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Mudanças: Um Indicador De Saúde Espiritual

Dr. Michael LaitmanPergunta: Há duas coisas que protegem a pessoa ao longo do caminho espiritual: uma estrutura que ela determinou para si e o ambiente certo. Será que ela deve expandir constantemente esta estrutura?

Resposta: Não necessariamente. Quando eu estava ao lado do Rabash, eu não o via mudar a estrutura da sua vida de forma alguma. Ele costumava estudar na mesma hora durante a noite, e depois havia os passeios na praia, no parque, na floresta, a sauna, e o resto da tarde para voltar a estudar à noite. Ele manteve este padrão diário durante anos sem qualquer alteração, nem mesmo na comida que comia.

Por que nós devemos fazer quaisquer alterações na corporeidade? Todas as alterações devem ser internas e não externas. Nós sabemos que um burro não anseia por novas iguarias, mas prefere os grãos aos quais está familiarizado. Um elefante prefere grama. Um animal desfruta o que ele precisa de acordo com a sua natureza. Fast food moderno não é bom, pois o nosso corpo não mudou. Nós estamos apenas nos envenenando com todas essas coisas. Nosso corpo precisa de comida simples, natural, como deveria ser.

É muito bom se o corpo está acostumado à determinada rotina diária. É ainda recomendado que tome medicamentos na mesma hora todos os dias. A máquina que executa uma ação repetitiva rompe com menos frequência; até mesmo um motor comum, que opera o tempo todo e não é ligado e desligado o tempo todo funciona por muito mais tempo.

Não há nada pior para um animal do que as mudanças em tudo o que têm a ver com a sua natureza. Mas na parte que não pertence à natureza, mas que está acima dela e que pertence ao mundo espiritual, toda a vida é feita de mudanças. A quantidade de mudanças é uma indicação da saúde espiritual, de poder espiritual.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 07/07/13, Escritos do Rabash

Ai Dos Orgulhosos Que Imploram Por Sua Vida

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Pri Hacham (O Fruto do Sábio): A pessoa que é uma exceção e implora por sua alma não constrói mas sim destrói a sua alma. Diz-se “aquele que é orgulhoso”, porque ela não se pode ser uma exceção se não for pela veste de orgulho, e ai de quem traz destruição para sua alma.

Se a pessoa não aspira a se dissolver e desaparecer no geral, então, do ponto de vista espiritual, isso significa que ela está imersa em orgulho. Não é o orgulho que conhecemos em nosso mundo, que obriga a pessoa a sentir mais e mais sucesso do que outros. Se ela não quer se conectar com outras pessoas e entrar nelas, isso é chamado de orgulho espiritual. Ela destrói a sua alma se não ora, a fim de ser incorporada no geral, e operar através do geral, o que significa pelo bem geral, na medida em que se anula e desaparece lá.

No momento em que nós começamos a chorar e orar para nos conectar, nós recebemos o poder de sair do Egito e se esconder do nosso próprio ego. O êxodo do Egito é uma fuga do meu próprio ego, graças ao reconhecimento da necessidade de conexão.

A Luz se espalha e habita nos vasos de recepção do geral quando todos se unem por cima do ego de cada um e são preenchidos com a Luz de Hassadim. Ao mesmo tempo, cada um anula a si mesmo diante do geral, desistindo do seu desejo de receber, unindo-se num só desejo, num só vaso, que é preenchido pela Luz superior.

Na verdade, a preparação está na conexão, ou seja, em levar-nos à forma da Luz que é única. Então, um vaso recebe uma Luz. No momento em que nós chegarmos até mesmo no menor nível de adaptação à Luz, logo descobriremos que estamos nele, conectados na unidade com o Criador.

Isso só é revelado através da conexão. Todo mundo que pensa e espera chegar a algo de forma independente, e não através do grupo, percebe a realidade de forma errada e, portanto, afasta-se da meta e destrói o grupo. Além do mais, isso se refere a praticamente toda ação, mesmo em nossa vida pessoal, pois a corporeidade deve desaparecer na espiritualidade. Esta é uma condição muito séria e quanto mais nós avançamos, mais difícil se tornam as condições.

