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Uma Porta Aberta Para Cima

Dr. Michael LaitmanA coisa mais importante no desenvolvimento espiritual é educar crianças e adultos. Uma pessoa precisa de ser educada para uma nova realidade. Gentil e amavelmente, o mundo no qual ela existe precisa de ser aberto para ela, para que ela possa compreender as razões do sofrimento, de modo que ela possa adquirir um objectivo positivo. Este desenvolvimento precisa de ocorrer calorosamente, como num incubador. De uma maneira amável, a pessoa irá sentir que vale a pena abrir os seus olhos ligeiramente, de forma a descobrir como realizar a sua vida de uma maneira melhor.

Nós podemos usar como exemplo o trabalho do autor Americano, Dale Carnegie, que explicou como a pessoa pode olhar para o mundo diferentemente. Ele ensinou às pessoas uma nova visão geral sobre a vida, num nível simples e psicológico: isso tornou a vida doce para as pessoas. A vida de uma pessoa não mudou materialmente depois de ler a abordagem de Carnegie, mas ela tornou-se mais fácil de viver, e as pessoas gostaram disto. Elas tomaram-a como um remédio psicológico, como um elixir da vida.

Nós temos o verdadeiro elixir da vida para partilhar com o mundo. Nós já executamos uma grande quantidade de trabalho, e já estamos prontos para as pessoas que vêm até à Cabala activamente procurando avanço espiritual. Nós já construímos um grau que permite que a pessoa toque a espiritualidade e avance ainda mais. Nós abrimos a porta, pela qual a pessoa pode atravessar.

Antes disto, não havia livros compreensíveis, nem traduções para dezenas de línguas – e agora tudo isto existe, em todos os diferentes tipos de mídia. Desta forma, em vez de simplesmente prestar atenção aos que já estão a bater à sua porta, desejando voltar ao mundo espiritual, agora nós precisamos de sair das nossas premissas e alcançar todos.

A Grande Propriedade De Bina

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Por que o desejo de doar de Bina se posiciona do lado esquerdo ou do lado receptor?

Minha Resposta: Na realidade, Bina é o mesmo que Hesed (misericórdia, doação); ao mesmo tempo, é Gevura (superar, prevalecer, ultrapassar) e um lugar em que as Klipot (desejos impuros) são acumuladas. Doação e Hochma são o mesmo. Hochma irradia a Luz de calor, preenchimento e prazer. Bina representa o desejo da criação de doar. Esta é a qualidade que permite à criação sentir se ela possui propriedades de doação. Ela é dividida em duas partes: desejos sagrados puros (o recipiente – vaso – que a Luz é capaz de encher) e desejos impuros (o recipiente no qual a Luz não pode entrar). Apenas quando começamos a atravessar o processo de doação é que começamos a distinguí-los e a entender se pertencemos ou não a isso.

Bina é a próxima fase no desenvolvimento do nível denominado Hochma. Abraão deu origem a Isaac (a linha direita criou a linha esquerda). O desejo de receber prazer torna-se maior em Bina em comparação à Hochma. O desejo de Bina, que não existia na fase de Hochma (somente em potência), torna-se mais profundo nesse estágio, que o leva a um nível superior de consciência própria.

Contudo, quando Bina se revela a si mesma, torna-se claro que nem todos os desejos são de uma natureza receptora. Existem alguns desejos de “recepção pura” que não se “preocupam” com o Criador, tais desejos são chamados “Esau” e “Faraó”. Estes desejos de receber originam em Hochma, mas eles não têm a chance de se manifestar a si mesmos na fase de HochmaI, com algumas raras excepções, tais como Lavan (a Luz de Hochma). Quando Labão se integra aos desejos impuros por corrigir, ele muda seu nome para “Labão o Pecador”. Por outras palavras, a divisão em impureza e santidade (preto e branco) acontece apenas quando nós começamos a trabalhar para alcançar a doação. Antes disso, não há tal coisa como “pecadores” ou “homens justos”.

Então, em sua parte superior, Bina constitui o puro poder de doação que a faz similar a Keter. Gevurot (poderes de limitações), a linha esquerda, Klipa, e os “grandes pecadores da Torá” derivam da parte inferior de Bina. O mesmo se aplica a Keter; a Torá e sua Luz mais elevada podem se transformar no elixir da vida ou no veneno mortal. Tudo depende da maneira como a usamos.

Os Altos e Baixos na Criação do Amor

Dr. Michael LaitmanO processo de correção acontece com altos e baixos. Primeiro, Malchut eleva-se à Bina e é incluída nela; desta forma Bina conhece o que Malchut quer. Depois que ela atinge Bina, Malchut recebe a força de Bina e, em seguida, desce. Neste ponto, Bina já carrega parte de Malchut.

