Pergunta: Qual é a diferença entre o mundo de Atzilut, o mundo das correções, e os três mundos de Beria, Yetzira e Assiya?

Resposta: A diferença é que os mundos de Beria, Yetzira e Assiya estão, por assim dizer, sob uma cortina, sob ocultação. Nestes mundos, podemos subir e descer, mas, ao mesmo tempo, não sentimos nada de divino, nada relacionado ao superior, ao Criador.

No mundo de Atzilut, entretanto, o Criador já está se manifestando. É por isso que este mundo é chamado de Atzilut, da palavra “Etzlo” (em Seu, Nele).

Pergunta: Todas as correções ocorrem no mundo de Atzilut?

Resposta: Não exatamente as correções, mas o resultado delas.

De KabTV, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, 07/11/23

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Pergunta: A palavra “mundo” (Olam) vem de “Haalamah” (ocultação). O que está oculto de nós nos mundos espirituais?

Resposta: Cada mundo subsequente após o mundo do Infinito – Azilut, Beria, Yetzira, Assiya – é mais oculto, revelando menos a essência do divino que reside no mundo do infinito.

A ocultação foi necessária para criar gradualmente um sistema ao nosso redor, que ao dominar seríamos capazes de ascender do nosso mundo inferior, onde não sentimos completamente a natureza superior, cada vez mais elevada, até a realização do Criador.

A essência da ocultação é que nós mesmos, por nosso livre arbítrio, revelamos a essência do divino e ascendemos sistematicamente do nosso mundo para o mundo de Assiya, depois Yetzira, Beria, Atzilut e, finalmente, para o mundo do infinito (Ein Sof).

De KabTV, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, 07/11/23

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Pergunta: No artigo “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, Baal HaSulam escreve que a correção espiritual dura 6.000 anos. O que isso significa?

Resposta: 6.000 anos são 6.000 degraus que uma pessoa deve percorrer para atingir o grau mais elevado. Ou melhor, estamos falando de desejo, porque a questão da pessoa é o desejo.

Portanto, todos devem passar por todos os 6.000 degraus e através dos mundos de Assiya, Yetzira, Beria e Atzilut, alcançar o mundo de Adam Kadmon, e depois o Mundo do Infinito.

Pergunta: Pelo que entendi, este artigo fala apenas da criação de um sistema de correção de cima para baixo, mas não sobre a correção real de uma pessoa que está tentando se desenvolver espiritualmente?

Resposta: Qualquer pessoa que queira ascender aos níveis dos mundos espirituais deve começar a estudar sistematicamente a Cabalá. Ao estudar este sistema, ela começará a sentir sua influência sobre ela; ela sentirá que está neste sistema e como e o que está acontecendo com ela.

De KabTV, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, 07/11/23

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Pergunta: As almas que formam o sistema geral de Adam HaRishon estão nos três mundos de BYA – Beria, Yetzira e Assiya. O que isso significa?

Resposta: As almas que ainda estão desconectadas da espiritualidade, do divino, estão nos mundos de BYA em todos os tipos de estados de subidas e descidas, e estão estudando os resultados de suas ações. Elas passam por correções preliminares lá.

Estamos falando de pessoas que deixam nosso mundo e começam a atingir a espiritualidade gradativamente.

Pergunta: Qual é a conexão entre o sistema de Adam HaRishon, onde estão os rudimentos das almas de todas as pessoas, todos os nossos desejos e pensamentos, e o mundo de Atzilut, o mundo da correção?

Resposta: O mundo de Atzilut está acima dos mundos de Beria, Yetzira e Assiya. Existe uma fronteira entre ele e os mundos de BYA chamada Parsa. É necessário atravessá-la para ascender ao mundo de Atzilut.

De KabTV, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, 07/11/23

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Pergunta: A Torá descreve o pecado de Adão. Todos nós já lemos aquelas histórias que, de fato, falam sobre a quebra dos vasos. Por que isso é descrito em forma narrativa?

Resposta: A Torá foi escrita de forma alegórica porque os Cabalistas tiveram que descrever de alguma forma o processo de destruição próximo da compreensão humana.

Ou seja, as pessoas daquela época, há 3 mil anos, assim como hoje, só conseguiam perceber essa informação por meio de uma narrativa alegórica.

Pergunta: Agora estamos estudando o “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, escrito por Baal HaSulam em linguagem Cabalística. Elas não conheciam esse idioma antes?

Resposta: Elas conheciam, é claro, mas não a usavam com frequência. Afinal, as pessoas estavam mais próximas da descrição no tipo de linguagem como no Livro do Zohar.

De KabTV, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, 10/10/23

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Pergunta: No “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, Baal HaSulam escreve que após a destruição do sistema geral, mundos impuros foram formados. Do que se trata? O que significa “mundos impuros”?

