Michael Laitman no Times of Israel: “Dos Cegos Guiando Os Cegos Aos Que Enxergam Guiando Os Cegos”

Dois estudantes olharam para uma bandeira agitada. Um disse: “A bandeira está se movendo”. O outro respondeu: “Não, o vento está soprando, o que faz a bandeira se mover”. O professor deles veio e disse: “Vocês dois estão errados. É um pensamento que se move na suas cabeças”.

Essa alegoria ilustra como cada pessoa tem uma percepção diferente da realidade. Cada um de nós tem percepções diferentes porque fomos criados em bases e ideais diferentes. Um vê a bandeira se movendo, o outro vê o vento movendo a bandeira, e o outro vê o pensamento se movendo em nossas cabeças, e não podemos concordar se a bandeira está se movendo.

Surge assim a questão de saber se é possível chegar a decisões mútuas. O Sinédrio, por exemplo, era um órgão governamental espiritual que existia na Judeia há cerca de 2.000 anos. Como conseguiam tomar decisões com tantas pessoas, já que discutiam muito e tinham opiniões divergentes? Essas pessoas compreenderam que havia entre elas aquelas que estavam mais próximas da sensação das forças altruístas e conectivas da natureza, que entendiam e sabiam mais sobre as leis da natureza do que os outros, e mais ou menos cediam a elas.

Uma pessoa que é mais elevada em termos de realização da realidade teria, de fato, uma opinião mais precisa do que aquela que é mais baixa em termos de realização e consciência. Seríamos, portanto, sensatos em anular nossas opiniões a essas pessoas. É claro que isto levanta a questão: como alguém poderia determinar quem é mais elevado no alcance da realidade? Voltamos a confrontar-nos com os problemas de como cada um percebe a realidade de forma diferente e, de fato, no nosso atual nível de percepção, é impossível fazer tal determinação.

Assim, encontramo-nos no estado em que o nosso mundo se encontra atualmente – cegos guiando outros cegos. Se dermos uma chance ao mundo, precisamos perceber que isso não depende de nós, pois somos limitados em nossa compreensão e sentimentos. Dar uma chance ao mundo depende das leis da natureza que operam além da nossa compreensão.

Se chegarmos à compreensão de que as leis da natureza controlam tudo e todos, e desejarmos aceitar essas leis sobre nós mesmos, estaremos prontos para procurar os mais sábios entre nós e segui-los. Passaríamos então para os enxergam guiando os cegos.

A humanidade está em um processo de desenvolvimento em direção a tal estado. A nossa era particular é caracterizada pela humanidade se tornar órfã. Estamos transitando para uma nova era caracterizada por interconxões mais estreitas à escala global, e as ideias que nos mantiveram unidos a vários níveis locais, regionais e nacionais no passado já não nos servem na realidade globalmente interconectada de hoje.

Quando meu professor, o Cabalista Baruch Ashlag (o Rabash), morreu, eu percebi claramente que ainda precisamos amadurecer, que ainda precisamos avançar para tal estado. Quanto mais amadurecemos, mais rejeitaremos os falsos navegadores das nossas vidas e procuraremos aqueles que possuam uma verdadeira realização de níveis mais elevados da realidade.

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Pergunta: Digamos que uma pessoa chega a um estado que avalia como ruim, mas, ao mesmo tempo, justifica o Criador.

Qual é a diferença entre simplesmente justificar o Criador e a fé acima da razão?

Resposta: A fé acima da razão é uma forma de se conectar com o Criador. E a justificação do Criador é uma ação que leva a pessoa à fé acima da razão, à conexão com o Criador.

Pergunta: Se estou em um estado ruim, é compreensível. E quando estou em um estado bom, o que significa justificar o Criador?

Resposta: Você já está justificando se está em um estado bom.

Da Lição Diária de Cabalá 07/02/24, Escritos do Baal HaSulam, “Limpo e Justo, Não Mate”

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Pergunta: Quando surgem obstáculos ou dificuldades (criados pelo Criador), como examinar se isso é dado para se fortalecer ou se apenas para evitá-los? Como você pode determinar que não deve bater a cabeça na parede?

Resposta: Tal coisa não pode acontecer! Tudo é sempre direcionado apenas para criar unidade com o grupo e com o Criador. Só assim podemos determinar a correção de nossas ações.

Qualquer coisa que nos leve à unidade com o grupo, a humanidade e o Criador é correta, enquanto qualquer coisa contrária a isso é incorreta.

Assim, faço tudo, bem como aquelas tarefas mecânicas que sou obrigado a fazer e que são exigidas pelo meu chefe, cônjuge ou outra pessoa.

Mas mesmo aqui aplico a intenção correta; faço isso para realizar certas ações mecânicas neste mundo e anexar a elas as intenções necessárias, para que propósito eu existo. Então todas essas ações aparentemente desnecessárias para a ascensão espiritual tornam-se úteis.