Ao todo, são quatro partes: Bina pura, Malchut pura, inserção de Malchut em Bina, e a inserção de Bina em Malchut. A inclusão de uma na outra se chama “amor”. Agora, como Malchut e Bina adquirirem as qualidades uma da outra e começam a se entender, o processo de correção torna-se possível. Não apenas Malchut se une à Bina e aprende com ela, corrigindo assim os desejos de doação de Galgalta ve Eynaim, como também está habilitada a usar o poder que adquiriu em Bina para descer de volta ao seu lugar original e corrigir o seu AHP (Awzen, Hotem e Peh). Estas oscilações repetitivas para cima e para baixo completam o processo de correção passo a passo, progredindo a cada momento para um novo nível.

O Jogo Das Escondidas Do Criador

Dr. Michael LaitmanTudo depende do desejo; tudo é revelado dentro do desejo. Desta forma, nós só precisamos de um desejo adequadamente organizado, formado, e orientado para o objectivo. De forma a moldar o nosso desejo, a lhe dar a forma certa, que ela esteja pronta para ser preenchida pelo Criador, o Criador brinca um jogo de “escondidas” connosco: Ele oculta-se e revela-se a Si Mesmo, alternativamente. A pessoa nem sempre reconhece este jogo, mas este ocorre constantemente com cada pessoa até que ela seja corrigida.

É necessário reconhecer a toda a hora que o mundo inteiro não é mais que a manifestação do Criador em várias imagens: pessoas que odiamos, pessoas que amamos, pessoas que ajudam, pessoas que interferem, umas que estão próximas, umas que estão distantes de nós, amigos, e pessoas completamente desconhecidas. Tudo vem do Criador: todas estas pessoas, assim como a natureza inanimada, vegetação, animais e todos os pensamentos e desejos de um ser humano – tudo excepto o ponto do nosso “EU”. Este ponto, este “EU”, é o ponto de vista, do qual a pessoa deseja crescer e se tornar similar ao Criador.

O Criador usa todas estas manifestações de imagens, pensamentos e desejos no jogo que Ele conduz connosco. Como Ele se oculta e se revela, Ele trás-nos para mais perto ou para mais longe; porém, o Criador faz isso apenas com uma intenção: de nos agitar, como está escrito, “A Luz Superior agita e evoca desejos”. Se, apesar do facto de que somos atirados de um lado para o outro a toda a hora, nós usarmos toda a nossa força para nos mantermos no pensamento que tudo vem do Criador, dado que “Não há ninguém além D’Ele”, e que o Criador é indubitavelmente “Bom e faz o bem”, desta maneira nossos desejos tornam-se mais amplos e profundos.

Se a pessoa verdadeiramente se “agarra com seus dentes”, não se permitindo a si mesma afastar o pensamento e a sensação de que é o Criador que realiza todas as acções em respeito a ela, então a pessoa vê como usar adequadamente cada minuto da vida. Afinal de contas, cada opositor é, na verdade, não um opositor, mas um ajudante para permitir que a pessoa se agarre ao Criador em estados extremos.

A pessoa pode avançar desta maneira até que ela alcança um estado, em que está disposta a fazer o que quer que seja e consegue suportar tudo apenas para não abandonar o Criador. Esta é a única coisa que ela pede. Ela vê exercícios muito importantes nestes obstáculos, que são enviados a ela com amor pelo Criador. O Criador só aguarda a disposição da pessoa para que Ele se possa revelar a Si Mesmo a ela.

A pessoa avança desta maneira até que ela completa todo este processo, que é chamado ocultação ou o período de preparação; então, ela alcança Lishma (pela doação) a partir de Lo Lishma (não pela doação). Quando o Criador vê que a pessoa completou todo o seu processo, Ele revela-se a Si Mesmo, e a “fuga” (Brach) torna-se uma bênção (Barech) do Criador.

Na Espiritualidade, Por que A Circuncisão Pertence Aos Homens?

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Por que é que na espiritualidade os homens precisam de atravessar a circuncisão (Brit Mila), embora eles incorporem a qualidade de doação no mundo espiritual, e não as mulheres, que correspondem à qualidade de recepção?

Minha Resposta: Certamente, se estamos a falar sobre a correcção de Malchut, conseqüentemente  ela é a parte feminina (receptora) que deve ser corrigida. Então, porque é que a correcção (circuncisão dos três desejos impuros ou Klipot) é feita em Zeir Anpin, que é o símbolo das qualidades masculinas?

