Guerra Com O Faraó

laitman_749_02O Midrash,Beshalach“: Por que os judeus não continuaram a sua jornada? Por que eles acamparam em Píton embora essa decisão envolvesse risco adicional para eles? A resposta está no fato de que eles estavam presos porque havia um mar a sua frente; nem poderiam correr para o deserto, uma vez que animais selvagens estavam esperando por eles lá.

Mas o povo do Egito não concordava com o plano do Faraó: perdas recentes ainda estavam muito frescas em sua memória. Portanto, o Faraó usou todos os meios de persuasão e vários truques para forçar os egípcios a concordar. “Saibam! Disse-lhes. Mesmo que de acordo com a tradição real, a fim de me proteger eu deveria estar andando na retaguarda do meu exército, nesta batalha eu vou estar na cabeça!”

“Por que você vai se comportar de forma tão incomum?”, perguntaram ao Faraó. “Porque esta guerra não é contra os judeus, disse o Faraó. É contra seu próprio Deus! Portanto, eu vou estar na cabeça da batalha!”

Este extrato se refere a um grau muito sério de desprendimento daqueles que estão engajados na Torá religiosamente, mas a estudam para seu próprio benefício, ou seja, para o benefício do Faraó.

O Faraó não é contra o Criador, pois ambos ajudam a identificar o outro. Isso explica por que o Faraó diz: “Bem-aventurado é o Criador! Eu sou um pecador…” Há muitas fases de desenvolvimento interessantes que se opõem a este estado, mas a principal coisa para Faraó é impedir que o ser humano se envolva em ações altruístas e se desconecte da satisfação egoísta.

Incentivos egoístas regulares que são originalmente construídos em nós não contam, uma vez que são dados a nós pela natureza. Eles não são considerados “Egito”. Apenas as ações que a pessoa faz para o seu próprio benefício e que são mencionados na Torá, no Pentateuco, são considerados importantes.

Isso explica por que, ao sair do Egito (elevar-se de sua intenção egoísta), as ações são anuladas e os egípcios morrem como resultado das dez pragas do Egito. Os desejos e o povo que seguem as instruções da Torá para seu próprio benefício, permanecem sob o poder do Faraó, porque aspiram a esse tipo de poder. Eles estão seriamente envolvidos na Torá e todos os mandamentos terrestres para o benefício de sua própria realização e os agarram muito fortemente. Eles são os únicos que permanecem no Egito e perseguem aqueles que realmente querem fugir dele.

O Faraó diz: “Eu vou estar na cabeça do meu exército”, ou seja, este é o momento em que a sua oposição se manifesta: ou para o seu próprio benefício (Lo Lishma) ou para o benefício do Criador (Lishma). “Para o seu próprio benefício” significa para o Faraó; “para o benefício do Criador” significa aqueles que saem do Egito. Neste ponto, uma luta entre eles começa.

Normalmente, o Faraó segue seu exército. Isso significa que todas as ações egoístas “o alimentam e nutrem”. Quando o seu confronto com o Criador é iniciado, ele dirige o exército, já que a coisa mais importante neste momento é a ideologia: se você a faz para o seu próprio bem ou a faz estando completamente desprendido de se mesmo, ou seja, para o benefício do Criador. É por isso que o Faraó a considera uma guerra santa que é dirigida “contra seu próprio Deus!”

Logo depois, o Egito começa a secar, já que o Faraó se nutre de uma fonte que não dos egípcios, mas daqueles que aspiram a estar com o Criador, mas até agora ainda não estão. É por isso que o antissemitismo emerge; no entanto, este tipo de “combustível” é totalmente essencial.

O Faraó fica mais forte com a ajuda dos desejos que “têm medo do Criador, mas trabalham para o Faraó”, ou seja, que seguem tudo o que é ordenado; no entanto, eles estão fazendo isso para seu próprio benefício. Quando eles tendem a mudar a intenção e começam a trabalhar para o benefício do Criador, o Faraó imediatamente sente que este pode ser o seu fim e começa uma guerra com o seu Deus.

Neste ponto, o nosso egoísmo enfrenta um grande problema: e se o Criador ganha? O simples fato de que há pessoas que saíram do Egito e depois voltaram irrita o Faraó, visto que o nosso egoísmo tem medo de que a intenção em prol da doação possa ganhar. O egoísmo não tem qualquer outra forma, exceto revelar-se e tentar sobreviver, caso contrário o Faraó deixa de ser o Faraó. Não será mais uma intenção para o “seu próprio benefício”.

Comentário: Eles voltam e frustram o Faraó.

Resposta: Eles não voltam para o Egito, todavia! É um nível diferente, mesmo que eles já tenham atingido as cidades de Píton e Ramsés, que foram construídas para o Faraó. Em algum momento, eles trabalharam “em prol dele”; no entanto, agora eles retornam para o mesmo nível, mas com uma intenção “para o bem do Criador”. É por isso que o Faraó (nosso egoísmo) não é capaz de aceitar o fato de que as pessoas retornem livres e ataquem a “jurisdição” do Faraó, ou seja, o seu próprio egoísmo.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 23/04/14