Pergunta: Suponhamos que, numa determinada situação, percebemos algo como uma influência negativa; nos sentimos mal e é difícil para nós. Como ainda entendemos quando vale a pena nos esforçarmos ainda mais ou se não deveríamos enfrentá-la? Você disse uma vez: “Aparentemente o Criador não permite que isso aconteça”.

Resposta: Isso só pode ser dito depois que você fez absolutamente tudo e nada deu certo, então não deveria ter dado certo! Assim, o próprio fracasso se torna sucesso, o resultado mais correto.

Mas como posso saber se deveria ser assim, se isso está correto? Depois de ter feito todos os esforços, não tenho problemas com o que acontece! Eu não avalio absolutamente nada, e acabou como aconteceu. O principal é que eu me esforcei ao máximo, tanto quanto pude.

De KabTV, “Eu Recebi uma Chamada. Atitude Diante das Dificuldades”, 23/12/11

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Pergunta: Como chegamos a um estado em que as palavras da Torá permanecem no coração?

Resposta: Se o seu coração não estiver conectado ao coração dos outros, é impossível manter o que vem do Criador .

Para saber se está conectado com o coração de seus amigos, você deve verificar constantemente por si mesmo o que está estudando e então saberá.

Pergunta: O que acrescenta a uma pessoa se ela descobre “gravuras” nas tábuas dos corações dos outros?

Resposta: Ela descobre como o Criador ajuda os outros, e isso lhe dá forças para pedir ao Criador que a ajude.

Da Lição Diária de Cabalá 04/02/24, Escritos do Baal HaSulam, “Liberdade”

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“Meu coração está Halal [vazio/morto] dentro de mim”, e então ele é libertado do anjo da morte (Baal HaSulam, Shamati 178, “Liberdade”).

Pergunta: O que é esse estado de “meu coração está vazio dentro de mim”?

Resposta: Um coração vazio significa que uma pessoa não pode preenchê-lo com boas ações.

Pergunta: Se somos gratos pelo professor e pelos amigos, isso são boas ações?

Resposta: São boas ações e elas irão mantê-lo na espiritualidade para que você não caia.

Da Lição Diária de Cabalá 04/02/24, Escritos do Baal HaSulam, “Liberdade”

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Pergunta: Em nosso trabalho conjunto, alcançamos primeiro tudo o que nos foi revelado pelos grandes Cabalistas e depois somos recompensados com a parte oculta da Torá? Ou isso acontece em paralelo gradualmente?

Resposta: Não, primeiro alcançamos o que podemos com nossos esforços e mente e depois, através da conexão entre nós, revelamos mais.

Pergunta: Em que ponto a alma começa a nos ensinar? Afinal, só temos um germe da alma.

Resposta: Não importa. O germe é o que nos é revelado. Recebemos tudo através da alma.

Pergunta: Qual é o perigo da revelação prematura dos segredos da Torá a uma pessoa? Ou é impossível?

Resposta: Em primeiro lugar, é impossível. Em segundo lugar, isso apenas confundiria uma pessoa.

Pergunta: Se enquanto vivo no mundo físico, não tenho oportunidade de assistir às aulas, mas tenho um forte desejo, como se alguém estivesse me puxando para a espiritualidade, então é a alma que me ensina ou o Criador que me puxa?

Resposta: É a alma.

Pergunta: O que devemos fazer no nível atual para nos concentrarmos no próximo?

Resposta: Unir-se, unam-se como se tivessem tudo em comum, sem divergências.

Da Lição Diária de Cabalá 06/02/24, Escritos do Baal HaSulam, “A Alma da Pessoa A Ensinará”

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As almas de Caim e Abel foram ampliadas a partir do nome Elokim. Porém, por causa da sujeira que a serpente lançou em Eva, a alma de Caim foi a primeira a sair das letras ELEH, depois Abel saiu das letras MI (Rashbi, Zohar para Todos, “Céu e Terra”).

Caim e Abel são duas forças opostas que existem dentro de uma força chamada “Terra” e sua conexão transforma a Terra.

Pergunta: E o que significa que um matou o outro?

Resposta: Estas não são propriedades físicas, mas propriedades da natureza. Trata-se de uma força matar outra, e então essa força revive. À primeira vista, parece uma descrição de conto de fadas, mas, na realidade, é isso que acontece com as forças espirituais.

Pergunta: Curiosamente, O Livro do Zohar foi escrito há milhares de anos, mas até hoje, se você analisá-lo só externamente, cria a impressão de que existe um conjunto de palavras que ninguém consegue decifrar. Por que está tudo tão escondido?

Resposta: Não, não é apenas um conjunto de palavras! E não está escondido. O Zohar é incompreensível para uma pessoa que não está no mundo espiritual. E para uma pessoa que o alcançou, é uma descrição simples, e essa pessoa viaja sem esforço por todos os níveis do mundo espiritual.

De KabTV, “Introdução ao Livro do Zohar”, 21/01/24

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