Antes do Fim da Correcção, a minha intenção de doação apenas se aplica aos desejos acima do Tzimzum Bet (Segunda Restrição). Estes são os desejos conectados às qualidades de Bina, ao passo que todos os outros desejos ainda não podem ser corrigidos. Por esta razão, eles são isolados e tornam-se utilizáveis novamente apenas no Fim da Correcção.

A intenção de doar dentro de mim é chamada “homem” e o desejo é chamado “mulher”. Esta intenção de doar é chamada Zeir Anpin (homem) ou “superação”. Eu percebo o quanto eu preciso de organizar e separar esta intenção, e percebo que forma de doação aplicar para torná-la adequada ao Criador. Malchut, a parte receptora dentro de mim, é sem forma. Contudo, à parte “doadora” em mim deve ser dada forma, especificamente à medida que e dependendo do que eu estou disposto a doar. Então, eu apercebo-me que sou incapaz de trabalhar com minhas intenções e a minha tela não cobre todas as profundezas de Malchut. Segue-se que eu devo reduzir as minhas intenções até certo grau.

A parte dentro de minha alma chamada “homem” é a intenção de doar nela. Ela é a parte a que a circuncisão se aplica. Não estamos a falar sobre nada externo; este é o meu “doador” interno, cuja forma deve corresponder ao Criador. É por isso que eu executo esta correcção de Brit Mila, isto é, eu restrinjo-me a mim mesmo na utilização de certas partes de Malchut, e desta forma avanço no mundo espiritual. Conseqüentemente, é por isso que este mandamento não pertence às “mulheres”.

O Céu E O Inferno São “Sistemas” Que Experimentamos Interiormente

Laitman_028_08O Zohar, Capítulo “VaYaera (E O Senhor Apareceu)“, Item 258: O Din (julgamento) que o Criador realizou no dilúvio e o Din em Sodoma eram ambos Dinim do inferno, uma vez que os ímpios são condenados no inferno pela água e pelo fogo.

Item 259: Sodoma foi condenada pelo julgamento do inferno, como está escrito: “Então o Senhor fez chover sobre Sodoma e Gomorra enxofre e fogo desde os céus“. Uma delas foi condenada com água; a outra foi condenada com fogo. E ambas são condenações do inferno. E os ímpios no inferno, são condenados por estes dois discernimentos, pois não existe inferno de neve, que é água, e existe inferno de fogo.

Nós temos que entender que realizamos todos os discernimentos dentro de nós, enquanto que a própria realidade não muda. Até mesmo agora, eu estou no Mundo do Infinito, e nada pode mudar a realidade existente. A única coisa que muda é a minha própria percepção, sensação, consciência, compreensão e avaliação. Essas mudanças são o que eu sinto.

Está escrito: “Cada pessoa julga com o grau de sua própria deficiência”. Em outras palavras, eu descrevo uma imagem dentro de mim segundo a minha avaliação do Mundo do Infinito. É por isso que o céu e o inferno, bem e mal, e julgamento pelo fogo e pela água são diferentes níveis da minha atitude em relação ao quadro estático e imutável. Está escrito: “Eu não mudei Meu Havaya“.

Nós descrevemos a nossa própria realidade dentro de nós com a nossa atitude em relação ao estado constante. Tudo depende de nossas qualidades, percepções e apreciações do Mundo do Infinito, do Criador, da Luz, e da doação absoluta.

Céu, inferno, e diferentes tipos de julgamentos são todos estados que eu revelo dentro de mim. Nada muda do lado de fora. Tudo é determinado pela mudança que ocorre na minha consciência ou na minha visão. Em outras palavras, tudo depende de mim e dos meus valores internos, qualidades, e fundações.

Disso resulta que tudo depende da educação e da sociedade que me ajudará a mudar minhas fundações. É assim que eu posso desenvolver uma atitude mais precisa para com a realidade imutável. Quanto mais rápido eu for capaz de mudar minhas qualidades internas, mais rápido eu irei de um “sistema” ao outro.

O Zohar é o Nosso Salva-Vidas

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Como nós podemos conectar os artigos do livro Shamati, que estamos a estudar durante a preparação para a lição sobre O Zohar, com o próprio Livro do Zohar?

Minha Resposta: Tudo o que estudamos na ciência da Cabalá é dirigido a nos manter em conexão constante com o Criador. De forma a estarmos conectados ao Criador, a nos segurarmos a Ele, a sabermos como trabalhar adequadamente e propositadamente em todos os nossos estados e situações; e para recordarmos que eles nos são enviados pelo Criador, nós precisamos da Luz que Corrige. Esta Luz precisa nos esclarecer constantemente que tudo vem do Criador, e que isso nos é dado de forma a avançarmos. Eu evoco esta Luz muitas vezes, repetindo este ciclo.

