorar, examinar, sentir e compreendê-Lo. Ele aparentemente controla e brinca comigo, dando-me a possibilidade de conhecê-Lo.

Pergunta: Isto é como um jogo de “esconde-esconde”?

Resposta: Não completamente. Sim, ele está escondido, mas para que eu possa compreendê-Lo. Por minhas buscas pelo Criador, eu examino o que é Ele e o que não é. Entre essas possibilidades eu descubro formas intermediárias, “limitadas”, e é assim que começo a discernir, a entendê-Lo, a moldar na minha mente e coração um modelo chamado “Criador”.

Aqui é importante lembrar que eu não percebo o próprio Criador, isso é impossível. Dentro de mim, dentro dos meus desejos e pensamentos, eu construo algum tipo de imagem, algum tipo de equivalência, que é encontrada dentro de mim, mas corresponde a Ele. Isto é o que se chama: “Venha e veja”.

Em última análise, eu estou trabalhando no meu desejo de receber. E ao moldar a imagem do Criador, eu posso fornecer as condições através das quais, com o meu desejo, eu anseio em me equivaler a Ele e não ansiar por prazeres.

De KabTV “Uma Nova Vida” 05/10/14