Diz-se que a entrega da Torá ocorre todos os dias, o que significa que o estado espiritual já existe e está diante de nós e que tudo depende apenas da nossa preparação para a recepção da Torá, quando manifestaremos uma grande deficiência para alcançar a primeira conexão a ser revelada em nós. Então, nós vamos sair imediatamente do Egito, receber a Torá, e ser incorporados no processo do trabalho espiritual.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 05/07/13, Escritos do RabashIgrot “, Carta 33

Substituir A Verdade Com Várias Alternativas

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, do artigo “Paz no Mundo”: Assim, você descobre que o atributo da verdade não tem capacidade prática de organizar o caminho do indivíduo e o caminho do coletivo de forma absoluta e satisfatória. Além disso, ele é completamente insuficiente para organizar a vida no final da correção do mundo.

O atributo da verdade é o único atributo que faz com que seja possível para nós organizar nossas vidas de acordo com a natureza.

A lei básica da realidade é a lei da equivalência de forma. Em princípio, a lei não pode incluir apenas uma coisa, deve haver dois componentes nela que estão ligados entre si de acordo com uma fórmula particular. Portanto, se eu igualo as minhas características pessoais com alguns modelos, com isso eu me encontro em união com ela, em conexão, em realização, e assim por diante.

Isso é chamado de “verdade”. E eu preciso medir a qualidade da minha equivalência a um padrão, ou à falta de equivalência a ele de acordo com as características.

Em geral, toda a criação é o oposto do Criador. Portanto, todo o processo do meu desenvolvimento está na adaptação cada vez maior das minhas características às Suas características o tempo todo, até que eu alcance a unidade, a adesão, e a equivalência total. E a minha capacidade de medir o meu atual nível de equivalência é chamado de “verdade”.

Esta verdade é precisa, clara, verdadeira e testada. Assim, nós podemos verificar constantemente a nós mesmos em relação ao Criador.

Vejam, existe um Criador e uma criatura, e a medida entre eles é chamada de verdade, a verdadeira medida. Esta é a verdadeira medida, o peso, a distância, a diferença, ou a adaptação entre as características.

Essa também é a forma como, entre nós, nós precisamos medir a nós mesmos e ao grupo. E a verdade é que esta é a forma como medimos a nós mesmos: na medida em que cada um se adaptou ao grupo, nessa medida ele se adaptou ao Criador. Em outras palavras, de acordo com o grupo que está corrigido no nosso nível, eles verificam o quanto eu estou danificado ou corrigido em comparação. É assim como nós examinamos o grau de verdade.

Mas como nós podemos medir a nós mesmos agora no mundo físico, a partir do qual queremos nos aproximar da espiritualidade, do fim da correção? De acordo com o que fazemos esta medida? Você vê, nós não vemos uma sociedade corrigida diante  de nós, e não sabemos sequer o que é uma sociedade corrigida.

Enquanto não levarmos para a sociedade a educação integral, o conhecimento do estado ideal – um estado chamado de harmonia, o equilíbrio entre todas as forças e fatores, o contentamento, a partir do qual ninguém pode nos remover – enquanto não tivermos chegado a este estado, nós estaremos em apuros.

Como nós fazemos isso? Nós descrevemos um estado de equilíbrio na sociedade para nós mesmos: todos nós somos iguais, todos nós amamos, damos, e assim por diante. Nós colocamos como meta um estado semelhante a este, e já podemos medir de acordo com este estado.

Mas, apesar de tudo isso, é difícil medir o contraste com ele. Por isso nós continuamos a vagar na névoa e na confusão, o que nos impede mesmo que descrevamos a nós mesmos a imagem correta e sejamos desprendidos das experiências dos vários “construtores do comunismo”. Há uma necessidade de se encontrar padrões verdadeiros e precisos, mas em nosso mundo não os temos encontrado, e os Cabalistas são incapazes de nos dar a escala.

Mas uma medida de verdade é o que é mais necessário para o nosso mundo, pois uma compreensão clara do que diferencia a nossa sociedade e o estado ideal faria com que todos desejassem esse estado. Mas não há nenhuma imagem clara, e todo mundo vê o que vem à sua mente, e, portanto, não podemos sustentar o mundo.

