Exílio: À Beira Da Luz E Da Escuridão, Parte 5

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como ocorreu o exílio das duas tribos? Elas estavam “ligeiramente em contato” com a “Babilônia”, sem “dissolver-se” completamente nela?

Resposta: Sim. Este estado das coisas continuou por dois mil anos. Se elas vivessem totalmente separadas, isoladas do resto da humanidade, ninguém jamais iria “pegá-las”. No entanto, isso é impossível por razões espirituais. Elas tiveram que se conectar com outras nações, levando a humanidade à futura subida, à próxima “iluminação”.

É por isso que o governo superior “prolonga” as coisas de forma que elas involuntariamente fossem forçadas a viver em outras nações e, de certa forma, transferissem a sabedoria a elas. Os judeus sempre eram médicos, funcionários, etc. Eles iniciaram o sistema bancário e várias tecnologias. Tudo começou com eles.

Pergunta: E enquanto eles estavam num estado de unidade, eles não estavam no exílio?

Resposta: Isso mesmo. Eles entravam em um ou outro país pobres e maltrapilhos, amontoados. Eles eram aceitos dessa “forma”. Por ora, tudo corria bem e eles levavam uma vida tranquila e pacífica.

No entanto, tão logo eles se estabeleciam e, mais importante, ficavam cada vez mais ricos, a distância entre eles crescia. O nível de igualdade e fraternidade entre eles rapidamente diminuía. Havia judeus ricos e pobres. O “bisturi” que os separava aprofundava ainda mais a lacuna criada entre eles. Os problemas então surgiam e eles imediatamente se tornavam odiados até serem expulsos dos países em que viviam.

Nós podemos traçar um paralelo com o exílio egípcio. Em primeiro lugar, os judeus receberam a terra de Goshen, um pedaço de terra fértil e começaram a desenvolver o país. Este período é descrito como “sete anos de saciedade”

Então, por que os “sete anos de fome” vieram? Por que o novo governante do Egito os intimidou? Por que os egípcios odiavam os judeus e os forçaram a sair do país?

Isso aconteceu porque os judeus ficaram “gordos”. Foi resultado de sua “conformidade” com o egoísmo durante os “sete anos de saciedade”, no momento em que a influência judaica era muito alta no Egito. Eles “se venderam” ao egoísmo. Assim que chegaram ao nível máximo de egoísmo, “sete anos de fome”, o período de supressão e subjugação começou. Este período terminou com a “expulsão” dos judeus do Egito.

Em essência, os mesmos processos ocorreram em outros países. O último exemplo, o mais marcante, é a Alemanha. Lá, os judeus realmente se esforçaram em ser como os alemães. Eles eram advogados, médicos, políticos. Um deles tentou seriamente se tornar chanceler. Nós todos sabemos o resultado.

Pergunta: Como as duas tribos sobreviventes expulsas viviam na Babilônia? Em essência, o antissemitismo que acompanha os judeus até hoje não nasceu naquela época?

Resposta: De modo geral, o antissemitismo teve origem na antiga Babilônia, a partir do momento em que grupo de Abarão pretendeu sair, ficar longe de lá. Assim, a mesma situação repetiu-se no Egito e, mais uma vez, durante o exílio babilônico. Trata-se do mesmo estado de equilíbrio ou ausência de equilíbrio entre a Luz e o desejo.

No entanto, a primeira manifestação aberta de antissemitismo aconteceu na Babilônia na época de Nabucodonosor, após a perda do Templo. A verdade é que os judeus não foram expulsos de lá; em vez disso, os termos do exílio expiraram. Depois que Hamã fez uma tentativa frustrada de exterminar todos os judeus do país, o novo rei Ciro, filho de Ester, patrono dos judeus, chegou ao poder. A propósito, durante o exílio babilônico a rainha da Babilônia era uma mulher judia. Então, seu filho Ciro ajudou os judeus a retornarem a Israel e deu-lhes tudo o que precisavam para ressuscitar o Templo.

Era o tempo dos profetas que compartilharam o exílio com seu povo e saíram do exílio com eles. Naquela época, as pessoas estavam num nível espiritual, não no poder da escuridão total, como aconteceu mais tarde.

De KabTV “Babilônia Ontem e Hoje” 03/09/14, Parte 5