Mais importante, O Livro do Zohar conecta-me à fonte da Luz. O Zohar é a protecção, é o nosso salva-vidas.

Cada Pessoa Tem o Seu Próprio Egito

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Eu sinto-me mal neste momento, ao passo que está escrito que o Criador é “O Bom que faz o bem” e “Não há ninguém além D’Ele”. Como eu transformo este sentimento negativo em positivo, de forma a verdadeiramente sentir que o Criador é o bom que faz o bem?

A Minha Resposta: Se você transformar o seu desejo num bom desejo, você irá sentir que Aquele que causou tudo isto para si é também bom e faz o bem, de acordo com a lei da equivalência de qualidades. Está escrito: “Até mesmo quando a espada afiada for erguida sobre ti, tu não desesperarás na Sua bondade”. Afinal, tudo isto vem do Criador e cada pessoa recebe um “coração endurecido” (como o Faraó, cujo coração foi endurecido pelo Criador) de forma a escapar do seu estado de Egipto.

Peça e Você Entenderá

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Como é que a Luz que Corrige trabalha quando lemos O Livro do Zohar?

Minha Resposta: Eu tenho um desejo de entender o que está escrito no livro O Zohar. Eu peço que a Luz me dê esta oportunidade. O que ela faz? Ela muda as intenções sobre o desejo em mim. Esta mudança é exercida para que dentro deste desejo eu comece a entender o que está escrito no Zohar. Tudo o que eu sinto, ouço, vejo e penso agora, está presente no meu desejo. Toda a realidade é realizada nele.

Se eu leio um livro e eu não o entendo, é porque o meu desejo ou o meu sentido (Kli) não percebe o que está escrito no livro. Como posso eu perceber isso? Isso só é possível se alguma força vem e muda o meu desejo. Afinal, a minha realidade está revestida no meu desejo. A Luz que brilha dentro do desejo cria todas essas formas em mim. A minha percepção e compreensão mudam somente se o meu desejo mudar. Portanto, todas as minhas aspirações, todos os meus apelos são para a Luz, para que ela possa alterar essas formas em mim. Em resposta, ela muda-as alterando o desejo.

Dentro de um desejo aprimorado eu começo a sentir qualidades novas e mais perfeitas, os níveis seguintes. A Luz é sempre constante. Na medida em que mudam os nossos desejos, nós começamos a perceber uma realidade nova e diferente. Isto é precisamente o que necessitamos. Afinal, tudo é resultado de uma mudança no desejo. E essa mudança é feita pela Luz.

Sobre Que Tipo De Sociedade O Baal HaSulam Quis Escrever?

societywriteUma pergunta que recebi: Sobre que tipo de estrutura social “justa” o Baal HaSulam escreve no artigo “A Nação”? Ele está realmente preocupado com a organização de uma vida mais confortável, bem nutrida, dentro dos limites deste mundo? Como essa pode ser uma preocupação de um Cabalista que sabe que tudo é regido pela Força Superior, e que estamos temporariamente colocados dentro deste mundo só para corrigirmos a nossa alma?

Minha Resposta: Apesar do que você diz, o Baal HaSulam também sabia que as pessoas chegariam a um ponto do seu desenvolvimento em que revelariam que não têm a força do Alto para corrigir suas relações. Então, elas precisariam da ciência Cabalística, porque só a luz Superior pode corrigir as relações entre as pessoas. Não pode haver uma boa relação entre as pessoas, a menos que elas estejam conectadas através do Criador. Somente através Dele as pessoas podem se unir. Em outras palavras, a própria vida obrigará as pessoas a revelar o caminho e as forças de correção.

Duas pessoas nunca podem estar conectadas entre si diretamente, mas apenas através da qualidade de doação, que é chamada de Criador. O Baal HaSulam entendeu isso muito bem, visto que ele possuía a mais alta realização espiritual. No entanto, a fim de atrair o leitor regular para mais perto, ele começa sua explicação de longe. Quando a pessoa compreende que tipo de união e conexão devemos alcançar de acordo com o plano da natureza, e que isso é inevitável, a única coisa que resta a ela fazer é revelar os meios paraimplementar a correção: a Luz Superior que Corrige.

Naturalmente, o Baal HaSulam não pensa no socialismo ou no comunismo como um objetivo em si e por si, a fim de criar uma vida bem nutrida para a pessoa ordinária neste mundo. Pelo contrário, ele tinha grande conhecimento e realização pessoal do objetivo da criação.