A cada instante o mundo inteiro deve estar desenvolvendo exclusivamente em direção ao término da correção. Os únicos caminhos dados para esta passagem são através de Beito (em seu tempo), ou pelo caminho de achishenah (tempo de aceleração). Portanto, o que vamos fazer se não conseguirmos gerir o nosso desenvolvimento através da medição da verdade e avançar com achishenah?

Em uma circunstância como esta, se você não sabe para onde fugir, para onde ir, é preferível ficar quieto e não se mover. Isto porque o seu movimento errado pode causar danos ainda maiores. A chance de fazer o movimento correto, de acordo com a experiência da nossa história, é zero. Portanto, sobre o que está escrito: “Sente-se e não faça nada”, até que você esclareça as coisas de uma forma natural.

No entanto, a humanidade tentou completar a medida da verdade com outras características, que são como muletas; elas podem apoiar os pés da sociedade humana, em outras palavras, dão apoio com algum grau de conexão, de modo que não nos devoremos uns aos outros. Para isso seria necessária uma medida de verdade que agora se encontra entre nós, na qual nós simplesmente precisaríamos comer uns aos outros. Por isso, cabe a para aperfeiçoá-la com outras características…

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 30/06/13, Escritos do Baal HaSulam, “Paz no Mundo”

A Maravilhosa Droga Chamada “Zohar”

Dr. Michael LaitmanEsforçar-se como “um boi para a carga e um burro para o fardo” significa trabalhar sem sentir qualquer gosto no trabalho. Eu li o Livro do Zohar porque o médico disse que ele funciona como uma droga que vai me ajudar a me recuperar. Normalmente, ele é desagradável e bastante difícil. Ele está em contraste com os meus desejos corporais e não é para o meu gosto, mas o médico o receitou e assim o faço.

Eu não desejo sentir prazer em minha mente e coração ao ler O Zohar. Embora a leitura do Zohar me traga alegria, eu não estou feliz porque pareço entender, sentir e seguir o enredo como num livro de aventura, seguindo as jornadas dos grandes sábios como sigo os grandes exploradores de novas terras e continentes. Eu estou feliz só porque aceito essa leitura como um medicamento.

Não é a leitura em si que me traz alegria, mas o processo que eu passo. Em primeiro lugar, eu sigo as ordens dos sábios, o que significa que me curvo diante deles. Em segundo lugar, eu ouvi dizer que isso traz satisfação e prazer ao Criador. Finalmente, eu me corrijo dessa forma e me aproximo do Criador!

Se você mergulha no texto, isso significa que você age em seu desejo de receber, tentando preenchê-lo de alguma forma com seu coração e mente egoísta. Assim, você rouba a intensidade do seu estudo, a intensidade do estado. No entanto, no final, as coisas vão se inverter e vai chegar um momento em que de repente você percebe que não tem nada. Esta tristeza egoísta vai fazer você entender que você tem estudado do jeito errado.

Esta abordagem não é 100% exata, pois como eu posso tentar entender com minha mente corpórea do que se trata O Livro do Zohar? Se você é um cientista, você estuda este mundo com as ferramentas que tem, com suas emoções e sua mente, tentando compreendê-lo em sua mente. É assim que a ciência funciona neste mundo, e é chamado de “razão”.

No entanto, o mundo espiritual está num nível diferente. É uma dimensão onde suas emoções e sua mente não têm controle de nada. Você não pode sequer imaginar como é. Trata-se de uma frequência totalmente diferente. É como se você recebesse uma frequência de 100 kHz enquanto alguém trabalha numa frequência de 100 MHz. Estas são frequências totalmente diferentes, uma é longa e a outra é curta. Elas não podem se comunicar, nem gerar quaisquer formas comuns.

