Todo o sistema espiritual está em modo de espera. Na verdade, é um mecanismo sem vida, que não precisa de nada para si mesmo. O mesmo pode ser dito sobre o Criador, porque Ele é uma lei fixa.

Quando eu O chamo de amável, misericordioso e doador, eu atribuo minhas próprias sensações a Ele. Esta é a Sua imagem aos meus olhos, e Ele mesmo existe acima de tudo, acima da realização.

Assim, o sistema de mundos espirituais é um sistema de leis imutáveis. Não há outros “elementos sensíveis” nele, exceto nós, que exigimos alguma coisa e damos e recebemos de forma consciente. É como se houvesse um tubo que transmite Luz correndo em minha direção. Há uma torneira na extremidade do tubo, mas eu não posso abri-la, não com as minhas mãos, mas posso abri-la com o meu desejo.

O grau superior não é um “homem amável”, mas um mecanismo programado. Eu inicio o sistema apelando ao Superior. Ele só começa a funcionar quando eu trago o desejo apropriado, o impulso adequado a ele. Ele está sempre pronto; em outras palavras, ele está pronto para iniciar o fornecimento de Luz assim que eu conseguir “abrir a torneira”. Além disso, quanto mais eu conseguir abri-la, mais forte será o fluxo que vou receber.

Esta torneira tem uma “senha”. Para entrar, é necessário um pedido adequado, específico, comprovado. Eu devo calcular os meus desejos e intenções, focar minha mente e sentimento, e investir totalmente neste “sinal”, passá-lo através do grupo, conectar meus amigos ao desejo comum, e direcioná-lo em benefício do Criador.

A torneira será aberta quando coincidir com a senha correta. O sistema está aguardando a entrada dos dados corretos. Existe um mecanismo sem vida diante de nós, filtrando e liberando porções de Luz, abundância, energia, forças e desejos.

A única parte viva é Malchut do mundo de Atzilut, que se encontra abaixo. Tudo o resto só ganha vida na medida em que eu trago a minha vida, as minhas aspirações e minha dor a ele.

É por isso que não podemos esperar por algo que venha de cima por conta própria. O sistema funciona de acordo com o meu desejo e os meus comandos. Se eu ainda não estou pronto para dar os comandos, eu grito para uma parede sem encontrar o Criador. Ele só aparece quando sou capaz de estender a mão e tocá-Lo.

Da 4^a parte da Lição Diária de Cabalá 05/12/10, “Introdução ao Zohar“

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