Decida Quem Lhe Governará

Dr. Michael LaitmanNós temos que passar por um longo processo de esclarecimento. Desde o início da criação até a sua conclusão, tudo o que fazemos é esclarecer como podemos estar satisfeitos em relação à força de doação, a fonte, o Criador.

Nós passamos por alguns dos nossos esclarecimentos inconscientemente, sem nossas sensações e compreensão, como uma preparação para os estados que se seguirão e que exigirão a nossa compreensão e sentimentos. O mesmo ocorre com a forma como uma criança pequena cresce ou qualquer outro desenvolvimento acontece. Você tem que passar por várias etapas e todos os tipos de cálculos, e permanecer neles por algum tempo até começar a sentir que há um novo nível de sensibilidade, compreensão e esclarecimento, e você ascende ao próximo nível.

Mais tarde, a novidade do novo passo é como que apagada e escapasse de nossa memória: a gente se acostuma com isso e, como nós sabemos, um hábito entorpece o sabor. Uma e outra vez, inconscientemente, nós tentamos romper e avançar tanto quanto podemos, até novas sensações surgirem e chegarmos a novas conclusões.

O maior discernimento é quem governará sobre nós: o Criador ou o Faraó, o bastão ou a serpente? Obviamente, à primeira vista cada um de nós está pronto para subir ao outro nível da natureza, o nível de doação. Mas como é que chegamos lá?

É aí que ocorre a luta entre o Faraó e Moisés (ou Aarão) dentro do ser humano. Ela ocorre dentro da pessoa. A disputa é: por quem eu luto? Quando me dizem que não importa quão difícil uma pessoa tenta isso não vai ajudar, por que eu deveria me preocupar em tentar?

Por outro lado, diz-se “Ninguém pode me ajudar a não ser eu mesmo” e “eu trabalhei e encontrei!”. O problema é que a pessoa é incapaz de perceber que as alterações devem ser de natureza interna e ocorrer dentro de si. Apenas devido às mudanças internas é que a pessoa se permite fazer uma nova rodada de cálculos.

Qualquer mudança depende totalmente da misericórdia de Cima: ela ocorrerá ou não. Mas nós ainda temos que continuar trabalhando, e nosso trabalho é encontrar misericórdia aos olhos do Criador, que nos deu esse apoio.

Na verdade, isso realmente prova a frase: “Eu trabalhei e encontrei!”, ou seja, o nosso pedido não é um pedido por si só, mas sim um teste da intensidade do nosso trabalho que é dividido meio a meio. Uma parte é preenchida por nós, o que faz com que a Luz, a outra metade, venha de Cima e faça a correção.

O bastão não deve ser lançado ao chão, porque ele vai se transformar na serpente, o que significa que não devemos desistir do nosso conhecimento, pelo contrário, temos que segurá-lo no alto. “A fé acima da razão” significa o trabalho que realizamos com o nosso intelecto com o melhor de nossa capacidade, deixando a Luz se manifestar e nos corrigir.

Da 1a parte da  Lição Diária de Cabalá 19/01/12, Shamati #59