Como você pode falar sobre um mundo que não consegue perceber? Ao que você pode se prender? A nada! No entanto, você recebeu livros que não entende. Você não vai entender nada, a menos que atinja o nível do livro. Este nível de qualidade é alcançado mudando todos os seus sentidos e sua mente. Tudo mudou em você, e você recebe novas emoções e mente, em vez das antigas. Antes você não tinha nenhuma conexão com o livro chamado “Torá”, exceto por sua qualidade única.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 02/07/13, O Zohar

Variações Familiares

Pergunta: Hoje em dia existem muitos casais que vivem juntos sem estar casados ​​formalmente. É possível trabalhar com eles como se fossem casais formais?

Resposta: Se eles têm uma casa comum, uma preocupação comum, uma “conta” comum, talvez até mesmo filhos, que diferença faz se eles fizeram um Huppah ou foram para o Rabbanut ou juraram um ao outro sob a lua? Eles são considerados como um casal, pois todos os reconhecem como marido e mulher, eles são uma família.

Eles podem até mesmo entrar com uma ação no tribunal para a distribuição da propriedade; Não faz diferença se eles estão oficialmente casados ​​ou não. As testemunhas completam a assinatura que falta.

Pergunta: Há pessoas que viveram casadas ​​por 15 – 20 anos, tiveram filhos, mas vivem separadas.  Na verdade, psicologicamente elas são consideradas como um casal, mas que têm uma casa de família separada. Será que as pessoas como estas serão convidadas a workshops?

Resposta: Eu acho que é possível, porque elas também se sentem como uma família. Simplesmente, o nosso ego, hoje, é tão grande que não pode suportar alguém perto dele. Mesmo que elas tenham uma única casa, muitos homens muitas vezes dormem em outro quarto e as mulheres entendem isso, e ela mesma não quer vê-lo perto dela tanto assim. E as crianças certamente têm quartos separados. Isto é, nos transformaram em individualistas notórios.

Portanto, se elas têm uma preocupação comum e esta preocupação é permanente, e ainda estão ligadas a crianças em comum, então são consideradas uma família. [Leia mais →]

Contato Direto Com o Alto

Não há outro caminho, mas seguir a linha da direita com o melhor de nossa capacidade, seguindo a “fé acima da razão.” Minha experiência pessoal abrangente mostra que muitos dos meus alunos acham difícil entender o que é a linha da direta, uma vez que requer a anulação de si mesmo, permanecendo alegre e observando “fé acima da razão”. Nosso vocabulário convencional nem mesmo contem palavras precisas para descrever isto.

Talvez seja mais claro para você, se eu tivesse explicado isto de uma maneira diferente. Enquanto estamos em um nível inferior, recebemos ajuda do superior no grau do nosso desejo de tornar-se semelhante com o superior. Este processo ocorre em cada etapa: inanimado, vegetal, animal e falante, tanto neste mundo como nos superiores. Na medida dos esforços aplicados pelo inferior em seu esforço para se tornar semelhante com a parte superior, o inferior extrai energia do superior e obriga-o a cuidar dele. É assim que as leis materiais e espirituais de física trabalham. [Leia mais →]

O Que as Palavras de “O Zohar” Revelam

Pergunta: Qual deve ser a intenção certa quando lemos O Livro do Zohar? Deve ser permanente ou variável?

Resposta: Como regra geral, é desejável manter uma intenção permanente quando se contempla a si mesmo como estando unido com os outros, tendo um desejo comum e partilhando uma aspiração comum. Dentro desse desejo integrado, aspiração, a pessoa revela a totalidade dos atributos internos de seus relacionamentos com os outros na medida de seu nível de conexão e sua chance de expor todas as formas possíveis de conexão através da doação mútua que O Livro do Zohar escreve a respeito.

Afinal, com a ajuda de várias metáforas e através da terminologia cabalística (como “Havakuk, Atik, Hamnuna-Saba…”) O Zohar explica-nos os detalhes da realização que estão associados com a nossa conexão. Não há nada além disso.

Em algum momento, houve um vaso espiritual, kli, um sólido dez Sefirot que não tinham diferenças entre eles. Após a ruptura, começamos a distinguir entre as várias partes diferentes que agora estão separadas e distantes umas das outras e que tentam se reunir. Descobrimos vários tipos de conexão. O Zohar nos diz sobre os tipos de conexão. Não há uma única palavra no livro que descreve qualquer coisa, exceto isto. [Leia mais →]