Resposta: Mundos impuros são forças egoístas que se unem após a destruição para poder arrebatar pequenas centelhas de luz que poderiam lhes dar a oportunidade de existir.

Pergunta: Falando de forma mais prática em relação à nossa existência, o mundo é uma ocultação. O que está oculto de nós? É o fato de que doamos uns aos outros e podemos receber prazer?

Resposta: Absolutamente tudo está oculto de nós. A única coisa que podemos fazer é reconhecer que o mundo em que existimos é mau. Só há uma saída para este mal; é com a ajuda uns dos outros elevar a nossa oração ao Criador para que Ele nos corrija.

De KabTV, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, 10/10/23

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Pergunta: Quando aconteceu a destruição do sistema geral e qual é o significado deste fenômeno?

Resposta: A destruição dos Kelim (vasos) ocorreu bem no início da criação da realidade. Afinal, para criá-la, precisávamos de tais desejos que se opusessem à única força da natureza – o Criador.

O Criador é o desejo de doar, realizar, amar e unir. Para que aparecesse o desejo oposto, que seria de alguma forma diferente do Criador e poderia ser chamado de criação, o desejo de dar foi dividido em muitos pequenos desejos egoístas.

Todo desejo pensa apenas em como se realizar. Foi assim que surgiu a nossa natureza, da qual evoluímos. A formação de desejos egoístas é o processo de destruição.

Esses desejos se tornaram a base do nosso mundo: natureza inanimada, vegetativa, animada e humana.

De KabTV, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, 10/10/23

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No “Prefácio à Sabedoria da Cabalá” é dito que a quebra é o processo onde a luz (prazer) entra em um desejo despreparado.

Isso acontece quando uma pessoa deseja receber algo para seu próprio benefício. Mas enquanto ela faz essas tentativas, ela vê que não está conseguindo porque toda a natureza interna do nosso mundo existe com base na propriedade de doação e amor, na propriedade do Criador, e queremos usar a propriedade de recepção e aquisição. Portanto, ocorre uma incompatibilidade entre nós e o Criador.

Pergunta: De acordo com a lei da primeira restrição, a luz não pode entrar num desejo despreparado. Como aconteceu que a luz ainda entrou nele e, portanto, ocorreu a quebra?

Resposta: Inicialmente não existia tal proibição; nunca foi manifestada em lugar nenhum. Portanto, quando a luz entrou no desejo de receber, devido à oposição deles, a luz foi quebrada em minúsculas centelhas, e o desejo foi quebrado em minúsculas partículas.

Isso aconteceu apenas uma vez na natureza e não pode acontecer novamente. Portanto, hoje nossa tarefa é reunir todos os desejos desfeitos e preenchê-los com aquelas centelhas de luz que se espalharam pela explosão.

Pergunta: Este é um processo deliberado?

Resposta: Claro, não há nada acidental; tudo segue uma lei comum.

De KabTV, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, 10/10/23

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Pergunta: O processo de quebra do sistema geral aconteceu de forma gradual ou instantânea?

Resposta: O processo de quebra ocorreu instantaneamente, mas em etapas. Ou seja, ocorreu apenas uma ação de quebra, mas ela desceu em etapas. A partir do estágio maior, o vaso comum foi gradativamente quebrado e esmagado em partes menores até o menor estágio.

Pergunta: A quebra significa que a luz superior deixou de controlar o nosso desejo e, por assim dizer, nos deu liberdade?

Resposta: Não, não deixou de controlar o nosso desejo. Enquanto estamos neste desejo quebrado, estamos desconectados da luz superior e, portanto, não sentimos o seu impacto.

Pergunta: Entendo corretamente que a quebra foi necessária para misturar os desejos altruístas do Criador e os desejos egoístas da criação, o que permite a manifestação da vida em nosso mundo? Afinal, a vida é uma doação e uma recepção constante.

Resposta: Sim. Portanto, todo o nosso trabalho no mundo corpóreo é perceber que a recepção é contra a lei superior da natureza, contra o Criador e a doação, a unificação mútua é para Ele, para Seu bem.

Em princípio, em cada criação e, naturalmente, em cada pessoa existe uma centelha de inclinação para a doação. Caso contrário, não poderíamos existir.

De KabTV, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, 10/10/23

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Pergunta: Quando olhamos para a natureza do nosso mundo, vemos que ainda existe harmonia nos níveis inanimado, vegetativo e animal. A manifestação do egoísmo é observada principalmente ao nível da natureza humana, ao nível da sociedade?

Resposta: Não, o egoísmo também afeta todos os graus inferiores. Os animais não são egoístas? As plantas não são egoístas? Ele têm uma intenção egoísta de agir apenas em benefício próprio; só que não é tão complexa quanto a nossa.

Pergunta: Então não há harmonia alguma em nossa natureza terrena, em todos os níveis?

Resposta: Não. Em nada.

De KabTV, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”, 10/10/23

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